Herança Real escrita por TessaH


Capítulo 33
Lobo Solitário




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goodbye my lover

 

"Às vezes, você nem sabe que algo mudou. Acha que você é você, e sua vida ainda é sua vida, mas você acorda um dia e olha ao seu redor e não reconhece mais nada... nada mesmo!"

—    Grey's Anatomy

Capítulo 30 - Lobo Solitário

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CONRAD

Eu tinha ligado para ela num impulso. Três horas da manhã, quando acordei de supetão de mais um pesadelo.

— Alô? - a voz maviosa soou, quase sem resquícios de sono.

Será que ela estava com insônia como eu?

Fiquei só respirando com o telefone fortemente colado ao rosto a fim de escutar qualquer resmungo ou muxoxo que ela iria soltar. E soltou.

— Alô? Alôôô?!  Não vai responder? Pois vá procurar o que fazer da vida em vez de incomodar aos outros! Passar bem!

Como eu tinha ligado de uma linha do meu próprio quarto, o número estaria desconhecido em seu celular.

Deus! Que falta fazia até a respiração dela junto a minha.

Evidentemente, eu não tinha coragem de respondê-la. Na realidade, racionalmente nem ligar para ela era um plano, não até meu eu sonolento e desperado agir por impulso até o ponto de eu já me observar grudado à espera de um monossilábico de Serena.

Que grande vida a minha.

Sempre existe em nós aquela vontade enlouquecedora e absurda demais a qual tentamos silenciar, porém uma hora ela te vence, amigo. E a minha era poder, nem que fosse um segundo, ouvir a voz de Serena, nem que eu precisasse dar uma de louco e ligá-la no anonimato.

Minha preocupação com ela era real e tinha seus fundamentos. Eu cultivei mais que uma relação amigável e cortez com ela, me vi em uma situação que sempre quis vivenciar e não tivera a oportunidade. Eu sabia que Serena tinha sido minha respiração pura em meio a um mundo poluído, e infelizmente acabei afundando-a até essa enorme sujeira.

Se antes, na alegria e serenidade, eu tinha descoberto que a amava, hoje, na total tristeza, eu tinha declarado isso até a mais cega pessoa do mundo, por isso eu só tinha conseguido ficar furioso com Blaire e minha mãe, furioso comigo mesmo por ter deixado Serena se sentir por um minuto sequer que estava sozinha.

Eu não estava furioso comigo, não, eu estava com ódio por ter uma parcela de culpa na dor que vi em seus olhos. E eu me preocupava com ela, mesmo que nem merecesse.

Além disso, depois de vê-la pela última vez no palácio, ela tinha virado um fantasma por essas ruas. Embora todos quisessem achá-la, enchê-la de perguntas, fotografá-la etc, Serena tinha sumido no dia seguinte.

Por saber que tinha culpa, eu decidi respeitar a decisão dela, afinal ela tinha razão, eu não precisava trazer mais problemas no momento pra ela, era a última coisa que eu queria, então não a procurei diretamente. Ainda assim, a agonia em meu peito não me deixou ficar indiferente a ela, então tentei procurar por ela em revistas, tablóides, qualquer coisa que anunciasse onde ela estava e se estava bem. Até ousei procurar Victorine para saber, mas além de desconfiada, ela também nao sabia o que tinha acontecido.

Pelo menos tendo cedido à minha vontade obscura de ligá-la eu sabia que ela estava viva.

Já é meu maior alívio.

Com todos os veículos de informação em erupção com as recentes notícias, em minha casa desligamos tudo e estávamos sob o silêncio sepulcral.

Depois do fatídico ocorrido, Alexandra fez questão de trazer Blaire à nossa casa e dar o maior sermão da terra. Como eu estava furioso com tudo, também não poupei minhas palavras.

— Você é uma maldita criança, senhorita De Rohan - minha mãe tinha dito. Sem piscar e tensa, Blaire ouvia sua sentença. - Quem você acha que é, garota? Você não sabe pensar! Por que ousou fazer algo do qual não tem o menor conhecimento? Se achou a dona da verdade e por uma ridícula competição arriscou tudo? Você não passa de uma peça em um imenso tabuleiro, garota. Saiba isso. E você é a descartável.

Eu tinha chegado na sala nessa hora, ao fim da conversa, e pude ver minha mãe emanar o maior desprezo possível para Blaire até que saiu.

