Moon Lovers: The Second Chance escrita por Van Vet, Andye


Capítulo 53
Encarando uma Triste Verdade


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!

Muitíssimo obrigada pelos comentários chocados, exultantes, cheios de caixa alta e pontos de exclamação, da semana passada. A gente se divertiu bastante com tudo isso ^-^

Guardar aquele segredo, que já estava planejado desde que começamos a escrever a fic juntas, foi um desafio e tanto. Muitas já estavam desconfiadas, inclusive, mas acredito que conseguimos tapear um bocado tirando o foco disso. Quem ainda não deu sua opinião sobre a revelação, não esqueça de comentar.

No capítulo de hoje, vamos dar início a um arco um pouco melancólico para a família Wang. Contudo, algumas das coisas que vocês estavam esperando há tanto tempo começam a se desenrolar. No arco, não no capítulo 53 kkkkk

Por fim, agradecimentos sinceros e entusiasmados para Senhorita Queen e Daniihh com suas incríveis recomendações. LINDO, MENINAS!! ♥

Ótima leitura para todos. Super beijo! o/



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Ah Ra e Yun Mi foram as acompanhantes chorosas e aflitas na parte de trás da ambulância que socorria Hansol, observando os paramédicos ventilando o velho moribundo e aplicando as medicações emergenciais de praxe.

Taeyang entrou afobado em seu carro e apenas esperou o tempo dos irmãos Sook, Sun e Eujin fecharem as portas para arrancar do pátio da mansão cantando pneus. Da mesma forma, Gun pulou no banco do motorista de um dos seus carros e, com a mãe no assento do lado e Jung no banco de trás, partiram seguindo o comboio a caminho do melhor hospital da cidade.

No carro que Gun compartilhava com sua mãe e irmão, um silêncio mortuário havia se instalado, e não se sabia qual deles tinha mais medo de trazer a questão que mais os perturbava, além do estado de saúde do patriarca Wang, à tona.

Entretanto, no veículo que Taeyang dividia com os irmãos, o assunto não pôde ser evitado. Um atordoado Sun desabafou para os outros suas aflições:

— O que foi aquilo que a governanta Nyeo disse para Shin? — murmurou cauteloso — Eu ouvi o que ouvi?

No banco do motorista, Taeyang estava em igual perplexidade, o cérebro latejando forte na busca por soluções em meio àquele furacão.

— Não sei, Sun… Acho que… Existe uma possibilidade da governanta ter se apegado a Shin como uma mãe, não existe? — perguntou retoricamente — Eles são muito próximos… Aquilo tudo que ela disse é…

— É verdade — Sook completou a frase do irmão, um toque de melancolia em sua voz, o rosto pálido virado para a janela.

No trânsito, finalmente um semáforo vermelho separou o carro deles da ambulância, que seguiu alucinada pela via, na sua condição emergencial, enquanto os outros Wang deviam respeitar o sinal e aguardar. Taeyang brecou com brusquidão e olhou boquiaberto para o irmão mais velho:

— O que está dizendo, Sook? I-isso… é verdade?

— Hã? A governanta é mãe do Shin?! — Sun deu um pulo no banco de trás, chocado.

Sook confirmou com um meneio de cabeça pesaroso, ainda sem encarar os outros Wang diretamente.

— E você sabia disso e nunca nos contou? Como descobriu? O que é tudo isso? — Taeyang insistiu, incisivo.

— Eu já tinha idade suficiente naquela época para entender que Shin não era filho da senhora Min Joo… — o mais velho explicou-se após um longo suspiro — Então…. Então quando ficou decidido que a governanta Nyeo sairia de cena na criação dele, papai e a minha mãe ordenaram que eu nunca tocasse nesse assunto. Esse era um segredo poderoso demais para ser revelado e destruiria muitas vidas se eu abrisse a boca, eles disseram.

— Mas…

— Em minha defesa, devo dizer que jamais fui a favor disso e guardar essa verdade sempre me consumiu por dentro… Ainda mais quando a senhora Min Joo tratava Shin daquele modo…

— Por que a governanta Nyeo fingiu que não era mãe do Shin? Não estou entendendo, Sook… — Taeyang persistiu, querendo juntar a maioria das peças para formar um cenário justificável em sua mente.

— Por que o papai teve algo com a governanta? — Sun questionou em voz alta, parecendo para ele ser essa uma verdade muito mais chocante.

— Pessoal, eu nunca quis me envolver nesses detalhes! Eu não sei, eu nunca quis saber… Tudo que eu queria era que essa mentira terminasse, mas… Não desse jeito. Não com papai tendo uma crise — Sook rebateu, exaurido.

— Só sei que descobrir sobre isso esclarece muita coisa…

— Do que está falando? — Sun perguntou curioso assim que Eujin se calou.

— Shin é bom demais para ser filho daquela mulher — falou com a expressão fechada enquanto Sun e Taeyang concordavam com acenos de cabeça — Mas eu tenho certeza que ele não está bem. Não deve ser fácil saber de algo assim, do jeito que foi…

Eujin, Sun e Taeyang concordavam entre si e estavam estarrecidos pela descoberta. Somente foram despertados daquela atonicidade ao som insistente das buzinas dos outros veículos quando o semáforo abriu e o carro do herdeiro não saiu do lugar.

