Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 1
Capítulo 1 - Algo Forte.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem de mais essa história!
Boa Leitura!



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CHANCES

CAPÍTULO 1 – ALGO FORTE.

NARRAÇÃO: ISABELLA SWAN.

    Eu podia descrever com riqueza de detalhes o dia em que conheci Edward Cullen. Era uma manhã agradável. O sol brilhava de uma forma contida, o que fazia ser confortável estar exposta a ele. Os pássaros cantavam a melodia de sempre, mas ainda sim, algo parecia diferente. Os funcionários da fazenda Cullen trabalhavam de forma incansável, querendo satisfazer os patrões que viriam passar suas férias aqui, após anos sem aparecerem.

         Segundo os boatos que ouvi, os Cullen eram algo parecido com a realeza em Londres; Poderosos, cultos e inigualáveis. Donos de uma construtora milionária, eles podiam ter o quisessem, na hora em que quisessem. Aqui em Forks eles eram praticamente celebridades. As socialites da cidade que se achavam elegantes sonhavam em ser amigas de Esmee Cullen.

     Havia me mudado para cá faziam 3 anos e nunca os havia visto. Meus pais e eu eramos vizinhos da enorme fazenda Cullen.

      Não eramos ricos, nem nada, eles eram os caseiros da fazenda Biers, e eu os ajudava como podia, fazendo bicos na pousada dos Hale. Quando completei  16 anos nos mudamos de Nebraska para cá, meus pais acabaram ficando desempregados por a fazenda em que trabalhavam ter sido vendida, então meu pai decidiu que Forks seria o nosso destino. Por um golpe de sorte, chegando aqui,meu pai logo recebeu a proposta de Marcus Biers, que precisava urgentemente de pessoas que pudessem cuidar do andamento de sua fazenda enquanto ele estivesse em Nova York, por algum motivo estranho ele confiou no meu pai logo de cara, sem questionamentos. Aquilo me fez admirar os Biers.

     Voltando aos Cullen; a fazenda deles era uma das mais produtivas da região. Cultivavam todos os tipos de frutas e tinham os melhores animais. Contando com vários puros sangues em sua coleção no estábulo. Pelo que parecia, eles não mantinham a fazenda por quererem lucro. Mantinham para provar que podiam ter milhares de imóveis,  em diferentes cantos do mundo. Faziam mais de 5 anos que eles não apareciam na fazenda, deixavam tudo nas mãos das dezenas de empregados.

    Mesmo morando na fazenda vizinha, eu passava mais tempo na fazenda dos Cullen, por minha melhor amiga ser a cuidadora dos cavalos de lá; Alice Brandon sabia doma-los e adestra-los como ninguém. Eu admirava seu talento com eles. Queria ter algo assim. Um talento para me orgulhar... Mas eu era só a Bella e ponto. Eu não tinha nada de especial.

    A verdade sobre mim era deprimente; nunca esperei mais da vida do que ela me deu. Não tinha sonhos majestosos para realizar. Eu simplesmente me sentia feliz com a vida que tinha. Feliz pelos pais amorosos que consegui. Feliz por quando o sol se por eu poder me banhar no lago mais próximo e nas noites mais frias me acolher no calor das noites de fogueira do povoado. Eu não achava que pessoas como os Cullen eram felizes de verdade. Eles podiam aproveitar a paz daquela fazenda por quanto tempo quisessem, mas ainda sim preferiam o barulho e a inquietação da cidade.

    Minha vida amorosa também não era nada emocionante. Havia tido um ou dois namorados, mas nada relevante. Nunca senti o que minha mãe disse sentir ao conhecer meu pai: Segurança de uma vida futura juntos. Essas foram as palavras dela.

  Os cachos avermelhados do meu cabelo balançavam a medida dos meus passos pela fazenda Cullen. Eu seguia até o estábulo com a intensão de encontrar Alice. Ela deveria estar nervosa, afinal faziam só dois anos que fora contratada e os Cullen nunca haviam visto seu trabalho pessoalmente.

    Eu havia a conhecido, pouco depois de me mudar para Forks. Numa noite da fogueira acabei derrubando vinho em seu vestido, aquilo não a fez ficar brava, ao contrário, a rendeu boas risadas.Naquele mesmo momento, notei que a mesma seria uma grande amiga minha.

   Meus olhos chocolates observam atentamente a movimentação dos outros cuidadores, todos concentrados em seu trabalho. Uns conhecidos até acenam para mim, e eu retribuo com um sorriso.

    Avisto a pequena mulher que eu chamo de melhor amiga, guiando um cavalo na arena próxima ao estábulo.  Lhe dando instruções de comportamento, como se ele fosse um humano.

