Start Over escrita por MBS


Capítulo 13
Estrelas




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Ponto de Vista - Bernardo

 

No dia seguinte da festa um dos principais assuntos que as pessoas comentavam nos corredores da escola era sobre meu relacionamento com Abby, assim como diversas pessoas apoiavam havia as que simplesmente davam risada e diziam que, principalmente eu, não conseguiria ser de uma mulher só.

— Babacas – falei jogando a mochila sobre a mesa e sentando na cadeira.

— Cara, não liga pro que eles falam... é só que é estranho pra todo mundo te ver apenas com uma só garota. – Lucas falou sentando ao meu lado.

— Porque eles não sabem que eu sempre fui apaixonado por ela – respondi bufando e encarando o teto.

— Exatamente, eu também não sabia. – seu tom era acusatório e eu acabei rindo. A aula começou e prestamos atenção.

Logo o almoço chegou e fomos até o refeitório. Notei que as meninas riam de alguma coisa e Abby não se importava de estar rindo alto de que Bianca falava as duas, acompanhadas de Alice, Jess e Gabriel, continuaram o assunto mesmo assim quando eu, Lucas e os outros meninos sentaram aos seus lados. Sentei ao lado de Abby e dei um beijo em seus cabelos. Nossa mesa continuava como em um dia normal e qualquer, com as piadinhas e brincadeiras de sempre, como se nada tivesse mudado, o que realmente havia acontecido, nada tinha mudado... apenas, melhorado e oficializado.

— Abby – chamei-a baixo.

— Oi – ela olhou para mim.

— Você tem algum compromisso à noite? – ela parou e ficou com cara de pensativa até que negou – Então quero te levar em um lugar, esteja pronta as sete e com uma roupa confortável.

— Aonde vamos? – ela perguntou enquanto tomava o restante do seu suco.

— Surpresa – dito isso o sinal para voltar para a sala bateu e ela fez uma cara triste quando neguei a contar.

Diferente do período da manhã, as aulas da tarde passaram devagar, ou a minha ansiedade de acabar logo é que faziam com que elas parecessem passar lentamente. Recebi uma mensagem de Abby falando que iria para casa com Bianca, e que nos encontraríamos depois, apenas mandei um ok e um sorriso como resposta e guardei o celular.

Quando o sinal tocou, Gustavo logo veio e fomos até a escola de Ayla a buscar para depois irmos para casa. Contei que eu tinha um encontro com a Abby à noite e precisava da ajuda deles. Chegando lá pedi para Ayla que precisava que ela arrumasse na camionete de nosso pai e pedi para Stavo arrumar em algumas sacolas algumas comidas para eu levar a noite.

Enquanto os dois arrumavam essas coisas fui até meu quarto e peguei um calção jeans marrom claro, uma camiseta polo branca e uma cueca e fui em direção para o banheiro para um banho rápido. Terminei o banho e comecei a me arrumar. Desci para o térreo da casa e notei que meus irmãos já haviam acabado o que eu havia pedido. Fiquei algum tempo conversando com eles até chegar perto da hora de buscar Abby.

Como o combinado parei em frente à casa da Abby, ela estava sentada nas escadas da entrada da casa, com um calção jeans, a qual deixava parte das suas coxas a mostra, uma regata branca e uma jaqueta florida amarrada na cintura. Desci da camioneta do meu pai e fui a sua direção, sendo recebido com ela me abraçando e com uma cara de desconfiada.

— Aonde vamos? – ela pediu me dando um selinho na esperança de eu falar.

— Continua sendo surpresa – sorri em sua direção e a levei até o carro. Entramos e seguimos o caminho descontraído, com Abby cantando as músicas que estavam no rádio e fazendo snaps e mandando para as amigas.

Chegamos a uma estrada de chão e Abby me olhou divertida.

— É sério isso? Tem certeza que você não é um serial killer que está me levando para uma floresta para me matar, sumir com meu corpo e depois falar para minha família que eu desapareci? – comecei a rir da sua teoria maluca e apenas segui o caminho. Notei que sua cabeça virava para os lados reparando em todos os detalhes.

Continuei o caminho até chegarmos a uma estrada estreita e após alguns minutos parar no meio de uma campina. Ainda estava claro, mas o céu já estava começando a passar de um lilás para alaranjado. Desliguei o carro e Abby me olhou inquisidora.

— Bernardo?

— Só vem loirinha – respondi descendo do carro e indo até a traseira do mesmo, abrindo a  caçamba e soltando os ganchos que prendiam a capa sobre a mesma.

— Isso é o que eu tô pensando? – Ela disse parando ao meu lado.

— Bem, não imaginei em ideia melhor para encontro – falei dando de ombros – Então bem, te trouxe para cá para observarmos as estrelas e trouxe algumas comidas para nós, estão dentro do carro.

