Nunca brinque com magia! escrita por Lyana Lysander


Capítulo 17
O Balrog!




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—Deixem os vir para mim. -gritou Gimli subindo em cima do túmulo com seu machado em punho. -Há um Anão em Moria que ainda respira. 

A espada de Frodo brilhava ao meu lado, os Hobbits estavam assustados. 

Quando o primeiro buraco na porta foi feito, Legolas disparou uma fecha, e logo ouvimos um chiado de desespero. Guardei a espada e fui mais a frente, pegando umas flechas no cão e puxando meu arco segui seu exemplo ficando ao seu lado, tentando acertar tudo que se mexesse. 

Não consegui atirar nem 3 flechas antes que a porta fosse arrombada e seres medonhos pularam por ela.

Eu não sabia se aquilo eram Orcs ou Gobelins, mais eram feios como o demônio. Pareciam estar cobertos de lama, ou aquilo era sangue negro? Estava de armaduras. Eles eram humanoides, mas possuíam um rosto de rato, com dentes pontiagudos e avantajados, pulavam como se houvesse mola em seus pés, e eu quase caí para trás quando um deles veio para cima de mim, mas o elfo se pós a minha frente acertando o ser com uma flecha no meio da cabeça. 

—Vá para trás. -ele gritou, me fazendo acordar. Todos estavam com medo, mais precisávamos lutar por nossas vidas, eu não podia esperar que ficassem me salvando sempre.

—Não. -respondi me levantando.

Puxei a espada novamente, tentei guardar o arco nas costas enquanto a empunhava, aparei o primeiro golpe, de um ser negro de armadura meio metro maior que eu, que vinha em minha direção. Usei sua força para me livrar do peso, e joguei a espada para o lado me virando e atacando suas costas. Sangue negro espirrou em mim, mas não parei e segui a frente me joguei de joelhos no chão cortando  as pernas de outro ser que vinha em minha direção. 

—Háaaaa. -gritei enquanto lutava, e ouvi quando os Hobbits se juntaram a luta também gritando.

O som de metal se chocando era alto, mas eu também podia ouvir um "Sluuug, Blug", de carne sendo cortada. Eu já havia derrubado uns 4 seres quando um pulou em cima do outro e vinha pelo ar com um golpe certo em minha cabeça, mas esse rapidamente foi jogado para trás por um flecha certeira do elfo.

Ouvi Aragorn gritar enquanto cortava uma cabeça, Gimli varria os menores que deveriam ser Gobelins com seu machado. Gandalf lutava ao longe com sua espada, enquanto os Hobbits a sua frente aproveitavam seu tamanho para matar mais alguns. Boromir lutava ensandecido ao meu lado, ele parecia uma maquina de matar, e por uns segundos me perguntei em quantas guerras ele já havia lutado para usar tão bem a espado. Parei de pensar em besteira quando outra flecha de Legolas matou um Gobelim atrás de mim. Ele estava mais atrás nos dando cobertura, mas eu sabia que suas flechas não durariam para sempre. Voltei para a luta, mas logo um tremor nos fez parar de lutar por uns segundos.

Alguns Gobelins entraram na câmara puxando algo bem maior atrás deles, o monstro destruiu as portas e as paredes ao redor para entrar, e quando levantou a cabeça e o resto do corpo eu quase chamei um palavrão.

—Troll das cavernas. -Boromir falou ao meu lado, e os Gobelins que o vinham puxando foram mortos pisoteados pelo próprio Troll enquanto ele corria para nós. 

Deuses como aquele ser era enorme. Eu no máximo chegava aos seus joelhos. Seu corpo era rechonchudo, sua pele cinza e flácido. Sua cabeça pequena e careca parecia uma bola de gude em cima de seu monstruoso corpo, mas quando esse rugiu, eu me preparei para a luta, enquanto alguns Gobelins dentro da sala fugiam por debaixo dele.  E alguns deles foram esmagados no processo de fuga.

Legolas foi o primeiro a reagir, atirando uma flecha no pescoço do Troll que parou por uns segundos, mas logo em seguida investiu novamente contra nós, e parecia estar com muito mais raiva que antes.

O Troll correu atrás de Sam, e tentou acerta-ló com seu machado de espinhos, então acertei o Gobelim nojento a minha frente e abri espaço correndo até eles. Sam fugiu por debaixo das pernas do Troll, e por pouco não foi acertado por este, mas acabou ficando encurralado na parede, e o Troll iria acerta-ló.