      Solto uma risada pela expressão de seriedade dela, e aquilo faz sua atenção se voltar para mim.

—Hey Bells!  Achei que não viesse hoje. —comentou soltando o cavalo, deixando ele galopar livre.

    Ela sorria para mim. De um jeito que deixava seus olhos acinzentados franzidos. Alice era muito bonita, apesar de ter uma baixa estatura e ser magra, a mesma possuía belas curvas,que se acentuavam ainda mais por conta de seu trabalho. Seu cabelo que quase sempre estava preso, era lindo. Não entendia o porquê dela nunca ter se envolvido seriamente com ninguém, tendo tanta beleza.

—E perder a oportunidade de conhecer os poderosos Cullen? Nunca. —brinquei divertida ganhando um revirar de olhos dela.

   Me preocupei em manter uma boa distância do cavalo que ela antes treinava. Eu simplesmente, não me dava bem com aquele tipo de animal. Era como se eles pudessem sentir o quanto eu tenho medo deles e me aterrorizassem ainda mais por isso.

—Você só brinca assim, porque não é o seu emprego que está na reta. — falou antes de suspirar.

    Pulei a cerca que nos separava com maestria, por causa das botas adequadas que usava, e fui para próximo de minha melhor amiga. Ainda temendo o cavalo.

—Não precisa se preocupar Alice, você é a melhor treinadora de cavalos que eu conheço. E os Cullen seriam uns estúpidos se não reconhecessem isso e pelo que todos dizem, a estupidez não é um dos inúmeros defeitos deles. —a tranquilizei ao meu modo.

—Só diz isso, porque é minha melhor amiga. —murmurou insegura.

—Digo isso, porque é o que todos pensam de você. Forks toda sabe, que Alice Brandon é uma verdadeira maestra, quando a questão são cavalos. —discordei sorrindo e depois a puxei para um abraço.

—Você é uma ótima amiga, Swan. —ela afirmou quando nos separamos.

—Eu tento. —murmurei, dando de ombros.

    Após aquilo Alice voltou ao trabalho e eu me sentei na cerca observando o que ela estava fazendo.Eu gostava de vê-la trabalhando. Observar sua paixão pelo que faz.

       Eu ainda estava distraída observando o treinamento, quando meus olhos encontraram os dele. Os preciosos olhos verdes de Edward Cullen. O mesmo estava sozinho, ele adentrou a arena de um jeito descontraído, um sorriso deslizava por seus lábios para quem quisesse ver. Mas quando ele me fitou, o sorriso sumiu,dando lugar a uma expressão indecifrável.

          Ele era simplesmente a criatura mais linda que eu já havia visto em minha vida. Sua beleza era inacreditável. Eu nunca havia visto em toda minha vida um homem tão espetacular e viril como aquele. Dono de ombros largos, e de um rosto másculo,tudo em sua face se harmonizava com seu corpo. Ele era alto e terrivelmente perfeito.

         E o sorriso. Céus! O sorriso que antes ele exibia poderia ser considerado uma das sete maravilhas do universo.

    Cada átomo do meu corpo, expressou o quão errado era eu ter prestado atenção num cara como ele. Eu não entendia como pude notar que aquele era Edward Cullen. Eu só pude.

         O filho tão comentado. Aquele que herdaria todo o império e que assumiria os negócios da família.

    Desviei meu olhar, arfando. Sentindo meu coração bater descompassado. Eu nunca havia me sentindo assim. Com esse frio na barriga irracional,misturado com uma ansiedade agoniante.

—Laurent me comunicou que eu encontraria a treinadora dos cavalos aqui...Essa mulher seria você? —ele direcionou aquelas palavras a mim, quando se aproximou e o tom de sua voz fez com que os pelos do meu corpo se arrepiassem.

        Voltei a encara-lo e notei que ele estava tão perturbado com aquela situação quanto eu. Coloquei um fio de cabelo teimoso atrás da orelha, e mordi meus lábios.

—Não...Nem se quisesse...Sou péssima com esse tipo de animal. —respondi sincera e depois me senti uma tola por comentar aquele tipo de coisa. Era totalmente desnecessário.

    Para minha surpresa,  ele sorriu por minhas palavras. Isso mesmo! Ele sorriu, não riu.

—É meio estranho levando em conta que você parece ser de Forks. —comentou enfiando suas mãos no bolso de sua calça.

     Tentei ignorar o fato de que ele ficou extremamente sexy, quando fez aquilo.

