Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 33
Silhouettes


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, olha quem resurgiu das cinzas o/
Nos perdoem pelo hiatus de PA...
Bem, como alguns sabem meu notebook estava com problemas, agora ele desligou de vez (provavelmente pedi tudo) e no momento ñ estou pidendo levá-lo no concerto. A Sany tbm ficou sem o note, até antes do meu falhar. Enfim, quero dizer que ñ desistimos de PA e acabei terminando de editar esse capítulo pelo cel e a Sany me ajudou, ñ curto muito escrever pelo cel, mas vou me esforçar pra conseguir continuar com esta fic.
Vcs são maravilhosos e merecem ver esta fic concluída.
Então, vamos a mais um capítulo?

Ps: Estou postando tbm pelo cel, é horrível, que saidades do meu note.



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É dífícil esquecer
Estou finalmente em paz, mas parece errado
Devagar
Eu estou levantando
Minhas mãos e meus pés estão mais fracos do que antes
E você
Está encolhido na cama
Onde eu descanso minha cabeça
Não há nada que eu possa ver
Eu me torno a escuridão

Mas eu já estou lá
Eu já estou lá
Onde quer que você esteja
Eu estarei lá também

(Silhouettes - Of Monsters and Men)



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Mamãe… ​ – Escuto Hope me chamar e saio correndo em direção a floresta. Não me importo com os protestos atrás de mim, apenas continuo em frente, até que, a voz da minha filha se torna mais aflita do que antes. ​— Eles estão me machucando… mamãeee… me ajuda!

— Hope... Filha onde você está? – grito com toda força que consigo reunir.

Katniss… eles prenderam a Hope e a mamãe.

— Prim!

Não consigo identificar de onde vem o som. Outras vozes começam a se misturar, como um pesadelo repetitivo.

— Katniss sei que nunca me amou de verdade. Estou te deixando pra seguir seu caminho ao lado de Gale.

A voz de Peeta aparenta muita dor e meu coração se aperta. Aflita, começo a chorar e cada vez mais, as vozes perturbam minha mente.

— Peeta… – Me ajoelho e deslizo uma mão para meu ventre que faz alguns leves movimentos. Isso não é real… não é real, mentalizo e logo as vozes somem.

— Já passou Katniss, foram apenas aqueles pássaros idiotas. idiotas. – Johanna me chama, ela está perto de Peeta, parece estar o acalmando. Me recomponho e vejo o maldito pássaro com plumagens coloridas morto pelo machado. Corro até onde Peeta está e o envolvo em meus braços, é um alívio saber que tudo não passou de um jogo mental que a Capital criou para nos machucar.

— Katniss…

— Estou aqui amor. Vai ficar tudo bem. – Acaricio seu rosto.

— Escutei coisas horríveis...

— Já passou, nada o que foi dito, é real.
Após alguns eventos, estou imersa em pensamentos, tentando entender o plano do Beetee, quando o escuto dizer:

— É melhor o Peeta ir com a Johanna.

— Não vou permitir que o Peeta vá – protesto rapidamente, detestando a ideia de nos separarmos.

— Parem logo com essa palhaçada. – Johanna está irritada. — Ainda temos uma aliança, aliança, não vou matar seu marido.

— Então vamos todos – digo firme. — Estamos em maior número, isso nos dá vantagem. E se, o Brutus e a Enobaria estiverem lá, podemos acabar logo com isso e talvez nem seja necessário, essa armadilha.

— Quer mesmo arriscar todos nós, para não se afastar, por algumas horas, do seu marido? Quanto mais gente, mas fácil vai ser deles nos localizarem. Isso sem contar que, estamos correndo contra o tempo. A meia–noite os raios vão atingir essa árvore e preciso que tudo esteja pronto. – Beetee está determinado e eu cada vez mais irritada. — Finnick fica e me ajuda. Johanna e Peeta vão até a praia e deixam o fio. Pegam o remédio e voltam, isso tudo, antes da meia–noite. Então, quando Brutus e a Enobaria estiverem mortos, e eu tiver meu remédio, nos separamos, mas preciso que colaborem comigo até a meia–noite.

Trocamos o olhar durante alguns alguns segundos.

— Eu vou com a Johanna – suspiro agoniada quando ele fala.

