Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 5
Wasting My Young Years


Notas iniciais do capítulo

Boa noite minhas lindezas acabei de receber a notícia que meu avô materno faleceu. Bem não sou nenhuma desalmada - por estar aqui postando - me entendam, pois sei que ele vinha lutando contra o câncer e estava há poucas semanas na pior na UTI. O dia da postagem era pra ser amanhã e eu poderia pedir a Sany para postar, mas preferi vir eu mesma e já agradecer o carinho que vocês vem tendo conosco. Saibam que para nós está sendo maravilhoso poder escrever algo envolvido na trama THG. Não cansaremos de agradecer o carinho que cada um está tendo. Sei que muitos estão ansiosíssimos por certas cenas e vocês serão muito bem recompensados pela espera, mas temos que ir abordando alguns fatos importantes que resultarão lá na frente, mas continuem aqui conosco. Nas notas finais tenho um recadinho. Espero que gostem do capítulo de hoje...



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Você cruza essa linha,

Você acha que é difícil dizer isso para mim esta noite?

Eu andei essas milhas, mas eu andei em linhas retas,

Você nunca vai saber o que havia lá para ficar bem.

Eu estou desperdiçando minha juventude,

Não importa,

Eu estou perseguindo mais ideias,

Não importa.

Baby, nós estamos, nós estamos,

Talvez eu esteja desperdiçando minha juventude,

Baby, nós estamos, nós estamos,

Talvez eu esteja desperdiçando minha juventude.

Você não sabe que é tudo o que eu sinto?

Eu não me preocuparia, você tem todo o amor,

Eu já ouvi que leva algum tempo para obtê-lo direito.

(Wasting My Young Years - London Grammar)

Pessoas acenavam eufóricas enquanto o trem diminuía a velocidade ao se aproximar da estação na Capital. Repórteres tentavam a todo custo chegar o mais perto possível da área de desembarque. Johan e Narah estavam visivelmente nervosos e Peeta com todo seu carisma sorriu para ambos antes que saíssem do trem, tentando incentivá-los a fazer o mesmo.  Durante o café havíamos conversado sobre a importância dos patrocinadores e do quanto era importante o público estar interessado neles. Observei pela janela o momento que ambos saíram e foram cercados, enquanto eram levados para a equipe de preparação no Centro de Transformação.

                Admito que pensei que com os jogos toda a atenção se voltaria aos novos tributos, mas assim que Peeta e eu descemos do trem alguns minutos depois fomos cercados por câmeras e bombardeados de perguntas:

                — Como está a vida de casados?

                - Vocês estão felizes?

                - É verdade que vão se mudar para Capital?

                Era realmente difícil entender todas as perguntas já que eram feitas de uma vez, e um número considerável de pessoas estava gritando, tentando chamar nossa atenção. Peeta que como sempre parecia estar preparado, sorriu e deu pequenas declarações.

                - Estamos muito felizes. Acordar todos os dias ao lado dela é um sonho realizado. – ele sorria enquanto me abraçava e nos conduzia ao carro que já nos esperava. E assim que o mesmo se colocou em movimento pelas ruas ele respirou fundo. 

                Assim que chegamos ao Centro de Transformação encontramos Cinna e Portia esperando por nós. Ver meu amigo me deixou muito feliz, mesmo sendo da Capital aqueles dois pareceriam entender como os moradores dos Distritos sentiam. Tínhamos tempo até a cerimônia de abertura dos jogos, então conversamos um pouco. Segundo Portia, eles estavam sendo muito procurados após os jogos do ano passado, mas depois do casamento a procura por modelos desenhados por eles triplicaram.

                - Sua roupa para essa noite já está na sala que vai usar aqui.

                - Tem um modelo pra mim? Achei que estaria ocupado com tanto trabalho.

                - É claro que, tem um modelo para você. Sempre vai ter algo para você. Mas agora preciso ir conhecer a Narah minha nova garota quente. – brincou - Pelo que vi ela está muito assustada e nervosa. – queria dizer a ele que eu também estava, mas me limitei a concordar com a cabeça. 

                Hoje as atenções estavam voltadas para os tributos então minha equipe não veio me preparar, ao invés disso outras pessoas vieram para uma rápida seção de beleza antes que fosse terminar de me aprontar sozinha. Cinna, como sempre sabia o que estava fazendo e embora não tivesse preparado um vestido desenhou um lindo macacão. O tecido vermelho de excelente qualidade tinha o corte perfeito, a boca leigamente larga para ser usado com salto, era sem mangas e com um decote discreto. Os vestidos de menininha apaixonada haviam ficado para trás, agora era a representação de uma esposa e mentora. 

