I want to live with you escrita por mdsumafanfic


Capítulo 1
It's a good idea.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, então, essa é a primeira fanfic que eu escrevo e posto.
Infelizmente, ela ainda não está betada, mas fiz meu melhor para evitar erros.
Não vou me prolongar, boa leitura ♥



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Eu e Rose sempre fomos amigos.

Talvez nem sempre.

Eu e Rose fomos amigos desde quando tínhamos nove anos. Estava chovendo, nunca havia reparado na minha colega ruiva antes, mas na saída da escola, quando ela estava indo até o carro do pai que fora busca-la, o vento virou o guarda-chuva dela e o levou para longe. A chuva não parava, por instinto, fui até ela e a levei para o carro. Ainda lembro da feição de Ronald Weasley olhando para mim, um misto de confusão e surpresa. Nossas famílias nunca haviam sido exatamente, amigas. Mas ele sorriu e então ouvi a voz de Rose com atenção pela primeira vez.

— Obrigada, Malfoy.

Ela entrou no carro sorrindo e, incrivelmente, reparei pela primeira vez naquele sorriso.

A partir daquele dia, nos cumprimentávamos com “bons dias” simpáticos, e naturalmente, conversávamos como se não nos importássemos que com aquela idade meninos e meninas não socializavam. Rose nunca se importou com o que os outros diziam.

 

Crescemos juntos, nos intitulávamos “melhores amigos”, nada mudou. Ela sempre foi a “ruivinha” e eu sempre fui, bem, “Malfoy”.

Vi a ruivinha tornar-se ruiva, vi crescer, vi seu primeiro beijo. A ouvi chorar uma semana depois por que o cara foi um suficiente babaca. Vi ela sair para as baladas com as amigas e me procurar só pra evitar que eu ficasse bêbado a ponto de me arrastar pelos cantos. Vi seu primeiro namoro e a vi se afastar. O namorado tinha ciúmes de mim.

— “Não existe amizade entre garotos e garotas sem segundas intenções, Rose”. Ele insiste em falar isso Malfoy. – Rose exclamava isso com raiva, tristeza, frustração.

— Sabe, depois de tantos anos você já pode pronunciar meu nome, Weasley. – Ri convicto de que amenizaria a situação.

— MALFOY! EU ESTOU AQUI FALANDO QUE MEU NAMORADO NÃO QUER VOCÊ NEM PINTADO DE OURO PERTO DE MIM E É ISSO QUE VOCÊ ME DIZ? – Agora ela estava indignada gritando comigo.

— Rose, calma. –Definitivamente ela não se acalmaria.

— CALMA? – Droga, ela estava perplexa.

— Ruiva, só quero dizer que não precisa ficar desse jeito, toda nervosa, desesperada e... – ela me interrompeu de imediato e minha frase teve o sentido errado.

— MALFOY, definitivamente eu não esperava que justo você fosse ser babaca comigo! – Ah não, ela estava chorando.

— ROSE PARA. – Eu estava desesperado com a reação dela. – Só quero dizer pra você fazer o que quiser, se quiser salvar seu namoro vai ter que me evitar, se quiser destruí-lo eu estou aqui pra ajudar. –Ri. Mas ela não estava achando graça, correu na minha direção e começou a distribuir socos no meu peito.

— MINHA AMIZADE NÃO IMPORTA PRA VOCÊ, MALFOY? COMO PODE DIZER UMA COISA DESSAS PARA MIM SEM AO MENOS SENTIR UM PINGO DE TRISTEZA? – Segurei seus pulsos e olhei naqueles olhos azuis encharcados. Rose me encarava desesperada, soluçando.

— Ruiva, me escuta, me deixa falar e depois você decide se é justo ou não me socar. – Ela assentiu. – Não quero que se afaste de mim, mas também não quero que termine seu namoro por minha causa. Sabe, não dou minha benção pra esse relacionamento, mas... – Ela me olhou torto. Sorri para amenizar o clima. – Mas eu quero que você seja feliz, e ele te faz feliz. Sabe, se não der certo eu ainda vou estar aqui pra você, sou o seu melhor amigo, que você insiste em chamar pelo sobrenome.

