- Collin! – O abracei. Eu não conseguia acreditar que estava abraçando o meu irmão depois de 4 anos.

- Jenny! Ai meu Deus, que saudades! – Ele disse.

- Jenny, quem é? – Ouvi Meg perguntar atrás de mim.

- Meg, esse é o nosso irmão, Collin.

Collin abriu um sorriso imenso ao ver Meg e a abraçou muito forte.

- Meu Deus! Vocês não sabem o tamanho da saudade que eu estava de vocês!

Ele soltou Meg e disse:

- Peraí, deixa eu analisar vocês. Meg, eu te vi bebê! Agora você está enorme! E Jenny, você era uma pirralha de 12 anos agora está uma adolescente! Como isso foi acontecer?!

- É, você perdeu muita coisa... – Falei.

- Ah Jenny, me desculpe por te deixar aqui sozinha cuidando da Meg e sofrendo nas mãos do Brad. Você era muito nova pra passar por tudo isso. Eu fui um idiota.

- Tudo bem. – Dei um pequeno sorriso.

- E eu não acredito que ele ainda lhe obriga a fazer essas coisas! – Ele apontou para o meu avental.

- É, mas eu tenho que fazer isso senão eu posso ser expulsa de casa.

- Sinto muito...

- Sim, mas acho melhor a gente conversar mais tarde antes que o Brad apareça aqui e... – Eu ia falando, mas fui interrompida por Brad ao meu lado.

- Ora, ora, ora. É como diz o ditado: “O bom filho à casa torna”

- É Brad, mas eu tenho certeza que nunca fui um bom filho para você, não é? – Collin disse.

- Graças a Deus você não é meu filho. Menos uma perturbação.

- É, então eu acho que o fato de eu ter fugido de casa foi bom para nós dois, certo? – Disse Collin.

- Com toda certeza. – Brad concordou.

- Ok, ok. Chega de papo. – Interrompi a conversa antes que aquilo se tornasse uma discussão. – Collin, você pode me explicar por que depois de 4 anos você voltou do nada?

- Bom, quando eu fugi daqui, fui para o exército. Mas aí eu percebi que a vida militar não era para mim. Então eu decidi me mudar para Princeton porque assim eu matava a minha saudade de vocês e procurava um emprego. – Ele explicou.

Brad sorriu ao ouvir a frase “procurava emprego”.

- Nem pense nisso, Brad. Eu nunca irei trabalhar para você. – Collin disse. - E Jenny, eu queria saber se você e a Meg aceitam jantar comigo hoje para eu apresentar a minha namorada a vocês.

- Ah, tudo bem. Aí eu posso lhe apresentar o meu namorado também. – Sorri.

- NAMORADO? VOCÊ TA NAMORANDO? – Collin gritou, surpreso.

- É, ela ta namorando aquele imbecil da concorrência. – Brad disse, despreocupado.

- Mas... Mas... Você é só uma criança. – Collin disse.

- Collin, eu já tenho 16 anos, ok?

- Ok, ok. Eu acho que posso lidar com isso. Vão se arrumar que eu espero vocês duas aqui embaixo.

- Ok. E eu aproveito e ligo pro Zack. – Falei subindo as escadas com Meg ao meu lado.

Liguei para Zack e fui me arrumar. Coloquei um vestido curto verde-escuro tomara-que-caia e um all star preto. Decidi deixar meu cabelo ruivo solto.

Enquanto eu colocava um vestido vermelho de alcinhas em Meg, ouvi a discussão começar lá embaixo:

- Eu não acredito que você ainda obriga a Jenny a fazer tudo para você. – Collin gritou.

- O que acontece dentro da minha casa não é da sua conta. – Brad disse, secamente.

- O que acontece com a minha irmã é da minha conta sim. Isso é exploração! – Collin respondeu.

- Garoto, eu pago as contas dela, dou casa, comida e trabalho! O mínimo que ela pode fazer por mim é isso! – Brad começou a gritar.

Eu havia esquecido o quanto Collin e Brad não se davam bem.

Prendi o cabelo castanho-claro de Meg em um rabo-de-cavalo e desci correndo as escadas com ela no colo antes que aqueles dois começassem a se bater.

- Vamos? – Perguntei à Collin.

- Jenny... – Brad me repreendeu.

- Ah! Fica tranqüilo, Brad. Seu jantar está na geladeira. É só colocar no microondas. Pelo menos isso você sabe fazer, não é? – Falei.

- Sei. – Ele respondeu, grosso.

Ouvi a campainha tocar e fui correndo atender a porta. Já imaginava quem seria.

- Preciso dizer que você está linda? – Zack falou, com o braço apoiado na soleira da porta. Totalmente sexy com uma blusa branca um pouco apertada marcando seus músculos, uma calça jeans preta e um all star vermelho.

Sorri e o lhe dei um beijo longo.

Depois de alguns segundos ouvi alguém pigarrear atrás de mim. Me virei e vi Collin levantando a sobrancelha.

- Ah, Collin esse é Zack, meu namorado. Zack, esse é Collin, meu irmão.- Os apresentei.

- Collin??!! O seu irmão fugitivo?? – Zack perguntou, surpreso.

- Você fala como se eu estivesse fugindo da polícia. – Collin disse.

- Na minha opinião, o Brad é como se fosse a polícia. – Zack falou e todos rimos, com exceção de Brad.

- Sai da minha casa, moleque. – Ele disse à Zack.

- Tecnicamente eu não estou na sua casa, Brad. Eu estou na soleira da porta pisando no chão da rua. – Zack sorriu.

Brad cruzou os braços e fez cara de poucos amigos para Zack.

- Ok, ok. Já estamos indo. – Zack disse, levantando os braços, como se estivesse dizendo que estava se rendendo.

Encontramos com a namorada de Collin em frente ao restaurante japonês Sushi & Cia. Ela se chamava Andressa. Era bem bonita e simpática. Descobri que eles estavam namorando à quase dois anos. Parecia ser um namoro bem sério, tanto que Collin estava procurando um apartamento para os dois morarem juntos.

Sentamos em uma mesa e logo Meg falou:

- Eu quero batata-frita!

- Er... Meg, aqui é um restaurante chique, você vai ter que escolher outra coisa. – Falei.

- Hambúrguer? – Ela perguntou.

Olhei para a cara de Zack e nós dois começamos a rir.

- Vamos ver algo para você aqui no cardápio, Meg. – Zack falou, abrindo o cardápio. Nós dois consultamos todas as comidas que tinha.

Olhei para Collin e sua namorada que também analisavam outro cardápio. Eles iam fazendo caretas a cada nome que liam.

- Pizza? – Collin perguntou quando terminou de ler o cardápio.

- Claro! – Todos dissemos em uníssono.

No final das contas, fomos todos parar na Parmê divindo uma pizza tamanho família de calabresa.