When we were young escrita por Bibela


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de começar agradecendo mais uma vez a linda da Paulinha Almeida por todo incetivo e por ter despertado em mim esse gosto maravilhoso que é escrever. E também pra linda Fe Damin que acompanhou todo o processo de criação dessa história. Vocês foram um presente maravilhoso que o Nyah me deu!

Agora vamos ao que interessa, segue a primeira parte e espero muito que vocês gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715900/chapter/1

Meu despertador tocou assustadoramente alto às 06:45 da manhã, anunciando que mais uma pacata segunda-feira nublada e gelada havia chegado para me arrancar da minha cama quentinha, porém desta vez com um agravante desanimador a mais: era feriado. O típico feriado de Ação de Graças, em que eu me via obrigada a participar, mais uma vez contra minha vontade, da simbólica comemoração anual da minha família, onde todo mundo fingia que era feliz, que se amava, que éramos uma família unida e que nossa vida era repleta de amor e união. Tudo isso para manter uma tradição ridícula e antiga de que nesta data devemos decorar nossa casa, reunir a família, preparar aquela ceia no almoço, que daria pra um exército comer, e agradecer a Deus pelas graças concedidas a nós.

Sempre fui uma pessoa de muita fé e que agradece todas as bênçãos que recebe na vida, mas acho totalmente errado ser forçada a participar de uma comemoração familiar na qual eu não via sentido nenhum em existir. Primeiro, porque minha família só se reunia em datas como essa porque era uma tradição mantida pelos meus avôs, e não porque sentíamos falta um do outro, e segundo, porque para mim as pessoas tinham que participar desses momentos porque gostam de estar reunidas, e eu não tinha essa vontade mais. Sempre detestei ser obrigada a fazer qualquer coisa contra minha vontade, e a partir do momento que essas comemorações passaram a ser impostas pela minha mãe, pararam de fazer sentido.

Segundas-feiras me proporcionam uma canseira descomunal e juntando isso ao fato de o dia ter amanhecido nublado e extremamente frio, minha vontade era permanecer enfiada embaixo das cobertas até anoitecer de novo. Respirei fundo, espantei a preguiça que me dominava e, juntando toda a coragem necessária para enfrentar o longo dia, me forcei a levantar da cama. Eu precisaria encarar uma pequena viagem de cinquenta minutos até a cidade dos meus pais, então quanto mais cedo saísse de casa, melhor, afinal enfrentar um congestionamento logo de manhã ia deixar meu humor mil vezes pior do que já estava, e isso eu gostaria muito de evitar.

Meus pais moram em uma cidade pequena há setenta e seis quilômetros de Londres, e desde que meus avós faleceram, meu pai, por ser o filho mais velho, herdou a missão de dar continuidade a esses eventos familiares que acontecem todo ano.

Voltar a minha cidade natal sempre me trazia uma nostalgia muito grande, rever as minhas origens e o lugar que moldou a pessoa que eu sou hoje, me deixa com uma sensação que eu ainda não sei explicar, chega perto de ser saudade, mas não sei dizer se é uma saudade boa.

Deixei a casa dos meus pais há cinco anos, quando eu tinha apenas dezoito anos e ia iniciar meu curso na faculdade. O motivo que me impulsionou a essa mudança precoce e repentina é uma parte da minha vida que prefiro não lembrar com tanta frequência, pois mesmo depois de todos esses anos, dizer que eu já superei totalmente tudo que aconteceu seria uma grande mentira da minha parte.

Minha intenção de sair logo de casa fracassou assim que entrei no chuveiro, a água estava tão relaxante que me permiti ficar mais tempo que o necessário sentindo meus nervos relaxarem e a cabeça esvaziar naquela calma que era estar envolta em vapor e água quente.

Encontrar minha família não era uma tarefa fácil, e isso inclui meus pais também, eles sempre me fazem reviver uma fase conturbada da minha vida que eu queria muito deixar pra trás, mas até agora não tinha conseguido. Tirando meu irmão e minha cunhada, que faziam de tudo para que as coisas fossem o mais normais possíveis, suportar o olhar de pena que todos direcionavam a mim me fazia querer voltar pra casa cinco minutos depois de ter chegado.

