Isabella PDV

Já eram duas da tarde e eu estava uma pilha. Não sei por que, mas eu sabia por quem... Óbvio até: Edward! Mas talvez eu esteja assim justamente por que ELE vai vir aqui pedir pro MEU PAI para eu ir COM ELE a um jogo de beisebol!

De qualquer forma, eu não deveria estar tão aflita, ora, droga, é só um encontro de amigos! Todos vão, não apenas Edward! Aff! A quem eu estou querendo enganar? Quem interessa é o Edward mesmo!

O telefone tocou na minha escrivaninha. Corri para ele sentindo minhas palpitações cardíacas enlouquecerem. Que diabos, Bella, para com isso! Pensei.

- Alô? – Perguntei, na verdade, saiu praticamente como um grito de: “diz que quem fala é o EDWARD!!!!”.

- Alô, Belinha?

Ah! Era a voz do Emmet!

- Ah, Emmet, é você! – Suspirei

- Opa, desculpa, te desapontei? – Ele fingiu tom de ressentido.

Eu pensei em gritar: Sim! Mas me contive. A final, Emmet era meu melhor amigo e, apesar de minha euforia, falar com ele sempre é bom.

- Claro que não fofo, pode falar! – Eu disse.

- Bels, fofo não, né? Por favor! – Ele falou me fazendo rir. – Sério agora: você vai vir com a gente não é?

- Beisebol? Sim, vou. Mas pode me responder uma coisinha antes?

- Claro Bels!

- Por que você liga para mim se é o meu vizinho?

Emmet riu do outro lado da linha.

- Amada, se eu tenho como telefonar, por que eu vou me desgastar atravessando nosso quintal? Prefiro guardar minhas forças pra destroçar o Edward e o Jasper hoje!

O que? Destroçar o Edward?!

- Mas… Bella, a gente precisa ter uma conversa séria amiga! – Ele falou realmente sério.

- Tudo bem, amiga! – Brinquei.

- HAHA, não teve graça! Agora, me escute! Você sabe o que a Rose tem?

- Emmet, você sabe que eu não falei com a Rosely desde o acidente! Eu sou quem deveria estar perguntando! Você sabe das coisas aí pela escola? – Questionei curiosa, a final, foi um mês inteiro de cama!

- Bella, as coisas mudaram muito! Muuuito! – Ele suspirou.

- Então me conta tuuudooo! – Exigi.

Emmet deu uma de suas gargalhadas e depois começou a me contar: Jasper teve uma crise de isolamento durante um tempo, como eu já sabia. Ele não falava e não interagia com ninguém. Vivia de segredinhos que ele não dividia com ninguém. E ninguém sabia a razão para esse seu comportamento.

- Mais então acabei descobrindo o que era! – Ele me confessou com uma voz vibrante.

OHOHOH, nós estávamos parecendo duas Fifi, eu sei! Mas não ligo!

- Vai Emmet, diz! – Pulei na cadeira de pura curiosidade... Quer dizer, preocupação. Jass era meu amigo e eu me preocupava com ele.

- Jasper me confessou que estava de caso com a baixinha... Aquela que pegou o Edward no primeiro dia dele na escola!

- Ah! – Dei um patético gritinho de choque. Como assim ele ousa dizer “pegou o Edward?”. Mais respeito aê!

Acabei sendo atingida por um surto de culpa: o ridículo planinho que Rose bolou e eu efetuei havia surtido algum efeito, a final! Droga! Aquilo fora tão catastrófico que nem sei se fico feliz!

- Emmet, - recomecei, - como assim você fala “aquela baixinha”, acaso se esqueceu que ela também cantou você no primeiro ano! Cara, como você pode ser tão insensível, o nome dela é Alice, ok? – Briguei por um pouco de respeito, a final, Alice não era uma má pessoa!

- Certo, certo Bella! Mas você sabe que não há nenhuma garota na minha vida além da Rosa do meu jardim!

Rolei os olhos. Quando Emmet ia perceber que Rose é uma maluquinha, que ela só quer saber daquilo que ela tem conquistar, não daquilo que ela pode ter facilmente?

- Ok, Emmet... Conta o resto!

- Ah, cara, o Edward! – Ele exclamou como se acabasse de lembrar.

Meu coração trepidou, vibrou, me espancou de dentro pra fora!

- Fala homem! – Apressei.

- Ah, bem… O Edward fez amizades rapidamente aqui. E ele foi outro que andou meio… Meio que se esgueirando pela escola.

- HÃ? Como assim? Explica isso Emmet! – Sinceramente eu me esqueci de ser discreta! Logicamente Emmet percebeu meu grande interesse, pela risadinha que ele deu do outro lado da linha...

