-Última chamada para o vôo do Canadá- Ontário. – a voz da mulher ecoou pelo aeroporto muito lotado.

Motivo? Justin Bieber estava ali. Ele estava ali do meu lado, me agarrando como se quissesse me grudar junto a ele para sempre, só esperando que eu dissesse que tinha que entrar no avião. As lágrimas não paravam de escorrer por meu rosto, e eu não ligava para os milhões de fleshes que pipocavam na minha cara, o que daria a primeira página de alguma revista, eu só me importava com o fato de estar deixando meu coração na Califórnia.

Eu virei meu rosto para o apreensivo dele, e constatei pela última vez, como cada traço era pefeito. Os olhos castanhos claros, o sorriso cheio de dentes brancos e perfeitos, os lábios que me deixavam loura, sem tirar o cabelo que fazia milhões de garotas suspirarem. E aquilo tinha sido meu, mas em fim teria que acordar do sonho.

-Eu tenho que ir. – falei, com um nó na garganta.

-Não, não vá... Tem certeza que tem que ir? Não pode ficar mais um pouco?

-Eu queria... Mas não posso.

Ele suspirou, pesaroso, e me olhando fundo nos olhos, fez o que me disse que não podia fazer; Me beijou na frente de todas aquelas câmeras sedentas por notícias chocantes. Mais uma vez senti com um aperto no coração e estrema vontado de chorar, seus lábios macios contra os meus, e eu só quis chorar mais e mais, uma lágrima interrompeu nossa despedida. Era minha deixa; eu precisava ir embora antes que não conseguisse fazer isso, antes que me faltassem forças para tal coisa.

Peguei minha bolsa, e disse baixinho:

-Adeus meu amor.

Sai andando depressa pelo aeroporto, tentando fugir das câmeras e flashes... E então, quando já estava entrando no avião, olhei para cima, e vi que ele tinha o rosto colado o vidro, e me olhava com muita dor. Eu joguei um beijo para ele, e percebi que a lágrima escorreu pelo vidro, então desviei o olhar rapidamente, e entrei no avião.

********

Era cruel. Era mais do que cruel. Vê-la ir embora, ali na minha frente e não poder fazer absolutamente nada. Ela era tudo o que me mantinha de pé, o que ia fazer agora? Enxuguei a lágrima que manchou meu rosto, e caminhei para fora do lugar, com a imprensa toda me seguindo.

-Tudo bem? – indagou meu segurança, Kenny.

-Já estive melhor. – disse, dando um sorriso fraco.

Sentei no banco impecável de meu carro, agora sozinho. Meu coração parecia ter sido perfurado. Eu sentia imensa dor ali. Eu sabia porque; Tinham arrancado parte dele levando ela de mim, aquilo era óbvio. E agora eu tinha que tentar seguir em frente sem ela. Eu sabia que nosso relacionamento não tinha acabado, mas eu sentia como se tivéssemos sido separados para sempre. Drama? Amor.

Cheguei ao Hotel e tranquei a porta. Era impossível tirar cada traço de seu rosto de meus pensamentos, porém eles me faziam mal, aquilo só fazia a dor aumentar.

O quarto estava fantasmagórico, pois eu não tinha aberto as janelas em me dado o trabalho de acender as luzes. Queria era apenas ficar sozinho, e lembrar melancolicamente de nossos melhores momentos, e de seus sorrisos... Mas eu não podia me isolar do mundo. Não quando eu era famoso, e precisava parecer profissional, e feliz para meus fãs o tempo todo. Mas eu não queria sair daquele quarto tão cedo. Sei o que ela me diria se estivesse aqui. Sai daí covardão! Vamos ver do que você é capaz!, E daria risada, aquela risadinha estrangulada dela, que eu tanto gostava. Meu coração só se apertou mais quando pensei nisso. Abri meu computador, e fiquei olhando algumas fotos nossas. Era inevitável olhar, e ficar sentindo aquela dor e a dificuldade para respirar.