Boromir puxou a corrente do mostro, e eu e Aragorn corremos para ajudar puxando o Troll para trás com todas as nossas forças, dando tempo para Sam sair dali. Porém, ao ser puxando o Troll virou seu machado contra nós. Me abaixei evitando o ataque, soltando as correntes, e Aragorn fez o mesmo, mas Boromir ainda a segurava, quando o Troll puxou com toda a força a corrente laçando Boromir com tudo contra a parede.

Boromir tentou levantar atordoado, e um Gobelim tentou ataca-ló enquanto isso. Aragorn jogou uma espada no pescoço do ser que já caio morto. Vi quando ele fez um sinal para Boromir que correspondeu. Gimli jogou seu machado no peito do Troll, que caiu para trás. Corri pelo caminho puxando algumas flechas dos corpos e matando os gobelins a minha frente. O monstro levantou novamente, e vinha com tudo para cima de Gimli. Então subi também em cima do tumulo e comecei a atirar as flechas nele.

Dessa vez o Troll não parou e veio com tudo para cima de nós. Pulamos cada um para um lado quando seu machado destruiu o lugar. O Troll perseguiu o Anão, mas não pude ajudar pois já estava cercada. Lutei contra os gobelins ao meu redor para abrir espaço, mas um maior e mais forte veio em minha direção me mostrando seus dentes. Ele se lançou a frente jogando todo seu peso sobre mim. Tentei aparar seu golpe com o arco, mais ele tinha mais força, eu não podia vencê-lo assim.

—Troll. -gritei me abaixando, e o Gobelin se virou assustado me dando tempo o suficiente para sacar a espada e cortar sua garganta. -Ops, me enganei, desculpa aí. -os outros gobelins ao redor ficaram enfurecidos e se dirigiram contra mim, mas Gandalf veio ao meu auxílio matando mais alguns ali.

Vi ao longe Legolas em cima do Troll, pulando para lá e para cá como um malabarista. Ele tentou acertar a cabeça do Troll, mas as flechas quebraram ali, como se fosse feito de metal.

—Acho que estou pegando o jeito. -ouvi Sam dizer, e quase gritei concordando, enquanto o hobbit derrubava uns Gobelins com sua frigideira.

—FRODO. -ouvi Aragorn gritar. 

O Troll agora perseguia Frodo, Merry e Pippin estavam no chão, e pelo que parecia, quase tinham sido acertados.

Aragorn tentava abrir espaço em meio a luta para ajudar o Hobbit, que era perseguido como um rato em meio as pilastras já destruídas.

—Me dê cobertura Gandalf. -gritei para o mago ao meu lado, e corri com tudo até o Hobbit. 

Quando o Troll puxou Frodo pelo pé, eu cortei o seu dedo, fazendo-o soltar meu amigo. A adrenalina corria solta no meu corpo, e eu tentava respirar, quando ele veio com tudo para cima de mim. Me joguei para o lado escapando por tão pouco do machado que o vento causado pela força me jogou para trás e eu cai. Ele investiu com tudo para cima de mim, e a única coisa que pude fazer foi jogar a espada nele. 

O Troll gritou choroso, e se voltou para mim com a espada fincada em seu olho. Tentei me levantar mas foi Aragorn que se jogou a minha frente com uma lança atacando o estômago do monstro.

Levantei e fui tentar ajudar Aragorn, mas antes mesmo que eu fizesse algo o Troll já tinha tomado a lança dele e nos batia com ela. 

Fui atirada para trás com tudo, e senti quando meu corpo bateu com força na parede. 

—AURA, ARAGORN. -Frodo gritou chamando a atenção de todos.

Minha cabeça estava zonza, e meu corpo dolorido demais, contudo, quando olhei para frente com a vista embasada, tudo o que vi foi o Troll  investindo com a lança na direção de Frodo.

O golpe o atingiu no flanco direito, e Frodo foi jogado contra a parede, ficando espetado pela lança. Sam, com um grito, golpeou a haste da lança, que se quebrou. Mas justo no momento em que o orc soltou a lança e desembainhou sua cimitarra. Merry e Pippin corajosamente pularam em cima dele, o espetando diversas vezes no ombro e pescoço. Gandalf e Gimli se juntaram a luta contra o Troll o cortando nas penas e na barriga, mas foi Legolas com um mira precisa que atingiu uma flecha dentro da sua boca que atravessou sua cabeça.