— Ótimo, vamos logo então bonitão. Não quero estar com esse fio na mão ou perto da praia, quando esses raios caírem. – Johanna segura o fio nos dando as costas.

— Me dá um minuto. – Peeta se aproxima de mim e segura meu rosto entre suas mãos frias.

— Não quero que nos separamos. Por favor, não me peça pra fazer isso. – Tento implorar, seus olhos estão compenetrados nos meus, é como se ele tentasse me dizer algo.

— Vai dar tudo certo. Lembra como combinamos? – nego levemente, sei que já conversamos sobre ficarmos unidos o tempo que nos é permitido, mas não quero admitir que ​este ​ seja o momento. — Se concentre apenas em nós. A meia–noite vamos nos encontrar e daí ficaremos juntos.

— Eu não acredito que... – Peeta me silencia com um beijo nos lábios.

— Tome, quero que fique com isso. – Ele mexe num cordão em torno de seu pescoço, que estava por dentro do seu traje, e o estende para mim. É um medalhão que eu nem tinha reparado. Peeta desliza o polegar por uma lingueta e o quadrado se abre. É tipo um estojinho. Dentro contém duas fotos. No lado direito, eu e ele, sorrindo. E no esquerdo, Hope e Prim, também sorrindo. — Quero que seja feliz, meu amor – diz ele, enquanto coloca o cordão em torno do meu pescoço. — Lembre–se do quão importante, você, nossa filha e o bebê sempre foram pra mim.

Suas mãos estão pousadas em meu ventre, quando ele me beija mais uma vez, antes de tentar se afastar. Seguro seus pulsos e o mantenho próximo a mim.

— Por favor... não me deixe – sussurro, próximo ao seu ouvido. — Não posso te perder.

— Você não vai... ​até meia–noite. – Ele planta um selinho antes de se afastar. Meu coração se aperta, quando se aproxima da hora em que, Peeta e eu marcamos de nos encontrar. Começo a andar de um lado para o outro. A inquietação parece transparecer por toda minha pele.

— Finnick!!! – Beetee grita e de repente, facas são lançadas em nossa direção. Entro em desespero e já posiciono meu arco para o ataque. A verdade é que nossos oponentes não surgem em nosso campo de visão. — Droga. – Mesmo um resmungo, percebo que o plano do Beetee foi por água abaixo.

Movo meus pés o mais rápido e vou a procura de Peeta.

— Katniss! – Ouço a voz de Finnick vindo atrás de mim, mas continuo minha corrida.

— Peeta! – chamo pelo seu nome, mas não obtenho nenhuma resposta. Continuo correndo e clamando por Peeta, mas nada dele aparecer.

Sinto uma faca passar por mim e quando olho para trás, Brutus está se preparando para me atacar, mas Finnick surge e o acerta em cheio com o tridente.

— Katniss venha comigo – pede ele.

— Tenho que achar o Peeta. Ele precisa de mim… – Começo a chorar e Finnick segura em meu pulso.

— Fiz um acordo em te proteger e não vou falhar, está me entendendo? – Seu olhar penetra o meu e não tenho tempo de protestar, pois ele me arrasta de onde estou. Retornamos até a árvore e vejo Beetee caído no chão. Olho para o céu e a tempestade de raios está se formando. Não tenho tempo de raciocinar muito. Apenas tento interpretar o plano do Beetee. — Mags, o que você está fazendo? – Finnick grita, ao mesmo tempo pega uma faca do chão e se aproxima de onde estou. — Katniss, preciso que confie em mim… – Não compreendo o que está tentando me dizer, então o vejo segurar meu antebraço esquerdo. — Lembre–se quem é o verdadeiro inimigo. – Ele passa a lâmina afiada em meu antebraço e sinto uma dor insuportável. Tento pegar meu arco para atirar nele, mas a dor não deixa.

Ele se afasta indo na direção de Mags que, está atirando uma lança para o alto, entretanto, tudo acontece rápido demais. O raio que cai na árvore, descarrega na simpática senhora, tudo que consigo distinguir é, ela sendo frita e Finnick sendo atirado para longe. Sinto uma onda de energia passar por mim, tento me mover e não consigo. Me mexo tentando levantar, ainda assim, a dor no ferimento que Finnick fez, somado as fisgadas no meu baixo ventre impedem qualquer movimento. Fico deitada olhando o céu que, de uma hora para a outra, começa a se desfazer. A cúpula que cobre a arena começa a cair.