 

Rose saiu pela porta da minha casa chorando, não disse o que ia fazer. Passei alguns meses com ela distante de mim. Mas ela voltou, depois de me deixar cair bêbado e depois de me deixar ser um babaca. Nunca fui exemplo, Rose me mantinha na linha drogando-me com juízo. Pedi o que aconteceu com o namoradinho dela, e ela só disse que não queria falar de namorado, pois estava solteira.

— O que você tá fazendo aqui Weasley? – Eu estava irritado.

— Te impedindo de fazer besteira, Malfoy. Francamente, você não tem vergonha de ficar bêbado pelos cantos e mal conseguir se sustentar de pé? – Ela tentava ficar equilibrada em cima dos saltos enquanto colocava meu braço ao redor de seu ombro.

— Seu namoradinho te deixa vir pra balada recolher seu ex melhor amigo? – Rose revirou os olhos, eu estava sendo ridículo.

— Eu estou solteira, Malfoy. Isso não é importante agora. Vai ficar de sarcasmo pra cima de mim? – Ela me soltou e eu caí. Na tentativa de me ajudar ela foi para o chão junto comigo.

— Tá vendo o que você faz, Rose. Você vai fazer a gente ficar sem balada por quebrar um pé. – Ela estava sentada no chão tentando se levantar. – Você não pode quebrar um pé.

— Malfoy, eu não quebro tão fácil. Me ajude a te ajudar, por favor. – Ela estava me levantando e voltando a posição anterior para me dar apoio.

— Você não cansa de tentar corrigir as coisas que eu faço, ruiva?

— Você não cansa de fazer coisas erradas pra eu corrigir, loiro?

Determinada.

 

Quando estávamos no ultimo ano do colégio, Rose teve a pior fase da vida dela. Não sabia o que queria fazer, onde queria estar ou que universidade se inscreveria. Não que eu soubesse o que eu mesmo queria, já tinha meus caminhos traçados antes mesmo de nascer e eles não me incomodavam. Era confortável já ter boa parte da sua vida decidida. Eu gostava da ideia de fazer faculdade para, depois, cuidar da empresa da família. Só não sabia onde me inscrever.

A ruiva acabou decidindo que queria cursar Jornalismo, escrever, reportar, fotografar. Ela era boa em tudo isso.

— Albus me disse que eu vou morrer de fome, dá pra acreditar? – Ela estava muito chateada.

— Albus é idiota por achar que, justamente, você vai morrer de fome por ser jornalista. – Eu não achava que Rose fosse morrer de fome, com certeza ela se daria bem em qualquer área que escolhesse.

— Você acha que eu não vou conseguir emprego ou estágio nesse ramo? –Ela estava prestes a chorar.

— Ruiva, engole o choro. Você é ótima em qualquer coisa que faz, tenho certeza que vai ser uma daquelas alunas sabe-tudo, que se destacam e ganham o prêmio de melhores notas ao fim da faculdade. Mercado de trabalho não vai ser problema pra você. – Ela estava chorando e eu limpei a lágrima que escorria pela bochecha dela.

— Tudo bem, já passou a parte do drama. Mas e você? O que decidiu? – Ela parecia preocupada.

— Você já sabe, sempre soube. – Sorri.

Eu fui para administração. Clichê.

 

Mesmo com a faculdade, acabamos escolhendo a mesma cidade para estudar, nos encontrávamos regularmente, ela me ligava pra contar como as coisas estavam e eu assumia que estava procrastinando com os estudos, com os trabalhos. Ela ia sempre até meu apartamento me obrigar a fazer meus deveres, eu ria, ligava a Netflix e acordávamos atrasados pra nossa rotina no dia seguinte.

— Tento cuidar de você e esqueço de cuidar de mim. – Ela falou irritada por estar acordando atrasada no meu sofá.

— Eu nunca pedi pra você cuidar de mim. – Ela me olhou furiosa e eu completei. – Mas, cara Weasley, eu preciso que você cuide de mim. – Estampei o pior sorriso na minha cara de pau.

— Você não tem explicação. Coloca um sapato que agora vai me levar até a minha casa buscar minhas coisas e me deixar na porta da faculdade. – Ela já estava pegando as chaves do meu carro e jogando um par de tênis em minha direção.