O Troll chorou, e cambaleante caiu com tudo para frente, finalmente morto, derrubando os hobbits desajeitados, que ainda estavam em cima dele.

Aragorn ao meu lado se arrastou até Frodo o virando, mas foi Sam quem falou primeiro.

—Ele está vivo. -todos imediatamente ficaram aliviados.

Senti meu rosto ser erguido, e olhos azuis profundos me fitaram preocupado esquadrinhando meu corpo.

—Estou bem. -disse ao elfo, que com alivio encostou sua testa na minha fechando os olhos como se agradecesse aos céus em uma prece íntima.

—Lutou bravamente. -ele disse se afastando e me ajudando a levantar.

Tentei parecer o melhor possível mas toda a minha lateral direita doía. Legolas foi até o Troll e puxou minha espada do seu olho, limpando-a em cima de um gobelim morto ao seu lado e me entregando em seguida. E eu a guarde o agradecendo.

—Estou bem. Não estou ferido. -dizia um Frodo assustado e quase sem folego. 

—Você deveria estar morto. -disse um Aragorn abalado. -Aquela lança teria atravessado um javali.

—Acho que há mais nesse hobbit do que imaginamos. -Gandalf falou sabiamente.

E nesse momento Frodo abriu a camisa nos mostrando a malha de mithril.

—Mithril. -falou Gimli como se o reverenciasse. -Você é cheio de surpresas mestre Bolseiro.

Rimos um pouco com isso mais logo percebemos que aquele não era o momento para nos sentirmos aliviados, pois ouvimos ao longe vários gobelins armados vindo em nossa direção.

—Corram, para a ponte de Khazad-Dûm. -ordenou o mago.

Todos corremos por nossas vidas. Meu corpo doía muito, e eu mal podia usar minha velocidade total, mas ao ver aqueles seres atrás de nós, aos milhares nos cercando, eu tentei correr mais, pois sabia que ninguém me deixaria para trás se eu caísse.

O ar ficou mais quente.

Quando chegamos ao arco, Gandalf o atravessou, fazendo um sinal para que nós esperássemos. Enquanto ficou ali parado além da abertura, nós vimos seu rosto iluminado por uma luz vermelha. Recuou rapidamente.

—Existe algum tipo de maldade nova aqui. -disse ele. -Feita para nos receber, sem dúvida. Mas sei onde estamos: atingimos a Primeira Profundeza, o nível imediatamente abaixo dos Portões. Este é o Segundo Salão de Moria, e os Portões estão perto. Ali, na saída Leste, à esquerda, a menos de um quarto de milha. Do outro lado da Ponte, subindo uma escada larga, indo por uma estrada ampla através do Primeiro Salão, e para fora! Mas venham olhar!

Espiamos para fora. Diante de nós, estava um outro salão cavernoso. Era mais alto e bem mais comprido que aquele no qual tinham dormido. Estavam perto do canto Leste, no lado Oeste, o salão avançava mergulhando na escuridão. No centro se erguia uma fila dupla de pilares. Estavam esculpidos como copas de árvores enormes, e os ramos sustentavam o teto, terminando num trançado de ramificações menores. Os troncos eram lisos e pretos, mas um brilho vermelho se espelhava nas suas laterais. Na direção oposta, no chão, ao pé de dois grandes pilares, uma enorme fissura se abrira. Dela emanava uma luz vermelha e violenta, e de vez em quando chamas lambiam a borda e se enrolavam nas bases das colunas. Mechas de fumaça preta pairavam no ar quente.

—Se tivéssemos vindo dos salões superiores pelo caminho principal, teríamos ficado presos aqui.  -disse Gandalf, e eu encostei na parede cansada. -Agora Aura. -ele olhou para mim. -Precisamos colocar fogo nesta sala, para que ele fique entre nós e o inimigo. -fiz que sim. E juntos recitamos o encantamento. -Venham! Não há tempo a perder. -disse ele quando o fogo começou a consumir a sala.

No momento em que o mago falava, escutamos de novo as batidas de tambores que nos perseguia: Dum, dum, dum. Do outro lado, além das sombras no lado Oeste do salão, vimos gritos e toques de cornetas. Dum, dum: os pilares pareciam vibrar e as chamas tremiam.