O que está acontecendo?

Meus pensamentos nublam, até que, um aerodeslizador sobrevoa sobre mim.

Vou ser pega pela Capital. Eles me manipularão ainda mais.

 

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— Tem certeza de que ela vai colaborar?

— Sem o garoto? Não há garantias.

— É só dizer que ela venceu os jogos e depois…

— Xiu, ela está acordando. ​ – As vozes se misturam, no entanto, reconheço uma delas, ​Haymitch. — Olá queridinha, como se sente? – pergunta ele.

— O que aconteceu? – Ele não responde e olho para os lados percebendo que estou em um hospital, mas que não parece em nada com o da Capital. — Por que eles estão aqui? – noto a presença de Plutharch e Finnick que tem o braço esquerdo enfaixado.

— Katniss, estamos no hospital subterrâneo do Distrito 13…

— 13? – Minha mente, ainda turva, vasculha algo relacionado ao distrito dizimado pela Capital nos Dias Escuros.

— Plutharch, é melhor ir direto ao assunto. – Haymitch interpõem.

— Certo… bem, estamos em uma revolução aberta, Katniss. Por anos tentamos derrubar o presidente Snow, e agora, essa é a nossa chance – ele explica, ainda assim, me sinto confusa. — Você nos encorajou e durante esses últimos, quase cinco anos, estamos tentando achar um modo de revertermos essa opressão que todos os distritos têm sofrido.

— E ele…? – Olho furiosa para Finnick que se aproxima com um semblante solidário.

— Meu dever era proteger você na arena – esclarece ele.

— A maior parte dos tributos faziam parte dessa revolução – completa Plutharch.

— E o Peeta, cadê ele? – questiono, olhando para os lados. Não vejo sinal dele e nem dos demais tributos.

— Johanna ficou encarregada de proteger ele e…

— Finnick tirou seu rastreador e depois o próprio. – Haymitch corta a explicação do Finnick. — Infelizmente, Johanna não teve a mesma sorte.

— Quero vê-lo – peço e Haymitch nega com a cabeça. — Eu preciso vê-lo! – Me movimento na cama e noto algo diferente em meu corpo. — Onde está meu bebê? – Sinto uma ânsia horrível na boca do estômago e um frio percorre minha espinha. — Cadê meu bebê, Haymitch!

— Katniss, tente se acalmar – pede Finnick.

— Por favor, me digam de uma vez o que está acontecendo? – exijo, já derramando lágrimas sobre meu rosto.

— Assim que resgatamos você, Finnick e o Beetee; a Capital pegou a Enobaria, a Johanna e o Peeta... – Não consigo mais escutar o que Plutharch diz, pois parece que meu mundo acaba de desmoronar. — Seu bebê está…

— É tudo culpa de vocês… seus desgraçados!!! – grito e dou um pulo da cama retirando os conectores intravenosos sem querer. Meu sangue esguicha, mas não tenho tempo de avançar, pois uma agulha é espetada em meu ombro. Logo minha visão turva e tudo começa a se escurecer. No entanto, vocifero até meus últimos segundos. — Seus desgraçados...

 

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Pov. Haymitch Abernathy

 

— Eles vão levar um tempo para chegar até a praia. Vou aproveitar e ligar para o Doze, prometi a Hope que ligaria. Ela anda tendo problemas para dormir, aproveito e pego algo para beber, você quer algo?

— Não... – respondo sem prestar atenção no que foi dito. Está cada vez mais próximo e a possibilidade de erro é grande demais. O plano está bem elaborado e claro, ainda assim, há muito em jogo e na pior das hipóteses, todos nós - assim como muitos inocentes - seríamos mortos sem pestanejar.

Não estou com um bom pressentimento, não mesmo. Observo as diversas câmeras e em seguida os mentores ao meu redor e por mais que o plano esteja correndo como deveria, não consigo deixar essa sensação de lado, volto minha atenção para Brutus e Enobaria e percebo que eles não estão se dirigindo para o banquete.