Eu precisava me recompor. Sabia que não ia conseguir dormir, pois minha cabeça estava muito cheia de coisas no momento, então resolvi dar uma repassada no que eu diria no programa de TV. Eu iria a um programa Californiano, que entrevistava os preferidos do público, que tinha me escolhido por sinal.

O que eu diria se perguntassem sobre ela? Diria que somos grandes amigos? Eu não podia mentir assim tão descaradamente. Mas eu podia assumir assim de repente que tinha uma namorada? E ainda tinha todo o assunto sobre a garota que deu com a língua nos dentes e contou que eu tinha beijado ela. Era muito mais complicado do que parecia, e eu tinha que agir rápido e ter as respostas para as perguntas mais óbvias em mente, e aquilo ia ser levantado, com certeza. Então, o que dizer?

Teria de ser cara-de-pau. Dizer que tinha sido coisa de adolescente, e eu tinha saído com ela, e para usar como desculpa o não ter ligado de novo, falar que eu era um cara famoso, e não tinha tempo para ficar ligando para garotas. Seja como for, eu acabei dormindo, de roupa mesmo, com a boca aberta.

-Justin... Acorda!

-Mãe... Você não sabe como acordar um garoto deprimido.

-Não sei não, mas você tem que acord:l.çiuyhjmnar, porque temos que ir repassar a música e ensaiar a coreografia no palco do programa, além de você ter que fazer a surpresa para aquela fã.

-Hum... Cinco minutos?

-Eu te espero lá em baixo.

Tomei um rápido banho, tentando focar minha atenção no programa de Televisão. Quando chegamos lá, conheci a diretora do programa, e a apresentadora. Ambas eram muito simpáticas e foram muito legais comigo.

Gravamos o quadro onde eu surpreendia uma fã, e depois eu fui ensaiar no palco.

-...My runaway looovee... – finalizei a música.

-Muito bom Justin! Acho que agora a gente já pode te levar pra cuidar da aparência.

-Huum... Ok.

E alguns segundos depois, eu estava com um sneaker verde, uma jaqueta de couro por cima da blusa preta, e uma jeans clara.

-Você está maravilhoso! – disse Kimberly, a apresentadora.

-Obrigada...

-Ok, você vai entrar assim que eu der a deixa, tudo bem?

-Sim.

Ela sorriu arrumou os cabelos, e entrou em meio aos aplausos da platéia.

-Olá, Olá! Muito bem, estamos aqui para mais um Our Favorite Talent. E hoje, como de combinado, vamos trazer ninguém mais ninguém menos, do que o mais novo queridinho do mundo da música, o Canadense Justin Bieber!

Aplaudira-me, mas ainda não era minha vez.

-Ainda teremos uma entrevista inédita com Demi Lovato e o quadro do dia. Bom, agora se querem saber a minha opinião, devemos trazer o Justin aqui. – gritaria. – Quero ver todo mundo gritando ‘Justin Bieber’!

E elas gritaram. “JUSTIN BIEBER, JUSTIN BIEBER”. Baguncei os cabelos, e entrei com aquele sorriso profissional ao som de One Time. Elas foram a loucura, como era de se esperar. Nesse momento pensei vagamente que minha Favorite Girl não estava ali, mas logo afastei aquilo, e abracei a apresentadora. Me sentei em uma das poltronas de veludo cor-de-rosa, pronto para começara aquilo, mas morrendo de vontade de terminar.

*******

Eu estava grudada na tela da televisão na minha casa. Tinha faltado na escola só para pegar a hora certa do programa ao vivo. Afinal, eu precisava compensar o fato de estar a quilômetros de distância do meu coração. Quando a apresentadora anunciou ele, e Justin entrou sorrindo, quase tive um infarto. Engraçado, porque eu nem coração mais tenho...

-Hey! Como você está querido? – ela perguntou.

-Yeh... Estou bem.

-Mentiroso. – falei. Ele estava com aquela carinha triste, isso fez eu me sentir mal, por ter feito ele ficar assim.

-Então, temos muuuita coisa pra te perguntar Justin, mas eu gostaria de perguntar primeiro como está a gravação do clipe “Runaway Love”?

