Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 3
Capítulo 3: Go on girl


Notas iniciais do capítulo

Caso você queira saber o motivo do Roman ter escolhido trabalhar num orfanato ao invés de continuar com o FBI, este capítulo é pra você. Obrigada a todos que apoiam de algum modo esse shipp e que leem a fanfic. Espero que gostem!



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Eu estava na porta da loja. Não fazia ideia do que fazia ali depois de tudo que aconteceu, mas se eu não poderia mudar as coisas, eu poderia fazer Jane me perdoar e poderia pelo menos tentar. Eu não ia desistir de nossa amizade, porque reconstruí-la era parte do que eu precisava para me perdoar.O dono da loja logo me convidou para entrar. Ele sabia que eu seria uma das madrinhas, embora agora eu já não tivesse mais tanta certeza disso. Hoje era o dia de fazermos os últimos ajustes para o casamento de Jane e Kurt que aconteceria em 10 dias.

 

Já havia se passado uma semana de toda aquela confusão, e por Jane ter mudado de cargo, eu não havia visto ela por esse tempo no bullpen. Ela estava no setor de espionagem. Embora ela sempre acabasse ajudando também a nós, essa havia sido uma semana parada então nós ainda não tínhamos nos encontrado no trabalho.

 

Hoje, porém, eu havia criado coragem de ir falar com ela. Eu sabia que ela chegaria antes de todas nós, pois ela sempre foi extremamente pontual. Logo, eu estava lá antes dela. Eu não conseguia ficar parada embora o gentil estilista tivesse pedido para que eu ficasse confortável. Eu ficava estalando os dedos enquanto ficava ansiosa, até que travei quando escutei a voz de Jane. Ela estava ao telefone, mas logo que entrou no local ela desligou o telefone.

 

— Bom dia. — Ela disse para mim, um tempo após compartilharmos um estranho silêncio.

— Eu sei que nem sei se você quer que eu esteja mais aqui, mas eu vim. — Eu completei diretamente antes que ela pudesse dizer algo.

Ela virou-se pro dono da loja que nos observava.

— Você pode nos deixar a sós por uns minutos, Sebastian? — Ela perguntou e ele só assentiu com a cabeça, saindo da sala.

 

Ela assentiu com a cabeça para nos sentarmos e nos sentamos.

 

— Eu não odeio você, Tasha. — Ela disse me olhando diretamente nos olhos. — Na verdade, eu não tenho nenhum sentimento ruim para você, e nunca tive mesmo nos nossos piores momentos, mas eu realmente fiquei desapontada com você pelo que você fez.

— Eu entenderia se você me odiasse. — Eu completei séria.

Ela me olhou  com desdém.

— É sério. — Eu disse. — O que eu fiz está longe de estar certo. Eu tratei você apenas como um recurso por um tempo e me arrependo disso.

— Não só como um recurso, mas como um objeto. Você me vendeu. Seja lá quem eu tivesse me tornado, ou quem eu fosse, você não tinha o direito de entregar minha vida nas mãos de pessoas que me tratavam como inimigo.  — Ela completou com a voz ainda desapontada.

— Eu não dormir uma noite sequer bem depois que fiquei sabendo que a CIA havia pegado você.

— Aquilo não foi culpa sua, ou de Kurt. — Ela me olhou agora séria. — Eu não culpo ninguém, e agora eu estou bem. — Ela finalizou com um sorriso.

— Eu sou feliz por você estar bem agora.

— Agora você precisa ficar bem. Nós perdoamos você, Tasha.

Eu sorri verdadeiramente para ela de felicidade.

— Esse momento até merece um abraço. — Ela disse com humor. — Embora você odeie abraços.

Eu a pulei pra um abraço e rimos. Nós éramos amigas novamente. Patterson logo chegou e fomos provar nossos vestidos como três amigas que nós éramos e agora havíamos voltado a ser.

 

***

Estava saindo da loja quando meu celular tocou. Era Reade.

— Alô, macho-man.  — Eu falei já sorrindo. — Estava com saudades de você. Como está por aí por New Jersey?