Conforme se aproximavam do hospital, Eujin tinha seus medos divididos entre a saúde do pai e saber como Shin vinha processando aquela nova verdade sobre sua origem. O rapaz fechou os olhos com força e pediu para que, se alguma força mística estivesse escutando, ajudasse seu irmão a atravessar a nova adversidade com sabedoria.

***

No penúltimo andar, onde ficavam os quartos mais caros do hospital, a família Wang esperava, em silêncio e desolação, para obter novas informações sobre o estado de saúde do patriarca.

Sentados em um dos sofás de dois lugares do amplo recinto, Sun apoiava a cabeça no ombro do irmão Jung e deixava as lágrimas correrem livremente pelo seu rosto. O outro, com uma aparência não muito melhor, fungava para espantar o choro enquanto olhava o movimento ao redor.

Eujin afundara solitariamente em uma poltrona, a face entristecida, relembrando todas as vezes que desejara mal ao pai por ele não apoiar seus sonhos. Se sentindo devastado por descobrir que, agora, não teriam muito tempo para superar suas diferenças.

Para Taeyang, que estava apoiado diante do parapeito da janela, e apesar de mirar a cidade já sobre o manto da noite, tinha os pensamentos longe, parecia que um abismo se abrira e arrastara todos eles para dentro, em queda livre. As palavras do médico iam embora por alguns minutos, mas voltavam com força total, martelando-o por dentro.

O Sr. Wang está se tratando há um ano, mas desistiu dos métodos mais invasivos quando lhe informamos sobre o prognóstico…

Se tratando para quê, oras? Fale de uma vez! Fale de uma vez por todas! — Ah Ra bateu os punhos na mesa e esbravejou para o médico. A mulher tremia da cabeça aos pés.

Nesse instante, um Yoseob macilento e pesaroso entrou na sala, espantando os herdeiros com sua repentina presença. Taeyang olhou do médico para o acionista, entendendo que havia alguma conexão entre os dois. Não demorou para que o amigo de seu pai esclarecesse as razões:

Estou permitindo que conte sobre a condição de saúde dele, Sr. Kim — Yoseob informou Hansol me deixou como porta-voz, como o senhor sabe, caso algo acontecesse antes dele conseguir dizer, então estou autorizando e virando-se para a família, completou Saibam que sempre fui contra ele esconder isso. Sempre. Desde o início.

Nenhum dos rapazes fora capaz de questionar porque permaneciam anestesiados pelo choque. Yun Mi, entretanto, gritou:

— Esconder o que, seus imprestáveis? Não estão vendo o estado de minha mãe?! Falem logo!

— Calma, Yun Mi, calma… — Taeyang aproximou-se da irmã e tocou-a gentilmente pelos ombros — Doutor, só nos conte logo… Não importa o que seja, não saber é muito pior…

— Como o Sr. Doh autorizou, contarei… — o médico se aprumou na poltrona de sua sala e iniciou — O Sr. Wang está acometido por um adenocarcinoma pancreático em estágio quatro — observando o rosto agoniado e confuso da família, ele explicou em melhores palavras — Trata-se de um câncer muito grave, em um órgão muito importante, que já está em seu estado mais avançado. A última ressonância detectou focos neoplásicos, focos do câncer, em outros órgãos, como fígado e intestino… Em resumo, o Sr. Wang não tem muito tempo entre nós…

Taeyang apertou os olhos com força e balançou a cabeça, inconformado. Depois da notícia, nada mais importou para os Wang. Shin e a crise na empresa foram temporariamente esquecidos e, agora, todos tentavam se escorar em algum apoio seguro, algum consolo mental, para digerir a triste revelação.

Taeyang estava falhando miseravelmente nessa tentativa. Retornou dias, semanas, meses antes, recordando como o pai se tornara progressivamente mais pálido e magro, justificando o estresse da empresa como desculpa.

Era tão fácil enganar a família, porque ninguém estava prestando atenção em ninguém naquela casa e essa verdade deixou o rapaz mais amargurado que a notícia da morte certa de Hansol. Eles todos não passavam de um bando de patéticos egoístas, cada um ao seu modo, competindo para ver quem tinha os problemas mais importantes e as razões mais justas.…

Para ajudar no clima, a sala de visitas ainda precisava ser dividida com Gun e Min Joo que, por um milagre, havia aprendido a ficar de boca fechada na hora certa. A mulher estava ao lado de seu filho, o semblante vagando longe, assim como o dele. Nem Ah Ra ou Yun Mi tiveram forças para enxotar a detestável segunda esposa do patriarca dali, deixando o hospital há pouco mais de uma hora a fim de se recomporem e buscarem alguns pertences de Hansol.

Nesse instante, Sook, que havia saído, retornou trazendo a senhora Li Chang Ru, sua mãe, a passos cautelosos. Os dois tinham os olhos inchados e vagos, como os demais ali, e com muito respeito a senhora partiu para os cumprimentos e gentis dizeres de consolo aos herdeiros.

