Mudanças Confusões da Mente escrita por Nathy Oliveira


Capítulo 17
Capítulo 17 - A Hyuuga?




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Hanabi e Neji corriam em direção ao escritório da Hokage o mais rápido que podiam.

Neji levava consigo, embrulhado em um saco plástico, o copo em que Hinata havia bebido o suco.

Chegaram no escritório da Hokage e a encontraram saindo, muito apressada e com uma maleta nas mãos.

- Neji, Hanabi... Compreendo a pressa de Raido-sama, mas, mandar os dois aqui para me buscar...

- Tsunade-sama... Não viemos aqui a mando de Raido-sama. Aliás, o que ele quer?

- Ele disse que seu filho sofreu um acidente e me chamou... Se não vieram me buscar, o que vieram fazer então?

- Acidente... – murmurou Neji, ignorando a pergunta da Hokage.

- Hanabi, o que está acontecendo? – perguntou Tsunade, ao ver que não conseguiria nada de Neji.

- Acreditamos que o filho de Raido-sama dopou minha irmã e planejava engravidá-la, para impedir a onee-san e o Neji-kun de se casarem.

- Kami-sama... Vejo que Sasuke foi o menor de meus problemas... Quanto mais acho que os Hyuugas vão sossegar, mais problemas eles me arrumam. Já que a situação é grave, mandarei Shizune cuidar do filho de Raido. Vocês venham comigo e eu quero uma explicação decente para essa história.

Os três seguiram para dentro do escritório. Enquanto caminhavam, Neji passou o copo para Tsunade e Hanabi explicou que acreditava que restos do sonífero usado estavam ali ainda. Como havia dito, Tsunade mandou Shizune ir cuidar de Kai e foi até a sua mesa levando o equipamento necessário para analisar a amostra de suco.

Após alguns minutos de estudo, Tsunade concluiu que era um tipo bem raro de sonífero, normalmente usado por ninjas espiões. Ele cortava o fluxo de chakra da pessoa, imobilizando-a por um curto período de tempo e fazendo-a dormir logo em seguida, por tempo indeterminado, que variava de acordo com a quantidade de chakra a ser consumido e a quantidade de sonífero usado. No caso de Hinata, a quantidade usada foi suficiente para apagá-la por um dia e meio. Se a mesma quantidade fosse usada no Naruto, teria feito o garoto bocejar.

Neji contou à Tsunade o que havia acontecido, como havia encontrado Kai e Hinata, e como Hanabi havia furtado o copo.

Tsunade via, pelo desespero dele, que o que ele dizia era verdade.

- Neji, entendo que os Hyuugas têm regras internas... E que isso sempre gerou problemas mas... Porque Kai iria acusá-lo dessa forma?

- Acho que eu posso responder isso, Hokage-sama... – disse Hanabi.

- Então responda por favor, porque eu já não entendo mais nada.

- Hokage-sama, sabe como funciona a divisão de famílias, certo? Os Hyuugas acreditam que não existe nenhuma forma de unificar o clã, mas na realidade existe sim. Eu andei estudando alguns pergaminhos antigos que encontrei no escritório do tou-san.

- E, onde o Raido-sama entra nisso?

- Com o clã divido, ele, como Conselheiro Chefe, tem o poder de decisão. Com o clã unificado, o Conselho deixa de ser necessário e o poder de decisão passa ao Neji-kun e à onee-san.

- Então... O Conselho não quer que eles se casem, porque se isso acontecer, o clã será unificado e Raido-sama perde o poder de decisão?

- Não. Eles não podem nem se casar, por ela ser Souke e ele Bunke. Há uma regra que diz que, uma Hyuuga solteira e grávida, é obrigada a casar com o Hyuuga que a engravidou seja ele souke ou bunke.

- Raido-sama acredita que estou namorando Hinata-sama apenas para ter o clã sob meu comando. Com isso, ele deve ter mandando Kai dopá-la pra me incriminar.

- Ou então... Engravidá-la para que eles sejam obrigados a se casar. – concluiu Hanabi.

- O problema é bem mais complexo do que eu imaginava...

- Por isso viemos aqui. Precisamos provar que ela foi dopada pelo Kai!

- Isso será um problema... Bom, vamos falar com Hiashi.

- Não! Não podemos falar com o tou-san. Ele certamente vai achar que o Neji-kun está tentando incriminar o Kai-san.

- Certo... Então, faremos o seguinte: Eu darei à vocês um laudo que comprova a existência do sonífero no suco, e vocês o guardam. Eu falarei com Hiashi e darei um jeito de afastar Hinata desse rapaz. É o máximo que posso fazer por vocês.