 

Um dia eu estava saindo da aula quando meu celular tocou. Não era o horário que ela costumava me ligar. Quando eu atendi, só pensava que podia ter acontecido alguma coisa.

— Scorpius. – A voz macia soou séria, olhei para o visor do celular me certificando de que era ela.

— Rose, tá tudo bem? Tá me chamando mesmo pelo nome? – Ela riu, o que me deixou um tanto aliviado.

— Se você prefere posso continuar a gritar seu sobrenome pelos quatro cantos da cidade.

— Não, eu prefiro que me chame pelo meu nome, já te disse, Ruiva. –rimos juntos.

— Eu preciso que me encontre no Três Vassouras, tenho que conversar contigo e tem que ser já. – Ela desligou.

 

Aquele dia Rose me fez uma proposta.

— Vamos Malfoy, você e eu morando juntos, perto da faculdade, vai ser divertido. –eu estava sem palavras naquele momento. Morar com uma garota. Tudo bem, não é qualquer garota, é a Ruiva. Isso ia ser hilário. –  Ah não pode achar tão ruim assim morar comigo Malfoy.

— Não é isso Rose, iria ser muito divertido. – Ri. – Porém, sabe, morar com uma garota pode estragar meus casos, seus casos e soar estranho aos olhos de todo mundo. – Falei fingindo coçar o queixo.

— E desde quando eu ligo para o que as pessoas pensam? – Ela estava levantando a sobrancelha em tom de desafio.

— Nunca ligou, né? – Ri pelo nariz. – Acho a ideia legal, Sardinhas, fale mais. – Ela odiava ter sardas, o apelido não agradou.

— Sardinhas é o que tem nas latas do supermercado, idiota. – Ela riu. – Vamos, Scorpius, tem um apartamento lindo, colorido e superlegal perto da faculdade. Dois quartos, cada um com seu banheiro, uma sala enorme e uma cozinha cheia de janelas. Falta um ano para nos formarmos, é pouco tempo e eu quero que seja divertido. Eu e você morando juntos vai ser muito divertido.

— Hum. – Eu estava somente provocando ela, sorrindo de canto.

— Scorpius...

— Vai usar meu nome sempre que precisar que eu aceite algo? – ela riu.

— Sempre que convir.

 

Em menos de um mês havíamos nos mudado para o apartamento que Rose escolhera. Ele era, como ela costumava dizer “superlegal”. E, definitivamente era divertido morar com ela. Muito mais divertido do que morar sozinho.

Ainda não conseguimos decidir quem teve a pior reação ao descobrir que eu e Rose estávamos morando juntos, Draco Malfoy ou Ronald Weasley. Contamos sobre a mudança numa visita que fizemos em nossa cidade.

— Ela é sua namorada Scorpius? – Meu pai estava chocado.

— Claro que não! Pai, nós somos amigos. – Eu gargalhava da expressão do meu pai.

— Então por quê diabos você vai morar com uma garota? Você é gay? – A possibilidade de eu ser gay deixou meu pai atordoado. Ele sentou na poltrona do seu escritório com a mão no peito e quando eu ia responder ele gritava. – ASTÓRIA, SEU FILHO É GAY, ELE ESTÁ MORANDO COM A WEASLEY E NEM SÃO NAMORADOS.

Minha mãe correu até o escritório, ela estava perplexa com a reação do próprio marido.

— Draco, querido, não grite. Aposto que Scorpius tem uma boa explicação para isso, não é filho? – Ela me olhava esperançosa, eu só consegui rir mais.

— Claro, eu e Rose sempre fomos amigos, ela sugeriu que eu me mudasse para um novo apartamento que ela achou numa imobiliária. Ele é próximo da faculdade, fica perto dos lugares que mais gostamos de ir, é espaçoso, Rose me ajuda a nunca perder a hora. – Nesse momento minha mãe estava arregalando os olhos. – Mãe, eu não estou transando com a ruiva. Fique tranquila, temos cada um nosso quarto e banheiro.

— Eu vivi para ver isso. Qual era o problema com o apartamento que eu pagava, Scorpius? – Draco Malfoy não desistia facilmente.

