Trilha Sonora escrita por LEvans


Capítulo 10
Capítulo 09- Still loving you


Notas iniciais do capítulo

Heey!! Esse domingo tem TS!!
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Boa leitura!! :)



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Três dias depois, eu me sentia uma completa idiota. Eu não usava o celular apenas para trocar mensagens, então uma hora eu iria ter que vê-lo. Harry havia me mandado quatro, e me senti mal por tê-lo deixado tanto tempo sem uma resposta. Mas, imediatamente me lembrava da foto na qual ele aparecia confortável demais ao lado de uma mulher morena que chamou a atenção inclusive do meu irmão. Ah, a boa e velha mágica chamada silicone...

Homens!

Silicone ou não, a vida social de Harry não me interessava, afinal, ele não deixou nenhum relacionamento para trás quando embarcou no avião direto para os EUA. Assim, me amaldiçoei todas as vezes em que minha mente insistia em lembrar daquela foto. Eu não poderia querer que Harry ficasse 3 anos sem se relacionar, ainda que por apenas uma noite, com ninguém, não quando eu mesma estava saindo com Dino. Não havia razão para ignorá-lo.  

Resolvi engolir meu ciúme bobo e responder as mensagens de Harry assim que cheguei da faculdade. Eu estava sozinha em casa, então não me importei em ligar o computador para ouvir música sem meus fones.

 

Gin W: O que você está ouvindo?

 

Sua resposta não demorou muito a chegar.

 

Harry, O metido: Acabei de sair da aula.

                         Onde você estava, sapinha? Você sumiu.

 

Mordi o lábio ao ler sua pergunta, pensando em algo para responder.

 

Gin W: Andei ocupada com a faculdade.

          Mas eu já estou livre agora. Não precisa morrer de saudades! :)

Harry, O metido: hahahaha muito obrigado, meu pobre coração ficou muito melhor ao saber disso.

     

Olhei para a tela do meu computador, quando uma ideia me ocorreu. A curiosidade me assolou e meus dedos já digitavam a mensagem antes mesmo que eu pudesse pensar.                     

 

Gin W:  Como foi seu final de semana?

 

Comecei a balançar os pés, inquieta. Estava ansiosa por sua resposta e, principalmente, curiosa para saber se ele falaria da morena da foto comigo.

 

Harry, O metido: Normal, sapinha. Fui num aniversário de um amigo que fiz aqui. Você ia gostar dele, ele é biólogo. Entende de sapos!

 

Bufei frente a sua resposta. É claro que ele não me falaria das suas aventuras amorosas com as americanas. Em todas as nossas conversas, nós nunca havíamos falado sobre relacionamentos, e não seria eu que quebrearia aquela regra.

Voltei a olhar para o meu celular e digitei minha resposta.

 

Gin W: hahahaha eu acho que só me resta aceitar esse apelido.

Harry, O metido: Menina inteligente!!

                   E você é tão sapinha que te chamam de Gin, uma abreviação fofa da palavra “girino”. :)

 

Joguei minha cabeça pra trás ao rir do conteúdo de sua mensagem. Nenhuma garota gostaria de ser chamada de sapo, mas, estranhamente, vindo dele, aquele apelido me parecia mais fofo que o clássico ‘princesa’.

 

Gin W: Nossa, você é tão engraçadinho...   

 

Conversamos muitos pelos próximas noites. Pelos dias que fiquei sem respondê-lo, haviam uma pequena lista de música para compartilharmos e vários outros assuntos que me renderam muitas risadas. Além disso, não houve mais nenhuma foto com a morena eu não fiz mais nenhuma tentativa de querer saber mais sobre ela através dele.

Eu saí mais com Dino nas semanas seguintes. Estávamos cada vez mais próximos, de modo que eu aceitava todos os seus convites com facilidade. Não havia mais hesitação da parte dele quando queria colar seus lábios nos meus, nem precisava mais criar desculpas para me chamar para sair. Eu não poderia mentir para mim mesma e dizer que seus beijos eram ruins, porque passavam longe disso. Assim como o sexo, eles eram bons, e me faziam ofegar toda vez que vinham acompanhados por uma atitude mais ousada dele. Dino não poderia ser quem eu mais queria ali -eu evitava uma resposta toda vez que eu me perguntava sobre-, mas beijos continuavam sendo beijos e eu estava mais do que satisfeita com eles.

