Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 13
Belong


Notas iniciais do capítulo

Boa noite queridos, e é no final do último tempo que venho aqui. Novamente demoramos para postar e peço desculpas por isso, mas quero que saibam que vou continuar aqui com vocês. Também sou leitora e sei o quanto é difícil, quando aguardamos uma nova postagem. Agradeço o carinho e a paciência que cada um está tendo com PA. Novamente este capítulo é um Pov. do Peeta e da Katniss, daqui em diante terá vários caps assim, pra vocês se situarem melhor. Lembrem-se Negrito o Pov. do Peeta e normal da Katniss... Muitos eventos estão por vir e respondendo a alguns comentários sobre mais momentos peetniss, sim pessoal terá muitos momentos... espero que gostem do capítulo, nos vemos nas notas finais. Boa leitura...

PS: Aproveitem para escutar a música, é linda e sei que vão gostar...



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Acordo solitário com você ao meu lado,

Mais uma noite sem sentir,

Eu te disse as palavras e depois soube que era mentira,

Queria poder oferecer algum recurso,

Você está errada,

Eu não pertenço,

Você está errada,

Eu não pertenço a você,

O que eu não daria por aquela primeira noite, quando você foi minha!

Coloquei meu braço ao seu redor, segura durante a noite,

Ainda sonhando com o destino,

Tentei com tudo o que tinha te manter viva,

Eu não aprendi assim,

Com mil coisas para dizer,

Nasci com o coração partido,

Que eu daria por aquela primeira noite, quando você foi minha...

(Belong - Cary Brothers)

— Senhoras e senhores, tenho o prazer de anunciar o vitorioso da septuagésima sexta edição dos Jogos Vorazes, Doryan Mackenzie, o tributo do Distrito 12.

Arregalo meus olhos não acreditando que Doryan venceu. O garoto, o qual treinei afinco, durante os quatro dias e lhe passei tudo o que sabia. Percebi o quão inteligente era, mas vencer é mais do que eu pude imaginar. Sinceramente achava que Tyah tinha mais chances de vencer, por conta de sua determinação. E, sei que não era o único a pensar isso, ele mesmo demostrava acreditar ter poucas chances. O que sem dúvida, lembrou muito a mim mesmo.

— Se eu soubesse que você não tem idade para ser o pai do garoto, com toda certeza diria o contrário. Seus olhos brilham de orgulho agora. – Finnick, que me apartou de uma quase briga física, entre mim e Brutus toca meu ombro. - Parabéns Mellark seu tributo venceu. - Parece que perdi a habilidade de falar, algo raro de se acontecer, mas o mentor, Finnick Odair tem razão ao dizer isso, pois senti certo afeto pelo garoto desde quando o vi subir no palco no dia da colheita. O loiro me deu dois tapinhas de leve no ombro, e ao se aproximar um pouco mais comentou: – Boa sorte, em tentar protege-lo por aqui. - Não entendo de imediato e quando olho para ele, o mesmo se afasta. Scaneio ao redor, vejo os mentores dos distritos carreiristas me olharem torto, e ao direcionar meus olhos em Katniss percebo que está estática. Aproximo-me dela e toco em seu braço.

— Katniss...?

— Oh, Peeta... – ela se joga em meus braços e enterra o rosto em meu pescoço, que chego até sentir arrepios, a abraço pela cintura e sinto ela balbuciar algo. – Por favor, me leve pra fora daqui – pede e prontamente atendo. Ignoramos as pessoas que querem nos parar, para talvez, parabenizarmos. Apenas dou um aceno e tento sorrir gentil enquanto Katniss caminha encolhida ainda em meus braços. De repente, imaginem que está assim por conta do bebê.

Subimos o elevador até nosso andar e quando adentramos exclama:

— Ele é só uma criança...  E, nunca será o mesmo. Você viu o rosto dele? O medo, o horror... – noto suas mãos começarem a tremer e os lábios estão da mesma forma, então, ela desaba. – Eu queria que ele vencesse, mas queria que nada disso tivesse acontecido. Que nem eu, nem você, tivéssemos passado por tudo...

