Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 3
Vôo


Notas iniciais do capítulo

Marin precisa sobreviver a um duro treinamento e às investidas de um pássaro gigante. Surge então uma nova lenda!



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"Ryuku... meu irmão... eu não pude... protegê-lo..."

Capítulo 2. Vôo.

— Garota, é aqui que eu te deixo... espero que consiga sobreviver e ir para a vila das amazonas. Estarei te esperando lá...
Diz Pérola à Marin, desacordada no topo de uma montanha gélida e com ar rarefeito. A amazona deixa a garota no chão, dá alguns passos e pára, como se hesitasse em deixar a pobre criança naquele lugar hostil. Neste momento, surge Asaho:

— Pérola... as crianças já estão salvas. Tem certeza que vai deixar essa garota aqui?

— Sim, Asaho. Foi o último pedido de Ryuku antes de morrer. Estarei a esperando no santuário.

— Certo, vamos. Temos que ficar à postos, pois parece que o lacre foi rompido...

— Vamos!

Os dois desaparecem em um instante. Alguns dias depois, a garota acorda...
— Onde.. onde estou? Ugh!
Marin perde a respiração alguns minutos, se acostumando com o ar rarefeito do local. Trêmula de frio, ela tenta se cobrir com os braços naquele lugar gélido. Não parecia haver vida nenhuma ali.
— Senhor Ryuku... eu não pude protegê-lo... eu sequer consigo me proteger!
Nesse instante, Marin ouve um barulho ensurdecedor no céu. Ela olha para cima e se vê coberta pela sombra de algo gigantesco voando ao céu.
— O.. o que é isso? Será um pássaro?
Aquilo que estava voando sobre os céus logo avista os movimentos de Marin, trêmula no topo da montanha. Não demora muito para o animal parar seu vôo e seguir em direção de sua nova presa.
— Não.. não é possível...
Marin percebe que o grande pássaro voa em sua direção. Provavelmente ela era a única coisa viva ali, então seria uma presa fácil para o animal. Então, sem conseguir respirar direito, ela corre desesperadamente para tentar se salvar. Esgotada, a garota quase se deixa entregar à ave, quando ouve uma voz em uma caverna:
— Vamos, por aqui!
A garota segue a voz e entra na caverna, despistando a gigantesca ave.
— Aqui você vai estar segura. O que faz por esses lados vestindo essas roupas de calor, minha jovem? - Pergunta um velho senhor, careca e com longa barba branca.
— Eu não sei como... quem é o senhor?
— Meu nome é Tyro. Sou um ex-combatente do exército. Durante uma missão, acabei me perdendo dos meus companheiros e desde então vivo aqui.. no topo desta montanha.
— O senhor não quer ir embora?
— Eu não posso. Este é o topo dos Alpes do Cinturião. Ninguém que entra sai daqui vivo.
— E aquela ave?
— Sim, aquele é o Cinturião. Uma gigante ave mitológica que faz daqui seu ninho. A lenda é que, no topo da grande árvore, localizada no centro dos Alpes há um solitário ovo. O Cinturião vive para chocá-lo, mas precisa alimentar o filhote recém-nascido. Todos que acabam caindo nesta região é caçado até a morte pelo Cinturião, que leva o corpo da vítima, esperando que o ovo choque e se alimente do cadáver. É por isso que ninguém consegue sair deste lugar vivo.
— O senhor vive aqui há quanto tempo?
— Eu não sei mais.. acabei me tornando parte deste lugar. Por sorte, sou um ex combatente, e tenho treinamento para sobrevivência. Aproveito o momento de sono do Cinturião para colher frutas e água, e trago para a caverna para me sustentar... E você, garotinha? Faz um tempo que não vejo humanos vivos aqui... Como se chama? Como veio parar aqui?
— Meu nome é Marin. Muito prazer. Eu... não sei como vim parar aqui, mas eu tenho um sentimento estranho...
— Como assim?
— Senhor, eu vou destruir aquela ave para você ir embora daqui. Não se preocupe, vou te proteger.
— Hahahaha, garotinha tola. Aquele pássaro mitológico resiste até a disparos de arma de fogo. Não há como você, uma criança, derrotar aquele pássaro! hahaha...
— Não ria de mim! Eu sei exatamente o que estou falando!
— Garotinha tola...
Após a breve conversa na fogueira com o provável único ser humano daquele lugar, Marin se levanta e sai da caverna. A ave gigantesca ainda sobrevoava aquele lugar, e logo avistou a garota. Rapidamente, a ave parte em disparado em direção a Marin.
"Eu preciso... proteger aquele senhor... Como eu não consegui proteger o velho Ryuku e meu irmão..."
— Garota! Volte aqui!
O velho senhor, rapidamente consegue segurar Marin e levá-la de volta para a caverna.
— Você está ficando louca? A ave iria te matar! Você é só uma garota!
— Se..senhor... posso te pedir um favor?
— Diga, garota tola!
— O senhor têm treinamento militar, correto?
— Sim, e daí?
— Eu.. vou proteger você... vou derrotar aquele pássaro... para que o senhor possa fugir daqui... eu... eu vou me tornar uma amazona de Atena!
Neste momento, o cosmo de Marin ascende, causando um enorme vento no interior da caverna.
— Garota... como fez isso?
— Senhor Tyro... o senhor é um enviado dos céus. Eu preciso ganhar resistência e força para derrotar aquela ave, e assim me tornar uma amazona, como o velho Ryuku queria... O senhor pode me dar treinamento militar?
O velho deu uma risada de canto.
— Menina tola.. você tem espírito... Talvez eu seja mesmo um enviado dos céus. Eu irei te treinar no combate físico e resistência. Mas não diga que não avisei, quando for derrotada por aquela ave terrível, hahaha.