— Problema nenhum pai, eu só estava meio solitário. Não é como se vocês não conhecessem a Rose, sabem que ela é uma boa pessoa e que somos amigos, eu não sou gay, se é isso que incomoda vocês, a Rose nunca me impediu de levar ninguém pra lá. – Dei o assunto por encerrado saindo do escritório rindo das expressões deles.

 

Quando, no mesmo dia, encontrei a sardinhas num pub com Albus, James, Hugo, Lily, Roxanne, Dominique e os irmãos Scamander – que podiam muito bem estar em outro lugar – estavam todos gargalhando na mesa, a família da ruiva a amava e não perdiam a oportunidade de saírem juntos quando ela visitava a cidade.

— SCORPIUS, VEM AQUI MEU CARO. – Albus gritava, claramente bêbado.

— Oi gente, qual é a graça? – Rose chorava de rir, Hugo fechou a cara na hora.

— Ah Hugo, nem vem que a situação é engraçada sim. – Foi a vez de Lily se manifestar enquanto limpava as lágrimas e apontava pra carranca do primo. Todos pareciam estar imersos em uma situação muito engraçada e eu não estava entendendo nada.

— Senta aqui, Malfoy. – Rose batia com a mão na cadeira vaga ao lado dela e continuava rindo.

Sentei, já estava ficando irritado com a situação.

— Cara, em anos nunca vi o tio Ron tão bravo, parabéns Scorpius. – Albus gargalhava e dava socos na mesa.

— Ruiva o que eu fiz? – Olhei preocupado para Rose.

— Aceitou morar comigo, dã. – A crise de risadas dela começou a cessar e ela começou a contar. – Quando ele pediu se eu havia arrumado uma companheira para morar comigo no apartamento novo e eu contei que, na verdade, a companheira era você ele achou que eu estava fazendo um tipo de piada com ele.

— Vamos Rosie, pare de brincar com o seu velho pai e conte a verdade. – Lily imitou a voz do Sr. Weasley. Ela e a Sardinhas começaram a reproduzir o diálogo.

— Pai, não estou brincando.

— ROSE WEASLEY VOCÊ NÃO PODE ESTAR MORANDO COM UM HOMEM. – Lily ficava vermelha imitando o próprio tio.

— Pai, eu e Scorpius sempre fomos amigos, estamos dividindo o apartamento, apenas. Ele não é meu namorado ou um cara que eu costumo levar pra cama. – Hugo se intrometeu e repetiu o que, provavelmente, Rose falou no meio da discussão. –Fala sério Rose, você assumiu para papai que mora com um Malfoy, que leva homens pra sua cama e que não está nem aí pro que ele pensa disso.

Eu estava apavorado pelo rebuliço que isso causou na casa dos Weasley. O pai da Rose nunca a proibiu de ser minha amiga, mas tenho certeza que eu morar com ela era algo muito desagradável para ele.

— Sim, Hugo. Não tenho mais dez anos, uma hora o papai teria que aceitar que até a princesinha dele cresce. – Ela revirou os olhos ao falar isso. – E Malfoy, a pior parte nem chegou. Depois de toda a confusão, gritaria e perplexidade de meu pai, ele começou a quebrar coisas pela casa e disse que ia me colocar de castigo. – Foi minha vez de rir, Rose tinha 21 anos e estava sendo colocada de castigo.

— Parece que as coisas não foram fáceis pra você, hein? Falei arqueando uma das sobrancelhas.

— Se não foi fácil pra mim imagina pra você, meu pai quer conversar contigo no próximo almoço lá em casa. – Ela riu horrores, não só ela, a mesa inteira estourou em risadas.

— Por quê ficou mais pálido que o normal, Scorpius? – James ria da minha feição como se nunca tivesse passado por situação mais cômica.

— Vocês só podem estar de brincadeira! – Eu estava, no mínimo, apavorado. Ronald Weasley não é bem um exemplo de calmaria.

— Tem razão, estou fazendo isso só pra rir dessa carinha bonita. – Rose era inacreditável.

 

Morar com a Weasley era sinônimo de morar com as manias dela – que não eram poucas. A maioria delas não me incomodavam.

