Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany
Notas iniciais do capítulo
Oláaaaa tributos!!!! Por coincidência atualizei PA há exatamente um mês e cá estou trazendo um capítulo fresquinho pra vcs. Espero que gostem e deixo claro que PA está se encaminhando pra uma reta final. Já está na hora de finalizar e quero muito que vcs vejam como ficará o final. Bem alguns fatos não aconteceram como nos livros e nem nos filmes, eu quis criar esse diferencial, entretanto alguns fatores acontecerão em momentos diferentes. Espero que curtam.
Vamos ao capítulo, espero que gostem!
Assuma o controle de quem você é
Continue a mesma, não deixe que eles te mudem
Assuma o controle de quem você é
Porque ninguém vai te salvar
Assuma o controle de quem você é
Quando o mundo está ficando estranho
Assuma o controle de quem você é
Continue a mesma, não deixe que eles te mudem
Mas quando isso acabar
Quando isso acabar para você recomeçar
E abrir o seu coração
Assuma o controle de quem você é
Assuma o controle de quem você é
Quando você está se olhando no espelho
Sob os céus
Você vai enxergar um pouco mas nítido...
(Take Control - Kodaline)
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Coisas simples. Comece com o que sabe que é verdade.
Meu nome é Katniss Everdeen Mellark. Meu lar é o Distrito 12. Peeta foi deixado para trás mais uma vez...
Minha mente salta entre um evento e outro enquanto me refugio em um duto de ar abandonado. Atrás das bombas de água na lavanderia. Obviamente não tenho o luxo de ficar aqui por muito tempo, pois rapidamente sou descoberta.
— Sra. Mellark, não pode ficar aqui. – Alguém me adverte.
— Eu tive um pesadelo. Só mais cinco minutos – digo, reprimindo o choro.
— Precisa dormir. Podemos ajudar – sugere uma voz feminina e suave.
Não tenho tempo de protestar. Dois homens fortes adentram o espaço e me erguem do chão, como se eu fosse uma boneca esfarrapada, me debato tentando desvencilhar do aperto.
— Por favor... Não toque em mim! Não, não, não...
Os últimos dias tem sido uma tortura psicológica. Parece que de nada adiantou eu cumprir meu papel como o Tordo da revolução. Eles resgataram os vitoriosos, menos o Peeta. Toda vez que me lembro deste fato um conjunto de emoções ruins vêm à tona. Não sei se consigo seguir com isso. Eu preciso dele. Preciso ardentemente do seu toque e ouvir sua voz me amparando. A pior parte foi escutar o relato da Johanna sobre a tortura física e mental que sofreram na Capital. Doryan não quis detalhar e entendo.
Sinto meu corpo ainda lento e ao abrir meus olhos no quarto do hospital, me deparo com o olhar atento e preocupado da minha irmã.
— Se não parar de se esconder eles continuarão te dopando – fala ela. — Tem certeza de que quer isso?
— Não aguento mais, Prim – declaro vencida. — Eu preciso dele aqui comigo.
— Eu sei. – Ela se aproxima e senta na ponta da cama e começa a afagar meus cabelos. — Depois que saiu correndo da sala do Comando, Doryan tentou te procurar. Como não te achou retornou ao Comando e fez um apelo a presidenta para priorizar o resgate do Peeta. – Uma ponta de esperança surge em meu peito. — Infelizmente ela quer seguir com o plano de tomar a Capital.
— Eu tenho tanta vontade de... – Reprimo meus pensamentos por um instante. Prim parece compreender bem o meu desejo de acabar com a Coin.
— É melhor você ficar na sua. Ela é muito influente.
— Pra mim já deu. Não vou fazer mais nenhum pontoprop – declaro decidida.
— Hoje à noite será a festa comemorando o resgate dos vitoriosos. Querem filmar “os vitoriosos se divertindo um pouco.” Essas foram as palavras daquela assistente do Plutarch.
— Pois eu não quero nem me aproximar dessa comemoração – digo cruzando meus braços.
— Seria bom você aparecer um pouco nas filmagens. Assim o Snow vê que você é forte.
— Não me sinto forte, Prim. – As lágrimas surgem sem permissão e aqui está Prim me amparando com seus braços ao meu redor.
— Não estou pedindo pra você ser forte. Estou dizendo pra esfregar na cara dele...
Paro de escutar Prim, pois meus pensamentos começam a trabalhar em um plano.
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Mais tarde quando uma enfermeira vem me ver digo que me sinto bem e que preciso ir a comemoração. Acho que ela ou os médicos não têm muita escolha em me liberar. Vou até meu compartimento, tomo banho e me visto. Minha mãe ficará com a Hope. Me encontro com a Prim que, mesmo com as roupas cedidas pelo 13 ela continua linda. Seus cabelos estão com uma trança trabalhada. Pegamos o elevador e depois andamos por corredores que mais parecem um labirinto até chegarmos a uma enorme divisória de vidro. Ainda não tinha visto essa instalação, a mais bonita por sinal. Há árvores de verdade, plantas com flores e beija-flores voando. As pessoas se reúnem sobre um local cujo o chão é todo de mármore. Uma mesa está preenchida por comidas tanto salgadas quanto doces. Acredito que fizeram um grande esforço para obterem isso aqui.
