Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 78
Capítulo 78




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Quando Harry chegou em casa aquela noite percebeu imediatamente que as coisas não estavam bem. Giny nem ao menos lhe cumprimentou quando ele entrou, e parecia irritada enquanto preparava o jantar; conhecia a esposa e sabia que era melhor deixar quieto que ela resolveria o momento de conversar, mas especialmente naquele dia, estava precisando dela, queria contar sobre o que estava acontecendo com Alvo.

— Giny..

— sabia que eu fui na Dedosdemel hoje comprar doces? Você sabe que o Alvo adora os doces da Dedosdemel e, encontrei uma mãe de um aluno de Hogwarts, e ela veio me falar sobre o que tinha acontecido, Harry!

— Giny ...eu ia te contar.

— Ia contar mas não contou, Harry. O nosso filho passando por um momento difícil e eu, comprando doces! Que tipo de mãe eu sou?

— Você é uma ótima mãe, Giny. Eu sinto muito, eu não quis te preocupar antes de conversar com o Al e saber o que estava acontecendo de verdade.

— E agora você sabe?

— Na verdade não. O Alvo está, diferente, eu não sei explicar, mas ele não é o mesmo garoto. Talvez seja minha culpa, mas honestamente, não sei o que eu fiz.

— Harry, você é um ótimo pai.

— Eu sou um ótimo pai, então por que meu filho me odeia?

— Ele não te odeia, deve estar confuso, eu vou conversar com o Alvo, deixe ele passar o fim de semana em casa, e eu tenho certeza que isso vai se resolver.

— Tudo bem, ele está de castigo na escola, mas eu vou falar com o Neville para deixá-lo passar o sábado aqui.

Quando Harry voltou para a escola no dia seguinte, a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas era justamente na sala do sétimo ano, mas Alvo não estava na sala quando ele entrou, nem apareceu depois. Harry foi procurá-lo no salão comunal de Grifinória, à tarde, já que ele também não esteve no almoço. Quando entrou no salão, o barulho cessou, era sempre assim quando um professor entrava no salão comunal, e quando o professor em questão era Harry Potter, isso era ainda pior.

— Vocês viram o Alvo?

— Não, senhor.

— Humhum.

— Ele deve estar no dormitório, tio Harry — disse Hugo que acabava de entrar.

— Obrigado, Hugo, eu vou até lá — Harry subiu as escadas e entrou no mesmo dormitório que ocupava quando era um estudante em Hogwarts.

Alvo não estava lá. Harry encontrou apenas um bilhete. “Não me procurem. A. S.” Logo a notícia de que Alvo Potter tinha desaparecido se espalhou, ninguém sabia onde o garoto estava; Harry procurou por toda Hogsmeade mas não obteve sucesso.

Estava se sentindo péssimo, se sentia culpado pelo que acontecia com o filho, de alguma forma tinha provocado aquele comportamento de Alvo, em alguma coisa deveria ter errado muito, embora não soubesse exatamente onde. Alvo era de certa forma seu filho preferido, o que não significava gostar mais dele que dos outros, era algo como um porto seguro.

Tiago era aquele turbilhão de emoções, impetuoso e rebelde, e Lilian muito manhosa, que sempre apelava para a chantagem emocional deixando-o completamente desarmado; mas Alvo, era simplesmente Alvo. Sempre sincero, carinhoso à sua própria maneira, inocente, bondoso. Um garoto especial em quem Harry confiava plenamente. Era doloroso perceber o quanto aquele garoto tinha mudado em tão pouco tempo.

Duas semanas se passaram sem que Harry tivesse notícias do filho; era quase insuportável ficar em Hogwarts dando aulas sem saber o paradeiro de Alvo; as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas não era mais as mesmas. Lilian também ficava triste ao ver o estado que o pai estava de preocupação.



A Travessa do Tranco não era um lugar agradável de se frequentar; as ruas eram habitadas por criaturas desprezíveis, envolvidas em atividades igualmente desprezíveis, o que tornava desagradável a presença de Harry ali, já estivera naquele lugar antes, quando era jovem, e depois quando trabalhava no Ministério da Magia; quisera estar na Travessa do Tranco para prender algum bruxo iniciado nas artes das trevas.

Parou em frente à um bar no fim da travessa, o Snake Hole (buraco da cobra), um nome bem sugestivo, pensou Harry, entrando no lugar. A entrada do maior bruxo dos últimos tempos num lugar como aquele tinha de causar alguma tensão; Ernesto, o dono do lugar, um tipo baixo e completamente desalinhado, começou a tremer.

— Eu... eu... man... mandei ele ir... em...embora, ma... mas...

— Onde ele está?