- Tsunade-sama... Eu nem sei como lhe agradecer...

- Basta não me arrumar mais problemas, Neji. Agora, vão e finjam que não vieram aqui. Eu me resolvo com Hiashi.

Neji e Hanabi saíram do escritório, com esperanças de que aquilo terminaria bem. Neji só desejava bater mais um pouco em Kai, caso ele ousasse tocar Hinata mais uma vez.

Chegaram ao clã e encontraram Hiashi saindo, muito apressado.

- Tou-san, onde vai com tanta pressa?

- Tsunade mandou me chamar... Hinata deveria ter ido lá para a conversa após a graduação mas, como bem sabem ela não está em condições de ir.

- Shizune-san já viu o estado do Kai? – perguntou Neji, de forma desinteressada.

- Sim, ele está medicado e deverá ficar de repouso. O que me lembra que eu não quero você perto dele e do quarto de minha filha, até que eu descubra o que aconteceu, entendido?

- Hai...

- Hanabi, Shizune conseguiu acordar sua irmã, embora ela não saiba o que a fez adormecer daquele jeito. Ela ainda está meio tonta e com fome. Eu acabei de pedir à Kin que fizesse algo para ela comer. Leve para ela e ajude-a, por favor. Agora é melhor eu ir... Vejo você dois mais tarde.

Hiashi saiu apressado, e sem nenhum vestígio do bom humor que o cercava nos últimos dias.

- É Neji-kun, a coisa está feia para o seu lado... Vou ir levar a comida da nee-san, vem comigo?

- Hanabi-sama, seu pai acabou de me proibir de ir lá!

- E desde quando você obedece ao meu pai? – Apesar da seriedade do momento, Hanabi ria da expressão de seu primo. Ela sabia o quanto ele gostava de Hinata e, no que dependesse dela, ninguém separaria aqueles dois.

- Não creio que desobedecer seu pai agora poderá me ajudar...

- Ahhh! Você reclama demais! Vamos logo!

Hanabi puxou Neji pelo braço e o arrastou até a cozinha. Ela pegou a bandeja com a comida de Hinata, passou-a para Neji e seguiu para o quarto de sua irmã. Bateu levemente na porta e esperou até que Hinata autorizasse a entrada.

- Onee-chan?

- Hai... O tou-san disse para eu te trazer comida...

- Pode entrar...

Neji e Hanabi entraram, lentamente e atentos à qualquer outro som. Não queriam que ninguém visse Neji ali.

- Ohh, nii-san... Não sabia que viria também... – Hinata sorria fracamente. Provavelmente o sonífero ainda estava fazendo muito efeito.

- Ele não deveria estar aqui, mas eu o arrastei. Tou-san o proibiu de vir no seu quarto...

- Por causa do Kai, não é? Eu sei que ele fez algo... Lembro-me de aceitar um suco e depois acordar aqui, sob os cuidados da Shizune-san.

- Aquele maldito te dopou, Hinata-sama... Vou fazê-lo pagar por isso, eu prometo!

Neji aproximou-se de Hinata e colocou a bandeja no criado mudo ao lado dela.

Hinata, lentamente, levantou sua mão direita e tocou a face de seu namorado. Ele sorriu e sentiu-se bem com aquele singelo contato.

- Não se preocupe, nii-san... Ele não o fará mais. Você não deixará que ele fique perto de mim que eu sei.

Neji riu com o comentário, o que fez Hinata corar um pouco e rir junto.

- Ahh, parem com isso... Já estou nauseada.

Não que Hanabi não estivesse feliz... Ela só não estava acostumada a momentos tão melosos assim.

- Tudo bem, onee-chan... Sem melação.

Eles riram da situação e, para evitar que Hiashi encontrasse Neji ali, ele e Hanabi saíram do quarto e foram cumprir seus afazeres.

Algumas horas depois, já recuperada dos efeitos do sonífero, Hinata levantou de seu quarto e foi procurar por seu pai.

Infelizmente ele não estava e, segundo a empregada, ele ainda estava em reunião com a Godaime.

Para não ficar sem fazer nada, sabendo que seu pai não queria que Hinata ficasse muito tempo com Neji, ela decidiu dar uma volta por Konoha, algo que há um bom tempo não fazia.

Hinata percebeu que, conforme andava por Konoha, as pessoas a encaravam. Algumas sorriam a cumprimentavam com um aceno, outras viravam o rosto... Isso muito chateava a Hyuuga, que não entendia o porque disso.