Min Joo enfim despertou de seu devaneio solitário e, tão logo pôs os olhos na antiga rival, levantou-se ansiosa para voltar ao seu ‘eu’ verdadeiro:

O que essa velha está fazendo aqui? Você não é da família!

Agora não é hora, senhora Yoon Sook bradou, sem paciência.

Não é hora mesmo Taeyang encontrou alguma força para unir-se ao irmão. Os mais novos não tinha ânimo para nada, apenas encarando o próximo chilique da mulher com um grande desprezo nos olhares.

Min Joo… Chega dos seus espetáculos.. Chang Ru respondeu mecanicamente para ela, fitando o corredor vazio e sem vontade de estabelecer contato visual com a outra De todos os momentos que você foi inoportuna, este é o pior.

Eu? Inoportuna? A vida de Hansol não teria chegado a esse ponto se você não fosse a palpiteira descar…

CALE-SE! a exclamação exasperada foi alta e surpreendente o suficiente para fazer todos arregalarem os olhos. As enfermeiras do balcão adiante inclinaram as cabeças para a frente, curiosas com a gritaria Você é uma praga na vida de todos nós, mulher. Desde que seu destino cruzou com o de Hansol, só plantou desgraça, inveja e egoísmo. Eu, Hin Hee, Eun Tak e até Ah Ra temos de aturá-la em consideração aos seus filhos, mas isso acaba aqui… Hansol pode ter sido conivente com suas inescrupulosidades, mas nós  não… nem sei se você é humana. Tenho certeza que parte da doença dele é culpa sua. Sua!

Minha?

Sim, sua nojenta! Você que sempre o atormentou e o fez perder o sono. Nunca entendi como conseguiu colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente depois de quase matar uma criancinha inocente por ciúmes. E quando ele se deu conta e acordou do seu feitiço, você arrastou esse pobre coitado para suas ideias e invejas, tornando-o tão obscuro quanto você apontou para Gun, perplexo.

Mamãe… Sook estava um pouco espantando com a reação de sua mãe e, vendo-a cambalear para o lado, amparou seu corpo desejando poupá-la de mais estresse. Talvez não tivesse sido uma boa ideia levá-la ao hospital.

— Estou terminando, filho Chung Ru se desvencilhou das mãos do seu primogênito e continuou incisiva à outra mulher — Só queria dizer que você é um monstro, Min Joo… Não apenas intrometida, amarga e triste, mas um verdadeiro monstro! Se alguém não é bem-vindo nessa família, esse alguém, com certeza, é você.

— Velha desaforada!

— Tira sua mãe daqui… — Taeyang sacudiu o ombro de Gun, que o encarou odiosamente — Meu pai não merece esse tipo de situação mais uma vez. Não agora… e nem nunca mais…

— Vai à merda, Taeyang — Gun afastou-se do irmão com grosseria e pegou a histérica mãe pelo braço — Venha, vou levar a senhora para casa.

— Não terminei…. Chang, sua maldita…

— VENHA, DROGA! — Gun perdeu a paciência e arrastou Min Joo com menos cuidado, quase a desequilibrando. Ela, porém, permanecia implacável em seu show especial. Jung suspirou cansado e, deixando o sofá, ajudou o irmão mais velho a tirar a mãe dali.

— Ah, me desculpem crianças — a senhora Li olhou envergonhada para os herdeiros restantes assim que o tumulto se dissipou por completo e lamentou — Eu queria muito ver seu pai, mas estou achando que não foi um bom momento… Não queria causar esse problema todo…

— Não, senhora Li. Está tudo bem. — Eujin respondeu tentando forçar um sorriso gentil em meio a dor — A senhora nos fez um favor. Não aguentávamos mais olhar para a cara daquela mulher.

***

A noite chegou pesada como todo o dia havia sido. A escuridão de um céu sem estrelas e o vento gélido que soprava sobre o jardim submerso no gelo invernal adjetivavam aquele momento na Mansão da Lua magistralmente.

Dentro da casa, apenas o som das vozes dos funcionários eram ouvidas. Cochichos discretos, alguns deles, entretanto, descarados. Todos tentando unicamente entender o que estava acontecendo com aquela família, o que foram todas as informações ouvidas durante a reunião daquela manhã.

Na cozinha, Ha Jin andava de um lado para o outro, tensa demais com tudo o que estava acontecendo. Além de ter visto Shin correr de sua presença após beijá-lo, foi recebida de volta à casa com a notícia de que o senhor Wang havia sido levado às pressas para o hospital e ainda estava ansiosa sem saber o que a governanta Nyeo fazia trancada em seu dormitório desde que a casa ficara vazia.

Mais uma vez estava com o celular nas mãos. Já era tarde e passava muitas horas de seu horário de saída da mansão. Discou insistente o número do rapaz que ainda não voltara, mas apenas o toque constante da chamada era ouvida do outro lado. Shin estava evitando atendê-la.

O que eu fiz?

Recostada contra a bancada da cozinha, abriu o aplicativo onde as conversas dos dois se iniciaram e procurou pelo contato dele. Olhou para a foto da moto em frente a propriedade com o coração apertado, agoniada demais por todas as coisas que estavam acontecendo. Resolveu mandar um áudio.