—Agora, para a última corrida! -disse Gandalf. -Se o sol estiver brilhando lá fora, ainda poderemos escapar. Sigam-me! -virou à esquerda e se apressou através do chão liso do salão. A distância era maior do que parecera. -eu estava mais devagar, mais cansada. Legolas puxou meu braço e se abaixou me puxando para seu ombro dando um impulso sobre meu corpo, e quando menos percebi, estava em suas costas, com ele correndo com o arco nas mãos e a aljava no braço direito. 

—Deveria ter me dito que estava machucada antes. -ouvi ele brigar. 

—Eu estou bem, vou atrasar você assim. -tentei argumentar.

—Eu ainda sou mais rápido que todos eles mesmo carregando você. -ele retrucou, e eu não duvidei que fosse verdade.

Enquanto eles corriam, escutamos a batida e o eco de muitos pés vindo atrás de nós. Mas logo ouvimos um grito agudo: eram os gobelins que ficaram pressos pelo fogo.

Uma flecha assobiou sobre a cabeça de Frodo.

Boromir riu.

—Eles não esperavam por isso. -disse ele. -O fogo cortou-lhes o caminho.

—Olhem para a frente. -gritou Gandalf. -A Ponte está perto. É perigosa e estreita.

De repente,vimos adiante um abismo escuro. No fim do salão, o chão desaparecia e caía numa profundidade desconhecida. A porta externa só podia ser atingida por uma estreita ponte de pedra, sem parapeito ou qualquer proteção, que cruzava o abismo num arco de quinze metros. 

Pelo que parecia, aquilo era uma antiga defesa dos anões contra qualquer inimigo que pudesse tomar o Primeiro Salão e as passagens externas. Só poderiam atravessá-la em fila indiana. Gandalf parou na ponta, e os nos atrás, todos juntos. 

—Vá na frente, Gimli. -disse ele.- Depois Pippin e Merry. Sempre em frente, e subindo a escada que fica depois da porta.

Flechas caíam em meio ao nosso grupo. Uma atingiu Frodo e, encontrando resistência, ricocheteou no ar. Uma outra perfurou o chapéu de Gandalf e ficou ali, como uma pena preta. Legolas desviou de algumas e assim nenhuma me atingiu, mas nesse momento eu senti, e gritei de dor.

—AURA? -eu apertei seu ombro e chorei, um fogo terrível parecia me consumir por dentro

—Algo... Quente... Algo está vindo. -Foi tudo o que consegui dizer em meio a dor. 

Legolas usava tentava abater os inimigos que conseguia, mas sua preocupação comigo era notória. Eu me segurava bem nele, e o apertava cada vez mais.

Mais a frente, além do fogo, vinha um enxame de figuras negras, parecia haver centenas de orcs e gobelim. Brandiam lanças e cimitarras que brilhavam vermelhas como sangue à luz do fogo. Dum, dum, batiam os tambores, cujo som ia ficando cada vez mais alto, dum, dum.

—Aura, você... -o elfo parou de falar, e olhou para frente, e logo deu passos para trás, e eu podia sentir seu medo.

Logo dois grandes trolls apareceram. Traziam grandes lajes que jogaram no chão para servir de passarela por cima do fogo. Mas não foram os trolls que encheram o elfo de medo. A multidão de orcs se abriu, e se amontoou do lado, como se eles próprios estivessem com medo. Alguma coisa vinha atrás. Não se podia ver o que fosse: era como uma grande sombra, no meio da qual havia uma forma escura , talvez humanoide, mas maior, e poder e terror pareciam estar nela e ao seu redor.

Meu corpo queimava, e eu tentava fortemente me manter sã. Não podia desmaiar ali. Mestre Elrond havia me treinado para que eu não sofresse tanto com o mal das criaturas, mas aquela em si parecia conter mais do que o mal.

A figura veio para a extremidade do fogo e a luz se apagou, como se uma nuvem tivesse coberto tudo. Então, com um movimento rápido, pulou por sobre a fissura. As chamas brandiram para saudá-la, e se ergueram à sua volta. Uma nuvem negra rodopiou subindo no ar. A cabeleira esvoaçante se incendiou, fulgurando.

Na mão direita carregava uma espada como uma língua de fogo cortante, na mão esquerda trazia um chicote de muitas correias.

— Um balrog! Um balrog vem vindo! -gemeu Legolas.

