Capítulo 5

Gaara sobrevoava a vila da Areia, procurando desesperadamente a menina inocente que acabara de ferir. A areia procurava pelo sangue que derramara, passando pelos cantos da cidade e finalmente Gaara localiza uma quantidade grande de sangue sendo derramado. Ele parte para o local determinado, estava entre uma confeitaria e uma floricultura da vila, ele lembrasse de passar quase sempre por ali, no meio desses dois lugares havia uma passagem, estreita, mas era de lá que estava vindo a quantidade de sangue que ele sentia, ele entra nessa passagem e avista a menina jogada no chão, de barriga para cima, olhava para o céu, seu peito direito estava ferido e havia uma poça atrás dela que ia do pescoço até sua costela.

-Kuki?! – Ele se aproximava correndo, abaixava e tirava a menina da poça de sangue, segurando-a em seus braços ele faz com que a areia baixo deles levante-se, levando-os para o hospital, nesse momento ela desvia o olhar para ele.

-Gaara... – Os olhos começavam a lacrimejar – Por que você... – Ela fechava os olhos e chorava.

-Kuki! Aguente... Por favor! – A menina abre parcialmente os olhos, ainda olhando para o garoto – Está doendo muito? – Ela leva uma das mãos até seu peito esquerdo.

-Aqui... Está doendo... – Uma lágrima rolava por seu rosto, Gaara observava que o machucado era do outro lado e ela completa – No meu coração... Me desculpe, Gaara... Se eu fiz algo errado... – Mais lágrimas vinham aos seus olhos, deixando a imagem do Kazekage distorcida.

Gaara, surpreso com as palavras da menina, pegava a mão que ela colocava sobre o peito e segura-a.

-Você não fez nada errado, eu que estava errado. De ter desconfiado de você, de ter te machucado,... Por favor, me perdoe!! – Gaara colocava a testa na mão da menina, ela meche os dedos e busca o rosto de Gaara, esse o entrega para ela e, fazendo um pouco de esforço, ela puxa o rosto do menino até o dela, dando-lhe um beijo. Gaara sentia sensações estranhas por todo o corpo, que nunca havia sentido antes, juntamente com um doce aroma de amor que vinha da garota. Tal pequeno esforço, fazia a garota adormecer no beijo, sua mão cai sobre a areia e Gaara havia chegado no hospital com a menina.

Ele leva-a desesperadamente para o atendimento que a atendem o mais rápido possível, por seu ferimento ser grave.

Gaara estava na sala de espera, mesmo estando preocupado e sem clima, as enfermeiras passavam no corredor só para observar Gaara, algumas o cumprimentavam, mas ele estava com os pensamentos centrados em Kuki. Ela sairia bem? Como ele iria se redimir com ela? Com que cara olharia para ela? Gaara pensava em várias coisas, mas todas com relação a Kuki.

Temari chega a sala de espera e avista o irmão.

-Gaara! O que houve?! – Gaara olha para Temari, essa sentava-se ao lado dele.

-Eu feri uma pessoa inocente.

-Você conhece quem feriu?

-... Sim... – Ele tirava de suas vestimentas a pequena boneca, mostrando para Temari seu segredo. A boneca ainda estava com o rasgo.

-O que tem essa boneca?

-Uma menina comunicava-se comigo por ela. Mas um inimigo se aproveitou desse segredo e me fez acreditar que ela havia me traído, então quando ela entrou em contato comigo... Eu a feri... – Temari olhava tristonha para o garoto.

-Você gosta dela? – O menino fita Temari.

-Gostar...?! – Ele olhava para o boneca novamente, pensativo. Temari dá um pequeno riso de canto e tenta distrair o menino.

-Quer que eu concerte a boneca?

-... Me ensine a concertar...

-Está bem, vou pegar agulha e linha, volto logo. – Ela levantava-se - Quer algo para comer?

-Não.

-Já volto.

-Sim... – Gaara segurava e encarava a boneca, esperando Temari voltar.

Minutos depois, Temari estava de volta com os objetos, ela senta-se ao lado dele, passava a linha pelo pequeno buraco da agulha e dava um comprimento para a linha.

