Barman escrita por Kohai


Capítulo 1
Barman




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A música da balada não estava agradando Edward. Mal chegara e já queria ir embora. Andava pela multidão de vultos que vez ou outra eram coloridos pelas luzes artificiais, tentando não ser esmagado. Raven o havia chamado para a noite, e nem havia aparecido ainda. Foda-se, se não viesse, beberia sem ele.

Beber. Boa ideia.

Os cabelos arrepiados e albinos do rapaz musculoso e de porte alto eram acariciados por mãos desconhecidas enquanto ele tentava alcançar o pequeno bar da balada. Tentou não incomodar-se com aquilo, mesmo que fosse quase impossível.

Enfim conseguiu sair do mar de pessoas, correndo e agarrando-se ao balcão do bar para certificar-se de que não seria sugado para ele novamente. O bar era um pouco afastado da pista, então a música parecia estar mais distante também. Seus ouvidos estavam salvos. Ofegou cansado, e então sentou-se em um dos bancos.

— Me vê uma gelada... – disse Edward, sem fôlego.

— É para já. – respondeu uma voz forte.

Depois de recuperar seu ar, o albino pôde ver o barman de costas, mexendo nas garrafas de cerveja e vinho. Corpo alto e repleto de músculos, e cabelos brancos bem penteados, um pouco maiores que seus próprios. Quando o homem virou-se para servi-lo, Edward pôde ver uma mecha azul entre o oceano de fios brancos.

— Algo mais? – perguntou, virando a garrafa de cerveja em um copo.

— Hã... Não, valeu. – falou rapidamente, pegando o copo e virando o rosto para tomar.

Edward então pegou seu celular, que apitava, mas só naquele momento ele conseguiu perceber. O som da balada estava alto demais para escutar. Eram mensagens de Raven.

— Meh...

Não vou poder ir, Add, a Elesis veio aqui em casa. Desculpa aí.

Ah, claro. Raven não ia deixar a namorada de lado para sair com seu melhor amigo.

— Maravilha. – reclamou, virando o copo de uma vez. – Dá mais uma aí.

— Mas eu não te dei essa cerveja a menos de cinco minutos? – questionou o barman.

— Você ta trabalhando ou se metendo na minha vida?

Mesmo com a má educação de Edward, o barman riu e foi pegar outra cerveja. Quando retornou, o cliente emburrado pôde ver um crachá em seu peito.

— "Ciel"?

— Sim, esse é meu nome. – sorriu, entregando a cerveja. – E o seu?

— Edward. – passou a beber. – Você já foi deixado na mão por amigos?

Ciel o observou com uma expressão de curiosidade, mas logo voltou ao seu sorriso habitual.

— Claro que já. Contra as namoradas, nós não temos vez.

— Foi o que eu pensei. – fez uma careta. – E quando a galera combina de sair de casalzinho, eu nunca posso ir porque não tenho namorada!

— Nem eu. Sempre fico de fora desses programas, mas eu não me importo. Não ligo para garotas.

Sem perceber, Edward estava jogando conversa fora com aquele barman, e as garrafas de cerveja iam se esvaziando em meros minutos. Ele estava estranhando o fato de ninguém ir ao bar para tomar algo, mas aquilo pouco importava. Preferia ficar sozinho com Ciel, conversando sobre assuntos desconexos.

O tempo passou, e naquele momento, Ciel já estava se recusando a servir outro copo de cerveja para Edward. Por mais que ele reclamasse, o barman simplesmente balançava a cabeça e retomava a conversa.

— Escuta aqui, ô barman, tu ta me tirando, né? – perguntou com a voz já alterada. – Eu quero beber, porra! Me dá mais!

— Você já gastou todo o dinheiro que tinha. Vi você vasculhando sua carteira umas cinco vezes depois que o dinheiro acabou. – ele balançou a cabeça novamente. – E se quiser água, vai ter que ser da torneira.

O corpo de Edward já estava quente a uma hora daquelas. Zonzo e sem saber direito o que estava fazendo, levantou e pulou o balcão, ficando na área de Ciel.

— Eu não estou satisfeito ainda! Se não vai me dar mais cerveja, então me dá algo que presta!

— O que está dizendo? Saia, você não pode entrar aqui-!

Então o cliente caiu no chão, sentado e ofegante. Seu rosto totalmente rubro esboçava algo como... Necessidade. O barman abaixou-se para ajudá-lo a se levantar, mas foi puxado para o chão. Seu nariz tocando o do outro.

— Ninguém veio, então não vão vir agora, vão, seu otário?

— O que você está fazendo, Edward?

— Tô exigindo algo melhor que a cerveja. Vai me dar ou vou ter que fazer isso eu mesmo?

— Está falando sério? Eu nem te conheço.

— E daí? Você disse que não liga para garotas.

Os olhos azuis de Ciel pareciam enraivados, mas Edward não teve tempo de raciocinar sobre isso. Não quando aquele barman gigante atacou sua boca e o prensou contra a madeira do balcão. Surpreso, tentou escapar, porém o maior continuava lhe prensando, e agora segurava seus pulsos.

Cacete, ele beija bem

Sentiu o fogo serpentear por seu corpo, enquanto trocava saliva com um garçom que nem conhecia direito, mas o que importava? Já estava ali, o desejando. O cérebro desligou-se e naquele momento só havia espaço para a necessidade de toques e beijos.

— Ciel...

— Cala a boca...

Não se importou quando foi despido. Não se importou quando Ciel passou a mordiscar seu pescoço. Não se importou como ambos estavam ficando encharcados de saliva. E quando enfim uniram-se, Edward nem se lembrava mais de que estavam numa balada. Maldito Raven que furou a noite que tinham combinado. Maldita cerveja. Maldito barman lindo e sedutor.

Foda-se o dia de amanhã, pensaria nisso depois. Edward nunca imaginou que iria gostar mais de ficar sozinho com um barman do que passar a noite com seu melhor amigo.


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