— Lá — apontou para uma porta nos fundos do bar. — eu .. na... não foi minha culpa, eu não fiz nada... — Harry apenas fez um gesto para que Ernesto se calasse, e caminhou em direção ao quarto. Abriu a porta e mais uma vez se recusava a acreditar que aquele garoto era seu filho.

A barba crescida no rosto fazia Alvo aparentar muito mais do que seus dezessete anos; Harry olhou ao redor, no quarto só havia uma cama velha coberta por trapos, um banco de madeira, e a mochila com algumas roupas de Alvo jogadas pelo chão.

— Você... vai voltar pra casa, agora! — Alvo nem respondeu, ignorou a presença do pai, e fez menção de sair, mas Harry o impediu, segurando-o pelo braço. — Isso já durou o suficiente, Alvo, agora, chega! — Alvo se livrou das mãos do pai. — Você vem comigo.

— Eu não vou a lugar nenhum com você.

— O que foi que deu em você?

— Por você não me deixa em paz? O que está querendo, ficar com a consciência tranquila?

— Você não pode viver aqui nesse lugar, com essa gente, esse não é o seu lugar, seu lugar é em Hogwarts com os seus amigos, com os seus amigos, em casa com a sua família.

— Vocês não precisam de mim, você não precisa, afinal você já tem os seus filhos perfeitos, por que você vai se importar comigo? Você só veio aqui por que tem medo do que as pessoas vão falar: “ah, o Harry Potter deixou o filho naquele lugar.”

— Isso não é verdade...

— É verdade sim! Não precisa fingir, não para mim eu nunca tive muito espaço nessa família, em primeiro ligar sempre o Tiago, o magnífico, em segundo, a Lilian, a sua princesa, sempre os dois.

— Alvo, você está com problemas...

— Você é o meu problema... você nunca me apoiou, enquanto o Tiago sempre protegia, passava a mão na cabeça pra tudo que ele fazia.

— Eu confiava em você. Eu sempre confiei em você, sempre acreditei no que você me dizia, por que eu SABIA que você seria incapaz de mentir pra mim, ou pra qualquer pessoa, e que você não poderia fazer nada que não fosse correto, por que você era um garoto bom, a primeira vez que você fez uma coisa errada, que se pode chamar de errada, foi entrar sozinho na Floresta Proibida, e você só fez isso por que o seu irmão te instigou. Talvez você tenha razão, o Tiago sempre teve mais atenção, mas por que precisou, sempre precisou, sempre precisou ser controlado para não fazer besteira, todo dia eu ficava imaginando o dia em que ele faria uma besteira tão grande que não teria mais jeito de consertar; mas você não me dava esse tipo de preocupação, Alvo, sabe por que? Por você era o que havia de mais perfeito na nossa família. Eu não sei mais o que fazer, não vou mais obrigar você a voltar para a escola, embora eu possa fazer isso, eu acho que você ainda precisa de tempo para colocar a sua cabeça no lugar, e quando você entender, que é o momento, a sua casa estará de portas abertas esperando sua volta.

— Não conte com isso.

— Se essa for a sua decisão eu vou respeitar.

Harry decidiu deixar que o tempo fizesse com que Alvo voltasse a ser o que era, não queria obrigá-lo a voltar para casa por que pensava que isso só faria o garoto ficar com mais raiva, já tinha feito o que podia, pediu, argumentou, apelou pela emoção e nada tinha resolvido, agora esperava contar com a sorte e o bom senso, que acreditava, o filho tinha.

— Você não devia ter deixado ele lá, Harry!

— Giny, eu não poderia obrigar o Alvo a voltar pra casa se ele quer ficar...

— Se ele quer ficar? Harry, o Alvo é uma criança, ele não sabe o que quer!

— Eu acho que o Alvo deixou de ser criança há muito tempo.

— Como você pode falar assim do nosso filho?

— Eu só estou tentando ser realista, vamos admitir, o nosso Alvo mudou, ele já não é o mesmo garoto, talvez a única coisa que a gente possa fazer, seja aceitar essa mudança.

— Não, eu me recuso a aceitar isso, se você consegue ficar de braços cruzados enquanto o seu filho joga a vida fora, e ainda consegue dormir, ok, ótimo, mas eu não vou ficar esperando que um a notícia ruim chegue por essa porta... — Giny falava com um tom de voz alterado, nervoso, e no fim não conseguiu conter as lágrimas.

— Giny...

— Por que com o nosso garotinho, Harry?

— Não sei, Giny...

— Se eu fosse até lá...

— Não, eu não quero você naquele lugar...

— Harry, eu só...

— Giny, vamos dar um pouco de tempo ao Alvo, eu tenho fé de que isso vai passar.


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