Ele estava inconformado, imaginava, como podia ele, um cara tão forte, deixar que as pessoas o colocassem para baixo. Ele sabia que já foi uma pessoa inabalável, mas naqueles dias ele era apenas um pedaço de carne apodrecendo e andando em cima da terra.

Ele havia se apaixonando, por uma pessoa que o via como amigo ou que talvez também o amasse. Não poderia descartar essa hipótese, havia evidências de que a sua pessoa amada também sentia algo forte, mas também havia a certeza de que todos esses sentimentos o fazia mal. Depois de tanto tempo, a única recompensa que ele recebia era as belas memórias dos dois que dançavam pela sua mente, fazendo com que ele se sentisse culpado por tudo que ele deixou de fazer para cultivar esse sentimento e por isso ele estava desistindo desse amor conturbado.

Talvez o seu amor agora tenha outro, esse "outro" não era tão bom quanto ele, mas se houvesse outra pessoa que fizesse o seu amor feliz, ele também estaria feliz. E para isso era preciso dar um tempo nesses sentimentos, ele não queria mas era preciso, mesmo sabendo que a pessoa por quem ele era apaixonado também não queria abandonar nenhum tipo de relação entre os dois. Ele pensava que talvez de outro jeito, em um outro momento de sua vida, os dois poderiam se encontrar novamente, e enquanto os seus prazerosos momentos não chegavam, ele caminhava pela rua do seu amor sentindo o vento no seu rosto, que trazia o cheiro do amor da sua vida, que morava à apenas alguns passos daquele lugar que ele estava escondido prestes a acender um cigarro.

Quando chegava a noite ele se encontrava sozinho mais uma vez, agora bebericando sua cerveja cara, que era apenas um estimulante para que ele não passasse ao menos uma noite sem pensar no amor da sua vida.