Goodbye, Mr. Holmes escrita por Duki


Capítulo 1
Goodbye, Mr. Holmes


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Então, a história é para o V Amigo Secreto de Natal da Liga. Deu um pouco de trabalho escrever, confesso, principalmente porque eu ainda não terminei Sherlock e tive que me esforçar um pouco para tomar vontade de assistir até que surgisse uma ideia. Como Irene é o amor da minha vida, logo surgiu uma ideia fresquinha.
Enfim, espero que goste, amiguinha.



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Irene Adler não era uma simples mulher.

A britânica tinha sim uma forte paixão por jóias e maquiagens como qualquer dama. Porém, aquilo que ela mais prezava era o poder. Irene era alguém que se priorizava, sem medo de manipular para conseguir o que queria. Ela gostava da sensação de ter alguém em suas mãos, da sensação de fazer pessoas de marionete.

Alguns poderiam chamá-la de egoísta, porém ela se chamava de conservadora.  Não no sentido literal da palavra, mas conservadora de si mesma. Para Irene, egoísmo era uma questão de sobrevivência, uma questão de se proteger. Adler era o tipo de mulher que sabia demais, que ouvia demais, jamais estaria segura se não se colocasse em primeiro lugar em uma lista de prioridades.

Ela gostava disso. Gostava do perigo, da excitação, da sensação de que a qualquer momento poderia ser pega. Sabia que seu trabalho a colocava em uma posição perigosa, apesar de proporcionar momentos maravilhosos, tantos para seu corpo quanto para sua mente. Era por esse trabalho, por essa aventura que ela vivia.

Ainda se lembrava do motivo de ter ingressado na profissão de dominadora. Era uma memória fresca em sua memória. Irene se tornara dominatrix simplesmente para controlar. Não fora uma questão de necessidade. Longe disso, Adler sempre tivera uma vida confortável, podendo gozar de todos os tipos de regalias que desejassem. Ela simplesmente passara a trabalhar no mercado sexual porque gostava de ver as pessoas sobre seu controle. Não via nada demais em se vender, afinal, sexo não era algo que considerava como tabu.

Desde sempre se considerava capaz de fazer o que quisesse. Crescera em um lar saudável com seus pais e outros dois irmãos. Aprendera a manipular e mentir muito fácil, como se tivesse nascido para aquilo, o que certamente acontecera. Entendera rápido que, apesar do que a sociedade lhe falava, uma mulher podia chegar a qualquer patamar que bem entendesse. Percebeu que não havia nada de errado em se valorizar, em mostrar seus atributos, sejam esses físicos ou mentais.

Aos poucos, Irene Adler foi se construindo até se tornar A Mulher. Em pouco tempo, aquilo deixou de ser apenas um pseudônimo e passou a ser uma característica. Adler se tornara a mulher que sempre desejara ser. Uma mulher desejada, inteligente, sagaz, manipuladora. Ela poderia dominar o mundo se quisesse, poderia se tornar a Rainha.

Agora, ali estava ela. Sentada em um banco velho em uma cela pequena e sufocante. Vestia apenas um khimar* e dividia a cela com ratos e baratas que insistiam em ir e vir. Aquele era o último lugar onde gostaria de estar, porém, assim como em vários momentos importunos de sua vida, fingia que não se afetava com sua situação. Irene apenas aguardava seu fim da mesma forma como vivera: com a cabeça levantada.

Respirou fundo quando a porta de metal se abriu e alguns homens entraram, alguns deles armados, pegaram em seus braços e a tiraram com força do lugar. Tentando manter a calma e a confiança, a britânica se soltou enfurecida e passou a caminhar sozinha. Nunca precisara de homens para chegar a algum lugar, não era naquele momento que começaria a necessitar.

Depois de alguns minutos de caminhada, Irene se encontrava em um lugar desértico e aberto. Era uma noite estrelada e um pouco abafada, o que a fez se perguntar se não estavam perto de alguma fonte de água. Porém, não teve tempo para pensar, já que sentiu braços a pressionando para baixo e a fazendo se ajoelhar na areia.