                Peeta foi me buscar e devo admitir que Portia - mesmo não nos deixando combinando - tinha feito também um trabalho excelente. O terno preto e a camisa grafite caíam muito bem nele. Pelos corredores foi possível ver alguns rostos familiares de ex-tributos que vi pela televisão e embora muitos tenham nos olhado, nenhum deles vieram falar conosco.

                Não foi preciso esperar muito para que Johan e Narah aparecessem com as equipes de preparação usando roupas incrivelmente lindas que mesmo não pegando fogo tinha um efeito espetacular. Não faria sentido pedir para que ficassem de mãos dadas, já que a última coisa que queríamos era provocar a ira do presidente. Então apenas aconselhamos que entrassem de cabeça erguida e sorrissem. 

                Acompanhamos pela enorme televisão a transmissão que estava acontecendo ao vivo.  Caesar Flickerman e Claudius Templesmith narravam tudo de forma animada e assim que a carruagem do Distrito 12 apareceu, Caesar não poupou elogios lembrando da nossa entrada no ano anterior.

                - Os estilistas do Distrito 12 não fizeram menos esse ano Claudius, mas também estamos falando dos estilistas mais requisitados de Panem.

                - Depois do vestido da nossa querida Katniss, não era para menos. Aquele vestido de noiva entrou para a história de tão lindo. Fontes seguras me disseram que ele está sendo o modelo mais pedido desde o casamento no início do mês.

                - Quem não gostaria de se casar no estilo do casal mais apaixonado de Panem? Agora vamos ouvir o discurso presidencial.

                Ver o presidente mesmo que pela televisão não me trouxe nenhuma sensação boa, pelo contrário senti um calafrio por toda minha espinha.  Assim que os rostos dos tributos começam a aparecer na tela, observo que Johan e Narah aparecem tanto quanto os Distritos carreiristas e considero isso um bom sinal. Quando o hino termina e as carruagem começam a se mover novamente Effie nos leva até o lado de fora, onde alguns repórteres já estão conversando com os outros mentores. Peeta me abraça e sorri nos conduzindo até eles. Então começa a responder perguntas e falar sobre nossos tributos enquanto tento sorrir.

                Quando chegamos ao Centro dos Tributos já está quase na hora do jantar e sinto um certo alívio ao me juntar aos outros na mesa. Estar no nosso andar chega a ser reconfortante depois daquele dia.  Aceito o vinho e presto atenção na conversa amena que está acontecendo na mesa. Segundo Effie tudo tinha sido um sucesso e obviamente ela estava nas nuvens com isso. Mas no momento em que meus olhos se cruzam com os da Narah senti um aperto no peito ao ver todo o temor em seus olhos por mais que ela tentasse disfarçar. Então quando sevem a jantar mal toco na minha comida.

(...)       

Na manhã seguinte antes de mandá-los para o primeiro dia de treinamento conversamos sobre estratégia. Nenhum dos dois parecia ter muitas habilidades que pudessem ser usadas, ainda assim focamos na força do Johan e em relação a Narah optamos por tentar utilizar ao máximo seu modo silencioso e furtivo que demostrava ter. Enquanto foram para o treinamento Peeta e eu nos aprontamos para nos juntarmos aos outros mentores em um coquetel no jardim dos fundos do Centro de Treinamento. Pelo que Effie nos explicou, era a ocasião onde descobriríamos quais vitoriosos iriam atuar como mentores naquele ano. E, de certa forma tentar nos conhecer um pouco e socializar. Haymitch por outro lado tinha nos alertado que apesar de todo o clima ameno, aquele era o momento onde deveríamos observar e ter muita atenção já que para os mentores os jogos já haviam começado e esse era o tipo de ocasião onde muitos começavam a planejar alianças e avaliar pontos fracos e pontos fortes.

— Ah, olhem eles aí, os Amantes Desafortunados. – uma voz feminina e bem enjoada caçoou assim que Peeta e eu descemos o último degrau da escada que dava para o jardim.

— Você é?... – Peeta pergunta indiferente ao comentário.

— Sou Cashmere, meu irmão Gloss também é um vencedor, somos do Distrito 1. Infelizmente ele não veio para os jogos deste ano. – ela é loira e parece bem metida, usa roupas exageradamente sensuais, coloridas e brilhantes mesmo para a hora do dia, mas ignoro isso. – O casamento de vocês entrou para a história, que lindo, não? – acho que a ironia faz parta de seu vocabulário.