— Bernardo é... perfeito – Ela disse subindo em cima da caçamba e mexer nas coisas. – Calma ai, isso aqui são cobertas? Pra quê?

— Bem, a ideia é forrar aqui para deitarmos e ficarmos olhando oras – sorri com a cara que ela fez, seus olhos brilharam e logo ela começou a arrumar tudo. Fui até as portas de trás da camioneta e peguei os travesseiros e almofadas que eu havia trazido e entreguei para Abby. Peguei as sacolas de comida e coloquei em um canto também.

Após arrumarmos tudo deitamos sobre as cobertas, as quais deixaram confortável o local e cobrimos com uma manta fina nossas pernas. Ficamos encarando o sol se por e as primeiras estrelas brilharem no céu. Quando ficou escuro acendi algumas luminárias que eu havia trazido.

— Precavido o senhor – Abby comentou enquanto comia salgadinho e me olhava.

— Mas claro que sim – respondi para ela com um meio sorrio e um piscar de olhos. Deitei novamente ao seu lado e passei meu braço por de trás do seu corpo.

Ficamos algum tempo apenas aproveitando a companhia um do outro e logo as constelações começaram a surgir, Abby ficou fascinada e começou a contar sobre algumas delas enquanto apontava para o céu e as desenhava. A cada nova que ela encontrava ela contava mais e mais, e eu ficava fascinado com a sua admiração pelas estrelas.

— Onde aprendeu tudo isso? – perguntei.

— Meu pai... – respondeu dando de ombros – A maior parte do que eu sei foi ele quem me ensinou, quando ele tinha um tempo pra filha.

— Como assim?

— Ah bem, quando ele voltava de alguma missão e vinha para casa, e tinha algum tempo pra mim e pro Gui, ele tinha o costume de nos levar assim, pra um campo e ficar olhando para as estrelas com a gente, nos contando histórias de heróis e monstros e desenhando as constelações no céu para nós.

— Calma ai, missão? Seu pai também é militar? – perguntei sorrindo admirado.

— É ué, não tinha te contado? – ela disse levantando a cabeça e me encarando. Neguei em resposta – Bem, o Sr. Montgomery é o atual Major da Aeronáutica daqui. – ela deu de ombros e sorriu.

— Por isso que você nunca me foi estranha Abby, eu te via nos encontros dos militares quando nos reuníamos no quartel.

— Provavelmente, papai sempre fez questão de me levar junto com ele, assim como o Gui e a Sophie, mesmo não sendo filha dele.

— A Sophie não é sua irmã, tipo, 100%? – pedi espantado.

— Não – ela disse rindo – Bem, eu acho que não... desde que ela começou a crescer e ficar igual demais pro meu gosto comigo, eu desconfio que ela não seja filha do meu padrasto, e sim do meu pai... mas isso é uma coisa que não será eu quem irá reivindicar naquela casa para descobrir a resposta.

— Quem diria ein, achei que eu tinha uma vida complicada até conhecer você.

— EU sou complicada baby, minha vida é simples se for analisar. – Ela sorriu e deitou novamente em meu peito.

Ficamos assim até cansarmos, depois organizamos tudo e fizemos o caminho de volta para casa.

— Está entregue – falei parando em frente a porta da casa de Abby de mãos dadas com ela.

— Obrigada pelo encontro – ela disse sorrindo.

— O primeiro de muitos, loirinha – falei dando um beijo calmo nela. – Vai ficar sozinha? – Reparei que o carro de Guilherme não estava por ali.

— Ah, não. Sophie está aqui, provavelmente seu irmão também - ela disse dando um sorriso maroto e abrindo a porta da casa. Abby foi caminhando devagar até a sala – Que bonito ein. Que cena mais linda será que eu estou atrapalhando o casalzinho ai?! – Falou colocando a mão na cintura.

Cai na gargalhada quando Gustavo separou do beijo com Sophie e caiu para fora do sofá enquanto ela estava vermelha e com a mão no coração.

— ABIGAIL, QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? – Sophie falou ofegante.

— Ainda não, mas de graças que fui eu e não o Gui, ele ia te matar – respondeu olhando para Gustavo que assentiu corando.

— Bem, acho que já vamos indo – Falei chamando a atenção de Abby que assentiu e veio me dar um beijo de despedida.

— Por que vocês podem e nós não? – Sophie falou, nos separamos e notamos que ela estava de braços cruzados enquanto Gustavo estava parado atrás dela com as mãos em sua cintura.

— Porque nós somos os irmãos mais velhos de vocês, tem certas coisas que nós podemos e vocês não – Abby respondeu mostrando a língua para a irmã.

Logo após disso eu e Gustavo saímos e fomos em direção para casa, nos esquivando as inúmeras perguntas de nossa mãe e Ayla.


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