Enquanto caminhava distraidamente, Hinata, sem saber, era seguida por um espião de Kai.

O rapaz havia sido designado para seguir todos os passos de Hinata, pelo resto da semana. Kai pretendia saber toda a rotina dela para que pudesse planejar uma forma de concluir seu frustrado plano. Embora considerasse pouco provável que Kai conseguisse algo, principalmente com Neji por perto, o rapaz continuou a seguir Hinata e anotar tudo o que ela fazia.

Até então ele não havia visto nada de extraordinário.

Durante um momento de distração, o espião foi agarrado pela gola da blusa e jogado contra um muro.

- O que pensa que está fazendo?

Ainda meio tonto por causa da pancada, o espião não conseguia ver quem falava. Entretanto,conseguia distinguir nitidamente o tom raivoso da pessoa.

- Eu perguntei o que está fazendo! Porque está seguindo aquela Hyuuga?

- E-eu... Tenho or-ordens de segui-la...

- Quem ordenou que a seguisse?

Quem é que está gritando comigo?, pensou o rapaz. Eu sei que já ouvi essa voz antes!

- Kiba-kun, deixe-o.

- Isuzu-san, esse cara aí tava seguindo a Hina-chan, eu vi! – o tom de voz de Kiba havia mudado da raiva para a indignação em poucos segundos.

- Como sabe que ele seguia a Hinata-chan?

- É que eu... Bem... Eu tava seguindo ela também...

O olhar de Shino e de Isuzu era de desaprovação com um misto de diversão.

- Kiba-kun, não deveria ficar seguindo uma moça dessa forma, assim mais uma comprometida... Mas, sinceramente fico feliz que tenha feito isso. Caso contrário, não teria pego esse daí. Agora, meu rapaz... Porque não nos conta o que fazia exatamente?

Isuzu falava de forma doce, quase como se permitisse ao rapaz que escolhesse se falaria ou não.

- Eu não posso! – agora ele podia ver quem estava ali. Ele conseguiu identificar o garoto Inuzuka, mas não via o cachorro; o garoto Aburame e a estranha que agora era namorada dele. – Se eu contar pra vocês, ele me mata!

- Ele te mata, meu docinho... Que pena. Porque se não me contar, eu posso fazer ainda pior.

O tom de voz de Isuzu deveria ter servido de aviso para o rapaz. Era o mesmo que ela usara com Naruto quando este tentara trapacear no Jounin Shiken.

- M-mas... Eu não posso. Por favor, deixem-me ir. Eu não seguirei mais, eu juro!

- Fale logo, rapaz. Eu não deixaria a Isuzu nervosa, se estivesse em seu lugar. – apesar de manter um tom de voz indiferente, Shino estava com dó do rapaz. Se Isuzu se estressasse, ela o faria contar até o seu mais escondido segredo.

- Porque não diz seu nome? Assim as coisas vão fluir melhor. – rosnou Kiba. O que ele não daria para arrancar alguns membros daquele rapaz!

- Eu m-me chamo Shaoran.

- Certo... – Isuzu caminhou lentamente até estar de frente para o garoto e a uma distância intimidadora – Porque não me conte de onde veio?

- Eu vim de outro país... – diante do olhar assustador dela, Shaoran decidiu por contar tudo o que sabia – Um Hyuuga, ele tem um nome pequeno, agora não lembro...

- Por acaso o nome é Kai?

Shaoran olhou para o lado, na tentativa de descobrir de quem era a nova voz. Só não esperava se deparar a poucos sentimentos de distância do melhor Byakugan de Konoha.

- É-é esse nome sim...

- Neji-san, o que faz aqui? – perguntou Isuzu, amigavelmente.

- Eu estava passando aqui perto e, como sabe, tenho uma audição privilegiada. Não mais do que Kiba, mas ainda assim posso ouvir mais que os outros shinobis. – Kiba sentiu-se lisonjeado com o comentário – Eu ouvi a voz do Kiba, logo em seguida a sua. Resolvi ver o que era. Quando ouvi falar de um Hyuuga, resolvi ver o que era. Eu já estava preparado para outra manobra de Kai.

- Fui eu que o descobri. Eu o vi seguindo a Hina-chan.

Kiba declarou como se estivesse assumindo a autoria de um feito heróico. Neji, apesar da evidente antipatia e de não gostar de Kiba chamando Hinata de Hina-chan, ficou feliz por saber que o garoto havia sido útil e que assim como ele, estava preocupado com a segurança da Hyuuga.