— Não só nosso casamento como muitos acontecimentos. – Peeta sorri com certo deboche e acabo sorrindo com isso. – Quer comer algo? Você quase não tocou em seu café da manhã. – pergunta carinhosamente quando a loira se afasta.

           - Não, obrigada. Acho que é um pouco de ansiedade. – explico e ele parece entender.

Começamos a caminhar pelo ambiente e alguns vem nos cumprimentar e felicitar pelo nosso casamento. Até certo ponto são bem receptivos. Conhecemos Chaff, do Distrito 11 ele nos perguntou sobre Haymitch e disse que eram velhos amigos. Tenho muita vontade de perguntar sobre as famílias de Tresh e Rue, mas temo que não seja hora e nem lugar, já que muitos pacificadores se encontram aos arredores. Percebo que a maioria dos mentores vieram sozinhos.  Peeta age de forma impecável, simpático com todos que se aproximam, mesmo aqueles que obviamente estão sendo irônicos como Cashmere.

Respiro diversas vezes sentindo um calor repentino. O sol está forte e mesmo o jardim sendo cercado por árvores e ter muita sombra o ambiente continua abafado demais. Caminho até a mesa de bebidas, mas noto que são tantos líquidos de diversas cores que fico na dúvida qual escolher.

— Se quer aliviar a tensão, sugiro o tekmalt, mas se for só para relaxar o vult é o mais indicado. – uma voz próxima ao meu pescoço me fez sobressaltar e assim que meus olhos veem a quem pertence a tal voz, fico meio aturdida – Sou, Finnick Odair, encantado em conhece-la Sra. Mellark.

— Acho que pode me chamar por Katniss, afinal sou nova para ser chamada por “senhora”. – ele sorri demonstrando os diversos parênteses e deixando mais nítido a covinha em seu queixo.

— Certo... e cadê aqueles vestidos de menina? – pude notar certo divertimento em sua voz.

— Não sou mais uma menina, me contento com jovem casada. – ele se aproximou mais e tive que dar um passo para trás.

— Tem sorte de você e seu marido não precisaram ser oferecidos à Capital como eu.

— O que quer dizer com isso? – vinco minha testa não entendo onde quer chegar, pois eu me sinto sim, entregue à Capital.

— É melhor deixar para lá, você não ia querer saber dos detalhes. – pego qualquer bebida e levo até meus lábios sentindo um doce aroma – Peeta, está vindo aí é melhor eu me afastar de você. – ele ergue as sobrancelhas enquanto sorri cinicamente – Peeta. – em um leve movimento com a cabeça ele o cumprimenta.

— Finnick. – meu marido retribui acenando de volta e assim somos deixados sozinhos – Ele queria o que? – Peeta o segue com o olhar e não entendo sua expressão facial.

— Queria saber o que todo mundo quer. – ele volta a me encarar – Como nós estamos.

— Ele tem uma fama meio narcisista. – engulo de uma vez terminando o conteúdo do pequeno copo que peguei e sinto minha mente anuviar-se por um instante.

— Ele não me chama a atenção. – Finnick é um jovem bonito e atraente, deve ter em torno de vinte e seis anos, mas a verdade é que nem casada eu queria estar, então não importa reparar nele.

— Você está bem? – ele se aproxima mais de mim e passa a mão pelo meu rosto colocando uma mecha que estava em meu rosto atrás da minha orelha.

— E, por que eu não deveria estar bem? – sussurro quase colando meu rosto ao seu e acabo por dar um selinho em seus lábios. Ele parece estranhar minha atitude e a verdade é que, até eu estranhei.

O novo idealizador dos jogos aparece cumprimentando a todos e acaba por dar um breve discurso, dizendo o quanto é importante ganharmos a confiança de cada patrocinador. Ao final ele se encaminha até onde Peeta e eu estamos em pé com nossas mãos entrelaçadas.

— Ora, é um prazer revê-los. – nós o conhecemos no último dia da turnê da vitória, precisamente na noite em que nos ofereceram uma festa em comemoração ao nosso noivado no palácio presidencial.

— Haevensbee. – Peeta parece não demonstrar muita alegria ao revê-lo e pra dizer a verdade nem eu, ainda assim estende a mão para ele em um aperto firme.

— E, essa garota em chamas, continuará a se acender? – ele segura minha mão livre e a leva até os lábios depositando um beijo nas costas da mesma. – O Distrito 12 não deixou a desejar na abertura, todos estão ansiosos para ver como nosso amado casal vai se sair como mentores esse ano.

