Edward PDV

Bella ficou me encarando, e eu fazia o mesmo. Não tinha Jacob, nem Emmet, nem Jenny na cena. Para mim, era apenas ela. Eu, no fundo, não esperava muita coisa. Ela estava magoada, pois, como eu já sabia: o que eu fiz foi demais perto da infantilidade da culpa dela. Nem se compara! E Rosely só ajudou a fazer tudo parecer pior, quando, na verdade, foram apenas acontecimentos impensados sem importância.

Contudo, por fim, o que me doía era Emmet, mas o que me derrotava era Bella.

— Bella, se quiser, eu te dou carona... – Emmet disse então. Olhei para ele com não sei qual coragem, e ele me retribuiu um olhar triste, frio e magoado. Não para menos.

— Não posso te pedir desculpas, não é cara? – Adiantei.

— Não peça nada Edward. Não a mim. – Ele disse estendendo a mão a Bella.

Bels pegou na mão de Emmet, finalmente se soltando de Jacob, e os dois marcharam em passos largos até o jipe de Emmet. Eu não pude me opor. Eu não tinha esse direito.

— Bella mentiu para sair comigo, você traiu sua amizade com Emmet, Alice saiu ferida, e Jasper não ficou atrás... Belo trabalho, não acha? – Black falou.

— Não tenho tempo para você, Jacob! – Respondi ao seu tom: áspero.

— Mas seria bom ter. Sabe que sou eu para quem Bella vai correr, não sabe? Pois bem, Cullen, eu vou cuidar dela. Mas se eu a conheço, nada a teria feito ficar daquele jeito! – Black apontou para onde o jipe de Emmet passara. — Se o coração dela não ficar integro de novo, eu juro, cara: você me paga! Então a deixe em paz, ou a reconstrua, caso contrário – Black bateu um punho na palma da mão. Gesto claro e simples. De um só sentido. Mas desta vez, eu só tinha o que concordar com ele.

Foi a primeira vez que realmente notei Jenny na cena. Quer dizer, foi só quando caiu a ficha de tudo que ela presenciou. A olhei me sentindo ainda mais péssimo. Jacob se aproximou dela e a abraçou na minha frente. Fiquei surpreso, claro, mas não chegou a me preocupar tanto quanto tudo o que eu já tinha.

— Se cuida Jen! – Ele deu um beijo na testa dela e se afastou.
Jenny estava com lágrimas escorrendo pelo rosto, e eu não conseguia simplesmente suportar ver isso. Já bastavam as confusões e os feridos. Atingir Jenny estava fora de cogitação.

— Desculpa Jen... – Adiantei. — Eu não estou bravo com você. Nem com Carlisle ou Esme, só para deixar claro. E, quanto a tudo isso que viu, bem... É toda essa a história. Fui um cafajeste, se quiser dizer isso, tem todo o direito!

Jennyfer me olhou com uma ruga entre suas sobrancelhas. Porém, ela balançou a cabeça negativamente, fazendo seus cachinhos sacudirem de um lado para o outro, a deixando com um ar incrivelmente inocente. Então, surpreendentemente, ela correu pra mim e me abraçou forte, bem apertado.

— Você foi um grande burro! Grande burro por ter caído nas garras de Rosely. Se eu entendi bem. Mas não se sinta tão mau. Há tanta coisa pesando... Você vai ver, tudo vai parecer mais leve depois que a poeira baixar.

As pequenas e simples palavras dela realmente me trouxeram de volta para o chão. Consegui enfim suspirar em paz, mas ainda culpado. Contudo, Jenny tem total razão: ninguém ouviria ninguém com essa neblina toda de susto, tristeza e mágoa. A parte das desculpas deveria ser deixada para quando as feridas não fossem mais tão sensíveis.
Abracei Jen por mais algum tempo. Depois, fomos para casa. Minha história difícil não parava por aí: Carlisle e Esme provavelmente estariam me esperando. E eu ainda teria muito que falar por hoje...

Continua!