— Chegamos. Aqui é lindo – comenta Prim, olhando ao redor.
Num canto vejo Finnick, Annie, Doryan conversando com Beetee. E em outra extremidade Haymitch, Effie, Cinna, Octavia, Venia e Flavius parecem estar discutindo algo sobre o vestido colorido da Effie. Afinal, todos estão com as mesmas roupas.
Uma música animada paira no ambiente. Um tocador do 12 toca um violino. Outro dedilha um violão e uma jovem que, se não me engano morava na Costura, toca uma flauta.
A equipe de filmagem – Cressida, Messala, Castor e Pollux – que me foi apresentada em uma de minhas gravações para um pontoprop, estão filmando aqui e ali.
— Finalmente você chegou. – Sou surpreendida por Esdras e instantaneamente o abraço.
— Tenho pensado tanto nele – digo o apertando mais.
— Assim vou sufocar – brinca e logo o solto. Ele está acompanhado pela Delly que me cumprimenta. — Também tenho pensado nele e nesses últimos dias mais ainda. – Ele me conta que o pessoal da cozinha pediu que preparasse pães, tortas e até um bolo confeitado para a ocasião. O encaro admirada. — É claro que, o bolo não ficou perfeito, porque sabemos muito bem quem é o especialista, não é?
— Tudo deve ter ficado maravilhoso – digo.
— Esdras é modesto. Eu também acredito que tudo está maravilhoso – diz Delly enroscando o braço no seu. — Bom te ver por aqui, Katniss e Prim.
— Acho que nem se eu não quisesse. Eles me arrastariam até aqui – concluo.
— Não os deixe te controlar, Katniss. – Delly tem toda razão. Depois dos Jogos tudo o que o presidente fez foi me controlar. Agora Coin está fazendo o mesmo. — Vamos dançar um pouco, querido? – pede ela e logo os dois se afastam.
Muitos se movimentam para dançarem. Sinto o olhar de Doryan em nossa direção e logo ele atravessa os que já estão dançando para vir até onde estou com Prim.
— Olá, como vão as duas? – pergunta um tanto tímido.
— Acabei de sair do hospital, mas acho que supero mais essa – comento dando de ombros.
— Eu também estava no hospital. Em treinamento – explica Prim.
— Quer dançar, Prim? – pergunta Doryan e ela sorri, mas logo me encara.
— Vai lá, vou ficar aqui mais um pouco.
Ela se afasta sorrindo e logo vejo os dois fazendo os passos da canção animada. Até parecem que ensaiaram, pois estão dançando em sincronia. Desde que Doryan chegou, ele e Prim se olham de uma maneira diferente. Lembro de trocar esse tipo de olhar quando me dei conta de que amava Peeta.
Fico como uma boba observando a todos e logo sinto a presença de alguém. Seus cabelos que antes estavam raspados começam a aparecer um pouco espetados.
— É chato essa situação, não é? Enquanto soldados treinam e se preparam para a tomada da Capital, estamos aqui fingindo nos divertir. – Johanna sempre expressa o que pensa e concordo com ela.
— Eu mesma vou resgatar o Peeta e matar o Snow – declaro e ela me encara com descrença. — Não farei mais nenhum discurso. Cansei de ter todos me controlando.
— É assim que se fala. – Ela solta uma risada anasalada.
— Vou achar um jeito de ir pra Capital. Assim que todos se distraírem – digo.
— Enquanto estava tentando pegar morfina pra mim, escutei os médicos comentando que levarão suprimentos para a linha de frente à meia-noite no hangar quatro. Mas acho que posso te ajudar nessa empreitada. Vou ficar aqui e te dar cobertura. – Nos encaramos por um instante. — Você só tem que estar disposta a se sacrificar.
— É claro – anuo a cabeça. — E quem é que não tem sempre um preço a pagar no final. Não é mesmo?
— Isso aí. Pode contar comigo. – Johanna esbarra seu ombro no meu. — Por que não vai se divertir um pouco antes de partir?
Olho ao redor e até mesmo Gale está dançando com a tal Valla. Descobri que os dois vão participar da tomada da Capital. Sacudo a cabeça e procuro minha irmã na multidão. Quando a encontro vou até ela.
— Doryan, posso dançar com ela um pouco?
— Claro. – Os dois pareciam estar se divertindo e trocam um cúmplice olhar ao se afastarem.
— Ele gosta de você – declaro.
— Acho que não.
— Pois eu afirmo que gosta e por favor, seja feliz.
— Eu sou. Tenho você, a mamãe, a Hope e o Benjen.
— Mesmo assim, quero que tenha uma vida plena, Prim – insisto. Logo nos abraçamos e tudo a nossa volta parece se passar em câmera lenta. — Eu te amo.
— Eu também te amo.
— Prim...
