More Time escrita por StoneMedusa


Capítulo 1
Capítulo Único.




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Quem eu sou?

 

Caminhando a passos monótonos, ele passava pelas portas dos quartos sem nem mesmo olhar para os lados, somente seguia em frente, afinal ele tinha um objetivo, uma missão em um quarto específico. Mas seus passos se estagnaram por um breve instante, ao ver um homem sentado em um desconfortável banco do lado de fora do quarto a ansiedade, nervosismo e.… medo no rosto do homem era algo que havia chamado mesmo a atenção de alguém como ele, e pode notar que o temor nos olhos impares era mais do que ele mesmo podia entender, pois pode observar um breve tremor passar pelo corpo do homem de cabelos escuros, antes de o mesmo abaixar o rosto contra as mãos. Sentindo um incomodo puxão em seu peito mudou a direção de seu olhar para a porta do quarto vendo os números conhecidos por ele.

 

Quarto 306

 

Entrando no quarto observou as duas mulheres médicas aprontando-se para o que estava por vir, mas seus olhos estavam fixos na exótica mulher deitada na cama. Os cabelos de uma cor rosa pálido estavam espalhados pelos travesseiros contrastando fortemente com o branco dos lençóis, a testa e rosto cobertos em uma camada de suor franzidos em uma careta de dor. E ao se aproximar notou a barriga e o ventre inchados como apenas uma gravidez pode deixar. Leves passos o levaram ao lado do leito, quando observava os olhos verdes se nublarem, e ele sabia estava na hora. Mas algo o surpreendeu, algo que tocou aquele coração que ele pensava não ter mais. Ela olhou fixamente para ele, com os olhos faiscando, como se realmente o enxergasse quando ninguém mais podia, e lhe grunhiu duas palavras, que em conjunto com a força, ferocidade e amor que brilhavam nos olhos esmeraldas o fez tomar sua decisão.

 

— Agora não. 

 

— Sakura, não ouse desmaiar, você sabe que se desmaiar não haverá chance para nenhum de vocês dois – Ele ouviu a médica lhe rosnar a ordenando ficar acordada, quando seus olhos ameaçavam se fechar.

 

Estendendo a mão, tocou levemente o diamante roxo na testa da mulher que havia o feito sentir mais com duas palavras do que havia sentido em mil anos. Movendo sua mão sussurrou palavras antigas, palavras de uma língua que não era falada a mais luas do que ele poderia contar. E ao ver um pequeno relógio de bolso surgiu, ele o observou com resolução, antes de deixa-lo delicadamente ao lado de seus fios rosado, para logo caminhar até a parede ao outro lado da sala, ouvindo apenas o tic & tac do relógio que diminuía a cada segundo.

 

— Está bem, eu irei lhe dar mais tempo. Haruno Sakura.

 

30:30

28:35

27:59

27:30

Ele permaneceu encostado na parede oposta durante todo o parto e o nascimento, ele observou quando ela gritou entre pequenos sorrisos e a viu juntar a maior parte de sua força para dar à luz a uma pequena e nova vida. E o pequeno ser parecia iluminar todo o cômodo com sua pureza.  Ele observou quando a médica loira levou seu bebê para longe, ele viu o olhar de saudade de estar separada nem que fosse por poucos minutos de seu bebê.

 

27:05

 

Ele continuou a observando quando o marido, o homem de cabelos negros e olhos desconexos, entrou no quarto junto com a primogênita do casal, olhava o homem beijar a testa de Sakura com suavidade e lhe sussurrar palavras ao pé do ouvido enquanto ele segurava o pequeno menino em seus braços, ele viu a Sarada brigar para segurar seu mais novo irmão.

 

10:42

07:09

05:20

 

Ele viu as duas médicas, colocarem uma delicada touca azul na cabeça do bebê, ele observou quando o pequeno segurou uma mexa dos cabelos rosados com força, e olhava com pesar quando Sakura balançou-se em tontura, antes de vê-la tocar delicadamente com todo o amor único que apenas uma mãe tem o rosto de seu bebê, beijando suavemente a testa quando sussurrava o quanto lhe amava. Ele não desvia o olhar das cenas a sua frente, ele deixava-se sentir aquela pequena parcela de emoções que a família a sua frente lhe proporcionava. Sejam elas dor, pesar, ou mesmo a alegria em ver um amor tão puro

 

02:15

01:30

01:00

00:05

 

Se desencostando da parede ele viu quando a rosada perdeu as forças, caindo deitada na cama, e quando as médicas se aproximaram ela apenas segurou a mão do homem, lhe olhando com amor e suavidade. Se despedindo.

 

— Desculpe Sasuke.

 

00:00

 

Ao ver o homem agarrar a mão da esposa que lhe deixava, ele se afastou e virou as costas dando privacidade ao luto do homem. Seu trabalho estava feito. Sendo assim, caminhou imperceptível pelos corredores brancos saindo do hospital, parando apenas quando uma pequena borboleta com as asas polvilhadas de rosa e uma conhecida alma sentou-se no seu ombro.

 

Surpreso, passou uma de suas mãos pela delicada asa, e compreensão preencheu seus olhos ao ouvir o delicado sussurro ao vento.

 

— Obrigado por ter me dado mais tempo.

 

Deixando os olhos acompanhar a trajetória da borboleta em direção aos céus, sorriu. Ele era o único que deveria estar agradecendo, sendo que ela havia lhe despertado um diminuto fragmento da sua humanidade que a muito tinha sido perdida depois de tantos anos como aquele que acompanhava e recolhia as almas.

 

Eu sou a morte encarnada, e a última coisa viva que vai ver. E é Deus quem me enviou.


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Notas finais do capítulo

Comentários são bem vindos, assim como as critícas.

Beijos Camila



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