Depois do que me pareceu uma eternidade, e muito mais relaxada, sai do chuveiro e fui me vestir. Enquanto procurava na bagunça que era meu guarda-roupa um traje adequado para a ocasião de hoje, me deparei com a caixinha vermelha que eu ainda não conseguia me desfazer, cheia de memórias de outra época da minha vida Segurei-a em minhas mãos e olhei intensamente por alguns minutos, refletindo se devia abrir a tampa e olhar o conteúdo já tão conhecido por mim, que estava guardado lá dentro. Hoje com certeza seria um dia nostálgico demais, e olhar essas malditas fotos só iria piorar as coisas, então ligeiramente irritada por ter me deparado com isso justo hoje, coloquei no lugar que ela estava antes e joguei um monte de roupa por cima, eu não queria dar o prazer às minhas tias fofoqueiras e chegar com os olhos inchados, reforçando ainda mais as suposições delas sobre mim.

— Idiota, porque não se livrou disso tudo ainda?! – me xinguei alto para que tivesse um impacto maior em mim mesma, e voltei ao meu guarda-roupa a fim de encontrar algo que transparece que eu estava muito bem.

Quando me senti confortável o bastante pra começar o dia, olhei no relógio e já se passava das dez da manhã, muito depois do que eu intencionava sair de casa. Me dirigi à sala e peguei minha bolsa que estava no aparador, puxei também a chave do meu carro e saí para o dia frio de Londres.

Fiz o caminho já tão conhecido sem nenhuma pressa, abri a janela do carro e permiti que o vento gelado entrasse bagunçando meus cabelos, enquanto minha música favorita tocava no rádio. Me obriguei a não pensar nos pontos negativos desse encontro, e no quanto tudo isso me fazia voltar ao tempo em que eu era jovem e minha vida era perfeita.

Me dediquei a pensar que estaria no conforto do abraço da minha mãe, ouvindo as piadas sem graça do meu pai e matando a saudade do meu irmão, afinal a última vez que estive com eles já tem quase cinco meses. Não que eu não fosse apegada à minha família, pelo contrário, eu os amava muito, mas estar com eles me lembrava constantemente a vida que foi tirada de mim à força, e esse sentimento eu ainda preferia evitar.

Assim que entrei na rua certa, pude perceber pela quantidade de carros estacionados em frente à nossa casa que eu era a última a chegar. Peguei minha bolsa e meu casaco, e me direcionei à entrada para tocar a campainha. Eu não sei porque, mas desde que acordei tive a sensação de que alguma coisa ia me acontecer, e assim que coloquei os pés na entrada da casa dos pais e toquei a campainha, meu coração parecia que ia sair pela boca, mesmo sem motivo algum para isso.

—Oi mãe – cumprimentei sorrindo ao visualizar a figura gordinha da minha mãe, toda sorridente abrindo a porta pra me receber. Todo desconforto possível valia a pena só pra ver a felicidade dela.

— Ginny, querida, você demorou – ela disse enquanto me envolvia em um abraço apertado e afagava meus cabelos – já chegou todo mundo, só faltava você – ela sorriu enquanto fechava a porta atrás de nós – vem, estão todos no jardim.

Me encaminhei com minha mãe para o extenso jardim que abrangia o fundo da nossa propriedade, impecavelmente decorado e repleto de pessoas sorridentes e perdidas em meio a tantos abraços e conversas. O cheiro típico da comida maravilhosa da minha mãe invadiu minhas narinas e de repente eu senti muitas saudades de casa.

Cumprimentei de sorriso aberto todos meus familiares, com a simpatia necessária para uma ocasião como esta, respondendo as perguntas de sempre e ouvindo elogios que fizeram bem para o meu ego. Fui educada o suficiente para fazer uma social com o casal que eu adorava muito, mas que preferia evitar, a semelhança existente entre eles fazia minha cabeça voltar no tempo e essa não era uma sensação muito boa, então fiquei apenas o suficiente para cumprir toda formalidade e me afastei.

Depois de passar um tempo conversando com minhas tias, que depois certamente falariam para minha mãe que estou depressiva, senti falta do meu irmão e me direcionei até onde meu pai estava, a fim de encontrá-lo.