“Shin, por favor, me desculpe pelo que fiz mais cedo, mas me atenda. Me ligue. Estão acontecendo coisas sérias na mansão desde que você saiu e eu não sei o que fazer. Por favor, por favor, não vá embora. Não desista agora. Não desista.”

Ela viu o áudio ser enviado, porém não recebido. Suspirou forte fechando os olhos, o aparelho contra o peito. Não sabia o que fazer, não sabia como agir. Tudo parecia confuso demais para que ela conseguisse tomar algum tipo de decisão condizente.

— Ha Jin — Ryung a chamou na cozinha. Uma voz familiar no meio de toda a situação — Como você está? Não vai para casa?

— Eu estou bem… Obrigada — tentou forçar um sorriso, mas pareceu dissimulada para si mesma — Vou ficar na mansão esta noite. Não sei como a governanta Nyeo está. Não temos notícias do senhor Wang e o senhor Shin não está na casa…

— Você parece transtornada — Ryung observou amigável — Já tomou sua medicação de hoje?

— Ah… Não. Não tomei. Obrigada por me lembrar.

Ryung observou a governanta ir até a bolsa de remédios, guardada sob a bancada da cozinha, tirar duas caixas de dentro dela e, em silêncio, com os dois comprimidos nas mãos, caminhar até os copos, engolindo os remédios enquanto imaginava onde Shin poderia estar.

— O que faremos agora, Ha Jin? — a jovem perguntou claramente aflita. A tensão de todas as horas passadas ainda sobre o local.

— Não sei, Ryung. Não faço ideia do que faremos, mas precisamos estar aqui, a postos para o que for necessário.

— Isso tudo é muito confuso… Como que a governanta Nyeo pode ser a mãe do senhor Shin? Como isso aconteceu? E o senhor Wang, no hospital? Onde o senhor Shin está? Essa família sempre teve problemas e eu vi vários desde que vim trabalhar aqui, mas nessa proporção, realmente é a primeira vez. O Lee Cha disse que a empresa estava no jornal da tarde. Parece que a Wang S.A. está no meio de uma crise financeira e se for como falaram antes, o senhor Shin é o culpado… Eu estou muito assustada com tudo isso, Ha Jin. Será que perderemos nossos empregos?

— Nada do que falam sobre Shin é verdade, Ryung. Essa é a única certeza que você precisa ter no momento — uma terceira voz se fez ouvir na cozinha e as duas jovens se viraram para o local de onde ela vinha — Ele ainda não voltou, Ha Jin?

A governanta Nyeo, olhos vermelhos e rosto inchado, estava à porta de entrada bem vestida com um tailleur escuro. Aos seus pés, uma mala de viagens repousava ameaçadoramente. Hin Hee caminhou até Ha Jin com olhos entristecidos, seu semblante sempre bravio estava apagado.

— Não, senhora… Ele ainda não voltou — a mais nova respondeu sem conseguir manter os olhos fixos nos da mais velha. Sentia-se mal por todas as coisas que estavam acontecendo.

— Tem notícias do senhor Wang?

— Não, senhora. Nenhum dos senhores ligou para nos informar qual o estado dele.

— Tudo bem — um suspiro profundo e cansado deu sequência a um pequeno instante de silêncio — Ryung, poderia me deixar a sós com Ha Jin, por favor? Preciso conversar com ela sobre algumas coisas.

— Claro. Sim, senhora. Com licença.

— Ha Jin… — Nyeo começou se aproximando da outra — Eu confesso que não acreditava que você tivesse tanto talento para essa função quando foi contratada. Você me surpreendeu demais durante esses meses...

— Obrigada, senhora — o tom da conversa não deixava Ha Jin tranquila.

— Hoje eu resolvi que todas as escolhas que fiz no passado seriam deixadas de lado. Resolvi, em definitivo, revelar o segredo que levei comigo por quase trinta anos. Eu não suportava mais.

— Eu entendo a senhora, governanta. Não precisa se explicar para mim. Eu entendo que não deve ter sido nada fácil viver tudo o que a senhora viveu.

— Eu te agradeço por tentar me entender, Ha Jin. É realmente importante para mim ter apoio de alguém…

— Como não entenderia? A senhora sofreu muito. Não consigo imaginar o quão duro deve ter sido, mas eu não a julgo, governanta.

— Você realmente é uma ótima garota — Nyeo suspirou mais uma vez antes de continuar — Liguei para meus pais. Contei tudo, desde as acusações contra Shin até o que aconteceu depois… Eles me apoiaram. Na realidade, meus pais nunca ficaram realmente satisfeitos por eu ter deixado Shin aqui. Eles sempre quiseram conhecê-lo, mas eu só tinha fotos para apresentar… Acabei forçando várias pessoas a sofrerem por ter sido fraca, por não ter lutado o quanto deveria.

— A senhora não foi fraca… Foi muito forte para suportar tudo o que suportou…

— Mas não defendi minha família como deveria — sorriu com amargura antes de prosseguir — Shin sempre foi um menino acuado, desconfiado e introspectivo. Eu temi que ele se fechasse demais e eu não pudesse mais tê-lo comigo, mas não… Ele também foi um menino gentil, carinhoso e cuidadoso.