-Segure a agulha. – Ela entregava a agulha a Gaara, que a segurava. Ela cortava a linha do rolo e fazia um pequeno nó na ponta da linha, juntando o começo com o fim dela. – Pronto, agora você tem que passar a agulha para dentro e para fora da boneca. – Ele começa a remendar a boneca. – Não deixe muito espaço de um ponto para o outro, quanto menos espaço, melhor.

Gaara fazia o seu melhor para tentar concertar a boneca, Temari, vendo que o rapaz estava se saindo bem, ensina o que ele deveria fazer ao termino e deixa-o sozinho, e esse continuava.

Após terminar a parte da frente, ele fazia o que Temari havia lhe dito para fazer e dá um nó na linha, para não soltar a costura. Ele vira a boneca para fechá-la atrás. E faz o mesmo que fizera na parte da frente.

Depois de uma hora e alguns minutos, passaram a menina para um quarto para repousar, Gaara já podia vê-la e ela já não estava mais em perigo.

Ele entrava no quarto em que a menina estava e encontrava-se com uma enfermeira.

-Gaara-sama! – Ela empolgava-se ao ver o Kazekage. Ele ia em direção a cama em que ela estava e observava-a.

-Me deixe sozinho com ela.

-Se precisar de algo, me chame. – A enfermeira obedecia às ordens do superior e saia do quarto.

Gaara puxava uma cadeira e sentava-se ao lado da menina, ele apoiava os cotovelos sobre a cama e pegava a mão da menina, olhando para o rosto e a parte do corpo que estava visível da menina. Ela mostrava enfaixamento em seu ombro direito e sua face parecia dormir tranquila, a coberta cobria de seu peito até o final da cama, tendo seus braços sobre o lençol. Gaara esperava o despertar da menina e adormeceu ao lado dela.

Algumas horas depois, a menina desperta e acorda com a visão do Gaara dormindo ao seu lado. Ela tenta se levantar, sente a dor, mas mesmo assim prossegue, sentando-se na cama. Ela coloca a mão sobre o machucado para tentar amenizar a dor. A menina fica a observar seu amado a dormir, retira a mão do machucado e pousa nos cabelos vermelhos do moço.

Esse momento é interrompido por um abrir de porta do quarto. Era Temari que entrara.

-Olá!

-Temari-sama! – A garota estava espantada em ver a menina lá. – Veio pegar Gaara-ku... Gaara-sama!? – Ela corrigia-se na frase, já que Temari não deveria saber da intimidade dos dois.

-Pode chamá-lo como de costume – Ela sorria para a menina e sentava-se ao lado de Gaara. – Ele me contou a história já.

-Ele te contou?!

-Sim. Não sei se você sabe, mas um inimigo se infiltrou aqui outro dia, Gaara deteve-o, mas um de seus aliados veio busca-lo. Parece que esse aliado havia capturado o Gaara também e pelo que ele disse... – Olhava para Gaara – Esse aliado usou a sua imagem para atrai-lo.

-Ahh... Agora está tudo explicado...

-... – Temari acaba de se tocar de algo que fica a encarar a menina. Kuki nota que Temari secava-a ferozmente e mira o olhar de Temari que ia em direção aos seus peitos, estavam enfaixados, mas a coberta não cobria mais. Temari cutuca o peito dela e ela instintivamente cobre-o, com vergonha.

-Como você tem tanto peito?! – Temari estava com inveja.

-Não tenho por que quero!! – Kuki estava com vergonha.

-Então vamos aproveitar o hospital e você me dá um pouco.

-Tá, tudo bem.

-Enfermeiraa!!! – Temari gritava olhando para trás, parava um tempo e voltava para a menina, as duas começavam a rir.

-Temari-chan é engraçada! – Ela dava um sorriso doce enquanto segurava seu machucado.

-Ah, desculpe, esqueci que estava machucada, acho que rir não é muito bom agora, não é?!

-Nada! Rir sempre faz bem.

-Parece que Gaara gosta de você. Não sei se ele vai te dizer isso, ele parece ainda não entender muito bem. Mas não se preocupe.

-Ah... – Ela cora e fica realmente feliz. – Obrigada, Temari-chan.

-Aliás, qual seu nome?

-Kuki, Mashiro Kuki.

-Muito prazer, Kuki-chan. – Temari soltava um sorriso esperto e Kuki respondia com um gentil.

-Igualmente!