-Ah, está ficando completamente incrível, nós na verdade terminamos o clipe anteontem, agora ele está sendo editado, e logo vocês já vão poder ver.

-Sério? E como é a história desse clipe?

-Bom primeiro eu apareço vendo a... ‘Garota do clipe’ no meio de todas as outras, e é como se eu a escolhesse. Daí tem alguns momentos com ela, e depois é como se eu tivesse brigado com ela, e então eu vou atrás dela, e... Ah, essa é a melhor parte eu tenho que deixar no suspense.

-A parte do beijo... – falei triste.

-Ah! Bom, vamos ter que esperar ansiosos. E agora Justin, você já fechou os seus dois primeiros álbuns, quais são os próximos passos?

-Eu estou trabalhando com alguns cantores, quero que tenham muitas participações para o próximo álbum...

-Então vai ter um próximo álbum?

-Com certeza! Eu não vou parar por ai! Mas uma coisa eu garanto, vou passar por muitos lugares para divulgar o álbum que vem aí.

-Certo, faça as beliebers felizes! – as garotas da platéia gritaram, e ele sorriu sem graça. – Agora, vamos direto ao ponto. Acho que você leu a notícia sobre você na revista Teens, certo?

-Certo. – ele falou sério.

-E como você está lidando com isso? Quer dizer, é meio que uma acusação séria, e eu posso dizer que você não é disso.

-Bom... Eu... – ele respirou fundo. – Eu vou dizer a verdade a você, e as minhas fãs, porque acho que vocês tem o direito de entenderem o que aconteceu.

-Não! Justin NÃO FAZ ISSO! – Eu gritei inutilmente para a televisão.

-No período em que fiquei com Lana...

-Então você realmente ficou com Lana?

-Sim, realmente aconteceu. Mas foi o seguinte, eu estava passando por um momento difícil. Sabe, a morte de meu pai ainda estava me perturbando demais. – o estúdio inteiro olhava para ele prendendo a respiração. – Eu ainda não tinha superado aquilo, suspeito que ainda não superei... O fato é que eu conheci ela em uma das minhas idas para rádios, e a achei simpática, coisas de adolescente, uma coisa leva a outra... E acabamos nos beijando.

-E o que te fez não voltar a falar com ela Justin? – disse a apresentadora, que mantinha os olhos fixos nele.

-Eu conheci minha garota.

-AH MEU DEUS! NÃO, NÃO, NÃO, NÃO FAZ ISSO JUSTIN, POR FAVOR, NÃO FAZ ISSO!!!

-Como assim? Isso teria alguma coisa a ver com a tal dançarina?

-Teria tudo a ver.

Conte, conte mais Justin.

-Bom, eu conheci Jacqueline Mason nos testes para novos dançarinos, e devo dizer que me apaixonei. – ele sorriu abobado para a câmera. Eu quis chorar. – E quando eu conheci ela melhor, percebi que ela estava me ajudando a superar meus problemas, ela me ajudou a ser uma pessoa melhor. E além disso, eu amei ela desde a primeira vez que conversamos, porque ela é espontânea, e ela fala o que bem entende, nunca se deixou levar pelo fato de eu ser famoso nem nada...

-Então vocês estão juntos?

Ele pensou um pouco, eu vi que a foto que eu tinha postado no meu facebook estava na telona de fundo do prgrama. Com as palavras que ele tinha dito, meu coração já estava começando a se reconstruir. Era preciso ter muita coragem para assumir aquilo m rede internacional, sabendo que depois seriamos assediados pela mídia loucamente. Mas eu não queria nem saber, eu o amava, e estava disposta a pagar este preço pelo meu coração.

-Sim. Sim estamos juntos e eu amo ela demais.