— O Ron não chegou ainda, pai? – o questionei enquanto beliscava um pedaço do bolo que ele estava desinformado para ajudar minha mãe, e que estava com um cheiro divino.

— Chegou antes de você – ele sorriu – acho que está aí dentro – ele apontou com a cabeça e eu segui para onde meu pai indicava.

Entrei tão sorridente na sala de jantar que não percebi que ele estava acompanhado. Encontrei-o encostado com mais duas pessoas em nossa mesa de jantar, gargalhando de alguma coisa que deveria estar sendo dita, e me senti contagiada pelo ambiente descontraído. Foi só quando eu o chamei e ele se virou em minha direção que percebi quem o acompanhava. Eu estava preparada pra qualquer coisa nesse dia, menos pra isso. Todos esses seis anos que se arrastaram não me preparam para esse momento. Meu sorriso morreu e eu estagnei onde estava, a poucos metros de distância de onde eles estavam conversando.

— Oi, Ginny – meu irmão sorriu sem graça e tentou fazer com que a cena que se desdobrava à nossa frente fosse o mais normal possível – não sabia que você já tinha chegado.

— O que ele ta fazendo aqui? – fui seca e direta, apontando com os olhos na direção em que meu ex-namorado estava parado, a raiva por vê-lo ali na minha casa me consumindo por dentro.

E foi no momento em que ele me olhou que senti meu mundo sair do lugar. Seis anos sem olhar esses olhos, sem ouvir essa voz e sem receber notícias. Seis anos e essa maldita taquicardia me dominou com tanta intensidade que minhas pernas não conseguiam se mover. Ele ainda era o mesmo, ainda tinha os mesmo olhos verdes intensos e os cabelos naturalmente desarrumados, a única diferença entre esse Harry na minha frente e o que eu conheci anos atrás era a barba grossa no rosto e o corpo bem definido, resultado dos longos anos que ele viveu longe.

Eu percebi que ele me olhava com as sobrancelhas arqueadas e me observava dos pés à cabeça, como se precisasse de uma comprovação de que eu estava ali de verdade. Sei que meu irmão e meus pais tiveram notícias dele durante todo esse tempo, no entanto desde o dia que ele saiu pela porta da minha casa me deixando pra trás, eu nunca mais me interessei em saber se ele estava vivo ou morto, recebi notícias dele apenas uma vez e foi suficiente para tirar o chão em que eu pisava.

Meu irmão olhou para minha cunhada sem saber o que fazer, enquanto o Harry passava as mãos pelo cabelo, ligeiramente constrangido pela situação em que nos entrávamos. Eu não respondi nada, apenas obriguei minhas pernas a se moverem e passei por eles sem olhar para os lados, em direção ao meu antigo quarto. Me joguei na minha cama e permiti que as lágrimas que estavam ardendo meus olhos viessem à tona em toda sua intensidade.

Como ele podia estar na minha casa depois de todo esse tempo como se nada tivesse acontecido? Porque ninguém se dignou a me contar que ele estava aqui? Eu não queria me encontrar com ele, não queria ouvir aquela voz, sentir essa saudade misturada com raiva tão absurda, não queria sentir meu coração tão descompassado e essa sensação estranha de não saber o que fazer.

Meu mundo saiu do eixo, eu não conseguia suportar a ideia de estar em um mesmo ambiente que ele e fingir que nada aconteceu, eu não sabia se tinha estômago para encarar isso, sentindo aquela raiva absurda dele, pelo menos nesse momento. Enquanto enxugava as lágrimas que teimaram que cair sem que eu pudesse controlar, minha cunhada entrou no quarto. Ela não disse nada, apenas se sentou ao meu lado na cama e me abraçou forte. Ela me conhecia bem o suficiente para saber que eu precisava de um conforto nesse momento e foi isso que ela fez, permaneceu em silêncio ao meu lado até que eu me sentisse preparada para falar de novo.

— Porque ninguém me disse que ele estaria aqui, Mione? – eu perguntei tentando esconder a voz de choro e limpando o rosto com a manga da camisa que eu usava.

— Ninguém sabia que ele viria, Gin – ela segurou minhas mãos – ele chegou ontem à noite e não deu tempo de avisar ninguém, James e Lily chegaram com ele aqui e sua mãe não teve o que fazer, você sabe o quanto ela gosta dele – ela sorriu sem graça.

