Não sei como cheguei no hospital, foi uma experiência que admito não ser segura de ter saído do centro de exposições e chegar num hospital quase do outro lado da cidade sem ter memória nenhuma.

Engraçado quando isso acontece, não é mesmo?

Eu cheguei e vi Dona Odila pálida e Seu Nestor com uma expressão tristonha. Temi por minha amiga e seu filho, enquanto a fúria borbulhava em minhas veias.

Aquele filho da puta do Tito ia pagar e eu seria quem cobraria essa fatura. E seria uma fatura paga com juros.

E juros bem altos.

Tenho certeza de que tomei uma ou duas (talvez várias) multas no caminho até o hospital. Eu precisava estar com Giane e eu não parava de pensar na minha mãe. Irene estava viva e em São Paulo.

Eu ia encontrá-la e ia ficar com ela, porque eu sei que ela precisava de mim naquele momento, mais do que ela se permitiria admitir.

— Giane. - disse e a abracei com força. Os olhos dela estavam sem o brilho característico e isso me ferrava mais ainda porque ela parecia uma versão desbotada e gasta de minha maloqueira. Percebi uma senhora que parecia ser a mãe de Renata e perguntei como ela estava.

O diagnóstico não era animador. O bebê corria risco de não sobreviver e Renata também não estava na melhor das condições. Apertei Giane com mais força ao perceber que ela soluçava discretamente em meu peito. Se eu não soubesse que gostava dela mais do que falava, perceberia ali porque eu queria a cabeça da pessoa que a fez sofrer assim.

— Vocês tem alguma informação sobre a pessoa que atropelou a Renata? - perguntei pausadamente, tentando esconder minha fúria.

— Foi o Tito! O sobrinho do Gilson! - a mãe de Renata exclamou com lágrimas nos cantos dos olhos.

Eu sabia em quem ia descontar minha raiva e desconfiava que Giane também ia querer descontar a dela.

— Fiquei sabendo que você perdeu a amizade da favelada, maninha. - Amora disse entrando no quarto de Malu.

— Posso saber por que isso te interessa, Amora? - Malu perguntou observando a irmã com uma expressão de quem já não tinha paciência.

— Eu não gosto dela e você descobriu o porquê. - a modelo disse sentando na cama de Malu. - Olha, não gosto de você tanto assim, não suporto o Fabinho, mas se tem alguém que não deveria se dar bem nessa vida é a Giane.

— Pensei que ela fosse uma favelada sem importância para você.

— E é, mas eu odeio quando pessoas que nem ela fazem o que fazem e saem de donzelas em perigo.

— Exatamente como você faz. - Malu lembrou e Amora gargalhou.

— Eu sou bem menos perigosa que ela, Malu. Tenha certeza.

Estranhamente, Malu parecia acreditar na irmã.

— O que vai me propor? Eu estimular que meu irmão volte a sofrer por você e você ganhar o direito à herança do meu pai? - Malu perguntou e Amora a observou como se ela fosse louca.

— Eu não quero nada com o Fabinho, Malu. Eu só não quero que a Giane ganhe, depois de tudo o que ela fez. - ajeitando os cabelos Amora olhou nos olhos de Malu. - E você sabe que o que ela fez, não é mesmo?

— Digamos que eu saiba de tudo e concorde com você. Qual seria o seu plano, querida irmãzinha?

— Mostrar ao mundo a verdadeira Giane que ela é.

— Assim como ela fez com você?

— Acredite em mim eu sou um anjo celestial comparado com aquela garota, Malu.

— Bem menos, Amora.

As duas riram e se espantaram com esse acontecimento.

— Enfim, - Amora voltou a si com uma expressão de puramente negócios. - eu pesquisei um pouco a vida dela para encontrar o que vale a pena trazer à tona.

— Você deve ter encontrado coisas suficientes para achar que eu entraria no seu esquema. - Malu comentou surpresa e Amora deu um sorriso de lado.

— Você não faz ideia, maninha.

Caminhávamos juntos para a saída do hospital, Renata não corria mais risco, mas o bebê… Eu não conseguia pensar no que poderia acontecer com o bebê. Senti o braço de Fabinho passar pelo meu ombro e me aninhei ao seu lado.

— Tudo vai ficar bem. - ele me prometeu e eu acreditei no Fabinho de todo coração.

— Eu acredito quando você diz. - comentei e ele beijou minha têmpora.

— A minha vida era mais simples antes de te conhecer. - ele me disse eu ri, mesmo me sentindo cansada.

— A minha também, meu amor.