...


Passou-se dois rigorosos invernos. Dia após dia, Marin fazia treinos pesados com o velho da montanha. Aprendeu a se virar com comida e água. Ganhou agilidade para fugir das investidas do Cinturião. Desenvolveu músculos e aprendeu sobre socos e chutes. Sobrevivendo a tudo isso, ela já não era nenhum pouco parecida com a garotinha da cidade de olhos distantes. Até que um dia, ela resolve enfrentar a ave gigante.
— Velho Tyro, eu tenho que agradecer pelo seu treinamento. Hoje faz dois anos que vivo com você aqui neste lugar, e só aprendi uma coisa: Que vou proteger todos com meu punho!
— Hahaha, Marin... Nem parece a garotinha que chegou assustada aqui há dois anos. Você se tornou uma mulher forte. Tenho certeza que vai conseguir seu objetivo.
— Eu estou decidida. Hoje eu irei tirá-lo deste lugar. Fique aqui, em alguns dias irei voltar com o ovo do Centurião, e irei te levar para onde você quiser ir.
— Hahaha, eu esperarei por isso, garota.
Marin parte em busca da ave gigantesca. Já estava acostumada a correr das investidas do animal, mas dessa vez ela estava decidida a enfrentar o animal e pegar seu ovo como troféu.
— Bem, esta é a grande árvore. No topo deve estar o ovo do Centurião. Onde estará aquela ave?
Marin estranha por um momento a ausência da ave. Mas quando percebe, o animal já está bem perto, com sua sombra em cima da garota.
— Então aí está você, minha amiga. Desculpe-me por te enrolar por dois anos, mas agora estou decidida a derrotar você!
A ave parte em investida novamente contra Marin.
— Dessa vez eu não vou correr. Venha com tudo!
O Centurião inicia o bote. Com suas patas para frente, como uma grande águia no céu, ela desce violentamente contra a garota na base da grande árvore. Marin prepara sua investida, fazendo uma pose de soco e pensando: "Senhor Ryuku... o senhor me ensinou o princípio do Cosmo.... E Senhor Tyro... o senhor me ensinou a me defender sozinha... Está na hora de unir o conhecimento que adquiri de vocês dois!"
— METEOROS!!
Marin dispara uma rajada de cosmo em formato de meteoro em direção da águia. Secretamente, Marin treinava o princípio do cosmo, quando estava longe do velho Tyro. Sua intenção desde o princípio era se fortalecer para se tornar uma amazona. A rajada atinge o pássaro gigante, que desvia seu caminho e acaba recuando.
— Finalmente aprendi o golpe do senhor Ryuku.. mas.. será que não é o suficiente para derrubar o Centurião? O que eu faço agora?
A garota se recorda de uma cena de sua infância, com seu irmão.
— Irmãzinha... eu sempre vou te proteger, sabia?
— Tolinho! Eu sou maior e mais forte que você, eu que preciso de proteger!
De volta à realidade, o pássaro gigante se recupera do ataque de Marin, e segue para dar uma nova investida.
— Tohma... Eu vou te achar, custe o que custar... Mas antes preciso acabar com este animal... Meteoros!
A garota dispara um novo ataque ao animal, mas dessa vez não surte nenhum efeito.
— Não pode ser! O que faço agora? Eu não posso mais.. correr...