—A Ruína de Durin. -Gimli gritou com os olhos esbugalhados, deixando cair o machado e cobrindo o rosto.

—Um balrog! -murmurou Gandalf. -Agora eu entendo. -perdeu o equilíbrio e se apoiou no cajado. -Que má sorte! E eu já estou exausto! 

A figura escura, envolvida em fogo, corria em direção a eles. Os orcs gritavam e avançavam para a passarela de pedra. Então Boromir levantou sua corneta e a tocou.

Forte o desafio soou e retumbou, como o grito de muitas gargantas sob o teto cavernoso. Por um momento os orcs estremeceram e a figura de fogo parou. Então os ecos se extinguiram de repente como uma chama apagada por um vendaval, e o inimigo avançou outra vez.

—Para a ponte! -gritou Gandalf, recobrando as forças. -Fujam! Este é um inimigo além das forças de qualquer um de vocês. Preciso proteger o caminho estreito. Fujam! -ele continuou sem se virar. -Tira Aura daqui Legolas, ou essa dor vai mata-lá.

Legolas pareceu ponderar se saia ou não, mas ao olhar para mim tomou sua decisão saindo dali.

 Aragorn e Boromir não obedeceram ao comando, e ainda ficaram onde estavam, lado a lado, atrás de Gandalf na extremidade oposta da ponte. Os outros pararam bem na passagem, na ponta do salão e se viraram, incapazes de deixar seu líder sozinho, enfrentando o inimigo.

O balrog alcançou a ponte. Gandalf parou no meio do arco, apoiando-se no cajado com a mão esquerda, mas na outra mão brilhava Glamdring sua espada, fria e branca. O inimigo parou outra vez, enfrentando-o, e a sombra à sua volta se espalhou como duas grandes asas. Levantou o chicote, e as correias zuniram e estalaram.

Saía fogo de suas narinas. Mas Gandalf ficou firme.

—Você não pode passar. -disse ele. Os orcs estavam quietos, e fez-se um silêncio mortal. -Sou um servidor do Fogo Secreto, que controla a chama de Anor. Você não pode passar. O fogo negro não vai lhe ajudar em nada, chama de Udún. Volte para a Sombra! Não pode passar.

O balrog não fez sinal de resposta. O fogo nele pareceu se extinguir, mas a escuridão aumentou. Avançou devagar para a ponte, e de repente saltou a uma enorme altura, e suas asas se abriram de parede a parede, mas ainda se podia ver Gandalf, brilhando na escuridão; parecia pequeno, e totalmente sozinho: uma figura cinzenta e curvada, como uma árvore encolhida perante o início de uma tempestade.

Saindo da sombra, uma espada vermelha surgiu, em chamas. Glamdring emanou um brilho branco em resposta.

Houve um estrondo e um golpe de fogo branco. O balrog caiu para trás e sua espada voou, partindo-se em muitos pedaços que se derreteram. O mago se desequilibrou na ponte, deu um passo para trás e mais uma vez ficou parado.

—Você não pode passar! -disse ele.

Num salto, o balrog avançou para cima da ponte. O chicote zunia e chiava.

—Ele não pode ficar sozinho! -gritou Aragorn de repente, correndo de volta ao longo da ponte. -Elendil! -gritou ele. -Estou com você, Gandalf!.

—Gondor! -gritou Boromir, correndo atrás dele.

Nesse momento, Gandalf levantou o cajado e, gritando bem alto, golpeou a ponte. O cajado se partiu e caiu de sua mão. Um lençol de chamas brancas se ergueu. A ponte estalou. Bem aos pés do balrog se quebrou, e a pedra sobre a qual estava caiu no abismo, enquanto o restante ficou, oscilando, como uma língua de pedra estendida no vazio.

Com um grito horrendo, o balrog caiu para frente, e sua sombra mergulhou na escuridão, desaparecendo. Mas no momento em que caía, brandiu o chicote e as correias bateram e se enrolaram em volta dos joelhos do mago, arrastando-o para a borda. Ele perdeu o equilíbrio e caiu, agarrando-se em vão à pedra, e escorregou para dentro do abismo.

—Fujam, seus tolos! -gritou ele, e desapareceu, caindo no abismo.

—GANDALFFFFFFFFFFFFFFF. NÃOOOOOOOOOOOOOOOOO. -gritou por todos nós Frodo, e eu já não tinha quase mais nenhuma força.


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