Xeque Mate escrita por Samantha


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Achei essa perdida nos meus arquivos de 2011.
Eu realmente gostava de escrever pequenas cenas.
Espero que gostem.



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O fim de semana começava, mas a chuva teimava em cair torrencialmente.
Eram poucos os momentos em que a sala comunal da Grifinória ficava tão cheia.
Hermione acomodou-se em sua habitual poltrona e abriu seu exemplar de “Historia da Magia” do quinto ano.
Sorriu ao constatar que mais uma vez Harry perdia vergonhosamente para Ron no xadrez.
— Xeque mate. – Ouviu Ron dizer e sorrir logo em seguida. – Quinze a um.
— A um? – Hermione perguntou divertida. – Como Harry conseguiu ganhar?
— Ele fez algumas boas jogadas e eu acabei perdendo. – Respondeu o ruivo.
— Faz-me rir Rony. Você me deixou ganhar. – Olhou pra garota. – Uma vergonha Hermione, não ganho uma partida há cinco anos.
— Treine bastante e quem sabe um dia você consegue. – Respondeu gargalhando.
Os três continuaram da mesma forma.
Hermione concentrada em sua leitura e os garotos jogando.
Aos poucos as horas foram passando e a sala esvaziando.
— Xeque mate. – Ouviu Ron dizer.
— Chega. – Disse Harry levantando-se. – Vou dormir.
— Mais uma partida Harry. 
— Já fui humilhado demais pra uma noite Rony, deixe pra outro dia.
— Boa noite Hermione. – Depositou um leve beijo em sua testa e subia as escadas.
O silencio percorreu o aposento.
— Vamos jogar? – Ofereceu para Hermione.
— De forma alguma.
A garota então olhou em volta e percebeu que estava sozinha com ele.
Fechou o livro e corou com o que passou pela sua cabeça.
— Só uma vez Hermione.
— Pra perder vergonhosamente? – Zombou. – De forma alguma Ron. Alias, vou dormir.
Levantou-se e foi em direção a escada.
— Por favor! – O ruivo levantou-se e segurou seu braço.
Hermione olhou da mão para o rosto dele inúmeras vezes, não porque queria que ele soltasse, e sim porque aquilo a perturbava.
— Não quero perder pra você. – Respondeu baixo.
— Você não pode ter certeza disso sem jogar. – Devolveu no mesmo tom soltando seu braço em seguida.
— Uma partida. – Disse entrecortado jogando o livro na poltrona e sentando-se no chão ao seu lado.
Mesmo Hermione ainda estando nervosa pelo seu toque, concentrou-se ao máximo no desafio. Até porque, era um desafio e ela era Hermione Granger.
O tempo foi passando e Hermione ia perdendo cada vez mais as suas peças, até que Ron com um movimento calculado acabou com o jogo.
— Xeque mate. – Vibrou.
— Sim Ron, xeque mate. – Respondeu sem emoção.
— Foi um bom jogo Hermione. – Começou. – Realmente um bom jogo, mas você se entregou ao colocar sua torre nessa posição. – Apontou o tabuleiro. – E depois seu cavalo bem aqui.
— Continue Ron. – Gesticulou.
— Realmente, tive que pensar um pouco pra...
— Isso, continue.
Ron então levantou o olhar, e viu sua expressão entediada.
— O que foi? – Perguntou sem entender.
— Continue se vangloriando, sou toda ouvidos.
— A sua ultima jogada...
— Estou sendo irônica, Ronald. – Rolou os olhos.
— Por quê?
— Vou dormir. – Tencionou levantar, mas Ron reteve-a com as mãos.
— O que eu fiz? – Perguntou preocupado.
— Você não sabe perder Ron, simples assim.
— Como assim eu não sei perder?
— Você fica se vangloriando, como se já não bastasse à humilhação de perder pra você.
— Perder pra mim. – Repetiu baixo. – Você já imaginou como é ser Ronald Weasley no meio de Harry Potter e Hermione Granger? – Perguntou mais alto. – Já parou pra pensar como é estar no meu lugar?
— O que quer dizer com isso?
— Você Hermione, é a garota mais inteligente que essa escola já teve, não há uma única coisa que você não saiba fazer. Harry, Harry é simplesmente o Harry, sem mais explicações. Já eu... Eu não sou nada Hermione. Nada, sou só o peso. – Virou de costas pra ela, ficando assim de frente pra lareira.