— Shhh... – torno a toma-la em meus braços. – Acho que não devemos nos extravasar aqui. Quando chegarmos em casa daremos um jeito e conversaremos melhor. Por hora, vamos fingir que estamos agradecidos a Capital e que nos sentimos honrados pela vitória – digo tudo em um sussurro e a afasto para lhe confirmar.  – Tudo bem?

— Tudo bem. – Enxugo seu rosto com minhas mãos e logo um Avox surge, e peço-lhe um pouco de água.

— Quer comer algo? Você não comeu o dia todo.

Com toda a agitação, Katniss não tinha comido nada e temia pelo bebê.

— Que horas são?

— Quase cinco.

— Eu quero comer.

Peço que preparem um lanche completo. Logo nossa equipe se junta a nós e diz o quanto estão felizes pelo vencedor, e que a mídia já não fala em outra coisa. Mas, posso ver o olhar atento de Haymitch sobre nós.

Não sei o que deu em mim, para deixar minhas emoções se elevarem tanto. A verdade é que, pensei em Prim e na Rue. Temo pela vida do garoto. Sei que agora uma das casas da vila será dele e da família que o cria. Pelo que soube ele é órfão, e mora com a tia que lava roupa para fora e o tio que trabalha nas minas e tem dois primos. Mas, me preocupo com sua segurança. Agora ele também faz parte das peças do jogo do Snow. Qualquer deslize, ou algo que pareça uma afronta contra a Capital ele será atingido da pior forma.

— Katniss, o secretário me informou que Caesar fará uma entrevista especial com você e Peeta, amanhã às duas, está bem? – Effie, informa.

Confirmo com a cabeça e penso: O que será que nos aguarda? Este é o mesmo horário da entrevista que fizemos antes de voltar pra casa nos primeiros jogos. Foi quando descobri sobre a prótese de Peeta.

Sinto seu olhar sobre mim e logo o estou encarando. Minha ficha parece não ter caído ainda. Onde eu estava com a cabeça de me entregar a ele e, ainda por cima achar que o chá estava funcionando? Ele está indiferente a mim, posso sentir, mas tenho outras prioridades para pensar agora, me preocuparei com isso depois.

— Entendeu, Katniss?

— Hã?

Só agora percebo que estava completamente aérea a conversa. Effie torce os lábios em desaprovação ao meu devaneio, e repete o que dizia, e ainda completa com mais uma novidade.

— O presidente Snow requisitou uma equipe médica para cuidar de você e do bebê até o nascimento, isso não é maravilhoso? Assim, até mesmo na Turnê da Vitória, não haverá com o que se preocupar.

Requisitou, ou quer ver de perto se é verdade?

bem – Minha fala sai sem animo algum.

— Achei extremamente gentil da parte dele. Obviamente, hoje em dia vocês poderiam pagar por isso, mas ele ver essas coisas, mostra o quanto é um bom homem. – Estava com uma resposta na ponta da língua, quando Peeta fala na minha frente.

— Realmente Effie, é muita gentileza.

— Nem acredito, mais uma Turnê da Vitória esse ano... – Ela continuou falando sobre os preparativos, e organizações que precisava começar a pensar e não prestei a menor atenção.

Não demora para liberarem nossa entrada no setor hospitalar, onde passo as próximas horas, andando de um lado para o outro. Avisaram que Doryan já estava chegando.

— Por que não senta um pouco, faz ideia de que pode passar tudo isso para... – Encaro Peeta e devo estar com uma aparência nada divertida, pois pondera a próxima fala. – Só tente se acalmar. – Suas mãos seguram firme em meus ombros e assim que alguns funcionários da Capital passam por nós, o abraço com um sorriso nos lábios, como se o que tivesse acabado de dizer, fosse a coisa mais linda. – Nossa, você está virando perita em mentir também.