Rose não batia na porta. Ela escancarava tudo e entrava. Eu sempre chegava antes dela em casa. Um dia cheguei acompanhado, estava relaxando com Lisa, nossa vizinha. Já havia transado com ela algumas vezes e estávamos eu e ela na minha cama, eu estocava sem dó, ela gritava, gemia, ela era ótima na cama e não me ligava no dia seguinte.

— Scorpius, continua, mais rápido. – Lisa estava quase em seu ápice, ela não parava de gemer e me arranhar.

— Malfoy, você pode me emprestar seu computador, preciso copiar um arqui... AI MEU DEUS, DESCULPA. – Rose havia entrado feito um furacão no quarto e flagrou eu e Lisa num momento nada oportuno.

— Porra Rose! – Exclamei enquanto Lisa saía de cima de mim e corria para o banheiro. A situação estava, no mínimo, cômica.

— Scorpius, desculpa. – Eu já havia vestido minha cueca e estava rindo da ruiva, ela estava parecendo um tomate.

— Tudo bem Rose, sei que não é proposital essa mania péssima de entrar sem bater. Um dia você me pega com uma garota na cama, outro batendo punheta ou assistindo um pornô, nada demais. – Ela corava ainda mais e eu gargalhava.

— Eu... Eu vou indo, vou ir até a faculdade pra copiar o arquivo e... Ai desculpa Scorpius. – eu estava achando muito engraçada a reação dela.

— Fala sério, você ainda tá aqui? – Lisa estava saindo do banheiro, vestida e encarava Rose, furiosa.

— De saída. – Rose fechou a porta enquanto pronunciava silenciosamente mais um pedido de desculpas na minha direção

Lisa saiu do apartamento, indignada por eu estar achando aquilo tudo cômico e jurou que nunca mais eu a veria na vida.

Se fosse outra pessoa eu teria ficado furioso, mas era a Ruiva, ela não fazia as coisas por mal. Não era por causa disso que iria brigar com ela. Eu e Rose sempre fomos amigos.

 

Rose acordava incrivelmente bem humorada. E ela me acordava com aquele incrível bom humor.

— Bom dia pra melhor companheira de apartamento. – Ela entrava gritando no meu quarto e pulava na minha cama, deitando ao meu lado e cantarolando sua alegria para os quatro cantos do cômodo.

— Companheira? Alugou meu lugar pra outra pessoa e tá tentando me despejar? – Olhei pra ela fingindo estar indignado.

— Como ousa me acusar disso? – Ela falou no mesmo tom sarcástico que eu havia usado.

— Como ousa entrar no meu quarto e me acordar com tamanha felicidade? É segunda-feira, Ruiva. – Fechei meus olhos virando de costas pra ela.

— Exatamente, é segunda-feira e a sua carinha tem que aparecer na aula. Esqueceu que eu vi seu e-mail avisando que vai reprovar se faltar mais um dia? – Ela levantou puxando as cobertas de cima de mim.

— Não faz isso. – Grunhi preguiçoso.

— Vai colocar uma roupa que você já tá atrasado. – Ela deu um beijo na minha testa e saiu do quarto.

Rose dificilmente se importava com o fato de morar com um cara, além de me pegar transando com a vizinha, invadir meu quarto todas as manhãs mesmo eu dormindo de cueca, ela desconhecia uma palavra chamada limite.

Ela era uma pessoa adorável, não duvide disso. Mas convenhamos, eu sou homem e ela roubar minhas camisetas pra usar em casa sem sutiã não era prudente.

— Sabe, você é minha amiga e tudo, mas ficar usando minhas camisetas sem sutiã e só de calcinha é demais Rose. – Falei enquanto ela estava fazendo uma pipoca para vermos um filme.

— Malfoy! – Ela ria do meu comentário enquanto sua boa tentava desfazer o grande ‘O’ que havia formado.

— O que é? Não é minha culpa você ser linda e incrivelmente atraente nas minhas roupas. – Falei despreocupado com um meio sorriso.

— Isso é tão machista! Você fica andando só de cueca pela casa e também não é minha culpa você ser incrivelmente atraente sem as suas roupas. – Ela ria da própria afirmação.