“Você não imagina o quanto eu ficava orgulhosa quando o via cuidando dos irmãos mais novos ou quando, do nada, ele me trazia uma flor do jardim e me dizia que ela era tão perfumada e bonita como eu. Shin é um menino maravilhoso e mesmo com tantas dificuldades, mesmo tendo sido tão rejeitado em sua vida, cultivou um coração nobre e bondoso. Ele é o melhor filho que uma mãe poderia querer ter.”

Ha Jin se aproximou da mulher quando percebeu uma lágrima discreta percorrer o rosto já tão entristecido. Ela jamais poderia imaginar o sentimento que Nyeo Hin Hee estava sentindo naquele momento, mas sabia que nada cortava mais o coração de uma mãe que se distancia de seu filho.

— Depois que ele decidiu se alistar eu perdi totalmente seu contato. Eu sabia que Hansol o observava, mas ele nunca me permitiu encontrar meu filho. Apenas me dizia que ele estava bem, que estava com saúde e trabalhando, que eu não deveria interferir em suas escolhas, mas eu queria conversar com ele, até tentei ir até ele, mas fui impedida. Ele não permitiu e eu odiei esse homem e essa família como jamais poderia odiar alguém. Eles me tiraram meu filho quando criança, depois de adulto e agora… Eu o perdi em definitivo.

— Claro que não. Ele só está confuso. Tenho certeza que ele vai entender a senhora e tudo o que passou. Shin é um ótimo homem, governanta. A senhora o criou de forma excelente. Ele não vai abandoná-la. Eu tenho certeza.

— Criança, você é muito boa — Nyeo comentou, a mão carinhosa sobre o rosto de Ha Jin — Mas eu sei que o perdi. Quando eu o vi entrar por aquelas portas meses atrás, realmente pensei que viveríamos bem, que eu o teria sob meus olhos para sempre… Mas tudo correu por caminhos que eu não pude controlar… E não me arrependo mesmo assim. Não me arrependo de ter me livrado desse peso.

— Governanta…

— Por favor, Ha Jin, me ajude mais uma vez e aguente um pouco mais nessa mansão. Sei que te peço muito depois de tudo o que vivenciou, mas… Permaneça aqui. Cuide de Shin para mim. Há muito tempo percebi o quanto ele confia em você, o quanto se importa. Cuide dele e fique ao seu lado. Ele precisa de apoio… Ele precisa de alguém em quem possa confiar, alguém para quem possa mostrar quem ele realmente é. Não o abandone… Não sei se ele seria capaz de suportar.

— Senhora…

— Você é uma garota ótima, Ha Jin. Fico feliz que seja você.

— Eu…

— Não diga nada, não precisa se explicar, não para uma velha como eu — sorriu gentilmente — Sei que muitas vezes fui cruel ao pedir que se afastasse dele, mas acreditava que era o melhor para os dois, porque sofri muito no passado pelo mesmo motivo. Mas você é forte, sei que terá muito mais força que eu para lutar pelo que quer. Sei que não desistirá tão fácil.

— Eu não sou tão forte assim…

— É sim… E quando ele te ligar, me avise. Preciso saber que ele está bem.

— Mas ele não me atende desde que saiu de casa…

— Ele está transtornado, está nervoso e sem saber como reagir. Foram muitas coisas acontecendo de uma única vez. Ele precisa de um tempo para digerir tantas acusações e novidades… Não se preocupe, se tenho certeza de algo nesse momento, é de que Shin irá te procurar. Ajude-o, e me avise, por favor.

— Sim senhora…

— Vou embora agora. Obrigada por sua ajuda, minha querida.

Ha Jin não conseguiu manter as lágrimas ao sentir o abraço quente e maternal de Nyeo Hin Hee. Por um instante, sentiu o perfume da Concubina Oh e o calor do abraço da falecida se misturou ao de sua também incrível reencarnação. Viveu tantas coisas ao lado daquela alma e fora defendida inúmeras vezes por ela…  Não era justo toda tristeza que ela estava destinada a viver. Não era justo que uma mulher tão nobre e bondosa fosse obrigada a sofrer.

 — Governanta!

Ha Jin ouviu o grito familiar da cozinha. Organizava a louça ao lado de Ryung e mais algumas empregadas da casa quando Woo Ah Ra chegou na mansão sob muitos, e histéricos, gritos.

— GOVERNANTA!

— Sim, senhora — Ha Jin apressou-se para a mulher. Conseguiu ver, antes de qualquer outra reação, Yun Mi, apática, caminhar mecanicamente em direção ao corredor dos quartos.

— Não você, garota. Onde está aquela mulher? Onde está aquela mulher? Vou demiti-la agora mesmo. Como ela foi capaz de fazer tudo aquilo? Onde ela está?

— Senhora, a governanta Nyeo não se encontra na mansão.

— O QUE? E onde aquela irresponsável está?

— Ela foi embora, senhora.

— Como? — Ah Ra parou alguns instantes absorvendo aquela nova informação — É melhor assim. Você, garota, assuma a responsabilidade de governanta da casa. Eu… Não tenho tempo para perder com você. Preciso pegar alguns pertences para Hansol. Você… Saia da minha frente, menina. Saia!

