Inspiration escrita por Maah ri


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura gente!



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Escrever era fácil antes. Eu me envolvia com os personagens e até mesmo me via neles. Na verdade, eu ainda me vejo neles, e esse é o problema. Minha vida é cansativa e tediosa, o que faz com que a vida dos meus personagens de tornem cansativas e tediosas. 

Estou tentando. Meus leitores sabem disso. Não é como se eu realmente tivesse desistido, mas após a morte do meu pai e o casamento desastroso da minha melhor amiga se tornou difícil ficar focada por mais de 45 minutos em qualquer coisa. 

Me olho no espelho mais uma vez. Escrever era a minha paixão, mas não dava lucro, então tive que entrar em um curso de advocacia e me tornar advogada (a pessoa pode se tornar juíza também, ta?).

Não é um trabalho ruim, não me entenda mal, mas não é o que eu amo. Eu fico pensando como se estivesse defendendo sempre o lado errado. Não, isso não é pra mim. Nunca foi, mas é o que eu preciso fazer. 

Estou com uma calça formal preta, uma blusa branca, salto alto, porque com a minha altura não é aceitável andar sem, e uma tiara preta que apenas evita que os cabelos caiam nos meus olhos enquanto dirijo, já que no tribunal não se pode entrar com isso. 

Entro no carro e ligo o rádio. Está passando How To Save A Life do The Fray. Fico pensando em como eu queria que fosse tão fácil assim salvar uma vida. Mais especificamente a minha vida.

Não estou depressiva. Eu sou feliz. Eu sobrevivi a muita coisa no mundo, só preciso de algo que realmente me faça perder o fôlego. Ou alguém. Tanto faz.

Depois que o meu pai morreu não tive mais sossego. Não parei nem um minuto sequer, tive de sustentar a minha mãe e tentar evitar que a minha amiga se matasse.

Olhei para o trânsito. Droga, como ia demorar.

Mas tinha aquele atalho... E aquele starbucks. Quando digo aquele é aquele mesmo. Simplesmente o melhor café da cidade, e olhe que NYC é imensa!

Tomei a decisão final e fui por aquele tão conhecido caminho. Saí do carro e notei que estava ventando forte. Suspirei e corri em direção ao meu tão esperado e merecido café.

Paguei e quando estava indo de volta para o carro o vento bateu nos meus cabelos, os colocando na frente do rosto, fazendo com que a tiara que eu havia colocado de manhã se tornasse inútil. Não vi o degrau na minha frente e senti meu corpo caindo e então braços fortes me segurando.

—Opa, foi quase!- Uma voz grossa soou.

Tirei os cabelos loiros da frente do rosto e olhei para a frente.

Um homem alto (pelo menos mais alto que eu, já que sou baixinha) com cabelos negros e olhos verdes penetrantes. 

Sorri. 

—Obrigada pela ajuda, ham...

—Percy.

—Percy. Prazer, Annabeth.

—O prazer é todo meu. Cuidado para não cair da próxima vez. 

Ele deu uma piscadinha e saiu, me deixando parada ali, sem nenhuma reação. 

Voltei para a vida real e caminhei novamente para o carro. 

Cheguei ao tribunal, entrei na sala pedindo desculpas pelo atraso (que nem era atraso, mas os juízes geralmente gostavam de advogados pontuais) e assumi o meu lugar. 

Estava do lado da requerente. Uma mulher simples, que tinha um trabalho numa grande empresa e foi demitida sem causa alguma. 

Vi o advogado do outro lado chegando e a minha cliente de sentando ao meu lado. 

Por último, vários minutos depois o meu "adversário" chegou.

Ele era alto e moreno e... Não! Não é possível!

Não podia ser. De tantas pessoas no mundo não podia ser aquele homem o dono da empresa. Era i-m-p-o-s-s-í-v-e-l!

Olhei para os papeis que um mesma havia escrito.

Jackson's Global. Dono: Perseu Jackson.

Percy deveria ser um apelido.

—Senhorita Chase? Pode chamar a sua primeira testemunha.

—Chamo a Senhora Sheffield para testemunhar.

—Com todo o respeito Excelência, mas não acha inapropriado chamar a própria requerente para testemunhar?

—Ordem! Senhorita Chase, continue.

(...)

—A requerente ganha todos os pedidos e o seguro desemprego. Caso encerrado.- O juiz bateu com aquela porcaria de martelo, simbolizando o fim do julgamento. 

Eu tinha ganhado! Eu tinha ganhado dele... 

Foco Annabeth, você nem sequer conhece o cara. Não era para estar se sentindo culpada. 

Caminhei para fora do tribunal e parei na escada para tirar o telefone e aumentar o som quando alguém veio por trás de mim e disse:

—Talvez devesse ter deixado você cair essa manhã, assim teria ido parar no hospital e me poupado uns bons dólares, mas não sou ruim o suficiente para fazer uma moça inocente se machucar.

—Mesmo se isso lhe poupasse vários dólares? 

—Mesmo que isso me poupasse vários dólares. 

—Ora, então o senhor é muito burro. 

Ele gargalhou. 

—Você parece ser uma mulher incrível. 

—Ah, eu sou. Mas com o tempo me torno insuportável. 

Quanto tempo fazia que não tinha uma conversa tão boa e sincera como aquela? 

—Duvido muito.- Ele disse se aproximando. 

—Ah, se fosse você eu não duvidaria, não tenho motivos para mentir. 

Ele se aproximou um pouco mais. 

—Sim, você tem. Está se sentindo tão atraída por mim que tenta desesperadamente chamar atenção. 

Foi a vez dela de gargalhar. 

—Eu sei quatro coisas sobre você, sabe quais? 

—Não, - Ele respondeu extremamente sexy.- quais?

—Um: Você demite pessoas sem motivo- Ele riu.- Dois: Você é muito convencido, Três: Você não sabe perder, por isso você está dando em cima de mim.

—Então eu estou dando em cima de você? E como deduziu isso, senhorita Chase? 

O que eu ia fazer a seguir era uma loucura, mas há quanto tempo eu não fazia uma loucura? 

—Por causa disso. 

Me aproximei dele e o beijei. Foi um dos melhores beijos da minha vida. Simplesmente indescritível.

Nos separamos ofegantes e sorridentes.

—E a quarta?

—Você beija extremamente bem.

O telefone dele tocou, nos despertando para a realidade.

Ele tirou paletó e atendeu. 

—Sim, já estou indo.- Ele respondeu rapidamente para a pessoa no telefone, que aparentemente continuou a tagarelar, o fazendo rolar os olhos.

Assim que conseguiu desligar ele me olhou e disse:

—Preciso ir Annabeth...- O moreno me entregou um cartão da empresa com um telefone  rabiscado atrás.- Nos vemos por ai. 

Piscou e foi embora.

(...)

Mais tarde naquele dia terminei mais um capitulo da minha história, que estava parada há anos...

Talvez eu só precisasse de uma pequena... 

Inspiração.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! Adoro comentários....



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