- Rapazes, deixem o Shaoran aqui terminar de contar... Quero ouvir tudo o que ele tem a dizer.

- O-obrigada, senhorita... Esse tal de Kai me contratou para seguir a garota Hyuuga por uma semana, e depois passar pra ele tudo o que ela fez. Nos mínimos detalhes. Ele não contou o porque, só disse que eu teria que fazer bem feito o serviço e não falar pra ninguém, senão me mataria.

- Hahahaha! O Kai, matar alguém? Aquele ali tem medo de encarar a Hanabi-sama! – Neji ria feito criança. Aquela havia sido a ameaça mais sem sentido que já ouvira em sua vida.

- Neji-san, se me perdoa, não creio que Kai ameaçou matá-lo com suas próprias mãos. Como vê, ele não é dos que fazem as coisas sozinho; ele arruma quem faça por ele. Melhor levá-lo até a Hokage, e deixar que ele fique sob os cuidados dela.

- Eu concordo com ela, Neji-kun. É melhor levá-lo.

- Okay... Eu já tinha que ir lá mesmo. Hiashi-sama está demorando demais.

- Eu... Posso ir com você?

Neji espantou-se com aquilo. Ele ouvira mesmo Kiba pedindo com educação para ir com ele? É, as coisas estavam mesmo mudando.

- Sim Kiba, pode. Não vejo porque dizer não.

- Já que as coisas estão resolvidas, eu e Shino vãos terminar nosso passeio. Tentem não arrumar briga por aí.

Isuzu e Shino sumiram de mãos dadas, deixando os três rapazes em uma situação deveras estranha.

Neji aproveitou o momento e levantou Shaoran. Olhou para Kiba e fez sinal para que eles seguissem.

Enquanto caminhavam, Kiba olhava para Neji, e depois desviava o olhar, como se estivesse envergonhado.

- Kiba, porque me dizer o que está acontecendo, por favor?

- É que eu queria te pedir desculpa...

- Por...?

- Eu sempre quis ter a Hina-chan, te acusei de um monte de coisas... Eu achava que você era o cara errado pra ela, sabe? Mesmo que não fosse eu o cara certo, eu não imaginava que ela escolheria você. Eu sempre achei que você faria algum mal à ela... Mas, eu descobri que você cuida dela melhor que eu. Você tá desafiando todo o seu clã pra cuidar dela! E, mesmo que eu goste dela e muito, eu tenho que reconhecer que você é melhor pra ela que eu.

- Kiba... Eu sinceramente não sei o que te dizer...

- Não diga nada. Só cuide bem da Hina-chan, porque, se você fizer ela sofrer, eu vou pessoalmente te matar!

- Se você me encontrar.

Kiba riu da piada e então os dois seguiram animados até o escritório. No caminho, encontraram Hiashi voltando com Hinata.

- Neji nii-san!

- Hinata-sama, o que faz aqui?

- Um anbu me parou e disse que era pra eu ir até o escritório. O tou-san estava me esperando, e disse que devíamos voltar para o clã.

- E você virá conosco, Neji. Temos que conversar, nós três.

- Deixe que eu levo ele, Neji. Aí já aproveito e bato nele... Tô com vontade de fazer isso desde que o descobri.

Ao ouvir Kiba dizer isso, Shaoran empalideceu. Hinata estranhou a cumplicidade entre seu primo e seu colega de equipe, até porque eles eram rivais declarados. Ela certamente perguntaria sobre isso mais tarde...

- Tá legal. – Neji passou o prisioneiro para Kiba – Só não bata nele, a menos que a Godaime autorize. Se ela autorizar, bata por nós dois.

Kiba continuou o caminho com Shaoran, enquanto Neji, Hinata e Hiashi voltavam ao clã em silêncio.

Hiashi, provavelmente para evitar que eles mantivessem contato físico, mantinha-se entre os dois. Hinata caminhava olhando para o chão e Neji olhava para o lado, tentando não olhar para seu tio. Não sabia o que ele e Tsunade haviam conversado, mas sentia-se como se estivesse sendo escoltado para um julgamento onde com certeza seria condenado à forca.

Chegaram ao clã e Hiashi seguia impacientemente para o corredor da sala de reuniões. Parou em frente à porta e a abriu. Fez sinal para que os dois entrassem.

Neji e Hinata sentaram-se um de frente para o outro, próximos à cadeira de Hiashi. Hiashi falou algo com Kin que estava na porta e sentou-se em seu lugar.

- Tou-san, eu não estou entendendo...

- Já irá entender, minha filha. Aguarde um momento.