Ha Jin, olhando para a senhora, virou-se e voltou para onde já estava, a cozinha. Imaginou quando poderia voltar para sua casa novamente, quando toda aquela situação melhoraria, mas o que mais a afligia, sem dúvidas, era não saber de Shin.

Quando você vai me responder, Shin? Eu vou ficar te esperando. Por favor, não desista!

***

Depois que sentiu seu peito se apertar horrivelmente, experimentando uma dor nunca imaginada, Hansol pensou que estava em seus últimos segundos de vida. Porém, seu corpo ainda não havia se entregado àquela batalha como ele acabou descobrindo ao acordar muitas horas após, ouvindo o irritante som do bip do monitor multiparamétrico e da bomba de infusão, gotejando algum medicamento analgésico forte o suficiente para deixar seus sentidos lentos.

Mesmo com a visão enevoada, o patriarca Wang conseguiu enxergar e reconhecer a mulher sentada na poltrona à sua esquerda. Hansol tentou esboçar um pequeno sorriso na direção dela, um sorriso de agradecimento por vê-la ali, mas teve certeza que não conseguiu muito sucesso naquele gesto.

— Como estou? — perguntou para Chang Ru reunindo toda sua força para falar.

— Que história foi essa que descobri hoje, Hansol? — a senhora retorquiu com precisão. Sua voz não parecia irritada ou perplexa, apenas muito deprimida.

— Qual delas, minha querida amiga? — desta vez ele obteve êxito em sorrir, o que serviu para deixar o coração dela mais despedaçado.

Muitos anos haviam se passado, mas seu primeiro esposo ainda guardava aquelas covinhas sorrateiras debaixo do rosto enrugado, as covinhas que um dia fizeram a jovem Li Chang Ru se interessar pelo herdeiro Wang em meio àquele contrato tolo de casamento estabelecido pelas suas famílias.

Por um segundo, a senhora mergulhou numa máquina do tempo em sua memória e relembrou a revolta daquele primeiro ano. Ela precisava encontrar características físicas que lhe agradassem no seu novo marido para tentar se convencer de que seria feliz.

Eles chegaram a se odiar no primeiro ano, sim. Ambos tinham o gênio forte e as convicções endurecidas. Partilhavam daquela obrigação social imposta pela família e acreditavam que apenas um pouco de atração física poderia fazer com que pudessem suportar. Então Chang Ru se concentrou em fazer Hansol sorrir para observar aquelas covinhas charmosas…

E eles tiveram um filho, ficaram juntos por quase uma década, mas nunca chegaram a se apaixonar como homem e mulher. Entre os dois, entretanto, cresceu um sentimento muito mais forte, a amizade. Em nome desse sentimento, Chang acobertou algumas escolhas dele, mesmo sem apoiá-las, porque esperava um final diferente para aquilo.

— O médico contou tudo aos meus filhos?

— Sim. Estamos todos sabendo — ela confirmou com mágoa — Não entendo por que não me contou… Por que guardou isso apenas para você, Hansol? — a senhora tocou na mão dele, apoiada no colchão.

Há quarenta anos, as mãos de ambos, lisas e firmes, ostentavam anéis de casamento em seus dedos anelares. Hoje, eram duas mãos salpicadas de manchas senis, mãos pertencentes a duas pessoas muito mais experientes, e para Chang Ru, parecia que o tempo não fizera diferença ao seu antigo marido: ele continuava guardando sentimentos e verdades para si em vez de compartilhá-las com as pessoas que amava.

— Está decepcionada por que eu vou embora antes de você, é?

— Não diga idiotices! Não diga nada se não tem nada de bom para dizer — ela o repreendeu com dureza, lutando para conter as lágrimas — Tive de enxotar aquela maldita da Min Joo para poder ter esse tempo com você. Sua filha e sua esposa vão retornar a qualquer momento e me expulsar daqui também. Tenha um pouco de consideração comigo e faça esses minutos que consegui te visitando valerem.

— Desculpe, Chang… — o homem virou as costas da mão para baixo e deu as mãos para ela. Já conseguia conversar com mais facilidade agora que, ao despertar, seu cérebro se tornara melhor oxigenado — Não foi minha intenção magoar ninguém… Eu apenas achei que conseguiria vencer essa doença sozinho, sem precisar preocupar os outros… Principalmente… aqueles que eu estimava.

— Você só tem ideias horríveis — balançou a cabeça negativamente — É verdade que procurou os melhores oncologistas americanos?

— Eu rodei o mundo… Mas há alguns meses me conformei que a morte não pode ser driblada.

A mãe de Sook respirou pesadamente, ombros trêmulos, e deu passagens para um caminho de lágrimas inevitáveis rolarem pelas suas bochechas. Hansol quis levantar a outra mão, alcançar o rosto dela e secar o choro, contudo estava sem forças para o gesto.

— Eu deveria imaginar que algo ia mal… Eu imaginei, na verdade… Desde o dia daquele jantar, com a volta de Shin, aquelas suas decisões afobadas… Algo ia errado… Eram atitudes estúpidas demais até para Wang Hansol.