— Mas e eu, Mione, como eu fico? – eu soltei as mãos dela e me levantei – ele está sozinho?

— Sim, Gin, só ele, James e Lily – ela se virou na direção que eu estava.

— Eu não consigo fazer isso – eu me sentei na cama e afundei o rosto entre as mãos – não consigo estar no mesmo lugar que ele, eu sinto tanta raiva – eu levantei a cabeça e olhei pra ela – quando o vi parado ali com vocês, eu te juro que pareceu que meu coração ia sair pela boca – eu suspirei – me senti uma adolescente abandonada de novo.

— Eu nem consigo imaginar como seja enfrentar isso, Gin – ela afagou meu cabelo.

— Vou embora – disse dando um salto e pegando minha bolsa, que estava jogada em cima da cama.

— Não faz isso – ela segurou meu braço – sua mãe está tão feliz que você está aqui depois de tanto tempo – ela sorriu, me encorajando – faça esse esforço por ela.

Eu olhei para ela sem saber o que pensar. Realmente minha mãe não tinha culpa pelos erros do Harry, e ela já tinha sido privada demais de estar comigo porque tudo nessa casa me lembrava dele e eu queria distancia de qualquer coisa que me fizesse saber da sua existência. Suspirei fundo e joguei minha bolsa de novo na cama.

— Vou tentar – respirei fundo – mas se ficar insuportável eu vou embora, Mione, não quero sofrer tudo aquilo de novo e nem fazer papel de coitada abandonada na frente de todo mundo.

— Já é o suficiente, Gin – ela me abraçou e sorriu – vou descer e você se recompõe, tá? Fica bem.

Assim que ela me deixou sozinha, eu me joguei na cama de novo e afundei a cabeça no travesseiro. Que direito ele tinha de voltar e bagunçar toda minha vida outra vez? Nesse momento minha vontade era um misto entre o desejo de socar a cara dele e beijar aquela boca que tanto me fez falta esse tempo todo, eu me sentia desorientada. Esse maldito buraco aberto no meu peito doía e fazia minha cabeça rodar, cheia de lembranças do amor que compartilhamos há tantos anos, do amor que ele deixou pra trás sem pensar duas vezes pra correr em busca de uma carreira promissora.

O Harry foi embora para o outro lado do mundo e me deixou sem nada, levou meus sonhos, minha alegria e a jovem Ginny cheia de vida embora com ele. E agora eu teria que lidar com ele na minha casa, com todas aquelas pessoas felizes por ele estar ali, naquele lugar em que cada parede me lembra um beijo, um abraço. Eu me sentia jogada de volta na juventude sem nenhum aviso prévio, sem nenhum consentimento, sem nada. E o pior de tudo é que cada parte do meu corpo deseja estar grudada nele, que imã maldito esse infeliz tem sobre mim!

Respirei fundo e me obriguei a levantar da cama. Eu não ia deixar o Harry e toda minha família, que sentiu pena por eu ter sido abandonada, perceberem que eu estava abalada por ele estar ali, eu tinha meu orgulho para manter intacto. Retoquei minha maquiagem, ajeitei minha roupa e vesti meu melhor sorriso. Se eu tinha que enfrentar esse dia, então seria com dignidade.

Desci as escadas que dão acesso aos quartos, e logo nos primeiros degraus pude ouvir a conversa dos três, percebi que eles ainda estavam no mesmo lugar. Passei direto por ele sem olhar em sua direção, e me dirigi ao meu irmão:

—Oi, Ron - o cumprimentei enquanto estalava um beijo em seu rosto - depois a gente conversa com calma.

Continuei meu caminho em direção ao jardim sem me deixar abalar pelos olhos do Harry me seguindo desde que pisei naquela sala. Pude sentir o olhar dele me queimando pelas costas, com certeza reparando as mudanças no meu corpo, eu não era mais a menininha de dezessete anos que ele deixou, e eu podia ver nas poucas vezes que nossos olhares se cruzaram, que ele ainda nutria o mesmo desejo por mim.

