A Baby Among Us escrita por nywphadora, nywphadora, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 9
Quando o tempo parou


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me por esse capítulo, estou com um bloqueio criativo terrível, mas tinha que escrever. Parece que o prazo é até amanhã, e não domingo. Bem, o epílogo vai chegar logo, eu prometo! Sinceramente, nem sei o que vou escrever, mas don't worry.



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Do you feel that?

That magic between us

I don’t feel that

With anyone but you

We have a fire, baby

You can’t deny

— M.R.Hart

Lily colocou uma xícara de café na mesa, antes de sentar-se na cadeira à sua frente.

— Obrigado — disse Sirius, sentindo a boca seca, não importava quanta água ele tomasse.

— E aí?

Se isso fosse possível, Lily parecia mais ansiosa do que ele, quase que pulando na cadeira, esperando por uma resposta. Pareciam dois adolescentes fofocando.

— Eu acho que ficou tudo bem — ele deu uma coçada na orelha, nervoso.

— Você acha? — ela franziu o cenho — Não me diga que o grande e corajoso Sirius Black saiu correndo!

— Não, mas o grande e bondoso Remus Lupin podia ter... — Sirius deu um gole do café — Ficado comigo só por pena.

Lily jogou a cabeça para trás, gargalhando alegremente.

— Alguém beijando Sirius Black por pena? Pensei que esse dia não chegaria! — ela debochou, um sorriso quase rasgando o seu rosto, e ajeitou-se na cadeira, dando um tapa no antebraço do melhor amigo — Pare com isso! Que falta de autoestima é essa?

Sirius apenas deu um sorriso sem emoção.

— Sabe quando você só não consegue puxar uma conversa com a pessoa? — ele perguntou, olhando para o teto — Quando você pensa em fazer isso, e todo o seu corpo te faz desistir da ideia na mesma hora.

— Isso é o que eu sentia pelo James, não paixão — Lily franziu o cenho, fazendo-o rir — Então, não conversem.

Um conselho que deveria ser completamente inocente, exceto pela expressão maliciosa no rosto da ruiva. Naquelas horas, Sirius arrependia-se completamente das vezes em que fez aquele tipo de comentário para ela.

— Olhe! Ele chegou! — Lily levantou-se da mesa, assim que escutaram um barulho de aparatação.

Assim que a ruiva saiu de vista, o moreno aparatou no andar de cima, para evitar esbarrar nas duas pessoas que conversavam no corredor.

Vega, assim que viu o pai surgir do nada, abriu a boca, animada, enquanto começava a balbuciar palavras que somente ela compreendia.

— Vamos brincar de esconde esconde? — ele sussurrou para ela, acariciando o pouco cabelo que a bebê tinha.

Embora estivesse apenas brincando, a vontade que sentia era essa. Pegar a filha e se esconder, em vez de encarar a situação de frente. Encontrar-se no trabalho era diferente de encontrar-se de um modo mais informal.

Ele estava bem ciente do momento em que as escadas rangeram, e a porta abriu-se, mesmo que não desviasse os olhos do berço.

— Vamos?

— Isso é mesmo necessário? — Sirius fez uma careta, sabendo bem a resposta que receberia.

Remus apenas sorriu, ciente do desconforto dele, o que parecia o divertir.

— Papai já volta, filha — sentiu-se ridículo dizendo isso, mas beijou-a na testa, fingindo aparentar normalidade.

Vega soltou um resmungo, ao ver como ele se afastava, que aumentou mais quando Remus deu um passo para trás.

— Se despede! Ela é sensível! — Sirius disse.

— Ela é dengosa, isso sim — comentou Lily, surgindo do corredor.

O moreno engoliu em seco, evitando olhar para a amiga, que parecia estar divertindo-se tanto quanto Remus ao vê-lo naquela situação. Depois de receber a despedida do outro bruxo, Vega ficou mais conforme quando eles saíram do quarto. Em vez de segui-los até a porta, Lily resolveu ficar com a afilhada.

— Vamos — respondeu Sirius, tardiamente.

Remus sorriu, pegando em sua mão, antes de aparatarem.

Assim que chegaram ao seu destino, Sirius só queria dar meia volta e sair. Parecia que a convivência com Regulus estava o deixando mais covarde. Aproximou-se da casa, e tocou a campainha, notando que as suas mãos ainda estavam entrelaçadas.

— É muito bom vê-los, rapazes.

Sirius olhava diretamente para o chão, sentindo uma sensação de claustrofobia, enquanto estavam todos sentados nos sofás da sala de estar. Andrômeda amava a decoração daquela sala, e eles não tinham se mudado desde então.

Parecendo completamente contrário a eles, Ted parecia sentir-se bem confortável.

