A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 10
Burn Book


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente não conseguiria pensar em outro título para esse capítulo, dessa vez as palavras são: caderno e cadeado, sugeridas por ninguém menos que minha cara armadageddon ♥

Boa leitura!



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Aquela era minha quinta noite escondido no apartamento de Molly Hooper.

O plano Lazarus tinha sido concluído com sucesso e para o resto do mundo, oficialmente Sherlock Holmes estava morto. Antes de poder sair de Londres para desmanchar toda a rede de Moriarty, eu teria que ficar escondido.

Com Molly no hospital, além de não ter muito o que fazer, eu estava entediado. Fazia algum tempo que não via nem mesmo seu gato malhado, Toby, que geralmente adorava me usar como travesseiro.

Molly só tinha me proibido duas coisas enquanto estivesse ali:

1) não atirar nas paredes;

2) não usar nenhuma substância ilícita;

Na certa ela pretendia me matar de tédio… Ou me punir por todas as grosserias e indelicadezas que fiz ao longo dos anos.

Ouvi um barulho vindo do quarto de Molly e fui até lá ver o que era, provavelmente devia ser seu gato. Entrei no quarto e olhei ao redor, com exceção da porta do guarda-roupa entreaberta, tudo estava em seu devido lugar. Me aproximei e ouvi um miado fraco.

— Toby? - chamei e ouvi um novo miado fraco em resposta.

Presumi que o gato ficou preso em alguma gaveta, abri a primeira e não o encontrei, também não estava na segunda e nem na terceira, me deparei com ele na quarta. Assim que puxei a gaveta, o gato saltou dali e ficou se enroscando nas minhas pernas em agradecimento.

Notei que aquela era a gaveta com algumas lingeries de Molly, contrariando seu terrível gosto para algumas peças de roupas, aquelas ali eram bem atrevidas. Tentei impedir que a imagem viesse na minha mente, mas com minha mente entediada foi impossível não imaginar Molly usando um daqueles conjuntos, sinto meu corpo reagir na região da virilha.

Oh, merda!

As vezes eu detestava não ter total controle do meu corpo.

Iria fechar a gaveta quando algo que não fazia parte do contexto dali me chamou a atenção. Curioso - e ansioso para afastar a direção libidinosa para onde minha mente entediada estava indo - peguei o caderno em mãos.

As pessoas não deviam guardar essas coisas em lugares óbvios ou achar que colocar um cadeado afastaria intrometidos potenciais - na verdade uma tranca instigaria a curiosidade alheia.

Meus olhos se arregalaram ao passar os olhos pelas páginas.

— Sherlock?! - ouço Molly chamar. Toby saiu correndo ao ouvir a voz da dona.

Merda, xinguei baixo. Fiquei tão distraído com minha curiosidade que nem ouvi ela destrancando a porta do apartamento. Fechei a gaveta o mais rápido e silenciosamente possível, Molly provavelmente me mataria se me pegasse bisbilhotando!

(e ela não só tinha os meios, como também a capacidade de me matar e sumir com meu corpo sem deixar qualquer rastro)

Não pensei muito, entrei no guarda roupa me escondendo.

Muito esperto, Sherlock. Me repreendo.

Ouvi os passos de Molly pelo seu quarto e ela se sentando em sua cama.

— Por acaso sabe onde Sherlock se meteu, Toby? - perguntou ao gato e recebeu como resposta um miado.

Fiquei ali escondido mais algum tempo até que Molly decidiu tomar banho. Sai de dentro daquele guarda roupa o mais rápido que pude, com o caderno em minhas mãos, aquilo era interessante em demasia!

E me renderia uma chance de provocar Molly de alguma maneira.

Fui me sentar na sala e segui com a leitura totalmente concentrado. Tanto que nem reparei quando Molly apareceu na sala de banho tomado e uma camisola curta.

Até então eu nunca me incomodei com as escolhas de roupa para dormir de Molly - era tudo uma questão de manter as devidas emoções sob controle - mas depois de ver o conteúdo daquela gaveta e o caderno, seria um desafio não deixar que os pensamentos tomassem rumos lascivos.

(e vê-la usando uma peça de roupa faltando alguns palmos de tecido não facilitava)

— Sherlock, se quiser tem algumas fritas na cozinha, eu vou beber um pouco de vinho, aceita?

— Pode ser.

Ouço os passos dela se afastando, alguns barulhos na cozinha e então os sons de seu retorno a sala.

— O que você está lendo? - questionou, colocando uma taça diante de mim na mesinha de centro.