— Droga! – Eles vão usar novamente o elemento surpresa para atacar. Sem nada para fazer, observo atentamente o grupo perto da árvore e torço para que um deles esteja atento o bastante para notar a chegada dos dois.

Quero ficar para ver, mas meu relógio sinaliza onze horas e o tempo é o maior inimigo agora. Em uma hora preciso estar sobrevoando aquela arena, ou nada poderá ser feito. Levanto para seguir o combinado e encontrar com Plutharch no hangar de lançamento.

— Onde está o Doryan? – pergunto olhando de um lado para o outro, ao me dar conta de que ele não está lá.

— Quem? - Vasculho entre os outros mentores pelo garoto.

— Como quem? Não é a primeira vez que o vê! Doryan Mackenzie, o outro mentor do Doze. Algum de vocês viu ele?

— Acho que o vi saindo pela porta. Mas isso já tem um bom tempo.

— Droga! – Ele foi ligar para Hope e ainda não voltou, praguejo baixinho, enquanto saio da sala a procura dele, não a como ele ter ido tão longe. — Você viu, Doryan Mackenzie por aí? – pergunto ao atendente da Capital, mas ele apenas nega com a cabeça. Vou até a lanchonete com o coração acelerado, não posso demorar muito mais e preciso acha-lo urgentemente.

Os corredores estão movimentados, alguns patrocinadores circulam o prédio comentando sobre suas apostas, alguns chamam meu nome, mas não paro apenas procuro pelo rosto familiar que parece ter desaparecido do mapa.

— Aí está você! - Cressida vem até mim, tentando não chamar atenção. — Plutharch está atrás de você como um louco, já me ligou várias vezes.

— Não acho Doryan.

— Como assim?

— Ele saiu e não voltou. Não o encontro em lugar algum. Você o viu?

— Não, mas não há mais tempo de procurar.

— Eu não posso simplesmente ir sem ele.

— Não há mais tempo, Plutharch não pode esperar mais, vou procurá-lo e levo ele junto com os demais.

Aquilo não me agradava, Doryan era uma das pessoas que tinha que estar sempre comigo. Como pude me distrair tanto assim, a ponto de não notar que ele não poderia se afastar?

— Certo, mas encontre ele! E leve todos que tem alguma relação com Katniss e Peeta.

— Pode deixar, conheço o combinado, todos estão preparados, agora vai.

Encontro Plutharch no local combinado e dou uma última olhada para o prédio,  enquanto aerodeslizador levantava voo. Isso é o certo. É nossa melhor chance, tudo ficará bem. Precisa ficar bem.

— Não vejo nada da arena daqui. – Mesmo sobrevoando a arena não consigo acompanhar o que está acontecendo.

— A barreira ainda não foi quebrada, não dá pra ver nada mesmo, mas estava lá na construção então, estamos no lugar certo pode acreditar. – Plutharch era a calma em pessoa, enquanto a única coisa que desejava naquele momento era de uma bebida.

— O aerodeslizador do Doze, está perto de lá?

— Haymitch tudo vai dar certo, todas as equipes estão onde devem estar. A  única coisa que precisamos nos preocupar é com o tempo que Beetee vai levar para quebrar essa barreira, assim que os raios atingirem a árvore. À meia-noite o sistema vai atualizar e não vamos conseguir ficar imperceptíveis por muito tempo.

— Senhor, o sistema está iniciando a atualização. Dentro de alguns segundos, os raios serão disparados.

— Ótimo, todos em seus lugares. Vamos iniciar uma revolução. – Plutharch não tentou esconder a empolgação, observo atentamente enquanto o primeiro raio cai a alguns centímetros de onde estamos.  

Tudo acontece muito rápido e devagar, ao mesmo tempo, quando a barreira começa a queimar mostrando a arena abaixo de nós. É difícil entender ao certo o que está acontecendo.

— Senhor eles estão separados, temos dois grupos em pontas diferentes da arena, e um aerodeslizador está sendo acionado e não é um dos nossos, pra onde devemos ir?

— Como assim separados?

— Siga para a árvore, vamos pegar o grupo um, rápido!

— Peeta Mellark e Johanna Mason, ainda estão com o rastreador.

 


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Notas finais do capítulo

Até a próxima pessoal. Ótima semana a todos.



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