Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 39
Capítulo 39




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As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas eram sem nenhuma dúvida as preferidas de Loreley, por causa do professor e também por que não tinha muito o que decorar, não era como História da Magia que ela precisava ler todos aqueles livros, ou Poções que precisava decorar o nome dos ingredientes das Poções. Era mais divertido, podiam praticar feitiços e até acontecia um duelo de vez em quando.

— Pessoal, hoje nós vamos aprender a conjurar um Patrono! — Tiago bocejou, já sabia como conjurar um patrono, mas a maioria da turma ficou empolgada. Noah ergueu a mão. — Noah?

— O que seria um patrono, professor? — James também ergueu a mão, e Harry acenou pra que ele respondesse.

— O patrono é um feitiço defensivo, quando perfeitamente utilizado, assume uma forma corpórea, que varia de bruxo para bruxo e pode variar quando o bruxo é submetido a emoções fortes. Particularmente eficiente contra Dementadores e/ou Mortalhas-Vivas, sendo o único feitiço conhecido para repeli-los; precisa de um pensamento positivo para ser conjurado. É brilhante, prateado e aparenta ter consistência semelhante a de um fantasma. Quando não assume a forma corpórea, o Patrono é descrito como um "pálido fiapo de fumaça".

— Perfeito, Malfoy. Então, vamos praticar? — a turma concordou — Ótimo. Preparem suas varinhas; e pensem numa lembrança boa. Depois digam expecto patronum! Prontos? Comecem — os alunos começaram a praticar o feitiço; sem muito talento, alguns conseguiram uma forma logo; Rose conseguiu uma lontra, Harry lembrou que era igual ao de sua mãe, Hermione. Tiago não conjurou seu patrono, mas Harry já sabia que o dele era um cavalo, assim como o de Giny. — Tiago, você não vai participar da aula?

— Desculpe, pai, meu patrono está com preguiça! — Tiago disse, rindo zombeteiro; Harry fez um esforço pra ficar sério, e voltou a dar atenção à turma, pelo menos Tiago já o tinha aceitado como professor. Depois de alguns minutos, Tiago ergueu a mão. — posso fazer uma pergunta, professor?

— Claro.

— A forma que o patrono assume, tem alguma relação com a personalidade ou sentimento do bruxo que o conjura?

— Bom, de certa forma, sim...

— Então é por isso que o patrono do Malfoy é um rato? — a piadinha de Tiago arrancou boas gargalhadas dos colegas, e o esquilo que ia se formando na ponta da varinha de James se desfez.

— Tiago, isso não tem graça — Tiago deu de ombros e voltou sua atenção para Loreley que não tinha conseguido conjurar o patrono.

— Que forma tem o seu patrono, Loreley?

— Não sei, não consigo conjurar.

— Você tem que pensar numa coisa boa.

— Que tipo de coisa?

— Qualquer coisa, desde que seja uma lembrança feliz.

— Me mostra o seu?

— Tá — Tiago aprontou a varinha, e sua boa lembrança; eram lembranças soltas, de momentos vividos ao lado da família. — Expecto patronum! — o cavalo prateado saiu da ponta da varinha e chamou a atenção de todos; era lindo! O patrono fez uma reverência e cavalgou pela sala.

— Uau!

— Sua vez.

— Não, a aula acabou.

— Ei, volta aqui, a aula não acabou não — mas Loreley saiu da sala antes que Harry dispensasse a turma.

Loreley não conseguiu conjurar um patrono, por mais que tentasse, por isso foi procurar Harry depois da aula para pedir ajuda; seria melhor pedir ao professor do que ao filho dele, afinal.

— É normal que alguém não consiga um patrono corpóreo na primeira tentativa, Srta. Gilmore.

— Mas, todo mundo conseguiu. Até o Malfoy...

— É, você vai conseguir. Você deve ter uma boa lembrança.

— E se eu não tiver uma lembrança suficientemente feliz? Eu não consigo?

— Eu não consegui na primeira vez, Loreley.

— Aposto que o Tiago conseguiu!

— É verdade, ele conseguiu, também foi surpresa para mim, o Tiago é um bruxo muito precoce.

— No que o senhor pensa quando conjura um patrono?

— Hum, na minha família, minha esposa, meus filhos; meus amigos, todos os momentos que eu passo com eles, são os mais felizes.

— Nos seus... Pais Também?

— Neles também. Eu não tenho uma lembrança real dos meus pais, mas lembrar que eles deram a vida por mim, não pode haver uma lembrança melhor.

— Alguém que não tem uma lembrança forte pode conjurar um patrono?

— Srta. Gilmore a lembrança não precisa ser forte, desde que seja feliz, algo que tenha sido importante pra você.