Enquanto Chang Ru tecia suas lamentações, tendo o apito dos equipamentos médicos como sua trilha sonora, o moribundo encarava o teto ornado de seu luxuoso quarto particular, e colocava as recordações para funcionar. O último momento dele antes do desmaio… O rosto revoltado e petrificado de Hin Hee seguido da negação furiosa de Shin à sua origem.

— Preciso falar com Hin Hee, Chang. Ela precisa vir aqui me ver — comentou em voz alta, ansioso — Ela e Shin… Eles têm de me perdoar…

— Não sei nada da pobre Hin Hee, mas do seu filho, sim. Ele está desaparecido desde de manhã. Sook, Taeyang, Eujin… ninguém consegue contatá-lo… O baque foi muito terrível para o garoto… Aconteceu como eu imaginei… Esse segredo era venenoso demais para ficar sendo cultivado, meu amigo. Eu disse para você que era.

— Ligue para Hin Hee! Peça para ela vir aqui… — Hansol usou suas poucas energias para ordenar a presença de seu antigo amor.

Chang, que nunca se abalou com os esbravejamentos dele, observou preocupada a frequência cardíaca se elevar no monitor.

— Pare com esse show ou os médicos virão aqui te dopar de novo — respondeu incisiva — Pelo que conheço daquela moça, ela nunca se abalaria a este hospital para fazer suas vontades. Não mais. Além disso, seus filhos estão lá fora, Hansol… O rosto deles é de dar pena. Acabaram de descobrir que o pai está com um câncer terminal… Estão esperando para ter um momento com você… Faça o certo, por favor.

— Eu fiz… tudo errado — ele se penalizou, a voz impressa de amargura — Eu não devia ter feito como meu pai exigiu… Eu não queria perder nada, por isso continuei… Casei forçado com Min Joo para não perder meu sobrenome… Para não deixar de ser um maldito Wang…

“Ela estava esperando por mim com ele na barriga e eu virei as costas. Doeu, ainda dói, mas eu fiz mesmo assim… E quando não deu mais certo com Min Joo e o tempo passou, ela parecia apta a me aceitar apesar do grande covarde que fui… Papai já havia morrido, eu estava livre, Chang… Mas a empresa ia mal naquela época e precisei me unir a outro casamento arranjado, com Ah Ra, para poder estabilizar os negócios.

“Dali, os novos anos da Wang S.A. foram completamente prósperos. Eu me separei da Ah Ra e fui falar com Hin Hee. Eu queria ela do meu lado agora. Papai não podia impedir, ele era apenas um jazigo de cinzas, e a empresa aumentava os lucros a cada semestre. Com tudo certo, ia torná-la minha esposa… e ela me rejeitou… Olhou nos meus olhos e disse que tudo que sentia por mim era ódio, nada havia sobrado daquele amor.

“Mais uma vez fui mesquinho e resolvi me vingar por essa rejeição. Casei com Eun Tak apenas para mostrar a ela que eu tinha uma mulher mais nova ao meu lado. Queria que ela encostasse a cabeça no travesseiro todas as noites sabendo que eu nunca terminaria sozinho como ela terminou… Eu fui um monstro esses anos todos, Chang. Eu fiz muito mal àquela doce mulher…”.

Chang sabia de tudo aquilo. Ela acompanhou todas essas fases de Hansol com tristeza e reprovação, mas, de repente, diante da morte, nada daquilo tinha a importância de outrora.

Alguns estudos defendem a hipótese de que o câncer é uma doença psicossomática, que se desenvolve a partir da solidão, do arrependimento, da mágoa extrema. Ela nunca foi uma pessoa que acreditasse naquele tipo de argumento, contudo, estava penalizada por ver o quanto de sofrimento seu grande amigo carregava em si.

— Vamos parar com isso, hã? Vamos erguer a cabeça e nos concentrarmos no que ainda pode ser mudado… Que tal? — deu-lhe uma palmadinha gentil na mão, chamando-o para o seu argumento — Você tem oito filhos que aguardam ansiosos a aprovação do pai. Eles querem seguir os seus sonhos, mas estão presos às regras rígidas que você criou, as mesmas que seu pai usou para rendê-lo. Faça a diferença na vida dessas crianças, Hansol… Eles já te amam, só precisam da sua compreensão…

Ele deixou as palavras da senhora penetrarem dentro de si ao passo que aguardava seu coração se acalmar e a vontade de chorar ir embora. Quando sentiu que sua voz estava firme o suficiente, falou:

— Esse seu otimismo…

— O que tem ele?

— Sempre amei e sempre odiei.

***

A madrugada adentrava. Taeyang encostou a cabeça no sofá da sala de espera do hospital e fechou os olhos por um momento, desejando que todo o pesadelo do dia se dissipasse como fogo alto extinto pelo esguicho infalível de uma trompa d’água.

Ao acordar naquela segunda-feira, achou que nada poderia ser pior do que a atual situação da Wang S.A. Se algo tivesse que lhe tirar a paz atual, certamente seria a crise na empresa… Isso tudo antes de descobrir sobre a doença do pai e a verdade da origem do meio irmão.

