Perseu, ou como gostava de ser chamado, Percy, dava mais uma volta em frente ao espelho. Mas também ele não tem culpa, quem nunca tentou se arrumar ao máximo para encontrar aquele ou aquela crush.

Hoje de manhã seus cabelos negros como petróleo estavam ainda mais revoltos, como se soubesse de seu plano de ir completamente lindo para a escola. Suas olheiras ainda continuava em seu rosto, um resultado de noites de estudo árduo para uma maldita prova. Na opinião dele, provas e boletins não definiam a capacidade de inteligência de ninguém, mas para sua mãe os boletins continuavam firme e forte como prova de inteligência.

Os olhos verdes água estavam brilhantes, há um ditado que diz que os olhos são os espelhos da alma. No seu caso, na sua alma estava chovendo flores roxas e cor de rosa juntamente com docinhos azuis, que é sua cor e comida favorita.

Focou os olhos nas roupas que usava: calça jeans, um blazer vermelho que tinha o brasão da escola por cima de uma camisa social, juntamente com uma gravata preta. O porquê dessa roupa um tanto formal? Simples, uniforme obrigatório para todos. Claro o das meninas eram diferentes.

Pegou a mochila em cima da cama e desceu as escadas. Deu um beijo rápido na bochecha de sua mãe, fez um toque com Tyson e por fim acenou com a cabeça para Paul. O ônibus já devia estar chegando. Saiu de casa dando de cara com Grover, seu amigo que é amigo da natureza, flautista e meio estranho quando está comendo enchilhadas de queijo.

— E aí Percy. Vai um cafézinho? - Disse estendendo uma garrafa térmica vermelha.

Percy ia pegar, jurava por Zeus, mas havia um certo problema.

— Ah não Grover! Está cheirando a queijo! Que nojo cara. - Grover apenas deu de ombros.

— Sobra mais para mim, otário - Ele disse rindo da cara de nojo que mais parecia a máscara da morte.

Percy avistou o ônibus amarelo virar a esquina de sua casa.

— Vamos menino bode - Percy deu esse apelido para Grover durante um filme, Invocação do Mal. Eles foram assistir no cinema, Grover ficou com tanto medo que berrou tipo bode.

Entraram no ônibus e foi em direção quarto banco, no meio do ônibus. Todos pareciam desanimados, sonolentos, mas também em uma segunda feira de manhã é impossível ficar animado. Mas para Percy, é seis horas observando sua futura esposa, mãe dos seus futuros filhos. Ou só Annabeth Chase.

Falando em Annabeth Chase, ela está agora subindo os dois pequenos degraus do ônibus. Percy sentiu suas pupilas se dilatarem. O blazer e gravata lhe caia muito bem, assim como a saia rodada preta do uniforme e o all star preto de cano curto nos pés 35 dava-lhe um ar "revolto". Mas a verdade é que Annabeth Chase é bipolar, possui um pouco de tudo dentro de sí, mas segundo Percy, ele podia dar conta.

O cabelo loiro com mechas mais escuras estava ondulado e partido ao meio, esse cabelo, na opinião de Percy, realçava sua boca rosada que parecia um botão de rosa. As poucas sardas que tinha era de cor caramelo, que realçava sua pele branca. Seus olhos tinham um tom cinza, uma cor tão mórbida, que passa frieza, mas nos olhos dela, era o céu cinza. Aquele tipo de céu que te faz querer ibernar dentro de casa.

Ou seja, totalmente adorável.

Percy sabia o porquê dos pernilongos a picam, é porque Annabeth é doce por dentro e por fora. Bom, essa era sua teoria, uma teoria idiota, mas era.

— Cara, para de babar, um dia ela ainda vai perceber. - Falou Grover levantando o queixo do amigo - Já basta você babar enquanto dorme.

— Não enche Grover, se você não fosse apaixonado pela Juniper você veria o que eu estou vendo agora. - Percy falou fazendo um biquinho infantil.

Annabeth foi em direção a sua amiga, Thalia, esta que era o problema ambulante, sempre flertando com Apolo, o orientador pedagógico da escola. Mas Annabeth não se importa, elas são a favor da tese de que "os opostos se atraem", tanto no amor, tanto na amizade.

— Vai lá falar com ela.

Encoraja Grover, dando sinais do efeito do café. O menino bode estava começando a ficar elétrico, quase tão elétrico como os olhos de Thalia, melhor amiga da sua futura esposa e mãe dos seus filhos.

— Você sabe que eu não consigo - Disse passando a mão nos cabelos que se revoltaram mais por causa do vidro da janela aberto.

— Deixa de ser frouxo menino. Nem parece que tem dezesseis anos!

— Ah me deixa Grover! Se for pra falar de frouxidade, estamos nós dois no mesmo barco furado. - Falou apontando o dedo no nariz do amigo.

— Disso eu não posso discordar...

Percy sorriu convencido.

O ônibus parou em frente à escola. NY High School. Bem patético na opinião dele. Percy pode ser classificado como o cara que pensa demais e fala de menos.

Todos desceram do ônibus, encontrando os adolescentes parados em frente à escola, sentados a beira da fonte ou em frente seus carros, bicicletas ou motos. NY High possui uma grande variedade de alunos e estilos.

Hey Juliet... Hey Juliet
Hey I've been watching you
Every little thing you do

Percy seguiu Annabeth com os olhos, e o pior é que ela percebeu isso.

Annabeth conhecia ele, o menino alto, moreno e de olhos verdes, digamos que ela tinha uma quedinha por ele. Mas não era só ela, tinha a garota do clube de artes, a do clube de música, a que se achava rainha da escola. Annabeth percebe o quanto isso é clichê, por isso preferia não investir; ela prefere as coisas originais, mas isso não significa que ela não goste dos clichês. Como foi citado acima, Annabeth é toda confusa, bipolar, indecisa.

Ela prefere observar as pessoas, ela acha que tem um talento especial para detectar sentimentos de outras pessoas, mas quando se trata dela, não sabe o que fazer.

— Talvez se eu não fosse tão confusa e bagunçada...

— O que disse? - Thalia falou tirando o iPhone prata da cintura.

— Hum!? Ah nada... Estava pensando alto. Qual a nossa primeira aula mesmo? - Disse Annabeth se enrolando nas palavras.

— Acho que da professora Ártemis.

Annabeth amava a aula dela, literatura.

Annabeth e Thalia seguiu em frente e entrou na escola, assim como Percy e Grover.

"Queridos alunos, aqui é seu diretor, Quíron. Venho comunicar que antes de entrarem para suas devidas salas, seu orientador pedagógico, Apolo, quer dar uma pequena palestra que preparou em seu tempo livre nas férias para você. Por favor se direcionem até o ginásio, seus professores estarão a espera."