A loira caiu no sofá e se debulhou em lágrimas. Do jeito que eu estava fora de mim (não me orgulho), também não fiquei calado.

— Blaire, você tem noção do que você causou? Tem noção da gravidade do assunto pro principado, pro país? Pra Serena, Blaire?! Você a humilhou!

— Eu não gosto dela - ela murmurou entre as mãos que continham um grande choro. - E olha, Conrad, eu agi por impulso, por ciúmes e eu sei que foi errado! Sua mãe já me disse tudo!

— Não, você ainda não sabe o que causou para a única pessoa inocente de toda essa merda de mundo em que vivemos! - gritei e apontei o dedo, fazendo Blaire arregalar o olhos vermelhos. - Ponha na sua cabeça que nunca fui seu e nem serei! Não passa de mesquinharia tudo que você tentou fazer a Serena e ela é maior do que tudo isso, mas eu já estou de saco cheio de ser educado com você por causa das aparências e você entender tudo errado! Me. Esqueça. Finja que eu nunca existi pra você.

— C-Conrad.. Me desculp-pa!

— E nunca mais faça nada pra Serena, me ouviu? Porque eu não vou ser tão legal quanto a minha mãe.

E a deixei no sofá sozinha. 

Aquela noite foi longa.

Sob a escuridão e o silêncio que habitaram a mansão, eu quis me isolar o máximo para lidar com o choque emocional dentro de mim.

Eu a amava. E eu tinha sido o responsável por magoá-la sem medidas.

Como tínhamos chegado a esse ponto? Como eu fechei meus olhos para tudo isso?

Eu me torturava com a indagação de como pude corromper a única coisa boa no meu mundo. E como, naquele espaço reduzido de tempo, ela tinha se transformado no meu mundo.

Embora não tivesse dormido, eu não pude ficar preso em minha cama como desejava. A vida continuava, mesmo que eu não quisesse.

No dia seguinte, ouvi alguns cochichos incomuns pelos empregados da mansão e, como só havia eu na mesa do café, logo chamei a pessoa mais próxima e perguntei por que estavam tão agitados.

— Estamos preocupados, senhor.

— Mas o que houve?

A mulher ficou muda. Hesitou em abrir a boca até ver meu olhar.

— Perdão, senhor Hanover, mas Sua Graça, vossa mãe, está sem pudores no quarto. Desde o amanhecer que senhora Alexandra não deixa de gritar e derrubar várias coisas no quarto e ficamos preocupados em ouvirem o tumulto porque a família De Rohan está esvaziando a casa ao lado, então tememos que Sua Graça chame a atenção deles.

Franzi o cenho.

— Eu vou vê-la lá no quarto, não precisam se preocupar. Mas... E quanto a família do duque De Rohan? Você disse que estão saindo da própria casa?

— Desculpe, senhor, mas lá fora estão falando que vão para o outro lado do Pacífico porque a herdeira vai cursar uma Universidade.

Dispensei a mulher e subi os lances de escada até o andar de minha mãe, pensando sobre quem tinha tomado a decisão de fugir da Europa por causa do escândalo. Terá sido o pai de Blaire? Envergonhado pela atitude ridicularizante da filha em rede internacional? Ou a própria não suportou o peso de suas consequências?

De toda forma, menos um problema para causar dor de cabeça. Convivência boa com Blaire é com um oceano de distante, realmente.

Enquanto caminhava para lidar com mais um momento conflituoso da natureza de minha mãe, soube que eu não tinha ouvido toda sua gritaria, pois nossos cômodos eram em andares diferentes. E ao chegar perto da porta, a sensação de dejà-vu me assolou. Estava ficando recorrente os momentos à beira da insanidade de minha mãe e eu precisava agir, mesmo que estivesse sozinho naquilo.

Como das outras vezes, a famigerada duquesa Alexandra, da Casa de Hanover, estava um caos. Os objetos do quarto estavam quebrados pelo chão, escovas, espelhos, caixas, joias, sapatos. Acompanhando a bagunça do quarto, a mulher que tentava arrancar os cabelos da própria cabeça estava da mesma forma: uma bagunça. Olhos vermelhos e inchados, maquiagem borrada, roupa rasgada, cabelo bagunçado.