Contudo, nossos encontros eram esperiódicos, isso porque havia uma espécie de regra muda entre nós que mantinha o que tínhamos no mesmo patamar, sem evoluções. Eu gostava de Dino, mas não o suficiente para engatar em algo mais sério que aquilo, embora eu não tenha beijado outras bocas desde quando começamos a sair. Eu não fazia ideia se eu poderia dizer o mesmo da parte dele. Não era como se eu me importasse, de todo modo.

Passamos um mês inteiro sem nos ver, porque ele se ocupou demais com a faculdade e trabalho e eu com minha busca atrás de emprego, mas em nenhum momento senti sua falta. E era isso que impedia o que chamavam de “próximo passo”. Havia sempre um convite e se a resposta fosse sim, ótimo, mas o contrário não me causava uma reação muito oposta. Nossa relaçao, se é que eu poderia nomear o que tínhamos dessa forma, não possuía delimitações, e eu não estava nem um pouco incomodada com isso.

Porém, eu começava a me perguntar se Dino se sentia da mesma forma.

—Você é muito linda, Gin -falou Dino, após desgrudar os lábios dos meus. Estávamos parados em frente a minha casa, dentro do seu carro, depois de um jantar muito agradavel num restaurante delicioso que eu adorava.

—É sempre bom ouvir isso -falei sorrindo. Olhei para o espaço entre nós e desafivelei meu cinto. - obrigada pelo jantar, foi ótimo.     

—Não precisa agradecer -ele esticou uma mão e fez uma leve carinho em minha bochecha. -escuta, Gin. O que você vai fazer no final de semana que vem?

—Bem, eu não sei. Sem planos por enquanto.

—Vai ter ter uma festa na minha casa. -ele coçou a nuca e percebi que ele estava meio sem jeito, como se não tivesse certeza das palavras que proferiria. Eu também não tinha certeza se queria ouvir.

—Festa?

—Aniversário da minha mãe.

—Ah…

—É.

Me mexi no banco do carro, porque derrepente eu estava me sentindo muito desconfortável.

—Você gostaria de ir? -perguntou, e eu controlei minha boca para que ela não verbalizasse as palavras desagradáveis que soaram na minha cabeça. Eu estivera o tempo todo torcendo para que ele não me convidasse.

Eu não sabia o que aquilo significava para ele, mas conhecer os pais estava muito além do nível de intimidade que tínhamos. Quer dizer, nunca havia passado pela minha cabeça apresentar Dino para os meus pais, pra mim isso seria como colocar num outdoor que ele era bem mais do que o cara que eu saía de vez em quando.

—Dino…

—Tudo bem se você não quiser ir -ele se apressou em dizer. Provavelmente havia conseguido ver a hesitação em todas as linhas do meu rosto.

—Eu não acho que seri uma boa ideia -eu não havia pensando em nada melhor para dizer. Eu não queria parecer rude, mas também queria ser absolutamente sincera. -podem pensar que eu e você…

—Eu sei. Tudo bem. Você tem razão. -torci para que eu estivesse enganada e que aquele sorriso sem graça em seus lábios não significavam decepção.

De repente, o ar dentro do carro se tornou muito sufocante para permanecer ali dentro. Me inclinei em sua direção e lhe dei um selinho rápido.

—É melhor eu entrar. -respondi, já abrindo a porta ao meu lado.

—Tudo bem. -ele me lançou um sorriso e eu saí do carro, batendo a porta para que ele pudesse dar partida no motor.

Não esperei, porém, que o carro começasse a se movimentar e dei as costas a ele, me encaminhando em direção a minha casa. Não queria que ele pudesse interpretar qualquer movimento meu como hesitação ou que eu estava apenas com medo da ideia de conhecer a “sogra”. Não, era muito diferente disso. Me perguntei o que havia acontecido dentro do veículo de Dino, mas preferi não pensar muito sobre achando que eu havia sido clara quanto o que aquilo representava pra mim. Não que eu tivesse uma espécie de alergia a relacionamentos sérios, mas eu não poderia ser injusta comigo e muito menos com Dino se eu embarcasse naquilo com ele. Pelo menos, não naquele momento.  

Abri a porta de casa e, assim que passei por ela, a fechei, a escuridão me tomando logo depois. Eu ainda estava absorta com meus próprios pensamentos quando ruídos chegaram aos meus ouvidos. Franzi o cenho e caminhei devagar até a parede onde o interruptor ficava, tentanto não tropeçar em nada. Não era muito tarde, de modo que estranhei o fato da sala estar num completo breu. Mas, quando finalmente acendi a luz, me deparei com uma cena da qual eu achava que não conseguiria esquecer tão cedo.