— Repete. - ele me pediu com os olhos brilhando e meu coração disparou.

— A minha também.

— A parte que você me chama de meu amor, maloqueira. - ele disse eu o encarei enquanto enunciava lentamente.

— Meu amor. - o beijo que ele me deu foi de tirar o fôlego.

Nos separamos e eu me lembrei que tinha uma missão essa noite. Acabar com a existência de Tito Rabello.

— Vamos para casa? - ele me perguntou e, pela minha expressão de culpada, percebeu que não íamos juntos para casa. Eu não ia para casa, pelo menos.– O que você vai fazer, maloqueira?

— Caçar o homem que fez isso para minha amiga. - disse e ele assobiou.

— Eu não vou deixar você sozinha nisso. - ele me disse e eu o encarei. - Você fica muito sexy quando fala que vai caçar um homem, pivete. Você é um perigo fazendo isso.

— Meus métodos podem te deixar com ciúmes. - disse e ele me encarou.

— Eu devia estar preocupado, mas estou excitado. Porra, você devia ser interditada pelo bem da sanidade alheia, garota.

Ri pelo nariz.

— Você não viu nada.

— Pai, tem como você vir pagar minha fiança? - pedi e só ouvi meu pai suspirar cansado.

— Onde você está, Fabinho?

— O quê? O Fabinho foi preso junto com a Giane? Ele se meteu em uma briga numa balada? - Malu perguntou para Bento que urrava como a culpa de tudo era do irmão dela.

Ela quase disse para o amigo que não era o Fabinho a pessoa errada naquela dupla de inconsequentes que parecia que ia acabar numa explosão.

Estávamos sentados num banco desconfortável na delegacia. Ao observar Giane percebi que ela pouco se importava em ter sido detida e quis rir. A mulher perfeita para mim era ela e mais uma vez, sem nem ao menos tentar, ela me mostrou isso.

— Acho que vi minha mãe. - disse para ela e ela me encarou confusa.

— E você decide me dizer isso pouco antes de sermos fichados? - ela me perguntou.

Nossa situação era engraçada e comecei a rir, sendo seguido por ela. Nossa vida era uma loucura quando estávamos juntos, eu sabia, mas eu não trocaria Giane por uma normalidade sem ela.

NOVO REALITY E TORTA DE CLIMÃO NO BAZAR BENEFICENTE DE MALU CAMPANA

Evento ocorreu nessa sexta e foi um sucesso

Quem não pôde ir ao bazar beneficente do ano perdeu mais do que boas ofertas e a oportunidade de ajudar as crianças de São Paulo, porque até uma ou outra torta de climão foi servida por lá, todas elas com um Campana incluído.

Por isso que eles vão ter o próprio reality— será que veremos a belíssima Amora Campana sem maquiagem ? - que estreia na quarta-feira às 21:00, mais informações aqui.

Vamos começar pelos mais simples: Natan Vasquez, atual namorado de Bárbara Ellen, foi visto de conversinha ao pé do ouvido com Giane de Sousa, namorada de Fábio Campana. Estaria a nora roubando namorado da sogra? Ou era só um segredo de dia dos namorados? Esperemos que seja só isso, porque nós todas aqui da redação shippamos Fabine.

Depois vimos o herdeiro de Plínio Campana claramente desconfortável com a descoberta do reality sobre a vida da mãe de coração, que é como Bárbara sempre se referiu ao filho do marido com a desaparecida Irene Fiori.

Mas o melhor de todos os bafões ocorreu nos bastidores: dizem que Malu Campana e Giane quase saíram nos tapas na área da organização por causa do passado de Giane e que foram separadas por Fábio, claramente irritado com a atitude das duas, tanto que Giane e Fábio que tinham chegado juntos, foram embora em carros separados.

Será que foi por causa da guitarra de Andrew Kirk da banda Parsonage que estava a venda no evento ou será que foi outra coisa? Natan, talvez? Um outro namorado?

O que sabemos é que a noite não teve fim ali para esses dois. Horas depois dessa saída, Giane e Fábio foram detidos por agredir Tito Rabello, herdeiro do Kim Park, numa balada. O rapaz foi encaminhado para o hospital com o nariz quebrado e vários hematomas e cortes no rosto. Testemunhas disseram que viram Giane seduzindo Tito.

Sabíamos que Fabine ia ser tiro, porrada e bomba. Só não sabíamos que seria literalmente.

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Amora leu a reportagem e deu uma gargalhada, ela sabia que isso ia acontecer. Eles deixavam tudo mais fácil.