Hermione levou algum tempo pra digerir aquelas palavras.
Nesse meio tempo, não sabia se matava-o por ser tão idiota, ou o abraçava por ser tão carente.
O clarão que o fogo fazia em sua silhueta, só fazia com que ele ficasse ainda mais belo.
Andou vagarosamente a seu encontro e pousou uma das mãos sobre seu ombro.
— Você não é um peso. – Sussurrou carinhosamente.
— É bom saber que sou bom em algo Hermione. – Colocou a mão sobre a sua. – Entende? É bom ser melhor que os outros quando estou rodeado por Harry e você.
Hermione não respondeu.
— Me ensine. – Afastou-se e voltou à posição inicial próxima ao tabuleiro.
— Como? – Virou-se.
— Me ensine. Não vou deixar você ser melhor que eu pra sempre. – Piscou. – A sabe tudo aqui sou eu.
Ron sorriu e sentou-se a seu lado.
— Certeza?
— Total. Por onde começamos? – Perguntou entusiasmada.
— Vou enfeitiçar as brancas, e te ensino a jogar com as pretas. – Dizendo isso, apontou a varinha para o tabuleiro e automaticamente as peças brancas voltaram a seus lugares, seguidas pelas pretas.
— Certo. Qual nosso primeiro movimento?
— As brancas começam. – Chegou um pouco mais perto.
Uma das peças brancas mexeu-se vagarosamente pelo tabuleiro.
— O que fazemos agora? – Perguntou.
— Olhe e pense um pouco. Esse não foi um dos movimentos mais inteligentes a se fazer.
A peça que havia se mexido olhou-o de esgoela.
Após alguns instantes, Hermione virou-se sorrindo.
— Já sei, posso mexer...
— Não assim Hermione. – Repreendeu-a. – As peças estão ouvindo.
Hermione olhou para o tabuleiro e realmente as peças estavam prestando atenção.
Deixou um sorriso escapar. 
— O que sugere? – Ergueu uma das sobrancelhas.
— É só cochichar. – Disse bem baixo em seu ouvindo, causando-lhe arrepios.
Hermione engoliu em seco e reclinou-se um pouco para que pudesse sussurrar em seu ouvido.
— Posso mover meu “peão” pra frente, colocando meu “cavalo” para proteger o “rei” na próxima jogada.
Dessa vez foi Ron quem engoliu em seco.
— Podemos... Tentar essa estratégia. – Tentou se recompor.
Hermione deu o comando para a peça desejada e o jogo continuou.
No meio do jogo, Hermione se afastou e passou a observar.
Mas não estava observando o jogo, e sim quem jogava.
Ron conduziu o jogo com maestria.
Hermione pensava em tudo que havia acontecido naquelas horas e fitava o chão no momento em que reparou que Ronald não jogava mais.
Levantou o olhar e encontrou o verde dos dele.
Arrependeu-se em seguida, voltando a encarar o chão.
— Não entendo. – Começou o ruivo. 
Hermione então voltou a encará-lo.
— Porque você pediu pra que eu te ensinasse, se você não esta interessada em aprender?!
Hermione abriu e fechou a boca por vezes tentando achar algo sensato para dizer, mas não encontrou.
— Não toma uma iniciativa.
— Eu tomei uma iniciativa. – Falou mais alto. – Sentei aqui e pedi pra que me ensinasse, quando poderia ter ido dormir. – Levantou-se. – É você quem precisa tomar uma iniciativa.
A garota corou instantaneamente ao perceber o que tinha dito.
— Ron, desculpa. Eu não... Não deveria ter... – Tropeçou nas palavras. – Me desculpe.
— Não peça desculpas Hermione. – Levantou-se e caminhou até ela. – Você esta coberta de razão. – Quem precisa tomar iniciativa sou eu.
Dizendo isso, segurou-lhe o rosto com ternura e uniu seus lábios aos dela.
Era algo esperado pelos dois por anos.
Ron não pode deixar de sorrir quando os lábios se uniram.
Sentir o gosto de Hermione era uma sensação que ele não podia descrever.
Senti-la em seus braços era sem duvidas a melhor sensação que já sentira na vida.
Ron desceu as mãos e segurou-a pela cintura, quebrando assim o beijo quando o ar se fez necessário.
— Essa foi a melhor atitude que você poderia ter tomado. – Disse Hermione sorrindo. – Mas não é o suficiente pra mim. – Piscou, unindo assim seus lábios novamente com os dele.


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