- Antes, mal acabava a aula, ele saia da sala e se enfurnava em algum canto. Eu só o via depois, no horário seguinte. Mas ultimamente ele andou mais interado de novo, quase normal...

- O que? Como “quase normal?”!

- Ele dizia que precisava resolver um problema, eu só não sei qual, por que essa era a única coisa que ele não contava pra mim. Então, ele começou a praticamente fugir depois da aula. Mas, agora que você vai voltar, parece que ele ficou regular de novo! Até vai jogar com a gente!

Emmet informou tudo com seu tom de amigo, normal, mas para mim, era como se fosse meu detetive particular me informando que algo de muito estranho estava acontecendo.

- Certo Emmet. Então... Você acha que Edward tinha o que, exatamente? – Especulei.

- Sinceramente, Belinha, os sintomas que nosso amigo Edward apresentou foi de uma forte paixonite aguda! – Emmet informou fazendo graça. – Sério! Eu não sei de onde esses caras andam tirando tanto caso! Olha, falo por mim, Forks anda escassa!

Tentei rir, mas minha garganta tinha fechado. Edward estava apaixonado? Mas, que eu saiba, nós dois só começamos a sentir há pouco tempo! Como, então, ele poderia estar apaixonado lá pela escola? Ah, Céus!

- Emmet, Edward por acaso teve algum namorinho lá pela escola?

- Que eu saiba não, Belinha. Mas… Por que esse interesse todo heim? – Ele questionou suspeitoso. – Por falar nisso, caso queira saber, o Black foi o único dos caras que ficou normal. Quer dizer, ele também teve seu tempo de abstinência, mas o pessoal da liga de esporte não notou mais nada.

- Ah, sim... Não Emmet, não tenho interesse algum! Perguntei mesmo por que, a final, Edward dormia no meu quarto! Eu não ia querer um pegador barato dividindo o mesmo aposento que eu! – Brinquei.

Emmet caiu na risada do outro lado, mesmo não sendo para tanto.

Na verdade, eu até poderia estar viajando, mas eu não conseguia suportar a ideia de que Edward esteve com outra garota. Eu conheço todas lá da escola, e sinceramente não acho que nenhuma é à altura dele, exceto, claro, que ele não se dê o devido valor. Mas, oh droga, este não é o ponto. Eu sei que estou assim só por que morro de ciúmes se souber que qualquer uma teve o coração dele algum momento!

Não, não, não!

***

Edward PDV

Eu estava pronto para pedir Charlie para deixar Bella sair comigo… Quer dizer, com a galera. Eu estava pronto, mais que pronto, para ter Bella por perto de novo. Eu já estava de saída quando Esme de repente me chamou, me parando a poucos metros da minha moto, minha fuga para a liberdade momentânea.

- Diga mãe! – Falei.

- Você vai vê-la filho? – Ela perguntou. Seu rosto era vermelho, como esteve o dia todo hoje.

- Mãe, se você tem algo a me falar, por que não fala? – Fui direto, assim é melhor.

- Bebê, eu tenho mesmo algo a falar. Mas não pode ser na pressa! Agora, você vai ver a Bella não é? – Ok, ela mudou de assunto de propósito.

Eu não estava gostando nada disto. Eu sentia que Esme estava me escondendo algo sério, mas eu a conhecia bem demais para saber que ela não ia me contar nada agora.

- É, mãe, eu vou ver Bella. Na verdade, vou buscá-la. Lembra que eu falei que íamos todos jogar beisebol?

- Ah, sim, claro! – Esme sorriu, o sorriso que dizia claramente que ela estava mais que suspeitando de algo entre Bella e eu.

- Mãe... Você tem certeza de que não quer que eu fique, e você me fala o que tem para falar? Não posso ficar tranquilo sabendo que você precisa de mim!

Falar essas com Esme era fácil, a final, nós sempre fomos bem íntimos.

- Mas é claro que não Edward! Temos todo o tempo do mundo pra falar sobre esse assunto… Então, vá e divirta-se. Apenas evite chegar muito tarde! Juízo com a filha de Renné! – Ela brincou.

- Ah! Pode deixar mãe. Muito juízo! Sempre muito juízo!

Coloquei o capacete e saí. Enquanto Esme me acompanhava com os olhos, eu ia de velocidade baixa, mas, depois que saí de seu campo de visão, as árvores na margem da estrada não passaram de um borrão verde pela minha visão periférica.

Velocidade é uma coisa que sempre me atraiu, talvez tenha sido este o motivo de Esme ter vendido meu Chevrollet antigo há dois anos atrás. Eu nunca havia batido, mas ela não gostava quando reparava na velocidade com que os pneus ficavam carecas... É! Talvez ela tivesse razão mesmo em me dar esta freada.