— Não é nada gentil dizer isso à sua esposa, que ainda por cima, carrega um filho seu. – Parece que vai dizer algo, mas logo vemos um movimento e uma maca entra no setor de emergência e presumo ser Doryan. – Peeta, acho que não vou dar conta de encará-lo agora. Será que você... – começo a sentir meu corpo tremer e as emoções me rasgarem por dentro. Ele assente e diz que irá acompanha-lo de perto, mas seguro sua mão o impedindo. – Não me deixe aqui sozinha.

— Katniss, o que quer de mim? Em um momento, pede para eu entrar sozinho, e em outro para não deixá-la aqui sozinha, não posso estar nos dois lugares ao mesmo tempo. – Ele está claramente confuso, na verdade, eu me sinto confusa, queria dizer tanto a ele, e ao mesmo tempo não dizer nada. Olho para o lado, Haymitch e Effie se aproximam de nós. – Ah, que bom que chegaram, por gentileza,  podem fazer companhia à minha amada Sra. Mellark?

— Uh, problemas no paraíso novamente, garoto?

— Não Haymitch, é só desentendimento de um casal super apaixonado, não vê? – noto o sarcasmo na voz de Peeta e fecho a cara para que entenda que não gostei do acabou de dizer, mas não parece se importar e logo nos dá as costas e caminha em direção ao setor que estão cuidando do nosso tributo.

— Sabia que essa coisa não ia dar certo – solto e sinto a mão de Haymitch fazendo pressão em meu joelho esquerdo.

— Hormônios de grávida é um saco, sabia? – Ele faz um sinal com os olhos lembrando-me de que Effie e provavelmente câmeras nos corredores, estão de olho. – Já, já você alivia toda essa tensão com o garoto com uma boa noite...

— Haymitch, olhe os modos! – Effie lhe dá um tapa no ombro, o que faz uma careta lhe surgir na face. – Não é isso que se diz a uma dama.

— Calma, você não me deixou completar, eu ia dizer, uma boa noite de sono. – Se defende, mas assim quando, ela não está olhando ele me lança uma piscada e devolvo-lhe uma carranca.

— Hei, Doryan, bem-vindo de volta. – O garoto parece aliviado quando me vê, e ao me aproximar da cama hospitalar, o abraço e o mesmo, retribui.

— Obrigado, se não fosse as dicas, os treinos eu não teria vencido. – É possível ver o quanto ele está perdido, embora não esteja fisicamente muito machucado, emocionalmente está acabado.

— Doryan, éramos pessoas comuns antes disso tudo, agora, temos que adquirir forças para o que der e vier. – Observo enquanto o médico na sala coloca uma medicação em seu soro antes de sair.

— Eu tentei não matar aquele tributo... - É  primeira coisa que ele diz quando ficamos sozinhos. - Juro que tentei, mas percebi que não haveria outro jeito. – Sua expressão além de cansada, estava um tanto atordoada e olhando para algumas pequenas cicatrizes no rosto e nos braços lembrei que agora, eu tinha que prepará-lo para o que viria a seguir.

— Doryan, estou orgulhoso de você, na verdade, Katniss e eu estamos – penso em algo. – Ela queria estar aqui, mas por conta dos enjoos...

— Eu entendo, Peeta.

— Tá legal, agora que tal você descansar para  sua entrevista de amanhã e conversamos quando estiver melhor. - Ele concorda com a cabeça, e não demora a dormir, provavelmente por conta não apenas do cansaço, mas também dos medicamentos.

Quando saí do quarto alguns minutos depois, Katniss já tinha voltado para nosso andar com Haymitch, e por mais que queira me juntar a eles, Effie me conduz a uma equipe de repórteres que estava em frente ao prédio. Dou uma rápida declaração sobre o estado do atual campeão e quando perguntam sobre minha esposa, dou meu melhor sorriso quando faço uma brincadeira sobre cansaço e hormônios.