—Gin! -exclamou Hermione, agora pálida, tendo o busto coberto apenas pelo seu sutiã. Ela arregalou os olhos assim que me viu, e voou do colo do meu irmão onde antes estava sentada.

—Caralho, Ginny! -falou Rony, tão vermelho quanto seus cabelos, ficando deitado no sofá. Ao ver seus ombros nus, notei que a sua blusa deveria estar em algum lugar perdido junto com a da namorada -você tinha que chegar agora, pirralha?

—Rony! -Hermione pareceu indgnada com as palavras dele, enquanto pescava no chão sua blusa para se cobrir com ela.

—Bom, eu queria chegar agora, então sim, eu tinha que chegar agora, Rony! -falei, tentando controlar as risadas

—Voc… -as palavras de Rony foram interrompidas quando sua blusa, lançada por Hermione, pousou em sua cabeça e tapou sua cara.

—Não ligue para o que o seu irmão está falando, Gin. Me desculpa, nós não… Não é o que você pensa. -tentou se explicar, e eu mordi o lábio. Meus olhos já começavam a arder frente as lágrimas que ameaçavam cair junto com a risada presa em minha garganta.

—Não precisam se incomodar comigo, eu vou pro meu quarto -falei, já dando passos em direção a escada. Eu não via a hora de poder rir tranquilamente.-só… tentem manter o sofá da mamãe limpo -mas eu não iria perde a oportunidade de ver meu irmão mais vermelho, ah mas não ia mesmo! Além do mais, havia algo muito bom em ser sentir vingada, visto que eu ainda não havia esquecido todas as vezes que Rony havia interrompido Harry e eu.

—Cala a boca, pirralha -resmungou Rony, colocando sua blusa no corpo.

—Ah, mas tem o quarto do Rony lá em cima, vocês sabem. Só me avisem se forem fazer muito barulho, as paredes não são tão grossas assim! -desisti de tentar controlar as risadas, a cara de Hermione era de quem queria sair correndo sem olhar pra trás.

No segundo seguinte, uma almofada voava em minha direção, lançada voluntariamente pelo meu irmão. Eu a peguei no ar antes que me acertasse.

—Fiquem a vontade! -provoquei, antes de jogar a almofada na parte do sofá que Rony não ocupava e subir as escadas, deixando-os finalmente sozinhos.

Meu corpo ainda tremia com as risadas e eu achava que eu não iria esquecer a cara de Hermione tão cedo. Entrei no meu quarto e me joguei direto na minha cama, deixando com que minha respiração voltasse ao normal. Eu sabia que Rony provavelmente tinha uma vida sexual, eu só naõ esperava que eu ia protagonizar um dos momentos dela.

30 minutos mais tarde, meu celular vibrou, anunciando uma mensagem. Pela hora, eu não tinha dúvidas de quem era. No entanto, diferentemente das nossas outras conversas, Harry resolveu iniciar aquela com uma frase diferente que me fez franzir o cenho e hesitar ao digitar minha resposta.

 

Harry, O metido: Sapinha!!!! Como foi sua noite?

Gin W: Eu juro que ainda vou inventar um apelido pra você também!

                        Sobre minha noite… Foi boa :)

Harry, O metido: eu duvido que você consiga ser tão criativa quanto eu, mas boa sorte! hahahahaha Sua noite foi boa? Hum... Então ele foi mais ativo dessa vez??

 

Meus olhos se arregalaram assim que leram sua mensagem e hesitei mais uma vez antes de responder.

 

Gin W: Eu vou comprar uma focinheira para o Rony!!

 

Eu não sabia se estava exatamente com raiva do meu irmão, mas meus encontros com Dino não eram um segredo, nem mesmo para Harry. E, se não fosse aquele acordo mútuo sobre não falar de aventuras amorosas entre nós, eu certamente teria contado para ele. Pensar nisso me fez lembrar da foto onde ele aparecia acompanhado de uma morena bastante chamativa aos olhos masculinos. Se ele podia falar sobre Dino, então eu não via problema algum em falar da morena da foto também.

 

Harry, O metido: Alguém está fugindo da pergunta… Vamos lá, Gin, não me diga que ele continuou se fingindo de bom moço!

Gin W: Bom moço? Igual a você com a aquela morena peituda?

 

Eu não pretendia ser tão direta, mas meus dedos foram mis rápidos do que meus pensamentos coerentes. No fim, ele demorou a responder e eu sorri presunçosa. Eu sabia atirar muito bem, afinal.