― Então é assim que vocês tratam uma dama em seu leito de morte? ― se atreveu a perguntar, um tanto quanto irritada. ― Nem ao menos dão a chance para que eu me despeça.

 Os homens se entreolharam. A mulher escutou reclamações em uma língua que reconheceu vagamente e logo após pairou um silêncio. Alguns instantes depois, um dos homens chegou com um celular e, com raiva, entregou o aparelho na mão da britânica que deu um sorriso irônico em agradecimento.

Irene se perguntou para quem mandaria mensagem. Lembrava-se do número de várias pessoas, algumas mais importantes que outras. Pensou em enviar para seus pais, famosos jornalistas britânicos que, provavelmente, estariam de férias em algum lugar do mundo. Porém, apesar de amar os pais, duvidou se valia a pena trazê-los para sua vida turbulenta. Seus irmãos logo vierem em sua mente. Entretanto, fazia aos que não os via, provavelmente não ligariam para o que aconteceria com ela. Quando se é ministro britânico e diretora jornalista, a última coisa que se deseja é se envolver com sua escandalosa irmã.

E havia ele, Sherlock Holmes.

Diferente do que o egocêntrico britânico pensava, Adler não o amava. A mulher passara uma vida inteira entendendo que não era possível amar ninguém incondicionalmente se você quisesse sobreviver. Entretanto, Irene admirava o detetive. Admirava sua capacidade, sua mente brilhante. Irene via Sherlock como um desafio, um obstáculo a ser superado. Não que ela precisasse provar para alguém que era capaz de algo, mas queria descobrir a sensação de superar Holmes.

Sem tremer, digitou três simples palavras que significam bastante coisa para aquele homem. Adeus, Senhor Holmes. Livre do medo, entregou o celular para o homem parado ao seu lado e viu outro se aproximar com uma espada em mãos. Fechou os olhos, esperando a lâmina acertar seu pescoço.

Mas a lâmina nunca chegou. Ao invés dela, aquele toque familiar toque de telefone chegou aos seus ouvidos. Com suas esperanças renovadas, ela abriu os olhos e olhou para aquele velho conhecido que segurava com força a espada. Com um sorriso, Irene se sentiu viva quando ouviu aquela voz:

― Quando eu disser corra, você corre.

Então aconteceu. Em rápidos minutos, Sherlock conseguiu lidar com os homens armados, alguns até mesmo caíram sozinhos. Algum tipo de remédio para sono, talvez. Ela pensou. Irene estava finalmente salva. Animada, se levantou e caminhou até o homem parado, que esperava por ela.

― Seria Sherlock Holmes meu Messias? ― perguntou enquanto caminhava até o outro.

― Não temos tempo para brincadeiras, Irene. Precisamos sair daqui antes que outros cheguem ou esses acordem.

A britânica apenas sorriu e com um movimento rápido, chutou as pernas do homem, fazendo com que esse caísse de joelhos no chão. Com seu sorriso de ponta a ponta, Irene se abaixou até deixar seus lábios na altura do ouvido de Sherlock. Um silêncio pairou por alguns segundos, mas a mulher o quebrou rapidamente.

― Perdoe-me, querido, mas você sabe que não podemos sair daqui juntos. Principalmente quando preciso de uma parte de sua roupa para me disfarçar. ― Deu um riso arrastado. ― Também é assim que eu quero que você se lembre de mim. Sua dominadora, a mulher que te bateu.

No fim das contas, Irene Adler era independente e dona de si. No fim das contas, Irene estava por si só. No fim das contas, Irene Adler sempre seria A Mulher.


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que tenha gostado e já sabe: críticas são sempre bem-vindas 'D
E, para não perder a tradição: Bom natal e um próspero ano novo!

*Eu não sei o tipo exato da roupa que ela usa, então eu coloquei a que eu achei que se encaixava mais.



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