— Vamos dar nosso melhor aqui fora para ajuda-los na arena. – o olhar dele é enigmático e tento não pensar muito nisso.

— Acredito que o meu tempo de me acender já tenha passado. – comento e ele ri. Peeta limita-se apenas em sorrir de leve, mas logo o faz desaparecer de seu rosto que parece tenso.

— Boa sorte para o Distrito 12. – dito isso ele se retira.

(...)

Todos se dirigem para os elevadores e propositalmente vamos ficando para trás, quase todos já subiram, quando nós entramos em um que acabou de retornar, uma figura feminina intimidadora entra logo atrás.

— Ah, isso tudo é um saco. Como podem nos fazer ter esses tipos de encontro sabendo que nossos tributos serão massacrados uns pelos os outros. – revira seus olhos demostrando claramente seu tédio – Já que é assim, sou Johanna Mason, Distrito 7. – ela nos encara de cima à baixo e para seu olhar por um tempo em Peeta.

— Eles sempre surpreendendo, não é? – comento sem muita emoção e aproveito para me aproximar um pouco mais de Peeta e apertar um pouco mais nossas mãos.

— Claro, a Capital é sempre condescendente. – ela bate os lábios um no outro e se vira para Peeta com um leve sorriso. – Você parece mais maduro pessoalmente. Pela televisão ano passado parecia um garoto, agora pessoalmente parece um homem. – noto que ele sorri e ela dá um passo na direção dele antes de iniciar uma árdua conversa me ignorando totalmente.

O percurso parece demorar mais do que o normal e assim que o elevador para no sétimo andar ela dá uma piscada direcionado a ele e no minuto que as portas tornam a se fechar largo suas mãos, já que estamos sozinhos.

— O que eu fiz? – pergunta e eu o ignoro. Quando as portas tornam a se abrir vou em busca de morangos com chocolate – Katniss, temos que conversar...

— Jura? – ironizo enquanto continuo a ignora-lo, logo avisto o que eu procurava em cima da mesa.

— Vou tomar um banho antes deles chegarem. – não viro as costas para ver seu rosto, mas escuto um suspiro e seus passos se afastarem.

Nossos tributos ainda estavam no Centro de Treinamento. Como de costume passariam quase o dia todo treinando. Effie também tinha saído e disse que passaria o restante da tarde fora. Dois ou quatro Avox transitavam, caso precisássemos de algo.

Depois de me servir e comer uma boa parte do que estava sentindo vontade de comer. Caminho até o quarto e abro a porta esquecendo-me completamente de Peeta e dou de cara com ele sentado sobre a cama com uma toalha envolta a cintura e seu tórax exposto.

— Ah, me desculpe... – sinto minhas bochechas se aquecerem ele que estava de cabeça baixa enxugando o pé me encara sem constrangimento.

— Qual é Katniss, nem parece que me viu sem roupa alguma, na arena. – brinca se levantando e caminhando até onde estou parada feito uma estátua.

— Você estava quase morrendo e... – hesito um pouco e ele ergue a sobrancelha me incentivando a prosseguir – Não estávamos casados.

— E, qual é a diferença... – ele fecha a porta que eu segurava com uma força desnecessária e estica um braço fazendo-o ficar milímetros de distância da lateral do meu rosto – Ainda está brava comigo? – sinto sua respiração bem próxima ao meu rosto e por ser mais alto que eu ergo um pouco a cabeça para encará-lo.

— Eu deveria estar? – tento fazer minha voz não vacilar e inutilmente sei que não consigo. O que está acontecendo comigo?

— Pareceu até que estava com ciúmes... – solto uma risada até alta demais.

— Deixa de ser convencido. Eu não estava com... – observo um sorriso presunçoso ladear seus lábios e fico com raiva. – Não tenho motivo algum para ter ciúmes de você.  – passo por debaixo de seu braço e vou até o armário onde estão nossas roupas.

— Mesmo assim, sabe que tenho olhos somente para você, não sabe? – sinto um embrulho no estômago, mas quando me viro para lhe dar ou não uma resposta, vejo a porta do banheiro se fechar.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Viram o nosso amado casal sentindo um ciuminho um do outro? E a cena constrangedora? Haverá muitas. E devo dizer que no próximo capítulo terá surpresinhas, aguardem...

Na sexta-feira eu publiquei uma nova fanfic Peetinss, quem quiser dar uma olhadinha deixarei o link aqui embaixo. Um forte abraço a todos vocês, um super beijo e tenham uma ótima noite e um ótimo domingo. Até a próxima pessoal O/.

https://fanfiction.com.br/historia/726951/Together_Again/