Duas empregadas que trabalhavam há muito tempo na nossa família e cuidavam da intimidade de minha mãe estavam no quarto, certamente tentando acalmá-la.

— Podem ir, não se preocupem. Cuidarei disso. - informei quando entrei e elas pareceram me olhar aliviadas.

Eu quem tinha que cuidar daquilo. Era minha mãe, afinal das contas.

Quando elas estavam indo embora, chamei-as.

— Avisem a todos, principalmente aos seguranças, sobre total discrição e sigilo quanto aos inúmeros fotógrafos e repórteres que estão acampados no condomínio atrás de qualquer notícia, certo?

Elas assentiram e saíram.

E eu fiquei com o furacão que Alexandra Hanover tinha se transformado.

 

 

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

 



Eu sabia bem pouco dos passados dos meus pais. Não sei se tínhamos aquela relação distante por sermos uma família nobre e ter que passar uma imagem perfeita demais, não sei, mas nunca tínhamos conversado sobre o passado - tampouco conversaríamos sobre as coisas que deram errado lá - ou possuído uma intimidade muito grande. 

Todavia, só existia eu e minha mãe naquela mansão solitária e todos os nossos segredos entre nós. Em todas as crises, minha mãe clamava por um 'Jorge' de forma muito ardorosa, como se só ele pudesse salvá-la naqueles momentos, mas depois da descoberta sobre o passado de Serena que envolvia o príncipe Jorge, tio de Pierre, eu começava a criar uma pulga atrás da orelha. Certamente procuraria saber sobre isso em outro momento. Um momento no qual eu pudesse espairecer e ter a cabeça no lugar.

— C-conrad... - minha mãe murmurou quando finalmente a pus na cama após acalmá-la.

— Estou aqui, pode descansar, vai ficar tudo bem.

— Não, não vai - ela fechou os olhos fortemente e chorou. - Ela me roubou tudo, Conrad, eu o amava tanto! Ela... Com aqueles olhos tão azuis, odiosos olhos! Jorge se apaixonou por eles... Mas e eu?!

— Mãe, do que a senhora está falando? Quem te roubou esse Jorge?

— Não! Ela tinha aqueles cabelos dourados... Jorge dizia que eram feito o sol pra ele... Conrad, eu a odeio, odeio muito...

— Mãe.-

— Não... Eu sabia que tinha algo errado com aquela garota... Uma novata no principado e tão... parecida com ela! Eu só não conseguia encaixar as coisas, mas depois... Eu a vi com aquele colar, aquele maldito colar que era pra ter sido meu... Jorge deu tudo a ela, Conrad, eu não fiquei com nada.... Eu o amava....

As palavras saíam continuamente e sem lógica, eu nunca as entendia, então só tentei acariciar a cabeça dela para que pudesse descansar e deixar tudo aquilo para trás.

Como temos o dom de guardar nossa própria dor para cuidar da de outros? Era um grande feito.

 

No fim do dia, eu tinha a consciência que estava sozinho para cuidar de tudo. Minha mãe não estava bem, era nítido, e eu precisava cuidar da burocracia política, mas não conseguiria me concentrar nem um pouco, então me permiti ficar jogado no gramado da mansão observando as estrelas e pensando em que ponto tudo desandou.

— Quer companhia? - uma voz soou e me sobressaltei ao lado. - Calma, Conrad, sou eu! - Cecily riu pouquinho. - Posso me deitar também?

Dei de ombros como respostas.

— O que faz aqui, Cecily?

— Bom... Eu sei que estão só você e a tia, então imaginei que estivessem precisando de ajuda depois de tudo...

— É.

— Conrad, olha pra mim. - Cecily pediu e me virei para fitar aqueles enormes olhos. - Vim porque sou sua amiga e sei que precisa de um apoio. Sei também que a tia Alexandra não passa bem e eu posso ajudar, entendeu? Estudei psicologia um pouco e posso lidar com ela enquanto você organiza tudo porque não precisa passar tudo isso só.

Eu não respondi. Não sabia se estava aliviado por tê ali.

— Não vim pedir permissão, também. Só estou comunicando que vou ficar aqui e ajudar, certo? Certo. Voltemos a olhar as estrelas.

Então a morena deitou e suspirou olhando para cima. E eu fiz a única coisa que poderia: a imitei.

 

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~*~~~*~~~* 

play na música!