—Eu não acho que exista um lei, que exija que todos os habitantes de Forks, se deem bem com animais do campo...E a propósito: Eu não sou de Forks. — só depois de falar notei o quanto aquilo soou petulante. Mas, ele não pareceu se importar com isso.

—Só são cavalos; Criaturas leiais. Mais leiais que os humanos. —falou com certa fascinação.

—Criaturas que me odeiam. —murmurei irônica.

—Quem? Os cavalos ou os humanos? —brincou com um sorriso sedutor nos lábios. Não resisti a uma revirada de olhos.

          A máscara de cara lindo já estava sendo substituída por a de um idiota da cidade que se achava o máximo, paquerando as caipiras do interior. Eu repudiava aquele tipo de pessoa.

   Pulei da cerca, e aquele movimento fez com que meu vestido leve se esvoaçasse.E aquilo pareceu causar algo no homem de olhos verdes. Pois, ele me olhou de um jeito intenso demais.

   Cruzei os braços na altura do peito e o encarei sem temer as sensações que isso me causou na primeira vez.

—Caras de Londres, são tão péssimos assim com piadas ,ou é só você? —provoquei. Arqueando uma sobrancelha.

    Antes que ele respondesse algo a altura, Alice surgiu com uma expressão alarmada. Ao que parece ela só havia notado a presença do individuo a minha frente, agora.

—Oh você deve ser Edward...O filho dos Cullen. Sou Alice, a treinadora, desculpe-me por demorar a me apresentar, estava distraída com os treinamentos. —ela falou um tanto acanhada.

   Descruzei meus braços,e adquiri uma postura de menos deboche. Aquele era o trabalho da Alice, e aquele seu “patrão”. Eu não precisava agir dessa maneira tão desagradável. 

     O cara sorriu para ela, querendo tranquiliza-la, suponho.

—Não tem problema, sua amiga... —ele me encarou esperando que eu falasse meu nome.

—Isabella. —falo automaticamente.

—...Bella, me recepcionou muito bem. —algo em mim se contorceu, quando ele me chamou por um dos meus apelidos. Eu estava desconfortável.

   Alice me encarou com uma expressão interrogativa e eu dei de ombros.

—Sim. Bella é adorável. —minha amiga afirmou disfarçando sua dúvida e se virando para ele.

—Claro...Agora entendo porque a fazenda vai para frente, os funcionários daqui são excepcionais. —comentou me avaliando.

—Não sou uma funcionária...Só vim visitar Alice. —explico da forma mais breve possível.

—Isso é uma pena, aposto que você deve ter algum talento, que serviria muito para a fazenda. —falou mais uma vez sedutor. Ignorando totalmente a presença de Alice.

   Era impressão minha ou aquela nossa conversa estava virando um flerte?

—Você perderia a aposta. Não tenho nenhum talento. Só sou uma garota comum. —afirmo com toda certeza que tenho.

—Você não parece ser comum, Bella. —disse com um sorriso de lado.

—As aparências enganam. —murmuro. —Bom...Agora, acho melhor eu ir. —comento ajeitando meus cabelos rebeldes mais uma vez.

—Claro. —ele concorda.

—Nos vemos depois, Bells. —Alice diz com um olhar que significava “Precisamos conversar sobre o que aconteceu aqui”. Apenas assenti.

    Com passos largos ando em direção a saída. Meu lado fraco não resiste e me viro mais uma vez na direção de Edward, e noto que ele me olhava partir.

—Pode parecer inapropriado, mas eu sinto que devo perguntar; Onde posso te encontrar de novo, Bella? —ele indaga para minha surpresa.

   Engulo uma resposta grossa por Alice e respondo:

—Estarei logo ao lado. Na fazenda dos Biers. —conto e após essas palavras realmente decido ir.

              Quando chego ao jardim da fazenda, tenho uma visão privilegiada da grande mansão presente nele. Na varanda da casa, vejo um casal extremamente elegante falando com a maioria dos empregados internos. Decido sair dali o mais rápido possível, para não ser notada por mais ninguém.

        Não demoro a chegar na fazenda Biers. Ultrapasso a portaria que a separa da outra propriedade, e começo a caminhar em direção a entrada principal. Mesmo sendo empregados, Caius nunca exigiu de nós que entrássemos pelos fundos. Ele costuma dizer que somos pessoas normais, iguais a ele,  e que merecem entrar pela frente.

      Quando alcanço a escadaria que estou tão acostumada a subir, tenho uma surpresa incrível. Sentado em um dos degraus da mesma, Jasper  Biers se encontra. Ao me ver, ele levanta no mesmo instante e me presenteia com uma daqueles sorrisos calmos que eu tanto adoro nele.