— Entendo como deve ser difícil para você decidir vir aqui — ele comentou — Soube o que aconteceu por Narcisa.

— Ela esteve aqui? — perguntou Sirius, levantando o olhar instantaneamente.

— Bem, ela tem nos ajudado muito — respondeu Ted — E ela adora Nymphadora.

— Não imaginava que fosse algo que Malfoy permitiria.

Ele deu de ombros.

— Vai ver que essa situação abriu os olhos dela — disse — Ela nunca teve aquela implicância que Bellatrix nutria por Andy.

Depois de alguns minutos de uma conversa complicada, Ted despediu-se, dizendo que tinha que trabalhar. As coisas não mudaram muito por ali, visto que ele ainda usava os fundos da casa para exercer a sua profissão de artesão. Sempre fez isso, mas então podia cuidar melhor da filha, embora ela passasse grande parte do tempo com os Weasley.

Sirius resolveu dar uma olhada na casa que, mesmo desarrumada, lembrava tudo sobre a prima.

— Está tudo bem? — perguntou Remus, preocupado.

Ele não respondeu, parando em frente aos portas retratos.

— Eu não devia ter te esforçado...

— Por Merlin! Você não consegue parar de se martirizar? — Sirius interrompeu-o.

Desviou o olhar para ele, ficando satisfeito ao notá-lo ruborizado.

— Vamos embora — disse o moreno, antes de dar mais uma olhada na casa — Não temos mais o que fazer aqui.

Para Remus, por ora, era o suficiente.

Em um piscar de olhos, já estavam novamente com Vega.

— Eu esperava que... Sei lá! — Sirius tirou-a do berço, deixando-a brincar com o tapete.

— Ele te culpasse por sumir? — perguntou Remus, tranquilamente.

— Algo assim...

Vega praticamente não piscava os olhos, parecendo entender cada detalhe da conversa entre os dois, olhando de um para o outro, fixamente.

— Acho que o meu maior medo é que eu me apegue a Vega, e a mãe dela resolva aparecer novamente — desabafou Sirius.

— Bem... Você já se apegou a ela — retrucou Remus — E... A mãe dela não vai voltar.

— Como pode saber disso?

Procurou olhar para ele, mas Remus fixou o dele em outro lugar qualquer e distante do quarto.

— Moony — insistiu Sirius.

— Não faz diferença, Pads.

Irritado, ele resolveu ignorá-lo, focando apenas na filha, que ainda estava anormalmente prestando a atenção na conversa.

— Deixe de ser fofoqueira, guria — ele sussurrou.

Ela apenas sorriu arteiramente.

— É a Dorcas, está bem? — Remus esfregou o rosto, aborrecido.

— Acho que está explicado o porquê de eu não ir com a cara dela... — disse Sirius, tentando entender — Mas o que você está me dizendo? Quando você descobriu isso?

— Na verdade, é mais uma hipótese — ele disse — Na mesma época... Eu sei lá!

— Se for verdade, então como que eu vou ter certeza de que ela não vai querê-la de volta? Ela é bipolar! Em uma hora, pode odiá-la, e em outra...

— Eu já disse que não sei!

Sirius imitou o gesto, esfregando o rosto com força.

— Eu não queria que... — ele suspirou — Eu amo Vega, mas não queria que isso tivesse acontecido. Não estava nos meus planos!

— Nós sabemos — disse Remus.

— Não! Você não sabe! Como que vocês me levariam a sério, se eu continuasse me agarrando com todas as garotas que me aparecessem? E você, então?

— O que tem eu?

Lily surgiu no corredor, ela manteve-se silenciosa, mas a sua presença já era notada.

— Leve a Vega, por favor — disse Sirius, sério.

A garotinha reclamou, desconforme, mas foi levada pela madrinha, que fechou a porta assim que saiu.

— O que tem você? — Sirius voltou-se para Remus, quase que furioso — Sério isso? A pergunta deveria ser o que não tem você!

— Ah! Está certo, então! Agora eu sou o culpado de todas as coisas que te acontecem — retrucou o outro.

— Sim!

Remus levantou-se, parecendo disposto a aparatar, mas Sirius segurou a sua mão, para impedi-lo.

— Você age como se não me entendesse, mas eu não te entendo! — continuou a falar.

— Eu pensei que estava tudo bem! — ele disse, tentando acalmar-se no processo, embora as palavras saíssem entredentes.

De repente, Sirius não sentia muita vontade de conversar.

— O quê? Eu devo te agradecer por sentir pena de mim? — ele afastou-se.

— Quando que eu senti pena de você?

— Ontem, talvez?

O silêncio foi a resposta e, por um momento, Sirius pensou que ele tinha ido embora.

— Por que você acha que eu terminei com a Dorcas? Na verdade, por que acha que começamos a namorar? — Remus voltou a sentar-se, levemente exasperado.

