Eu sempre vou te achar. escrita por Louise Isabelly


Capítulo 11
Um licor de canela - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Continuação



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“Ao se aproximar da casa ela sorri e escala a arvore que fica ao lado da minha janela, após conseguir alcançar o telhado vem andando até mim com todo cuidado para não cair. 

—Pergunta rápida, não era para senhorita estar na cama? - Digo ajudando a se sentar. 

—Somos adolescentes, nossa missão na terra é fazer merda - diz com um sorriso exagerado no rosto. - Olha o que eu trouxe. - em questão de segundos tira a mochila das costas, abre e uma garrafa de licor de canela aparece em suas mãos. 

—Seu tio sabe sobre isso? - digo com os olhos arregalados, porém ela faz pouco caso. Abre a garrafa, dá dois goles e faz uma careta engraçada. 

—Essa bosta é horrível, bebe um pouco - diz me entregando a garrafa e limpando a boca com a outra mão. 

Dou um gole e sinto o gosto forte de canela que parece fogo descendo, sinto o gosto do álcool e em questão de segundos percebo o quão barato deve ter sido essa bebida, pois já havia bebido licores antes e nenhum era assim. 

—Onde você arrumou isso? - lhe pergunto quando finalmente consigo me recompor e limpar as lagrimas que escaparam pela ardência na minha garganta. 

—Roubei do Viktor. - ela diz, logo vira a garrafa de novo na boca e me entrega.  

—Você roubou uma garrafa de licor barato do seu namorado? Não acho isso muito normal em um relacionamento. - digo bebendo novamente e sentindo a ardência de novo. 

—Não somos mais nada, então não tem problema. - diz bebendo outra vez. 

—O que aconteceu? - lhe pergunto. 

—Não quero falar sobre isso. - diz me entregando a bebida e assim ficamos em silencio apenas passando a garrafa de um para o outro. 

—Eu acho que os gêmeos não vão voltar, eu nunca tinha visto eles tão alterados defendendo seus ideais e acho que me pai nunca vai voltar atrás na sua palavra. - Não sei se foi o álcool, mas soltei o que estava me atormentando. 

—O que realmente aconteceu? - pergunta olhando para mim. 

—Meu pai disse que já estava na hora deles começarem a ser responsáveis, que deveriam parar com a elaboração de brinquedos e começar a aprender como a empresa funciona pois esse era o futuro deles. Fred tentou explicar o seu lado, porém papai nem deu ouvidos apenas disse que sabia o que era o melhor, as coisas começaram a piorar e quando dei por mim os três já estavam gritando. - digo já sentindo meu coração se apertar - Até que o papai soltou a frase “Eu sempre esperei muito de vocês, mas o tempo passa e eu só sinto desgosto, se quiser seguir esse sonho vá e não voltem, já me envergonharam o suficiente.”  

—Meu Deus - ela diz com os olhos arregalados e com as mãos no peito, dou mais um gole para criar coragem para terminar. 

—Depois disso Fred subiu para o quarto e começou a montar uma mala junto com George, mamãe subiu correndo atrás deles implorando para que eles não fosse e Gina só conseguia chorar agarrada em mim. Depois de alguns minutos eles desceram as escadas e abraçaram a Gina dizendo que a amavam, me disseram para cuidar dela e foram em direção a porta. Papai foi ensaiando um pedido de desculpas, porém George apenas se virou para ele e disso que era bom saber o que estava engasgado na garganta do papai e foram embora. - após contar tudo isso olhei para os olhos de Hermione e ela estava em choque. 

—Eles vão voltar. - após ouvir isso da boca de Hermione me virei para ela - Eles vão voltar, seu pai e eles vão se resolver, os pais devem amar os filhos acima de tudo. - ela não conseguia focar em seus olhos em lugar nenhum, essa era a prova que nem ela sabia se essa afirmação era verdade, mas ouvir isso me trazia uma sensação tão boa que preferi acreditar em suas palavras. 

—Você está certa. - digo dando fim ao assunto e passamos mais um tempo em um silencio confortável terminando a garrafa de licor. 

—Viktor queria que eu transasse com ele. - Hermione diz de supetão em um impulso de coragem. 

—É O QUE? - grito assustado pelo assunto no qual eu não estava nem um pouco preparado, mas olho para ela e vejo que está envergonhada. - Você poderia me explicar o que aconteceu? - digo com cuidado. 

—Bem, ele já estava insistindo nesse assunto a um tempo, porém eu não me sinto preparada para isso entende? Eu sou muito nova e sempre me imaginei fazendo isso com uma pessoa especial, alguém que eu confio e que fosse cuidadoso comigo. - ela respira fundo para conseguir raciocinar - Eu não sinto isso com ele. - diz olhando para mim novamente e eu permaneço calado 

—Hoje ele me pediu para que eu fosse para sua casa, chegando lá ele foi super fofo comigo e me chamou para assistir algo. Com o tempo ele voltou com o assunto e eu neguei novamente, ele deve ter achado que eu estava brincado e veio para cima de mim. Na hora do pânico eu peguei a primeira coisa que vi e acertei ele. - ela olha para o lado e suspira. 

—Me responde uma coisa- eu digo respirando fundo para me acalmar - Onde esse filho da puta mora? - digo já me preparando para levantar. 

—Ei, calma aí cavalheiro da armadura brilhante, a donzela deu um jeito ok? - ela diz me forçando a me sentar. 

—Mas.. - tento rebater mas sou interrompido. 

—Mas nada, eu quebrei uma louça que ele usou para colocar a pipoca na cabeça dele e roubei um licor, que eu duvido muito que os pais dele vão sentir falta. - ela diz escondendo um sorriso e deitando no meu ombro - Eu estou aqui com você agora, vamos deixar tudo do jeitinho que está.  

Bem, no dia seguinte tivemos uma ressaca desgraçada com direito a vômitos e dores de cabeça, na segunda feira eu levei uma suspensão por acertar um soco na cara do Viktor (que por sinal endireitou o nariz torto dele) e ameaça-lo caso pensasse em se aproximar da Hermione de novo e nunca mais eu vi meus irmãos.” 


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