O animal continua a investida e lança suas garras contra Marin, arremessando-a fortemente contra uma árvore. Marin cai desacordada, e é pega pela ave gigante... Alguns segundos depois, acorda e está presa nas garras do animal, no ar, a milhas de distância do solo.
— Eu.. eu não posso morrer assim.. depois de tudo que aconteceu...
A ave então leva Marin, gravemente ferida, para seu ninho no topo da grande árvore. Marin cai no ninho, quase sem movimentos. Ela percebe então o enorme ovo que a ave guarda.
— É gigantesco! Será que algum dia nascerá mais uma ave assassina como essa? É terrível...
Marin, que está sangrando e quase sem forças para se manter em pé, percebe uma sombra se aproximando. Era uma nova investida do grande pássaro. Dessa vez, se ela fosse atingida novamente, certamente não sobreviveria. Então ela começa a pensar:
— Eu preciso... preciso ser mais forte...
Nesse momento, a garota sente um grande poder no ovo em que estava encostada. Por um momento, ela vê o universo acima de si, como se tudo se conectasse. A ave, o ovo, ela e o universo, tudo como uma só coisa, um equilíbrio.
— E..eu preciso... quebrar esse equilíbrio... Preciso que a força do meu punho rasgue as estrelas para derrotar o Centurião...
A garota se levanta, ardendo em um cosmo brilhante. Já não sentia mais dor alguma.
— Eu preciso... preciso ser o pássaro que cerca sua presa!
O pássaro gigante dá o bote em Marin, e essa foge do ataque dando um salto em direção ao universo. Aproveitando que está sobre pássaro, ela imita a posição do animal, e direciona um chute em sua direção, como um grande pássaro investindo contra sua presa:
— LAMPEJO DA ÁGUIA!!!
O forte chute acerta o animal em cheio, fazendo-o cair desmaiado no ninho. Marin também cai, e percebe que o ovo está prestes a chocar! Ela, já preparada para atacar, presencia uma maravilhosa cena: A cada descascar do ovo, se revela uma luz brilhante. Completamente descascado, nasce uma águia prateada. Tinha vida, mas não parecia um animal de carne e osso. A ave se desmonta em várias partes e envolve o corpo de Marin. Era sua armadura. Marin acabara de se tornar a amazona de prata de Águia.
Alguns quilômetros dali, Tyro, que já preparava uma cruz de velório para a garota, se espanta ao presenciar outra cena inesquecível. Nos céus, Marin, utilizando uma vestimenta prateada brilhante, montada no grande Centurião, acenava para o velho. "Senhor Tyro, agora o senhor já pode ir para sua casa!" Disse a garota galgando o pássaro e sobrevoando os céus, comemorando sua vitória. O velho deu um sorrisinho de canto e disse: "Maldito Ryuku, soube escolher perfeitamente seu herdeiro.. haha.. garota... siga sua vida..." e desapareceu em pó, como uma alma penada, ou um enviado dos céus.
Marin, sorrindo, seguiu sobrevoando com o animal:
— Amigo, vamos para o santuário de Atena!


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Marin chega ao santuário e percebe que não será tão fácil ser reconhecida como uma amazona de Atena.



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