As beliebers fizeram um coro de “óóóh” e Justin e a apresentadora acabaram rindo e desfazendo o clima tenso do programa. Mas ele já tinha me feito derreter da cabeça aos pés. Ele tinha dito que me amava. Tinha dito que me amava para todo o mundo ver e ouvir. Ele fez meus olhos se encherem de lágrimas boas, e eu derramei uma, que caiu e parou em meu iminente sorriso. Eu sabia que ia ter muitas conseqüências àquela declaração dele, mas como já tinha dito, estava disposta a agüentar os paparazzo’s, e toda a mídia querendo saber um pouco mais sobre a namorada de Justin Drew Bieber. Eu agüentaria. Por ele.

-E como ficam as coisas entre vocês agora?

-Bom, meti pra você quando disse que estava bem. Ela mora no Canadá, e teve que voltar pra casa ontem mesmo.

-Amor a distância é duro.

-Nem me diga. Mas o que importa é que eu encontrei alguém que me completa. E sei que por ter assumido isso, vou escutar muito de Scooter, mas... Eu precisava provar pra ela que não foi só uma ‘paixonite’, e que eu gosto dela de verdade.

-Isso é muito lindo Justin, isso mostra que você tem caráter. Então, depois dos intervalos, vamos ver a entrevista com Demi Lovato e o quadro onde Justin surpreendeu uma de suas fãs, a gente já volta.

Eu suspirei alto quando o intervalo finalmente entrou. Eu não acreditava que ele tinha feito tudo aquilo por mim. Ninguém nunca tinha feito nada por mim. Foi por esse motivo que peguei meu I Phone Touch e liguei para ele, teclando os números numa rapidez descomunal.

-Alô?

-JUSTIN DREW BIEBER VOCÊ É MALUCO! – ele deu uma risadinha afetada.

-Ai, assim você me mata. Não ta brava comigo? Porque, isso também vai te expor.

-Eu não ligo Justin. Porque eu te amo. E não vou deixar que a fama nos separe.

-Que bom, já estava começando a pensar em me suicidar...

-JUSTIN!

-Brincadeira amor, brincadeira... Ah... Eu tenho que voltar. O programa já vai começar bom, te amo não se divirta muito sem mim, ok?

-Vai sonhando Bieber. Te amo.

-Love you...

Eu contrai o celular contra meu peito, como se fosse um gatinha recém-nascido, e fiquei ali sorrindo e pensando que eu amava ele mais do que qualquer coisa na minha vida. Se me perguntassem agora, a ordem dos meus amores, eu poria assim:

1-      Justin Bieber (Meu Namorado)

2-      Minha futura carreira como dançarina.

3-      Minha família.

4-      Minha carreira acadêmica.

5-      Eu mesma.

É, era assim mesmo. Justin em primeiro, porque era ele quem movia minha vida. Em segundo minha carreira. Eu tinha pensado muito nisso durante o vôo, acho que agora que eu tinha começado com tudo, quer dizer, eu era dançarina oficial de Justin Bieber! Eu tinha que continuar com aquilo. E era também um jeito de ficar perto dele por mais tempo. Isso se eu conseguisse convencer minha mãe a me deixar largar os estudos para viajar ao lado de um cantor pop super famoso, que era supostamente, meu namorado. Era melhor eu largar essa idéia...

Continuei a assistir o programa, ele me ligava durante os intervalos me contando que todos estavam me mandando abraços e dizendo que eu era sortuda. Eu sabia que era. O quadro em que Justin surpreendeu a fã foi muito engraçado. Ela ganhou o concurso ,que ela achava ter apenas o direito de um ingresso para o programa. Mas no fim, os amigos dela levaram ela para o estúdio, onde ela achou que ia acertar as coisas do concurso, e lá, ela encontrou Justin Bieber. Eu ri demais vendo a menina abraçar ele e não largar por um bom tempo, dizendo o tempo todo ‘Eu te amo, eu te amo, eu te amo!’. O ciúmes foi de leve.

E quando ele cantou Runaway Love lembrei imensamente satisfeita do clipe que daqui a algumas semanas ia ao ar. Não que depois dessa eu precisasse de mais divulgação. A esse ponto já tinham mensagens malcriadas no meu twitter, e até ameaças de morte, eu já fui uma belieber, então sei bem como é.