Um silêncio atravessou a linha, e eu tinha certeza que ele estava olhando para o telefone com estranheza.

— Eu tive que olhar para o identificador para me certificar que ele não tinha ligado pro número errado. E quer seja quem for do outro lado da linha, diga a minha amiga Zapata que eu também estou com saudades dela. Nós estamos todos bem. As coisas aqui são mais calmas que em NY.

Nós rimos quando ele disse isso.

— Isso é porque sua amiga é péssima em expressar sentimentos. E Sarah? E o bebê? Vocês vem pro casamento do Kurt, né?

— Ah sim. Vamos. Sarah está bem. O bebê está um ótimo partido como o pai, mas só deve nascer próximo mês.

— Isso é bom. Que bom que estão todos bem.

— Me surpreende que você esteja demonstrando qualquer sentimento além de preocupação. Quem é o cara? — Ele perguntou com humor.

— Que porra, Reade. Não há qualquer cara. Eu só estou tentando ser legal.

— Eu só espero que não seja qualquer cara assustador. Você tem fetiches em caras que me dão medo.

— Cale a boca, Reade. — Eu disse mais séria, mas continuamos rindo.

— Ok. Mas estou feliz porque você ta bem. Seja por qualquer coisa, ou por qualquer cara assustador que você não quer me contar.

— Eu não preciso de qualquer pessoa para ser feliz assim, mas se você insiste eu volto a ser chata, ok?

— Está ótimo como está. — Ele disse e ficou mais sério. — Fico feliz que seu humor está melhor.

— Eu fico feliz que você está bem. Preciso desligar. — Completei quando cheguei na frente do orfanato. — Bom dia.

— Bom dia. — Ele disse antes de desligar.

 

Entrei e Roman já estava lá. Ele sempre chegava mais cedo que todos para arrumar o material das crianças pois elas estudavam e brincavam no horário da manhã quando eu estava lá. Entrei em silêncio, mas ele logo percebeu minha presença.

— Desculpa pela demora. Tive que fazer algo no amanhecer do dia.  —Eu disse me explicando.

— Eu sei. O casamento. Você não está atrasada. Sempre chega aqui mais cedo porque quer. Fico feliz que você tenha ido conversar com minha irmã. — Ele disse.

— Obrigada. — Eu disse depois de um tempo. — Por ter me encorajado a ir falar com ela.

Ele apenas sorriu ternamente e nós voltamos a trabalhar em silêncio arrumando as coisas das crianças. Logo o sinal tocou e todas elas começaram a vir para as duas salas. Alguns vinham agitados, outros ainda acordando, mas todos eram muito gentis comigo e principalmente com Roman.

Aubree era sempre a última da fila. Ela sempre estava sonolenta. Me lembrava quando eu fingia estar doente para dormir até tarde no orfanato. Ela sempre abraçava Roman primeiro e ele a sacudia, fazendo-a rir e se espertar para o dia que estava começando. Logo depois, ela vinha me abraçar e seu abraço era tão quentinho. Aquilo sempre aquecia meu dia. Eu amava mais estar ali do que imaginava.

Hoje era dia de recreação psicológica. Eles faziam qualquer atividade para se conhecerem melhor e conviverem melhor em grupo. Parecia bobo, mas era uma atividade que evitava vários tipos de conflitos entre eles. Uma psicóloga chamada Jennifer estava sempre lá.

— Crianças. Hoje a atividade é simples. Cada um coloca seu nome no começo da folha inclusive os monitores. — Ela disse olhando para mim e Roman.

Nos sentamos e ela continuou.

— Façam uma linha no meio da folha. — Ela disse observando cada criança fazer. — Agora sua folha vai passar pela sala. Na folha de cada amiguinho você escreve algo que você gosta, e algo que você gostaria que ele mudasse. Assim vocês podem ajudar o coleguinha de vocês a ficar mais legal, e vocês podem ficar mais legal com os coleguinhas, ok? Quando a folha voltar pra vocês, vocês podem ler pra vocês e melhorar. Assim todo mundo pode ser legal com todo mundo.