Assim que chego em nosso andar encontro Haymitch sentado no sofá, o copo com whisky em uma das mãos. Effie o olha com repreensão e segue direto para o outro cômodo nos deixando sozinhos.

— Estava aqui pensando... Quando um vencedor do Distrito 12 vai ganhar esses jogos sem irritar a Capital? — Sento ao seu lado e acabo pegando o copo de sua mão. Bebo um gole, o sabor é totalmente amargo, e desce queimando minha garganta.

— Em uma escala de 0 a 10 quanto acha que o presidente está irritado?

— No mínimo uns 7, Doryan se escondeu o tempo todo, era a aposta mais baixa. Acho que a última vez que um tributo, com tão poucas apostas ganhou, foi Annie Cresta  e... com toda aquela falha que aconteceu na arena, mas ela, meio que enlouqueceu então...

— Vamos torcer para que ele não precise enlouquecer...

— Difícil, todos voltam ligeiramente loucos – comenta pegando o copo de volta e indo em direção ao bar para enche-lo novamente. – Soube da consulta amanhã antes da entrevista, animado?

— Não faço ideia de como estou me sentindo, mas quando penso na ideia de ser pai, por mais louco que seja, por mais perigo que isso represente eu me sinto bem, me sinto feliz.   

— Como eu disse loucura – repete voltando sua atenção a bebida. 

Ficamos mais um tempo em silêncio e no fim não importa, de alguma forma estranha somos uma família, e sei que ele já está pensando em um modo de proteger Doryan, o máximo que puder.  

Quando entro no quarto, Katniss já está dormindo e faço menos barulho possível, sei que não sou perito em não fazer isso, mas procuro fazer menos movimento possível. Depois de ir ao banheiro, deito um pouco afastado dela e não durmo por muito tempo, pois ela começa a se mexer na cama. Está tendo pesadelo.

— Katniss... acorda. – Não adianta, ela continua se agitar e começo a acariciar seus cabelos e rosto. – Katniss, é só mais um pesadelo... – repito a mesma frase até ela soltar um grito e se apoiar sobre os cotovelos.

— Peeta...

— Estou aqui. – Ela começa a chorar e a abraço com força e afago seus cabelos. – Quer me contar o que sonhou? –  ela nega, mas não se solta do abraço.

 

→←→←→←

 

Acho que os pesadelos nunca irão embora, tenho de aceitar o fato de que me perseguirão por toda uma vida. O único motivo que me conforta, mesmo vendo todas as cenas horríveis enquanto durmo, é ter Peeta comigo. Seus braços tem um poder inimaginável, que espanta todos os males. Assim que abro os olhos penso que verei ele ao meu lado, mas tudo que vejo é, uma bandeja com um café da manhã completo. Me sento sobre a cama, logo a porta do quarto se abre e ele entra por ela.

— Bom dia. Achei que precisaria se recompor, então pedi que colocassem seu dejejum na bandeja e trouxe pra você. – Ele senta na outra extremidade da cama, e sei que, embora esteja sendo gentil, está chateado comigo. – Está melhor?

— Estou.

— Ótimo. Você tem consulta às nove e meia.

— Consulta?

— Sim. Pra saber como você e o bebê estão.

— Você vai me acompanhar, certo?

— Sim, eu vou – meneio a cabeça de modo afirmativo.

Tomo meu café da manhã e logo me preparo para a consulta. Antes de sairmos do quarto sinto meu estômago protestar e só tenho tempo de cobrir minha boca com as mãos e me dirigir ao banheiro. Peeta vem atrás e segura meu cabelo, enquanto coloco pra fora o café da manhã, que ingeri menos de uma hora. Assim que consigo me recompor, lavo a boca e escovo novamente os dentes para tirar a terrível sensação.

Quando aparecemos, onde todos ainda estão tomando café da manhã, nos cumprimentam quando nos vê. Peeta, tranquilamente pede algo para um Avox, nem imagino o que seja. Minutos depois, o rapaz retorna tendo sobre uma pequena bandeja, uma xícara com um aroma agradável.