— Minhas roupas estão sendo furtadas do meu guarda-roupa. – Falei fingindo indignação.

— Ops. – Ela falou enquanto desfazia a cara de culpada.

— Você não vai trocar de roupa? – Pedi em tom de desafio.

— Claro que não, Malfoy. – Ela virou-se pra mim arqueando a sobrancelha e indo em direção ao sofá com a pipoca.

A partir desse dia, a Ruiva não se importava com a roupa que usaria – ou não – dentro de casa, e eu também não. Afinal, eu e Rose sempre fomos amigos.

 

A cozinha era o lugar do apartamento que ela mais gostava, por conta das – muitas – janelas que tinham uma vista incrível. Ela amava ficar parada na bancada olhando para o horizonte. Certa vez acordei quando estava anoitecendo, não estava nada bem e havia ficado em casa de cama o dia inteiro. Quando fui na cozinha, Rose estava toda escabelada comendo morangos na bancada enquanto olhava o por do sol. Peguei o leite na geladeira e olhei pra ela, parecia hipnotizada, comendo morangos de uma forma totalmente sexy.

— Mesmo comigo doente você não sossega em tentar me seduzir, Weasley. Pensei que fosse melhor do que isso. – Afirmei dando um sorriso enquanto Rose revirava os olhos.

— Quer? – Ela perguntou oferecendo um morango.

Fui até ela na bancada, ela colocou o morango na minha boca e me deu um abraço seguido de um beijo na bochecha.

— Estou preocupada com você, parece que está com febre. – Tudo o que eu precisava!  Rose Weasley fazendo o papel de minha mãe.

— É só uma gripe Ruiva, logo estou melhor. – Falei piscando pra ela.

— Negativo, pode ir tomar um banho que vou te levar no médico. – Ela falou saindo da cozinha e indo pro quarto. – Vou me vestir, se apressa Scor.

— Scor? Vou ficar doente mais vezes. – Ela revirou os olhos. – Eu não vou ir ao médico, só preciso descansar. – Falei adentrando o quarto dela.

— Eu estou preocupada, tem certeza que não é melhor ir? Você passou o dia no quarto dormindo.

— Eu só preciso descansar e tomar aqueles chás que você tem.

— Deita na minha cama que eu vou fazer o chá e venho aqui cuidar de você.

Aquela noite, dormi com a Sardinhas, ela ficou fazendo cafuné em mim e monitorando minha febre. Era bom poder contar com ela nesses momentos.

 

Na manhã seguinte, acordei antes que Rose, ela estava abraçada em meu peito, os cabelos estavam completamente desalinhados, ela estava usando uma camiseta que constatei ser mais um furto do meu guarda-roupa e um short de pijama. Pela primeira vez analisei o quanto ela era adoravelmente linda, o quanto suas sardas trabalhavam harmonicamente em todo seu corpo de pele alva, desde as bochechas, até os braços e coxas. Como aquele cabelo laranja avermelhado desgrenhado era perfeito pra ela. Existiria outra pessoa capaz de exalar serenidade e disposição tão graciosamente mesmo dormindo?

Pela primeira vez, entendi porquê as manias da Ruiva não me incomodavam, entendi porquê achava tão bom o cheiro que ela impregnava nas minhas camisetas, o jeito com o qual ela me desafiava, me fazia rir, a forma com que me acordava, o jeito que ela se portava ao meu lado, sendo somente a própria essência. Entendi, finalmente, o motivo de Rose Weasley não me incomodar ao cantar, ao me tirar bêbado de uma festa ou mesmo atrapalhar uma noite de sexo.

— Bom dia Scor. – Aqueles olhos azuis. Aquela voz macia. O jeito que eu ficava quando ela chamava meu nome ou um apelido carinhoso.

Eu e Rose sempre fomos amigos.

Talvez nem sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Bem, se chegaram até aqui tenho que agradecer pela leitura.
Críticas e sugestões são sempre bem-vindas.
Peço perdão pelos erros, caso alguém possa me ajudar a betar, fico muito feliz.
Obrigada aos queridos Lucas e May pela força e incentivo para essa fanfic ♥



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