     Jasper era simplesmente, uma das pessoas mais bonitas no mundo. Não estou dizendo por fora. — ele também era lindo desse jeito — mas estou falando por dentro. A alma dele era a mais linda de todas.

   Ele era herdeiro de um império tão grande quanto o dos Cullen, mas não dava a miníma para isso. Ele não tratava ninguém com superioridade. Ele amava as pessoas.

     Jasper cursava administração em Nova York, mas não pretendia exercer nenhuma profissão lá, seu desejo era assumir a fazenda e mudar-se para Forks. Volta e meia, ele escapava da faculdade e vinha para cá. E pelo que parecia, essa era uma de suas fugas.

—Jasper...Eu não te esperava aqui. —falo,  realmente surpresa.

—Nem eu esperava vir, surgiu uma folga na faculdade, 5 dias no máximo. Aproveitei e vim. —contou.

—Isso é ótimo. —afirmo.

   Eu o considerava meu amigo...Só que sempre que estávamos juntos, algo estranho ocorria. Era como se parecesse errado sermos amigos. E eu quase nunca sabia como reagir ao contato com ele. Nesse momento por exemplo; Eu tinha intimidade o suficiente para abraça-lo por sua chegada. Só que eu sentia que ultrapassaríamos um limite, se eu fizesse isso.

—E você?... Achei  que estivesse na pousada dos Hale. —ele comenta, um tanto desconfortável também.

—Sabe como é...Estão reformando algumas coisas, então não precisam de mim. Aproveitei para visitar Alice, na fazenda dos Cullen. —comento não querendo dar muita importância ao fato.

—Alice...Claro...Vocês são sempre tão grudadas. —fala de um jeito divertido. —Todos estão comentando sobre a chegada dos Cullen...Conheceu algum deles? —indaga curioso.

—Só o filho deles...Acho que seu nome é Edward. —eu não “achava” que seu nome era aquele. Mas, quis disfarçar. Soando com descaso.

          Jasper faz uma careta por minhas palavras.

—Edward...O filho perfeito. —murmura com certo deboche.

—Você o conhece? —tento não demonstrar tanto interesse.

—O conheci em uma festa em Nova York, trocamos algumas palavras,nada demais. Só comentei sobre seu título por ele ser muito proclamado por todos. —era nítido que Jasper não ia com a cara de Edward.  Aquilo servia como uma alerta. Porque como eu disse: Jasper gosta de pessoas. E se Edward era uma exceção, isso queria dizer que ele não era alguém bom.

—Entendo... —falo por alto.

—Vamos mudar de assunto...O que planeja fazer agora pela tarde? — questiona com uma sorriso enorme.

—Não sei...Ajudar minha mãe, talvez.  —digo dando de ombros.

—Mudanças de planos, senhorita Swan...Vamos passear pela cidade. —ele comunica, feliz com a possibilidade.

      Olhando para aquele sorriso, não tive como negar o convite.

   Passamos a tarde nos divertindo juntos. Fazendo coisas bobas; pescando no lago próximo a fazenda, visitando o mercado de artesanato, e para finalizar jantamos em um restaurante pitoresco.

       Quando voltamos para a fazenda, eu me encontrava exausta, por isso logo me despedi dele. Desejei boa noite aos meus pais e fui para meu quarto, afim de descansar.

       Tomei uma ducha rápida,e logo estava deitada na minha cama tentando dormir. Acho que até cochilei um pouco, mas, em determinado momento me revirei repetidas vezes na cama e acordei ofegante.

   Eu havia acabado de sonhar com Edward Cullen.

   Catei o relógio que ficava no meu criado mudo e vi que já eram três horas da manhã. Me levantei, ainda aturdida. Capturei um casaco no cabideiro, antes de sair do quarto. Minha intensão era tomar um ar.

      Já do lado de fora da fazenda, caminho pela grama molhada, pelo sereno.Sentindo o vento gélido em meu rosto.

       Me autoflagelo mentalmente por pensar tanto naquele homem. Eu não podia nem ao menos vê-lo desse modo atrativo.

     Encosto-me na cerca e suspiro, apertando o casaco contra meu corpo. Tenho a sensação de estar sendo observada e me viro e o que encontro são os olhos que sonhei anteriormente.

           Edward Cullen, estava lá na cerca de divisão da sua fazenda, me encarando.

     Com aquela troca de olhares, eu não senti a segurança de uma vida futura juntos que minha mãe disse sentir ao conhecer meu pai. Mas eu senti algo. Senti algo forte.


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Notas finais do capítulo

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