50 Tons de Mentiras escrita por Carolina Muniz


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oiii, eu sei que demoro, é porque eu to no final do curso, é complicado, muita coisa para fazer rs mas não desistam de mim não, e vou responder os comentários, prometo, amo todos ♥



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♥ Capítulo 20 ♥

"A imagem que você tem de todas as pessoas provavelmente não corresponde à realidade em algum aspecto."

— A Coroa, Kiera Cass

➰➰➰

Setembro, 1997.

Elena tocava sua barriga de forma descarada, como se para mostrar que estava grávida, mesmo que fosse bem aparente com a espuma falsa daquele tamanho. Ela caminhava com Linc no aeroporto, estava tentando ser ao máximo a mulher perfeita ultimamente, depois de uma quase separação sua sorte foi aquele teste de gravidez dar positivo, logo quando nunca havia pensado que um bebê funcionaria de verdade.

— Não demore a voltar – a loira murmurou, virando-se para o marido. – Não esqueça que vou ver tia Julieta assim que sair daqui.

Linc passou a mão pelo cabelo e assentiu, sem se despedir de forma melosa como Elena estava tentando fazer, apenas seguiu para a sala embarque.

Elena logo voltou para o carro, dando um aceno para o motorista, e ele logo sabia o que tinha que fazer.

A mulher retirou a barriga falsa com um suspiro, aquilo apertava de forma desconfortável, e jogou sobre o banco. Tinha que ser aquela noite, Linc voltaria logo no outro dia e não podia arriscar nada. Seguiu para a casa que estava abrigando Carla, a garota burra que havia engravidado aos 14 anos e tentava esconder da mãe. Foi difícil Elena conseguir convencê-la, mas logo a garota se deu por satisfeita quando a loira mostrou o mundo de oportunidades que poderia dar a criança e até mesmo a ela.

Carla recusou receber qualquer dinheiro, uma vez burra sempre burra, claro, mas até foi bom, assim Elena não teria que explicar com o que havia gasto tanto dinheiro desde que Linc se recusava a deixar Elena ter a própria conta ou andar com dinheiro vivo.

— Já está tudo pronto? – questionou a loira ao motorista.

— Sim, eles já chegaram, e as acomodações da garota também já estão prontas para recebe-la no hospital.

— E os médicos? A documentação?

— Só falta colocar o nome no registro e vai ser como se tudo estivesse acontecido com a senhora no meio da estrada, então chegou ao hospital já com a criança, tem restrições dos médicos que podem entrar em seu quarto e as enfermeiras já foram pagas.

— É bom falsificar um teste de DNA também, Linc pode desconfiar.

— Já está pronto, senhora, imaginei que fosse pedir – o motorista respondeu.

Elena deu um sorriso cúmplice.

— Eficiente como sempre – elogiou, tocando o ombro do outro sugestivamente.

Não demoraram a chegar na casa afastada da civilização eu Elena havia arrumado para seu plano. Saiu do carro e lá já estavam o médico obstetra e a enfermeira que contratado.

— Ligou para sua mãe? – a loira questionou à garota na cama assim que entrou.

— Sim, eu disse que ficarei mais alguns dias – respondeu a menina.

Carla havia conseguido convencer a mãe de ir para uma espécie de acampamento avançado de férias, Elena ajudara naquela equação, mas o bebê demorou a nascer, já era setembro e nada. Sua mãe já estava ficando louca. Até que naquela tarde a bolsa havia estourado, porém o médico lhe disse que poderia demorar ainda horas para que sua filha nascesse, o que não deixou Elena feliz.

— Vai demorar muito? – a loira questionou, sentando-se numa das cadeiras da casa pequena, mirando Carla sentada na cama enquanto a enfermeira limpava o suor de sua testa.

— As contrações estão com intervalos longos ainda, e ela só tem três centímetro de dilatação, posso afirmar que vamos ficar algumas horas aqui – o obstetra informou.

Elena revirou os olhos.

Se pudesse teria feito uma cesárea, mas era complicado mentir um procedimento cirúrgico, sem contar que a garota havia se recusado veemente por que não poderia ter uma cicatriz pois sua mãe poderia ver.

Crianças...

— Cadê os documentos? – Elena exigiu enquanto Carla tinha outra contração e mordia o próprio braço.

Foram horas, já passava de meia noite quando o obstetra confirmou que estava na hora. Elena permaneceu sentada, aguardando o momento, estranhamente sentindo um aperto no peito.

É, podia ser ela ali. Podia ser ela se não houvesse perdido seu bebê com apenas cinco semanas de gestação, com o mínimo esforço que havia feito. Não havia contado a Linc, claro que não. Ainda mais quando ele resolveu que não seria uma boa ideia se divorciar com ela estando grávida, e ela não iria aceitar um divórcio de um casamento que havia assinado – sem saber – um acordo pré-nupcial sem um filho para garanti-la.

Carla apareceu em sua vida uma semana depois, chorando num canto de uma praça por estar grávida, o pai não querer assumir e sua mãe ser católica.

Ela não queria abortar, não acreditava na crença de que o feto não sentiria dor e sua própria consciência não queria deixar.

Elena foi como um anjo para a garota, que com catorze anos só conseguia pensar que sua mãe a expulsaria de casa, só conseguia acreditar na cena de Elena sobre o quanto queria ser mãe e não podia.

Elena se voltou ao presente quando escutou um choro fino e alto.

Havia nascido.

Sua filha.

Ela queria um menino, mas uma menina não faria mal, ela a ensinaria como deveria ser e pronto.

A loira se levantou e seguiu até a enfermeira que limpava a garotinha, esperou pacientemente e então a pegou nos braços pela primeira vez.

— Ela está bem? – questionou.

— A escala de Apgar está perfeita, é uma menina linda e saudável – respondeu a enfermeira.

Era linda, tinha que admitir. Pequenina, as bochechas gordinhas ardendo de cor, a cabeça em volta de cabelos negros e lisos, os olhos incrivelmente azuis já abertos.

Não importava que não se parecesse com ela ou com Linc, podia se parecer com um parente mais distante, com uma avó paterna ou um primo de segundo grau. Era sua filha e ponto.

— Me deixa vê-la – Carla pediu, a voz fraca pelo esforço de um parto.

Elena se virou, mostrou a menina rapidamente e logo voltou para a cadeira que estava sentada, admirando sua coisinha.

— É melhor irmos para o hospital, senhora – seu motorista falou.

A loira assentiu com a cabeça.

— Não, me deixa pegá-la, só uma vez – Carla insistiu.

— É melhor não, apenas se recupere e volte para casa, cuidarei de tudo para sua recuperação – a loira seguiu para a porta, segurando firme a bebê contra si, ouvindo o choro de Carla. – Deveria me agradecer, estou te dando uma chance de continuar com sua vida, e dando uma chance a essa menina.

— Que nome vai dar a dela? – questionou Carla, passando as costas da mão pelo rosto.

Elena provavelmente estava certa.

— Ana. Anastasia – a loira se conteu ao dizer apenas.

Anastasia Rose Lincoln Timber. Aquele era o nome de sua filha, mas não ousou a completa-lo para Carla. Havia dito até mesmo seu sobrenome errado.

— E, Carla, – ela voltou a falar antes de o motorista fechar a porta da casa – esqueça que deu à luz a essa criança, você não vai querer conhecer meu lado ruim.

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Notas finais do capítulo

.... digo é nada...



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