— Ok, tia Jenn. — Responderam as crianças.

Todos escrevemos nas folhas de todos, e logo todos estavam silenciosamente lendo suas folhas. Me aqueceu ainda mais ler naquela folha as crianças dizendo que eu era carinhosa. Quando Reade me perguntou quem era o cara, eu sabia que não era um cara, mas várias crianças que estavam fazendo desabrochar em mim coisas que eu nem mais acreditava que estavam vivas em mim. Uma das opções estavam Bonita/ Teimosa. Eu sabia que era do Roman e ri pelo teimosa, pois ele era tão ou mais teimoso que eu. Procurei pela letra de Aubree, o que não era difícil de achar pois era a menor da sala e lá estava Gentil / Cega. Perguntei-me o motivo do cega, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa o sinal tocou para o recreio. Todos saíram para ir lanchar e logo eu estava atravessando a sala para ir conversar com Roman e arrumar a sala para a última aula.

Eu o olhei querendo rir.

— A menos que você tenha comido carne de palhaço, vamos me contar o motivo desse riso aí.

— Você é tão teimoso quanto eu. — Eu completei com deboche, mas logo rimos.

— Admitir já é um ótimo passo, Zapata.  —Ele disse com humor e joguei a mochila que estava na mão dele.

Voltamos a rir novamente.

— Teve tempo pra elogio. — Ele completou sorrindo. — Obrigada por ter tido que eu sou bondoso.

— É apenas o que eu acho. — Disse honestamente.

— Algum tempo atrás não era isso que você pensava, então é importante para mim.

— Às vezes a gente só precisa seguir em frente pra enxergar o melhor das pessoas. — Eu disse antes de sair da sala. Já havíamos terminado de arrumar tudo e eu tinha prometido brincar de amarelinha com Aubree.



ROMAN POV

 

Logo depois de entregar a coordenadora umas observações de algumas crianças, desci para quadra para ver elas brincando. Me sentei um pouco distante, mas o suficiente para escutar a todos. Todos brincavam, corriam, gritavam e como eu era feliz por poder ajudar elas a ter uma infância num orfanato daquele modo; diferente do modo que eu vivi. Era por isso que eu havia escolhido trabalhar com crianças, ao invés de trabalhar com o FBI. Eu apreciava o trabalho deles, e muitas vezes os auxiliava como consultor, mas meu coração batia para dar novas chances as pessoas assim como haviam me dado, e eu queria proporcionar essa nova chance pra elas desde a infância. Queria fazer com que elas nunca tivessem uma infância como a traumática que eu tinha. Queria que eles tivessem a chance de decidir sem interferências quem eles queriam ser desde criança.

Sai dos meus pensamentos quando escutei a risada alta e sempre muito harmônica de Aubree. Olhei e Tasha estava caída na chão rindo e ela estava logo em cima dela. As duas rindo de algo que eu não tinha entendido o que era, mas elas pareciam se divertir. Elas sorriam de forma muito bonita juntas.

Eu havia ficado surpreso por ver uma pessoa que considerava tão fria e séria como Tasha lidar tão bem com crianças. Foi a mesma coisa que ela havia me dito umas semanas atrás. Estávamos sempre nos surpreendendo um com o outro. Me surpreendi por me pegar sorrindo naquele momento, não só pelo sorriso de Aubree, mas por ver Tasha lidando tão bem com minha menininha. Isso era sinal de alguma coisa?

Antes de me auto responder o sinal tocou. Todos estavam voltando pra sala. Eu estava na porta, mas do lado de dentro e todos já haviam entrado até que escutei Aubree conversando com Tasha.

— Mas por que você acha sou cega? Eu pisei no seu pé sem querer, princesa? — Tasha perguntou.

Aubree riu com diversão.

— Não, tia, mas a senhora não percebe as coisas. — Ela disse logo depois.

— Tipo o que? — Tasha perguntou.

— A senhora nunca percebe o jeito de novela que o tio Roman olha pra senhora.

 


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Notas finais do capítulo

Aubree a famosa joguei o climão e sai correndo hahahaha Aprecio qualquer comentário!



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