— Obrigado. – Peeta agradece tomando de suas mãos a xícara, e se aproxima de mim. – Beba, irá te fazer bem.

Tomo todo o líquido notando que não está quente, a ponto de queimar minha boca.

— Peeta, tem um carro aguardando vocês na entrada do prédio que irá leva-los à clínica especializada em gestantes. Eles já estão à espera. – Effie nos informa.

— Obrigado, Effie. Haymitch não sei se vai dar tempo de acompanhar o Doryan, para entrevista de hoje. Você pode acompanha-lo, por nós. Por favor? Falei com ele mais cedo e o médico confirmou que está bem. – Sinto-me mal por não ter ido com Peeta, vê-lo.

— Claro, encontramos vocês lá. - Quando estamos dentro do elevador seguro a mão de Peeta.

— Obrigada.

— Pelo o quê?

— Por ser gentil comigo. – Seus olhos me analisam, e seus lábios gesticulam como se fosse falar algo, mas acaba não formulando nada.

Chegamos à clínica e parecia que tudo foi reservado somente para nossa presença, pois não há mais ninguém, além de nós e os funcionários. Tiram amostra de sangue, urina e depois de várias perguntas, pedem para aguardarmos. Depois de um tempo nos chamam em uma sala, onde visto uma camisola e deito sobre a maca. Ligo a médica passa um gel em meu ventre.

— Vamos ver o que temos aqui... conseguem ver? Esse, é o bebê de vocês. – Peeta está com os olhos presos na tela, enquanto a médica explica o que é cada parte da imagem, que pra mim não chega a fazer sentido. Num dado momento escuto um forte barulho. - O coração do bebê de vocês é forte – diz ela, e noto que Peeta está emocionado. Estendo minha mão em sua direção e logo a segura. Eu quis ser forte, e por mais que aquela imagem não tenha feito muito sentido preencheu meu peito. Medo. Angústia. Amor... talvez estivesse sentindo isso. – Parece que tudo está indo bem, para o tempo de gestação, mas acho que não vai ser possível ver o sexo hoje.

— E como minha esposa está, doutora? – Peeta toma a frente quando nos encontrávamos novamente no consultório.

— Ela e o bebê, estão perfeitamente saudáveis, embora a pressão esteja consideravelmente alta. Porém, com a correria dos Jogos, vou levar isso em conta e não me preocupar nesse momento. Só irei passar algumas vitaminas que é de costume, para que tudo corra bem durante a gestação. A pedido do presidente vou acompanhá-la até o parto. Então, no próximo mês vou até o 12.

Aquela imagem acabou com minha estrutura. Meu filho estava ali, e enquanto a médica me mostrava cada parte de seu corpo, podia sentir a felicidade tomar conta do meu peito. E, quando o som, das batidas do seu coração preencheram a sala, meu mundo ganhou um novo sentido. Eu queria abraça-la e dizer o quanto a amava, e como me sentia feliz em estar com ela. Mas, sei que tenho que respeitar seu limite e simplesmente esperar, pelo tempo que for preciso. Então, apenas seguro sua mão e presto atenção em cada recomendação.

Após a consulta, vamos direto para o estúdio onde somos maquiados antes de irmos ao ar. Nossa entrevista vai acontecer antes do especial de três horas com Doryan, que já estava esperando em um dos camarins com Effie. Entramos no palco de mãos dadas e a plateia aplaude animada e lá está o sofá do amor, nos aguardando.

— Podem se sentar, sabe que este sofá já virou a maior sensação por causa de vocês. – Nosso entrevistador brinca, apontando para nos acomodarmos. Sento e logo Katniss está ao meu lado. Por puro instinto, rodeio sua cintura, pousando minha mão em seu ventre. – Boa tarde, Panem. Sei que todos estão ansiosos para nosso especial com o vitorioso da septuagésima sexta edição dos Jogos Vorazes, que aliás, já está aqui. Mas, como prometido estamos reunidos para conversarmos detalhadamente, com o casal mais amado de Panem. Katniss e Peeta Mellark, sejam bem-vindos. - A câmera nos foca e logo estamos sorrindo. – Então, que novidade um bebê a caminho, hein? Como estão lidando?