Quando cheguei à casa de Bella, logo a vi na janela de seu quarto. Ela me viu, obviamente, e logo desapareceu de lá de cima. Toquei a campainha me sentindo até que bastante tranqüilo. Ora, não faríamos nada demais, realmente era apenas um jogo entre amigos, não havia motivos para eu ficar nervoso. Além do mais, modéstia à parte, minha imutável cara de santo sempre amolece as pessoas. Eu já tentei mudar isto, mas não funcionou.

Como eu já esperava, foi Charlie quem atendeu à porta.

­− Boa-tarde senhor Swan. – Estendi minha mão direita para ele formalmente, como de costume.

− Boa-tarde Edward. Bella já vai descer. Entre. – Ele convidou depois de me cumprimentar. Entrei e fiquei perto da porta, de frente para Charlie, que me encarava meio de lado. − Hum... Como está sendo em seu primeiro dia... Fora daqui?

A sutileza na desconfiança de Charlie era um máximo. Todo paizão! Mas também, com a filha que tem ele, isto é totalmente compreensível.

− Esta indo bem, muito bem. E, de novo, obrigado pela hospitalidade.

− De nada garoto. A propósito, Bella me falou da visita de sua... Irmã. Então doutor Carlisle também tem uma filha?

− Sim, Jennyfer. A Jenny é um máximo! Uma boa garota, realmente.

− É. Bella me disse que era mesmo... Renné queria conhecê-la. E vocês estão convidados para vir aqui jantar conosco... Quando quiserem.

− Obrigado, senhor Swan. Esme vai ficar feliz com o convite.

− E, outra coisa... Aonde exatamente vocês vão agora?

Por esta pergunta eu não esperava. Eu estava até natural e tranquilo, mas, a verdade é que, fora o caminho da escola, de casa, e da casa de Charlie, eu não sabia andar por mais nenhuma parte de Forks... Ainda. Hesitei frente a minha dúvida.

− Edward! Pai! – Bella chamou descendo as escadas.

O pai dela e eu nos viramos simultaneamente para ela. Não sei quanto à Charlie, mas eu logo esqueci do que falávamos! Bella estava usando uma calça escura, com as pernas para dentro de botas que iam até quase seus joelhos. Seus cabelos estavam soltos debaixo de seu costumeiro boné da NY, e ela usava uma jaqueta preta que, ao mesmo tempo em que a deixava discreta, realçava sua cintura fina e a deixava perfeitamente combinada com minha moto. Bela como só Bella pode ser!

− Bella, eu estava aqui conversando com o garoto... – Charlie começou. Percebam bem: “o garoto”. − Então, para onde é que vocês vão exatamente?

− Para aquele espaço esportivo, perto de La Push. Emmet e Jasper estão nos esperando. Eu liguei para Jasper e ele disse que chamou Alice, que convidou Ângela. Satisfeito? Desta vez eu não estou só com garotos! – Bella disse em tom quase repreensivo. Era engraçado como ela dobrava o pai sempre que piscava o olho esquerdo para ele.

Charlie parecia insatisfeito, por algum motivo, mas arranhou a garganta e simplesmente assentiu.

− Não demorem. Você está com seu telefone, não está?

− Sim pai! – Bella respondeu já me puxando para fora da própria casa.

− Vá com Deus!

Charlie disse lá da porta. Lançou um último olhar para mim, que eu retribuí com um aceno de tchau e depois ele entrou em casa. Bella parou frente a mim, me olhando de um jeito diferente de hoje mais cedo. Parecia que ela sabia de algo que eu não sabia. Além de que também era um olhar de suspeita.

− Tudo certo Bella? – Perguntei oferecendo o capacete a ela.

− Claro. Edward. Vamos lá.

Ela deu umas tapinhas na moto e eu subi nela. Bella subiu atrás de mim, se segurando apenas no próprio acento. Não sei por que ela estava tão estranha, mas eu não ia pôr nossa tarde a perder só por que ela estava reservada. Assim, saí para a estrada e parei frente à casa vizinha: Emmet. Seu jipe estava adornado por Tyler, Mike e Eric. Jasper já ia mais a frente, já que ele ia buscar Alice, que eu saiba.

Eu sequer havia pensado nisso ainda, a final, já faz um mês que não falo com essa garota, depois daquele nosso desencontro que aconteceu na noite do penhasco. Aquela noite foi o maior fiasco que alguém poderia imaginar. Será que Alice ficou... Ressentida comigo?

Fui seguindo o jipe de Emmet. No início, Bella continuou fria e distante, mas, conforme eu acelerava, ela passou a me abraçar com um pouco de força. Quando chegamos, Bella já estava tão abraçada a mim que eu podia sentir a batida de seu coração nas minhas costas. Até ri com isso.

Continua...