— E se fosse algo que se goste muito, mas que não seja tão duradouro só um momento — Loreley falou como se estivesse imaginando ou lembrando-se de alguma coisa.

— Isso, esse momento foi importante, senhorita Gilmore? — Harry perguntou percebendo a concentração de Loreley.

— Foi.

— Certo. Então, tente — Loreley não demonstrou confiança. — Tudo bem se você não conseguir, mas você não vai saber se não tentar.

— Tá legal... Vamos lá... Uma lembrança boa, ok — Loreley aprontou a varinha e se concentrou e lembrou-se do último natal que passou com os pais, os presentes que ganhou, a árvore. — Expecto patronum! — um fiapo de luz prateada surgiu na ponta da varinha, e aos poucos foi tomando a forma de uma borboleta. — Incrível! — Loreley exclamou admirada e contente. Harry sorriu satisfeito; logo o patrono de Loreley começou a se desfazer, ela ficou decepcionada de novo. — Sumiu!

— Você foi muito bem, muito bem mesmo!

— Mas ele sumiu!

— Com o tempo você vai melhorar, não se preocupe, é mais uma questão de prática.

— Sério? Quer dizer, eu não tenho um problema, ou coisa do tipo?

— Definitivamente, não.

— Poxa, que legal!

— A magia é uma coisa que está mais dentro de nós mesmo, Loreley.

— Sabe, eu pensei nos meus pais, no último Natal que eu passei com eles... — Loreley parou de falar, estava com os olhos cheios de lágrimas; Harry se solidarizou, poderia entender exatamente o que aquela garota estava sentindo, e deu-lhe um abraço de pai; a garota ficou sem jeito, mas encostou a cabeça no ombro dele, e se sentiu reconfortada, há muito tempo não sabia como era receber um abraço carinhoso, protetor, e por um instante imaginou que o seu próprio pai estava ali com ela.

— Pai? — assim que viu Tiago, Loreley se afastou, e enxugou as lágrimas. — O que está acontecendo?

— Tiago, ahm, a Loreley veio tirar dúvidas sobre a aula.

— E você costuma abraçar todos os seus alunos dessa maneira? — Tiago disse, mas estava olhando para Loreley; seu olhar era o mesmo daquela noite em Londres, ela encarou-o por um instante, depois saiu correndo.

— O que foi que deu em você?

— O que deu em você? Tirar dúvida da aula, ah, essa é boa, muito boa! — o sarcasmo de Tiago deixou Harry irritado.

— Eu não admito que você fale comigo dessa maneira, Tiago. Muito menos que pense besteira; o que você viu aqui não foi mais do que um carinho de pai. Você deveria sentir vergonha por pensar uma coisa dessas, não foi essa a educação que eu te dei, foi?

— Desculpe...

— A mim? Não, Tiago, não é a mim que você tem que pedir desculpas, eu conheço você, muito bem até!

— Eu não falei por mal...

— Ok, você sabe o que tem que fazer, então, faça!

— Está bem — Tiago saiu, ainda envergonhado, e foi procurar Loreley; já sabia onde poderia encontrá-la, pois ela costumava ficar sentada à beira do lago, sozinha. — Me desculpa — disse, mas Loreley não respondeu, nem olhou pra ele. — Olha, eu não falei por mal.

— Você veio aqui por que o seu pai mandou, não foi? — foi a vez de Tiago ficar calado. — Você é um idiota.

— Você estava abraçando o meu pai!

— E a primeira coisa que você resolveu pensar era que eu estava tendo um caso com ele! É claro, que mais você poderia pensar de uma garota como eu? Quer saber, Tiago, eu cansei de você e dos seus chiliques; qual é, você tem o pai mais legal do mundo, a família mais bacana, os melhores amigos, você tem tudo, e a única coisa que sabe fazer é reclamar! — Tiago ia abrir a boca pra se defender, mas Loreley continuou. — Do que você tem medo afinal, que eu seja tão legal, que roube seus amigos, que roube até o seu pai? É isso?

— É, é isso mesmo; você tem uma história tristinha, cheia de dramas e infelicidades, um prato cheio para deixar o meu pai muito emocionado e cheio de pena.

— Sabe qual é o seu problema, Tiago? Você quer ser igual a ele, você quer ser igual ao seu pai; mas não é, e nunca vai ser, por que ele tem uma coisa que você nunca vai ter: humildade. Você não passa de um garoto mimado, egoísta que só se importa com seu próprio mundinho. Você não merece ser filho do Harry.

— Talvez você esteja certa, Gilmore, mas, eu sou, eu sou filho do Harry, você não!

— Acho que é melhor a gente não se falar mais daqui pra frente.

— Eu concordo.

— Ótimo.

— Ótimo.


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