O resultado de tudo isso foi uma perfeita noite de sono. Mas a manhã já não me trouxe tantos sorrisos: Eu tinha que ir a escola. Quando achei que tinha me livrado daquilo, vinha em cima de mim, caindo pesado e quebrando todos os meus ossos. Mas eu agüentaria. Agüentaria, porque depois tinha aula de dança, e eu poderia ver em fim, meus amigos, que ficaram tão distantes de mim durante essa loucura.

Fiquei olhando meu reflexo no espelho do banheiro por um tempo. Você é a garota do Bieber agora, falava para mim mesma, Nada vai te atingir. Eu não acreditei muito em minhas palavras, mas fui me trocar. Então, olhando as roupas que tinha comprado na Califórnia, na última semana, com o dinheiro do clipe, a ficha caiu. Se eu ia fazer isso, ia fazer direito. Eu tinha que fazer jus ao meu perfeitamente perfeito namorado, e pelo menos tentar ficar a altura dele. Coloquei ankle boots pretas, uma calça jeans clara colada, uma blusa com muitas estampas e um colete preto por cima. Eu estava muito bonita, tive que admitir. Para a maquiagem, a sim! Estava tão decidida que caprichei na maquiagem. Delineador preto, e uma sombra berinjela destacavam meus olhos claros, e um gloss rosado deixava meus lábios bonitos e cheios, um blush de leve, e o cabelo solto.

Eu estava sentindo algo diferente de tudo o que já tinha experimentado. Eu estava me sentindo bonita, e eu nunca em toda a minha vida tinha me olhado no espelho e sorrido. Coloquei meu material na cara bolsa Channel, que tinha acabado com o limite do que eu podia gastar, e tomei um café-da-manhã rápido e fui para a escola, apreensiva porém feliz.

Quando estacionei meu carro –(pesquisar um)- logo tive certeza de que seria assim o dia inteiro; todos olhando para mim com interesse incrível, como nunca fizeram antes. Quando eu passava, eles apontavam e cochichavam, mas não dirigiam nenhuma palavra até mim. Fui direto para minha primeira aula, que era Física, por sinal, a pior matéria para se começar o dia. Mas meu dia não se limitaria a estudar, porque quando entrei na sala, o silêncio reinou por todos os cantos.

Me sentei na primeira carteira e comecei a tirar meu estojo da minha Channel quando senti alguém me cutucar. Aja paciência agora.

-Sim? – Era Anne. Porque ela falava comigo? Ah, ta... Justin.

-Hum... Jacque... É verdade que... Você e o...

-Justin Bieber estão namorando?

O moreno tinha surgido do nada. Eu reconhecia ele, tinha sido o mesmo a me mandar calar a boca no dia do seminário. E agora ele tinha estranho interesse pela minha vida pessoal e amorosa. Estranho...

-É por quê? – falei insolente. Era o que estava tentando parecer: Insolente.

-Bom, porque ele falou de você no Our Favorite Talent. E ninguém estava acreditando mesmo que era você. – o moreno falou de novo.

-Então, agora...

-Zac.

-Zac. Você já sabe que é verdade, estou com ele sim.

-Ai caramba, você é muito sortuda! Ele é tão perfeito! – me simpatizei com ela na mesma hora.

-De perto então... Você não tem ideia. – falei sorrindo.

-Hei! E eu aqui amor? – Zac falou para Anne.

-Bom, você é bonito. Mas o Justin é mais. Então me conta!!! Me conta de tudo!

E em alguns segundos, eu estava contando toda a minha jornada amorosa para uma garota que nunca tinha sido minha amiga e que eu sempre tinha achado fútil, mas que eu nunca tinha me dado ao trabalho de tentar conhecer. E quer saber? Ela era muito legal. Acho que parecia fútil porque estava sempre bonita, e o que eu posso falar agora que Bieber me transformou em uma patricinha da Califórnia? Nós conversamos até o professor entrar na sala.