— Eu não sei, e não estou com vontade de falar sobre isso.

— Está bem, então, vamos falar sobre ontem. Se você acha mesmo que eu recuei do seu beijo por pena, você é um idiota.

— Parece que sempre sou eu quem tenho que tomar a atitude.

Resolveu fazer uma provocação para fazer a reação do lobo, que não hesitou antes de puxá-lo para um beijo.

Depois de um tempo, foram interrompidos novamente.

— Estão vivos? — James colocou a cabeça para dentro do quarto, sorrindo marotamente — Tem algo que queiram contar para o seu melhor amigo? Não que não seja óbvio, claro.

— Vai se foder, veado!

— Ah! Está bem! Eu quem sou...

Eles desceram, com as implicâncias de James, que já eram inevitáveis.

— Espero que fiquem para o jantar — disse Lily, acolhedora.

— Eu sempre estou por aqui — Sirius deu de ombros.

— Você devia arrumar uma casa — comentou James, e o seu olhar deixava bem claro que casa deveria ser, mas não falou em voz alta, já que Lily olhava-o repreensiva, embora um pouco divertida.

— Bem, eu não vou dormir aqui hoje, então não me esperem — ele disse, sem deixar-se intimidar.

— É melhor deixar Vega aqui — brincou Lily.

Como se estivesse escutando o nome dela ser citado, eles logo escutaram um barulho no andar de cima.

— Ai, caramba!

Lily correu para a escada tão rápida como Sirius nunca viu, mas ele não ficou muito atrás.

Harry e Vega pareciam completamente alheios ao desespero dos pais, já que estavam divertindo-se muito derrubando tudo o que viam pela frente.

— Sua filha é um mau exemplo! — disse James, afastando Harry.

— Obrigado — Sirius sorriu, enquanto acariciava o cabelo de Vega.

— Está bem, vamos manter esses dois bem longe um do outro — declarou Lily, temerosa.

— Que absurdo, ruiva! Vai afastar dois melhores amigos assim? — perguntou Sirius, indignado.

— Eles vão destruir a casa! — ela reclamou.

— Para que serve a diversão nessa vida se não podemos usar a varinha para consertar tudo? — ele retrucou.

— Bem, você sempre gostou de usar a... — James foi calado por um travesseiro lançado pela esposa.

— Na frente das crianças, não — disse Lily, séria.

— São crianças!

— Elas não são surdas!

Sirius olhou para a briga dos amigos.

— Eu vou levar a Vega para dormir com os tios — ele decidiu, levantando-se — Não quero esse exemplo para ela.

— O exemplo dos pais vai ser maravilhoso — James levantou uma sobrancelha, lembrando-o de todas as vezes em que ele e Remus brigaram.

— Detalhes, detalhes... — Sirius deu de ombros — Eu não quero é que ela aprenda a gritar tão alto quanto a ruiva.

— Sai da minha frente agora mesmo, Sirius Black.

Ao contrário da primeira aparatação, ela pareceu adorar a primeira viagem pela lareira.

— Você tem gostos duvidosos — murmurou Sirius, surgindo na sala de estar.

Marlene observava-o de sobrancelhas levantadas, sentada no sofá com um jornal erguido à sua frente.

— Eu espero, pelo seu bem, que eu seja a madrinha dessa criança — ela disse, séria, antes de acolher Vega.

— Quer saber? Você e Lily quem se decidam! Tenho outros assuntos para tratar agora...

— Trabalhando a essa hora?

Sirius deu um sorriso malicioso.

— Bem, digamos apenas que eu vou aproveitar um pouco a noite.

Não precisaram dizer outras palavras, ele e Marlene tinham a habilidade de conversar com olhares.

— Você me deve uma — ela não conseguiu evitar um sorriso, apesar de estar falando sério.

De repente, ele lembrou-se de um pedido que Regulus tinha feito a ele, alguns dias antes de toda a confusão.

— Pode deixar!

Confusa com a afirmação do cunhado, não conseguiu tirar informações, antes que ele fosse levado pelas chamas da lareira.

Puppy! — reclamou Vega, no silêncio da casa.

Marlene decidiu caminhar um pouco pela casa com a pequena. Ela poderia amaldiçoá-lo até que aparecesse, já que tinha aparecido sem avisar, e não trouxe muita coisa com Vega, mas ela já estava preparada para receber a sobrinha. Não era porque Lily Potter resolveu comprar lojas inteiras que ela não aproveitaria a oportunidade.

— Minha neta? — um quadro perguntou, olhando-a por cima.

Marlene sorriu.

A mulher podia enganar quem fosse, menos ela.

Vega era a estrela que iluminou a todos, mesmo a fria Walburga Black.


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