 

Harry, O metido: Que ela era morena eu me lembro, agora dos peitos é você que tá dizendo…

 

Cerrei os olhos, mesmo que eu soubesse que eu estava apenas com o meu celular. Desde a foto, eu não sabia dizer se ele havia realmente tido algo com aquela mulher, mas parecia que Rony tinha mesmo razão.

Segundos depois, meu celular me indicou que outra mensagem havia chegado.

Harry, O metido: mas não fuja da pergunta, sapinha! Ele é gay, não é?

Gin W: Para a sua decepção, Dino não é nada gay :)

           E não se engane, aquilo tudo era silicone.

Harry, O metido: Vou tentar controlar as lágrimas :’(

 

Sorri com a sua resposta, não sabendo distinguir se eu estava confortável em falar sobre aquilo com ele. Fiquei minutos encarando o celular, pois eu não sabia como continuar aquela conversa. Meu celular me mostrava que ele continuava ali, mas ele quebrou o “silêncio” somente após um tempo que antes nunca havia existido entre nossas mensagens.

 

Harry, O metido: Foi só uma foto, Gin

 

Minhas sobrancelhas se arquearam frente àquelas palavras, e digitei a primeira coisa que veio em minha mente.

 

Gin W: Você não tem que me explicar nada.

 

Depois que enviei a mensagem, pensei que eu poderia ter dito aquilo de uma maneira mais sutil e temi que o “silêncio” reinasse novamente, mas sua resposta veio segundos depois.

 

Harry, O metido: Ela não fazia meu tipo

 

Sua resposta me fez rir, um tanto irônica. Eu não sabia que eu estava tão tensa até eu sentir meu corpo voltar a relaxar no colchão.

 

Gin W: Não?

Harry, O metido: Ela não era ruiva.

 

Meu sorriso frente aquela resposta foi involuntário e senti alguma coisa dando piruetas na minha barriga. Virei de bruços na cama e mordi meu lábio inferior ao digitar em meu celular. Nós nunca havíamos trocado provocações em todas as mensagens que trocamos há quase um ano, e pensar que estávamos prestes a fazê-lo me fez sentir um frio gostoso na barriga.

 

Gin W: Algumas horas num salão resolve isso pra você.

Harry, O metido: Eu prefiro as naturais.

                                       E as outras partes também   

 

Meu corpo esquentou com a lembrança de sua mão tocando na parte mais sensível do meu busto. Como a conversa mudara tão rápido?

 

Gin W:  Eu não sabia dessas suas preferências.

Harry, O metido: Digamos que a porta do Rony mudou todas elas.

 

Se existia uma regra de não falar dos beijos que havíamos trocado, ela acabara de ser burlada. Não que eu estivesse reclamando.

 

Gin W: Portas estão nas suas preferências também?

Harry, O metido: Estava. Agora as cozinhas me parecem muito mais interessantes.

Gin W: Não vamos esquecer de blusas que deixam as costas nuas!

Harry, O metido: Quem disse que eu esqueci?

 

Minha respiração já estava irregular, mas depois de sua última mensagem, eu fiquei literalmente sem ar. Era como eu estivesse de volta naquela cozinha com ele, seus lábios nos meus e sua mão em todos os lugares certos. No entanto, sua próxima mensagem teve o mesmo efeito de um balde de água  fria, me trazendo de volta para a realidade.

 

Harry, O metido: Tenho que estudar agora, sapinha...

                           

Gin W: Tudo bem. Bons estudos :)

 

Eu estava prestes a largar meu celular em cima do criado mudo quando uma nova mensagem sua chegou.

Harry, O metido: Still lovin you.

 

Sua frase me pegou completamente de surpresa, mas eu não tinha certeza o que aquilo significava. Assim, o conteúdo de minha resposta foi apenas um sinal de exclamação. Meu celular voltou a vibrar segundos depois, e o conteúdo de sua mensagem quebrou uma expectatativa que imperceptivelmente havia crescido em meu peito, mas ainda sim foi capaz de manter o sorriso em meus lábios.

 

Harry, O metido: Era o que eu estava ouvindo.

                           Boa noite, sapinha.


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Notas finais do capítulo

Oláá! Ouvi alguns suspiros por aqui?? O que acharam dessa última conversa entre o nosso casal preferido??
Pessoal, muito obrigada pelos comentários no capítulo anterior. Ando respondendo eles em passos lentos, na medida que a correria da semana me permite, mas eu leio cada um e todos me deixam com os olhinhos brilhando e com vontade de escrever mais e mais!!
Muito obrigada mesmo!! E comentem muito nesse cap, ok? Opiniões, críticas, recomendações são sempre bem vindos!!
Um grande beijo e até o próximo! ♥



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