O celular estava com a bateria esgotada em seu bolso. Perdera a conta de quantas vezes tentou ligar para Shin para informar sobre o estado de saúde de Hansol. No fundo, ele também se preocupava muito que o irmão pudesse fazer alguma besteira depois das novas revelações. De toda forma, Taeyang não conseguira contatá-lo e ainda ficara com o celular descarregado no processo.

Ele era o único filho Wang no hospital. Os irmãos mais novos foram incentivados a tomarem um banho, comerem algo e, se possível, cochilarem um pouco. Sook estava ali, ao lado dele, até poucos minutos atrás, mas acabara de sair para levar a senhora Li Chang Ru para casa.

Taeyang permanecia fiel na sala de espera, querendo ter seus minutos de conversa com o pai. Os médicos, entretanto, haviam acabado de dar a notícia que o patriarca adormecera devido às medicações noturnas e estaria apto a uma visita leve apenas na manhã seguinte.

O rapaz continuou de olhos fechados, achando que poderia dar um descanso a sua mente e cochilar daquele jeito, sentado, até o dia seguinte. De repente, o som de saltos se aproximando fizeram ele abrir os olhos, curioso.

— Café — Na Na surgiu à sua frente e esticou um glorioso copo em sua direção. Ele desejou tanto aquela bebida, mas estava sem forças para buscá-la na lanchonete… E desejou ainda mais a companhia dela.

— Por que está aqui a essa hora, Na Na?

— E por que não estaria? — ela se sentou calmamente ao seu lado. Seu perfume, seu corpo quente a poucos centímetros do dele e sua voz delicada foram suficientes para que Taeyang se sentisse mais disposto — Sinto muito pelo seu pai. Estou despedaçada por saber de tudo…

— Obrigado — ele engoliu em seco, evitando se emocionar, e abraçou a namorada pelos ombros.

Ela respirou devagar debaixo dos braços dele e colocou a cabeça na curvatura do seu pescoço, onde aplicou um carinhoso beijo em sua pele. Taeyang beijou o topo da cabeça dela em resposta e agradeceu pela presença naquele momento tão difícil.

— Jung está na lanchonete — a garota comentou após uns minutos de solidariedade silenciosa.

— Meu irmão? Achei que eles tinham ido para casa…

— Ele voltou. Veio ficar no seu lugar para você poder ir descansar um pouco.

— Eu disse a eles que não precisava — Taeyang resmungou, contrariado. Soltou-se de Na Na devagar e bebeu um pouco do café. Enquanto isso, a moça observou as olheiras e a expressão de cansaço vencido no rosto dele. Tudo que ela queria era não precisar continuar trazendo más notícias ao rapaz…

— Nós precisamos de você na empresa amanhã.

— O que houve?

— Nossas ações caíram em trinta e cinco por cento no mercado internacional… Ao fim da tarde, cinco acionistas enviaram cartas pedindo total desligamento… Os investidores japoneses também estão exigindo o lucro sobre o que foi usado para a criação do P02… Estão furiosos chamando o projeto de fraudulento... 

— Meu Deus… — ele apoiou o copo na mesinha ao lado e levou as duas mãos a cabeça.

— Não queria ser eu a trazer as más notícias, ainda mais nesse momento, mas precisamos de você inteiro para amanhã. Seus irmãos apoiam.

— O que quer dizer? Falou com eles?

— Eujin, Sun, Yun Mi e Jung… Eles vão te apoiar!

— Me apoiar em que, Na Na? É tudo tão confuso… Não estou conseguindo raciocinar direito hoje.

— Por isso vamos ajudar — Jung surgiu na sala de espera. Estava em pé, ao lado da porta e, apesar de pálido, parecia mais bem disposto que o outro herdeiro — Queremos que vá para casa, descanse, e se prepare para o nosso comunicado na reunião de amanhã.

Taeyang fitou Jung achando-o estranhamente maduro e decidido. Quanto mais forçasse o cérebro para reunir evidências do que eles queriam dizer, mais zonzo ficava. Por fim, abaixou a cabeça e apoiou-a nas mãos.

— Vem. Eujin levou seu carro mais cedo… Eu te levo em casa — Na Na ofereceu carinhosa e o arrastou para fora do hospital.

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Notas finais do capítulo

Glossário:

Concubina Oh - Nyeo Hin Hee
Hae Soo - Go Ha Jin
Hwangbo Yeon-hwa - Wang Yun Mi
Imperatriz Hwangbo - Woo Ah Ra
Ji Eun Tak (OC) - 4ª esposa de Wang Hansol
Khan Mi-Ok (OC)- amiga de Ha Jin
Lady Hae - Kim Na Na
Li Chang Ru (OC) - 1ª esposa de Wang Hansol
Park Soon-duk - Doh Hea
Park Soo-kyung - Doh Yoseob
Park Sun Hee (OC) - Esposa de Sook
Sung Ryung (OC) - empregada/amiga de Ha Jin
Taejo - Wang Hansol
Wang Baek Ah - Wang Eujin
Wang Eun - Wang Sun
Wang Yo - Wang Gun
Wang Ha Na - filha de Wang Sook
Wang Jung - Wang Jung
Wang Mu - Wang Sook
Wang So - Wang Shin
Wang Wook - Wang Taeyang
Yoon Min-joo - Imperatriz Yoo
Nahm Hye - Woo Hee



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