Bella procurou Edward quase que por toda a extensão do rio e seus arredores. Então, o esperou na cabana. Mas as horas se passaram e ele não havia voltado. A amazona estava aflita. Ela pensou que talvez ele pudesse ter sofrido um acidente e não tivesse meios de como voltar ou de algum jeito ele foi capturado pelas amazonas.

***

Os ferimentos de Edward haviam sido limpos e feito pontos. Ele estava amarrado em uma cadeira.

— Eu espero que a sua história realmente seja verdade. Porque se não for a gente mata você! – ameaçou Jane olhando diretamente nos olhos de Edward.

— Vamos, Jane! – chamou Nanny.

Jane afastou-se aos poucos sem perder o foco do forasteiro até que ela se retirou do local. O casebre era mal iluminado, apesar de ser dia. O lugar era quente e a circulação de ar era pouca no ambiente. A construção havia sido feita de madeira, barro e palha, tinha apenas uma janelinha do lado direito.

***

Bella chegou a cavalo no acampamento das amazonas. Parecia que todas tinham decido se reunir em plena manhã, das mais velhas até as mais jovens, deixaram os seus afazeres para depois. O burburinho que já estava formado produzia um som alto, nunca se tinha visto antes naquela vila. Algumas conversas eram inteligíveis por conta do barulho.

Bella desceu do seu cavalo e foi caminhando lentamente no meio das amazonas.

— Você viu? – perguntou alguma amazona.

— Ainda não – respondeu outra.

Assim que Ângela viu Bella a amazona saiu correndo em direção a amiga.

— Bella! – chamou Ângela que logo na sequência a abraçou.

— O que houve aqui? – Bella já suspeitava o que tivesse acontecido, pois achava que de algum jeito Edward havia sido capturado.

— Apareceu um homem carregando Rosalie em seus braços toda ensanguentada. Dizem que ele a machucou e outras dizem que ele estava querendo ajudar. Mas ninguém sabe nada ao certo. Todas parecem estar apavoradas. Eu também estou, porque não sei qual é a história verdadeira ou que ele realmente quer ou como veio parar aqui.

Bella sentiu uma pontada no peito. Ela jamais poderia imaginar aquilo. “Como Rosalie havia se machucado? O que de fato havia acontecido?”. Eram duvidas que pairavam na cabeça da amazona e ela estava sedenta em encontrar respostas para elas.

— Bella!? – chamou Ângela balançando uma das mãos na frente de Bella.

— O que...?

— Eu sei que é muita informação. Mas até agora ninguém tem respostas.

— Ele não a machucou! – exclamou Bella.

— Como você pode ter tanta certeza? – perguntou Ângela.

— Porque eu sei!

Angela ficou confusa com a resposta da amiga.

De repente todas as amazonas pararam de falar e começaram a prestar atenção num ponto específico. Bella se esticou para vê. Edward estava com as mãos atadas para trás e encontrava-se sendo escoltado por quatro amazonas. O coração da amazona disparou e no impulso ela foi de encontro a ele até que alguém a segurou pelo braço. Era Renée.

— Não! – sussurrou Renée.

Então Bella se conteve.

***

Edward foi realocado para uma cabana que tinha mais circulação de ar. Nela havia muitas frestas entre as madeiras que formavam as paredes, o teto era feito de telha de barro. No lugar havia uma cama improvisada, uma cadeira e mesa. Duas das amazonas que tinha escoltado o forasteiro saíram do lugar restando apenas Margot e Sam. Na sequência duas adolescentes assustadas entraram no recinto e deixaram dois baldes de água. As duas moças pararam alguns instantes para reparar no homem nunca visto na ilha.

— Saiam!  – ordenou Margot. Uma morena de olhos azuis.

As duas jovens amazonas saíram bem rápido.

— Vire-se! – mandou Sam.

Edward obedeceu. Sam pegou uma faca pequena e cortou as cordas que o amarrava. O forasteiro sentiu uma sensação de alívio. Ele tocou em seus pulsos que estavam avermelhados.

— Você está imundo. Tire as calças! – exclamou Margot.

— O quê? – questionou Edward.

— Apenas obedeça – impôs Sam.

Edward foi retirando as calças deixando à mostra as ceroulas.

— Tire tudo! – disse a morena.

Ele respirou fundo e acatou a ordem ficando totalmente nu. A vergonha lhe consumia. Edward tentou esconder suas partes íntimas com as mãos.

— Pode começar o banho – Margot deu um leve sorriso.

Edward pegou um pano que estava em um dos baldes. O encharcou de água e começou a passar no corpo. A situação era completamente desagradável para ele com as duas mulheres observando cada movimento seu.

***

Bella andava de um lado para outro em seu casebre até que decidiu sentar-se numa cadeira. Ela só conseguia pensar no pior cenário para aqueles acontecimentos: Rosalie morrendo e  Edward sendo assassinado pelas amazonas. Os olhos da amazona ficaram marejados de lágrimas.

Renée entrou no recinto e Bella levantou-se.

— Como está a Rosalie? – perguntou Bella.

— Ela perdeu muito sangue – Renée fez uma pausa – Ainda não sabemos se ela vai resistir.

Lágrimas correram pelo rosto de Bella. Sua mãe a abraçou.

— Eu preciso falar com o Edward – disse Bella afastando-se de Renée.

— Essa não é uma boa hora.

— Ele precisa saber que eu estou do lado dele e vou fazer todo o possível para que ele escape.

— Bella...

— Eu preciso falar com ele nem que seja uma última vez... Eu...

— O conselho não pretende mata-lo. Elas têm outros planos para ele.

Bella lançou um olhar de estranhamento.

***

Edward estava com o cheiro de lavanda, seus cabelos ainda permaneciam úmidos. Ele se sentia mais confortável por vestir roupas limpas, mesmo sua camisa estando um pouco amarela por conta do tempo que estava guardada. Na sua frente havia uma mesa com um cardápio variado. Nela  tinha muitas frutas, leite, broas, carne, ovos, legumes. O forasteiro sentou-se e começou a tirar um pouco de cada até que ficasse satisfeito. Suas mãos ficaram sujas, então ele pegou uma jarra e as lavou. Também passou cinza de carvão nos dentes para que ficassem limpos.

O forasteiro deitou-se na cama improvisada que estava ali. Só não era tão confortável do que a cama da sua casa. “ Será que a Rosalie sobreviveu?”. Mesmo ele preocupada com a amiga a pessoa que dominava seus pensamentos era Bella. Poucos minutos depois ele adormeceu.

***

Alguém bateu na sua perna para que Edward acordasse. Uma das amazonas estava apontando uma lança para ele.

— Isso não será necessário – uma voz de uma idosa disse isso.

Edward estava um pouco desorientado. Ele decidiu se sentar na cama.

— Você está bem? – perguntou a senhora.

— Sim – Edward esfregou as mãos no rosto.

Edward olhou para a mulher que falava com ele. Ela estava sentada atrás da mesa do banquete que já havia sido retirado.

— Sente-se – indicou a senhora apontando para cadeira a sua frente.

Edward levantou-se da cama e foi ao canto indicado.

— Eu sou a matriarca dessa aldeia. E quero que você me explique tudo desde o início.