— Quem é William, Molly? - pergunto.

Primeiro ela me encara, depois vejo seus olhos arregalarem quando se fixam no objeto em minhas mãos. Seu rosto começa a avermelhar e imagino que ela queira muito me estapear ou me dar um soco, acho que por meio segundo ela cogitou me expulsar a pontapés de seu apartamento.

— Por que está com isso, Sherlock? - ela se aproximou e pegou o caderno de minhas mãos com uma força desnecessária.

— Por que William se parece comigo?

Molly me encara incrédula.

Era agora, ela iria me matar.

Hora de começar a se explicar, Sherlock. Pensei.

— Toby estava preso em uma de suas gavetas e quando fui tirá-lo de lá encontrei isso. Não sabia que escrevia histórias.

Molly inspirou o ar lentamente e depois exalou pela boca, se virou e foi em direção a seu quarto, ouvi ela murmurar “como se você não tivesse deduzido o porque ele tem esse nome, Sherlock”. Não podia deixá-la com raiva, além do eterno débito por tudo que ela sempre fez por mim, agora ela devia estar pensando que eu era um tarado depravado, para dizer o mínimo. Levantei-me e fui atrás dela, parei encostado no batente da porta de seu quarto.

— Peço que desculpe minha indiscrição, Molly.

— Você não deveria ter visto isso, Sherlock. - disse fechando fechando a gaveta com força.

— Desculpe - repeti.

— Apenas, esqueça isso, ok? - pediu passando por mim.

(alguma parte minha entediada devia estar ansiosa para apanhar ou ser morto por Molly Hooper, porque eu não filtrei o que sairia da minha boca)

— Tentarei deletar, mas… “William me empurrou contra a parede, agarrou meus cabelos e pressionou seus lábios contra os meus, sua língua percorrendo minha boca. Gemi quando senti ele chupar meu lábio inferior. Com um movimento William ergueu meu corpo e… - Antes que me desse conta comecei a dizer em voz alta as palavras escritas por ela em tom provocativo.

Parei de falar quando Molly se virou abruptamente, quase esbarrei nela, eu estava a apenas poucos passos atrás dela e certamente ela não fazia ideia da minha proximidade. Olhei no fundo de seus olhos castanhos e ela não desviou o olhar do meu durante alguns segundos, ela piscou e deu um passo para trás.

— Qual é o seu problema, Sherlock? Por que tem tanto prazer em me provocar? - Sua voz trazia uma ponta de mágoa e raiva.

Isso me incomoda, não tive a intenção de chateá-la!

(tinha sido apenas uma implicância boba de minha parte)

Eu não era um completo mal agradecido, para ainda agir como um completo idiota intencionalmente, não quando  ela tinha me ajudado tanto e também não queria enfurece-la ao ponto dela ficar com raiva de mim.

— Molly… - coloquei minhas mãos em seus braços a segurando no lugar e ela fechou os olhos inspirando.

Eu sempre tive consciência da atração que Molly sentia por mim e secretamente já tinha aceitado que era recíproco, eu apenas evitava me deixar ir por esse caminho e geralmente controlava, até aquele momento.

Subi com minhas mãos para seu ombro, pescoço e parei com uma mão de cada lado de seu rosto, a pele dela era macia e suave. Molly entreabriu os lábios quando passei meu polegar sobre eles, não deveria ter me surpreendido quando notei que queria beijá-la.

(Céus! E como eu queria muito beijar Molly Hooper)

— Vai ficar me encarando pelo resto da noite? - perguntou abrindo os olhos.

— Não.

— Sherlock, me solta. - pediu.

— Tem certeza? - inclinei-me até nossos rostos ficarem bem próximos.

— Não. - seu olhar estava em minha boca.

— Excelente. - murmuro com meus lábios pairando sobre os dela.

Hesitei durante um segundo apenas para me certificar que ela também desejava aquilo, então beijei seu lábios. Seus braços foram automaticamente para meu pescoço, agarrei-a e a empurrei contra a parede, Molly gemeu em minha boca, sua língua provocante contra a minha.

Sim, não só sei exatamente porque William se parecia comigo, como também sei o porque ela escolheu dar esse nome ao seu personagem. Molly tinha sido muito detalhista nas suas descrições, por isso eu mostraria que o William descrito não chegava aos pés dos real.


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Notas finais do capítulo

Molly Ficwriter huhuhu ♥
"Sherlock Holmes e Molly Hooper se pegam toda sexta no final do expediente na sala acima do laboratório" HAHAHAHAHAHA

me digam suas opiniões sobre o capítulo!