 

"Eu estou aqui por você, se você se importasse

Você tocou meu coração, tocou minha alma

Você mudou minha vida e meus objetivos

E o amor é cego e eu soube disso quando

Meu coração estava cego por você

Beijei seus lábios e segurei sua cabeça

Partilhei seus sonhos e a sua cama

Conheço-te bem, conheço o seu cheiro

Eu estive viciado em você..."

 

No quarto dia depois do ocorrido, estávamos quase da  mesma forma. Exceto pela presença e Cecily que tentava amenizar o clima de tensão instalado por todos os cantos.

Eu era muito grato por ela, certamente, ela ficava com minha mãe e a ajudava em tudo e contribuiu para que Alexandra não tivesse outra crise da mesma magnitude das outras.

— Hoje você vai se dedicar ao escritório? - Ceci perguntou quase casualmente, mas eu sabia que estava preocupada pelo fato de eu ter neglicenciado o escritório por todos aqueles dias.

— Vou organizar meu tempo. - menti, porque na realidade eu não conseguia enfrentar nada sem ficar desconcentrado e triste, sem ânimo para qualquer coisa, de forma que enquanto Cecily ajudava minha mãe, eu me afundava em minha poltrona sozinho.

— Não minta para mim, Conrad Victor! Te conheço há tempos, então converse comigo, sei que precisa disto.

— Ceci, eu não me sinto muito bem para conversar e-

— Você precisa saber dela, não é? Precisa saber o que ocorreu porque está aí, paralisado no tempo sem uma motivação, sem um impulso, sem nada, Conrad, e eu me preocupo.

Os orbes grandes de Cecily me perscrutavam e eu não podia fugir de sua análise. Eu precisava saber dela para continuar e fazer alguma coisa.

— Tenho procurado notícias esses dias e não achei nada. - respondi, por fim, voltando a cortar o bife do nosso almoço.

— Falei com Pierre há uns dias. Sou melhor amiga dele também, então ele está preocupado da mesma forma. Tio Louis o deixou como regente vitalício e não quer voltar a governar, até porque o povo está em polvorosa, Conrad, não tem noção dos motins e possíveis ataques ao palácio. Estão odiando ao tio Louis e seu governo, querem respostas para as coisas e estão apoiando a ela.

 

Adeus meu Amor

Adeus minha amiga

Você tem sido a única

Você tem sido a única para mim

 

Eu só a fitei profundamente, sem dizer nenhuma palavra. E Cecily entendeu.

Você quer saber dela. Não quer saber muito do principado e como estamos à beira de uma guerra civil - Ceci abaixou os olhos e soltou um meio sorriso.  - Pierre me comunicou que um dia depois do evento, Jean Burnier saiu de casa com todos e foram para o interior. Na realidade, acho que ele está mantendo contato com Pierre e por isso ele sabe que foram para uma propriedade do Burnier que fica no interior. Burnier disse que precisavam de um tempo longe de toda balbúrdia que se instalou a capital e depois voltariam para resolverem as coisas porque precisam tomar decisões sozinhos. Serena está com ele, e voltará com ele... Em algum momento, não sabemos.

 

Sou um sonhador, mas quando acordo

Você não pode destruir meu espírito

são meus sonhos que você toma

E quando você seguir em frente, lembre-se de mim

Lembre-se de nós e tudo que costumávamos ser

já te vi chorar, já te vi sorrir

Observei-a dormindo por um instante

Eu seria o pai do seu filho

Eu passaria uma vida inteira com você

Eu conheço seus medos e você conhece os meus

Nós tivemos nossas dúvidas, agora nós estamos bem

E eu te amo, juro que é verdade, eu não posso viver sem você

 

— Ela está bem? - perguntei depois de uma longa pausa.

— Pierre só me disse isso.

Voltamos para o almoço e um peso, mesmo que mínimo, tinha sido tirado do coração por saber que, ao menos, longe da publicidade infeliz ela estaria segurança.

Ceci voltou para o quarto de minha mãe e eu decidi passar a tarde olhando para o céu lá fora e me perguntando se Serena estaria vendo aquele mesmo céu azul, límpido e brilhante, como eu e pensaria em mim.

 

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

 

E ainda seguro sua mão na minha

Quando estou dormindo

E eu irei aguentar minha alma no tempo

Quando eu estiver ajoelhando aos seus pés

 

Quinto dia. Quase uma semana que não saía de casa e vivia quase sem conversar com alguém. 