— Katniss vamos fazer uma filmagem sua. – Cressida me interrompe no exato momento em que eu conversaria algo muito importante com minha irmã. — Castor, Pollux se posicionem aqui – ela dita e Prim se afasta um pouco. Faço um sinal com a mão para que ela me espere. — Messala você fique aqui. Vamos lá... Katniss como se sente em ver os vitoriosos a salvos?
— Nem todos estão aqui. O que mais me importa é o Peeta...
— Okay, corta – pede Cressida. — Eu sei o quanto deve ser difícil estar longe dele, mas preciso que diga sobre os que estão aqui e até mesmo que você está viva e bem.
— É bom ver os vitoriosos aqui. A Capital pode ter nos usado por muito tempo, mas seu fim está próximo, Snow – digo séria e sentindo algo se retorcer no estômago. — Soei convincente desta vez? – pergunto com indiferença.
— Nossa, Katniss isso ficou ótimo – elogia ela.
— Se já terminaram vou me retirar – falo e eles abrem passagem para que eu siga meu caminho. Seguro a mão da Prim e nos encaminho até a saída, mas antes Johanna me barra e cochicha em meu ouvido:
— Lembre-se, à meia-noite, hangar quatro – anuo a cabeça e saio.
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— O que Johanna te disse?
— Nada – minto. Caminhamos em silêncio, mas antes de chegarmos ao nosso compartimento abraço Prim. — Prometa pra mim que se um dia algo acontecer comigo, você irá cuidar da Hope e do Benjen.
— Por que está me pedindo isso?
— Só prometa, Prim... – Meus olhos ardem e logo as lágrimas teimosas escorrem livres sobre meu rosto.
— Prometo.
Aperto mais meus braços ao seu redor e vou afrouxando aos poucos. Ao adentrarmos Hope já dorme serenamente com a cabeça pousada sobre o colo da minha mãe que afaga seus cabelos. Me aproximo e acaricio levemente o rosto da minha filha. Vou trazer o papai de volta querida. Eu prometo. Tento invadir seus sonhos com meu pensamento.
— Obrigada por tudo, mãe – sussurro dando um beijo em seu rosto.
— Imagine querida. – Ela ajeita Hope no canto e Prim se deita ao seu lado. — Sempre que precisar, pode contar comigo.
Hoje eu consigo entender a perda que ela sofreu quando meu pai se foi. Eu não compreendia sobre o estado que ficou na época e mesmo anos depois, mas agora entendo.
— Você também pode sempre contar comigo, mãe. – A abraço e sinto um calor diferente. Um calor que me aquece por completo.
Cada uma de nós nos acomodamos para dormir. No entanto, fico à espreita. Quando sinto que elas estão dormindo, saio da cama e pego a pérola e o medalhão que Peeta me deu. O medalhão coloco em meu pescoço e a pérola na lateral da calça. Discretamente consigo sair do compartimento. Ando rapidamente pelos corredores e me sobressalto com a aparição da Johanna.
— Achei que precisaria disso. – Ela segura uma mochila. — Se não se importa, peguei em um depósito. Me parece que os soldados receberam uma assim. – Caminhamos até chegarmos ao andar de embarque. Ela me puxa para um pequeno depósito de munição.
— Como conhece tanto por aqui, em tão pouco tempo? – pergunto.
— Sabe como é, já estive mais de uma vez aqui para saquear alguma morfina. – Ela dá de ombros. — Agora vista isso pra que ninguém te pare. – Ela retira de dentro da mochila uma capa longa com capuz. — Aí dentro tem alguns suprimentos para que não morra de fome. – Coloco a capa por cima da roupa que estou. Nos pés, calço um coturno preto. — Ah, se não se importa peguei isso aqui pra você no arsenal de invenções do Beetee. – Ao me estender noto o arco desmontado e flechas; normais, incendiárias e explosivas.
— Por que está me ajudando?
— Todo mundo pode matar, até mesmo um presidente. – Seus lábios se entortam em um sorriso. — Boa sorte, Tordo.
— Obrigada.
— Peeta estava sendo mantido no Centro dos Tributos. Mande minhas lembranças a ele. – Como não digo nada ela se adianta. — Agora vamos!
Johanna me dá cobertura enquanto sorrateiramente passo entre um e outro aerodeslizador. Encontro o handar quatro e ao notar a nave aberta, adentro tomando cuidado para ninguém me ver, apesar de poucos homens estarem por aqui. Encontro uma enorme caixa e me escondo atrás. Meu coração está acelerado quando sinto os motores sendo ligados. Encontro a pérola no bolso lateral da calça e me apego a ela.
Encontrarei Peeta custe o que custar e matarei o Snow.
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E aí o que acharam? Katniss está mais que decidida. Alguém aí imaginou que ela faria algo desse tipo? Bem no filme foi bem diferente a tragetória dela pra chegar à Capital e quis usar algumas ideias, como a Johanna dando cobertura pra Katniss fugir. Então aqui vai um spoiler, é bem provável que os dois próximos capítulos seja no pov do Peeta... me digam pelo amor dos anjos o que estão achando.
Beijos e até breve!!!!