O resto do dia foi a mesma coisa, todas as garotas me perguntando se era verdade, e me pedindo para contar se ele beijava bem, e essas coisa banais. Mas eu estava começando a me divertir. Algumas garotas, assim como Anne, eu nunca tinha considerado como possíveis amigas, e tinham se mostrado pessoas maravilhosas. Meu único medo era se fosse tudo por causa do meu status amoroso.

-Tchau Anne! – falei, antes de entrar no meu (ooh).

-Tchau Jacque! A gente se vê amanhã.

Eu dirigi feliz para casa, primeiro porque poderia tirar o salto alto, e segundo porque poderia entrar no twitter e ficar conversando com ele. Ou eu poderia até mesmo ligar. O fato é que, só seis horas escolares e eu já sentia uma saudade sem tamanho do meu Bieber. De o ver afastar a franja do olho, de quando ele sorri, de quando ele fala besteiras para me divertir... Acho que a minha Bieber Fever estava aumentando.

Taquei minha bolsa na cama, e logo arranquei o displicente salto alto, que tinha formado bolhas em meus pés. Procurei desesperadoramente pelo meu I Phone e quando o achei disquei o número mágico.

Piii... Piii... Piii...

-Bieber falando.

-Justin? Oi... Sou eu a Jacque.

-Jacque!!! Ah, que bom ouvir sua voz. Eu acho que estou começando a ficar paranóico.

-Não tanto quanto eu.

-Como foi a escola?

-Bom, acho que foi melhor do que eu esperava, fiz ate alguns amigos. E tudo graças a você Bieber.

-Que nada, é só o seu charme. – eu ri.

-E como esta ai?

-Bom... Agora eu vou viajar... – ele falou pesaroso. – Holanda.

-Holanda?

-É... Eu sei, é meio inesperado, mas eu tenho algumas fãs lá. Então, eu vou ficar uma semana por lá e vou até a Argentina.

-Argentina?

-É.

-Hum... E quando você vai decidir voltar às origens e vir pro Canadá?

-É o que mais quero. Só que é mais complicado que isso. Aliás, eu ainda não entendo porque não posso! A carreira é minha!

-Não Justin, você tem que fazer o que Scooter manda. É pro seu bem. Mas ainda não entendi como ficam as coisas de nós sermos o seu grupo de dançarinos.

-Bom... Vocês ainda não assinaram um contrato. E o dançarino que tinha de ser substituído voltou... Mas é tudo escolha de vocês. Se vocês quiserem voltar, assinar o contrato e começar a viajar comigo, vocês podem. Mas acho que tem alguma coisa aqui que diz que vocês têm que terminar os estudos antes.

-Terminar os estudos antes? – engoli em seco. – Mas ainda falta um ano!

-Eu sei. Essa é a pior parte. Mas se é o que vocês querem, vão precisar terminar os estudos, e daí já tem uma vaga perpétua na minha equipe.

Fizemos silêncio por alguns minutos. Eu teria de esperar mais um ano para me formar, e então poder ficar com ele para sempre. Aquilo parecia um teste do destino. Saber se nós iríamos conseguir passar um ano nos vendo em pequenos intervalos de tempo, juntos e com o nosso amor firme, para então conseguirmos ficar juntos.

-Eu posso agüentar. Por você Bieber. Mas o preço vai ser caro, hein?

-Eu te dou um milhão de beijos depois! O que não vai ser muito difícil.

Nós rimos, e eu senti aquilo de novo, o aperto no coração, dizendo o quanto eu amava ele e o quanto eu precisava dele ali.

-Não demore muito pra voltar pra mim.

-Não vou. Se dependesse de mim eu já estava ai, você sabe. Mas temos que esperar...

-Eu sei...

-Ah droga. – ele gemeu. – Tenho que desligar. Você sabe, trabalho.

-Tudo bem. Tchau.

-Eu te amo, te amo muito... JÁ TO INO SCOOTER! E a gente já vai se ver de novo, prometo.

-Ta bom, vai lá.

Porém quando ele desligou eu não estava me sentindo tão confiante em suas palavras. Ele ia até a Argentina. E eu ia ficar aqui, encalhada, contando os dias para terminar o último ano.