— Ah, estamos felicíssimos, não dá para descrever em palavras...

— Peeta Mellark, sem palavras? Isso é um feito e tanto. – Caesar brinca e acabo rindo. - Como foi descobrir a novidade?

— Foi uma surpresa maravilhosa e de certa forma esperada. – Minto. – Já tínhamos falado sobre o assunto e, percebemos que precisávamos de algo para nos completar ainda mais. Sei que, Katniss e eu somos jovens, mas queríamos um filho.

— Falando em surpresas, parabéns pela vitória do tributo Doryan. Mal posso esperar para revê-lo e poder nos conhecer melhor. Ele parece ser um garoto adorável. E foi sem dúvida uma grande surpresa nessa edição.

— Sim, ele é. – Prontamente respondo já que, Katniss está quieta, e só assente enquanto esboça um sorriso.

— A rotina de vocês irá mudar e muito. Fiquei sabendo que você vai acompanhar toda a Turnê da Vitória, mas acho que o que todos querem saber mesmo é como fará quando o bebê nascer, e tiverem que vir até a Capital, Katniss? Sabe que todos irão querer conhecer o filho de vocês. – A pergunta foi direcionada a ela, que pigarreia antes de responder.

— Sim, Caesar, nossa rotina irá mudar completamente. Não pensei quanto as nossas viagens, mas é claro que todos o conhecerão.

— Pelo que eu soube o presidente Snow, convocou toda uma equipe para atende-la até o nascimento, certo? – Sutilmente ele nos deu uma brecha para demonstrarmos nossa gratidão a Capital.

— Oh, sim hoje foi minha primeira consulta, onde pudemos escutar o coração. Fiz alguns exames, que apontaram que estamos bem. – Katniss pousa sua mão em cima da minha, que continua em seu ventre, antes de completar: - Peeta e eu, estamos mais que agradecidos ao presidente Snow por nos ofertar isso.

— Tenho certeza que estão. E, como se sentiu ao escutar os batimentos cardíacos do pequeno ser que está gerando dentro de si?

— Foi uma nova sensação. Algo único e sei que me lembrarei disso para sempre. - Sei o quanto esta entrevista não está sendo fácil para Katniss, mas até que ela se saiu bem.

— Eu adoraria continuar com essa agradável conversa, mas nosso tempo está acabando. Que tal uma última pergunta que, aliás, é motivo de algumas apostas que eu sei. Já sabem o sexo do bebê.

— Ainda não deu para ver, mas vamos mantê-lo atualizado, prometo. Qualquer coisa te ligo para contar – brinco.

— Eu adoro esse cara. – Caesar dá uma de suas risadas extravagantes, demonstrando seus dentes perfeitamente brancos e alinhados. - Agradeço a entrevista. Vamos acompanhar as novidades, mas agora os mentores desse ano já estão no palco, por favor – Ele aponta para o outro lado, onde nos sentaríamos durante o especial. E, enquanto a câmera se voltava para ele, vejo a equipe colocando uma poltrona no lugar do sofá que estávamos alguns minutos atrás. - Vamos receber agora, a equipe que acompanhou nosso vitorioso desse ano. – Caesar anuncia um a um de toda a equipe, e sem dúvida Effie é a mais radiante.

Quando Doryan entra, os aplausos são ainda mais altos, e após algumas perguntas rápidas as luzes diminuem e somos obrigados a ver novamente cada morte, daquela edição.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso... me digam o que estão achando tentarei ao máximo estar de volta daqui a 15 dias. Os comentários do capítulo anterior serão respondidos assim que der, ok? Saibam que consideramos muito vocês e a demora muitas das vezes é a rotina. Mais uma vez, sinto muito pela demora. Tenham todos uma ótima semana.