Passei as horas que antecederam o almoço conversando animadamente com meus familiares, e pude perceber que eles também estavam realizados com a presença do Harry ali. Ele conseguia encantar a todos, com aquele jeito descontraído de andar, o sorriso fácil e a forma atenciosa que ele dedicava a cada pessoa com quem conversava.

Não nos esbarramos em nenhum momento e eu agradeci por isso, seria difícil disfarçar o misto de sentimentos que perturbam minha cabeça com toda aquela gente de platéia, eu não sabia qual seria minha reação se ficasse sozinha com ele. Eu estava rodeada de pessoas e ainda me sentia sozinha, a presença dele ali me desestabilizou de uma forma que eu não queria e nem era capaz de demonstrar.

Pouco antes de o almoço ser servido, o Ron veio me procurar e se desculpou pela presença do Harry ali, repetiu o que a Hermione já havia me dito e que eu estava me saindo muito bem em fingir que nada estava acontecendo. Ele também me garantiu que logo as coisas estariam em ordem outra vez, e pelo sorriso de canto que ele deu, eu deduzi que com isso ele queria dizer que logo eu e o Harry estaríamos juntos de novo. Preferi ignorar esse comentário porque se eles estavam achando que isso aconteceria, todos eles estavam terrivelmente enganados. Harry e eu foi uma página encerrada na minha vida quando ele resolveu que os sonhos dele eram mais importantes do que os nossos como casal.

O almoço foi tranquilo e agradável, como sempre a comida da minha mãe estava maravilhosa. Fizemos nossos agradecimentos como em todos os anos, pedimos em especial dessa vez pelo casamento do meu irmão que aconteceria dali a cinco meses, e agradecemos pela minha pesquisa do mestrado, que havia sido aprovada na semana anterior. Percebi o olhar de espanto do Harry diante do agradecimento feito pela minha mãe, enquanto ele cochichava alguma com a Lily.

Eu me sentia emocionalmente abalada e precisava de alguma coisa forte pra aguentar essa palpitação no peito até o fim do dia. Sem pensar muito no que estava fazendo, me dirigi à adega de bebidas do meu pai, encostei a porta e enchi um copo com uma dose de whisky. Senti o líquido descer queimando pela minha garganta, mas bebi todo o conteúdo do copo em um gole só. Enquanto analisava se devia ou não beber outra dose, senti alguém cutucando minhas costas.

— O que você pensa que está fazendo? - ele me questionou com um olhar acusador, eu consegui sentir sua respiração batendo no meu nariz devido a nossa proximidade.

— Não é da sua conta - eu dei de ombros e peguei a garrafa para encher o copo pela segunda vez. Meu coração batia acelerado, mas eu me obriguei a respirar fundo e dei um passo para trás.

— Você vai dormir aqui ou pretende voltar para casa? - ele me questionou enquanto tirava a garrafa da minha mão.

— Vou pra casa - disse enquanto cruzava os braços e olhava feio em sua direção, a raiva e o desejo me consumindo na mesma proporção, e eu só conseguia pensar que precisava ser forte.

— Então nada de bebidas - ele sorriu irônico enquanto guardava a garrafa no armário mais alto, que eu certamente não alcançaria.

— Porque você está aqui, Harry? - eu o fitei intensamente, enfiando a vontade que eu tava de agarrá-lo pro fundo da minha mente.

— Eu voltei para a casa dos meus pais, Gin - ele se se encostou ao balcão, ficando de frente para mim sem desviar o olhar.

— Não me chama de Gin - eu fechei a cara pra ele e me encaminhei para a saída, no entanto ele foi mais rápido que eu, trancando a porta e guardando a chave no bolso da sua calça jeans.

Droga! Tudo que eu precisava era ficar trancada em um cubículo desses com ele, dava pra sentir que até a nossa respiração inspira desejo. Seja forte Ginny, respira fundo e seja forte.

— Nós precisamos conversar - ele sorriu enquanto voltava para a posição anterior, me olhando dos pés a cabeça agora sem disfarçar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá pessoal, essa história surgiu enquanto eu ouvia musica When we were young da Adele e sei que é suspeito falar mais estrá maravilhosa! Ansiosa pra saber o que vocês acharam. O próximo capitulo chega logo logo, beijos e até lá ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "When we were young" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.