O dia foi igual aos outros, a inquietude e a tristeza aumentaram como sempre, um dia após o outro, mas foi a mesma coisa dos outros dias parados.

— Conrad? - Ceci apareceu em meu quarto depois de uma batida oca na porta. - Você quer companhia?

Balancei a cabeça depois de parar de fitar o telefone por horas a fio.

— Estou bem, para sua felicidade, hoje estarei indo para o escritório, tentar esquecer todos esses problemas.

— Com mais problemas, não é mesmo? - ela sorriu e me estendeu a mão. - Venha, vou ficar lendo ao seu lado, assim posso pegar no seu pé e ajudá-lo se precisar.

Aceitei a mão de Cecily por me sentir sufocado por descobrir estar preso dentro de mim mesmo por tanto tempo.

Então ficamos no escritório, Cecily tentando me animar com algumas piadas ou conversas soltas, e eu tentava não ser tão rude com alguém que só queria ajudar. Porém ao fim do dia, uma empregada veio solicitar a ajuda de Cecily para minha mãe e ela me deixou.

Agradeci imensamente por ter Cecily ao lado e a deixei para cuidar de minha mãe enquanto necessitava de um tempo para resolver toda a papelada que se acumulara por dias no escritório. 

A noite finalmente veio e ao observar a lua lá fora, foi impossível não lembrar do calor que Serena emanava quando eu podia abraçá-la para dormir.

Era algo descomunal que me atraía para ela e ao mesmo tempo me fazia querer morrer sem ela.

Eu ia ceder ao meu desejo, ao meu coração. Eu iria contrariar Serena, mas não conseguia mais me obrigar a ficar longe dela. E fiz a única coisa que pude.

Disquei o número até chamar infinitas vezes.

— Alô?

Aquela voz...

— Serena, sou eu, Conrad, não! Não desligue, por favor. Preciso dizer o que está entalado em mim por todos esses malditos cinco dias, por Deus! Eu não aguento isso, Serena, não posso ficar sem saber de você, fingindo que esqueci tudo o que passamos, o que descobri quando você entrou na minha vida. Não posso negar tudo isso porque foi tudo o que eu sempre desejei, a vida toda esperei alguém que fizesse valer a pena todos esses meus sonhos idiotas de acreditar em um amor, então por favor, me escuta dessa vez. Não posso e nem quero ficar longe de você, sei que te magoei e você me pediu distância, eu estava tentando respeitar, mas não consigo mais, cheguei no meu limite. Eu quero passar a minha vida toda tentando me redimir com você pelos meus erros, porque serão muitos, Serena, eu sou humano também, mas o que ultrapassa essa minha relés mortalidade é o que sinto por você. Por causa disso, eu seria capaz de pedir perdão todos os dias, mas que seja ao seu lado, por favor. Não posso fazer isso sozinho, eu não quero me sentir sozinho, caramba! Já tive minha cota de lobo solitário por toda a vida, tentando me encaixar em uma sociedade ruim, em uma família sem um  espaço verdadeiro para mim. E então eu encontrei alguém que me fez sentir acolhido, querido, desejado, e você não pode mais tirar isso de mim depois de tudo que me proporcionou, então em nome disso eu te peço pra voltar. Te peço pra voltar porque se você aceitar, Serena, eu te juro que te protegerei com a minha vida se for necessário, eu serei o seu guardião, serei seu protetor e nada nesse mundo seria capaz de quebrar isso mais uma vez, então... Por favor, volte pra mim, serei melhor, farei por te merecer porque... Porque eu te amo, Serena Kane, e descobri que viver sem você não é viver, é apenas... Sobreviver.

Passados cinco segundos depois de todas as palavras arranharem minha garganta e arderem meus olhos, Serena desligou.

Tu, tu, tu, tu, tu...

Eu já não sabia se era o telefone ou meu coração.

.

.

.

 NÃO ME MATEM! Me desculpem pela demora, sério, mas eu estou estudando muito, então dificulta, mas aíii quando eu vejo comentários tão lindos me pedindo cap eu não resisto e venho escrever! Muito obrigada!

E não odeiem a Serena! As atitudes enganam hahahahaha

O que vcs acham que vai acontecer, hein?


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