Hinata encarava Neji procurando confiança, mas ele estava tão confuso quanto ela.

A porta se abriu e por ela passaram Hanabi, com um papel em suas mãos, Raido e Kai, ambos com expressões indecifráveis.

Hanabi imediatamente sentou-se ao lado de Hinata, enquanto Kai e Raido ficaram de pé, encarando Hiashi.

- Que bom que estamos todos aqui, não concorda Raido?

- Vá direto ao ponto, Hiashi, não tenho tempo para brincadeiras.

- Eu pensei que você e seu filho gostassem de brincadeiras... Que pena.

- Hiashi-sama, pode dizer logo porque convocou esta reunião? Ficar no mesmo ambiente que esse bunke me causa náuseas.

- Essa reunião não é minha, Kai. É de Hanabi.

- E o que esta pirralha teria a nos dizer? – perguntou Raido, incrédulo.

- Dizer não, Raido-sama, mostrar. Mas antes... Kai-san, pode por favor me contar onde arrumou aquele sonífero? Ele me seria muito útil quando eu fosse atormentar o Neji-kun.

- So-sonífero? Do que está falando?

- Estou falando do sonífero que colocou no suco da nee-san. E não adianta negar, porque eu tenho aqui o relatório da Tsunade-sama que diz que tinha mesmo sonífero lá. Você também não pode mais acusar o Neji-kun porque quando minha nee-san tomou o sonífero ele estava na sala vendo TV comigo. E de qualquer forma, seu rosto tá vermelho, muito vermelho. Isso significa que você não sabe o que dizer, porque sabe que é o culpado.

- Kai, você dopou mesmo minha filha? – Apesar da pergunta, Hiashi não aparentava estar nem um pouco surpreso.

- Como ousam acusar meu filho, a imagem da perfeição? Hiashi, exijo que peça desculpas!

- Raido, você não exige nada. Quem manda aqui ainda sou eu e, tendo provas contra seu filho, ele será levado pela anbu para interrogatório. Se tentar impedir, será levado junto. Agora saiam dessa sala.

Os dois olharam Hiashi pasmos e Hanabi, muito educadamente, tirou-os da sala.

Neji e Hinata continuavam sem entender nada.

- Agora... Vocês dois. Ao Neji, deixe-me terminar! – Acrescentou Hiashi, quando Neji tentou falar – Eu devo pedir desculpas, em especial à você Neji. Eu sabia que você jamais teria feito nada contra minha filha mas, eu tinha que ter provas antes. Tsunade me contou o que aconteceu e, por idéia de Hanabi, resolvi marcar essa reunião. Vocês até que poderiam estar fora dela, mas o que tenho que dizer agora é mais importante. Hinata, perdoe esse seu velho pai por não ter prestado atenção e nem me dedicado tanto quanto devia. Como sabe, quando um ninja se gradua jounin, recebe um presente. Geralmente é algo que vem da família, mas sempre entregue pela Hokage. Nosso clã tem suas próprias e inúteis regras, o que sempre gerou confusão em relação à isso.

- Mas, papai, o que isso tem a ver comigo?

- Se permitir que eu termine, entenderá.

Hinata concordou com um movimento da cabeça.

- Quando sua mãe teve você, nós fizemos uma viagem. Fomos à uma vila distante, que nem vila ninja é. Nós havíamos construído uma casa lá, quando éramos jovens. Em volta da casa sua mãe plantou muitas cerejeiras... Ela gostava tanto de cerejeiras... – Hiashi sorriu com a lembrança – Antes de morrer, sua mãe guardou a chave da casa. Queria que ela fosse dada a você. Seu presente de graduação é esse. Entretanto, Tsunade disse ter feito melhorias na casa... O que exatamente ela fez, não sei. Ela só disse que resolveu dar um toque especial em seu presente.

- Tou-san, isso é maravilhoso mas... Ainda não entendo!

- Aí vem a diversão. Por causa dessas regras, Neji não recebeu presente. Portanto, após conversar com Tsunade, decidimos mandar vocês dois para lá. Vocês estão precisando de férias, confessem. Aqui em Konoha vocês só têm entrado em confusão. Um pouco de ar puro e solidão fará bem à vocês.

- Mas, mandar-nos sozinhos, Hiashi-sama?

- Vocês são bem grandinhos já para ter alguém seguindo vocês. Mas, é claro que vocês não irão esse ano. Hinata mal completou 15 anos, não quero problemas. Até lá, por precaução, Tsunade os usará como mensageiros. Vocês farão algumas muitas visitas ao Kazekage. Vocês e Shikamaru, já que a namorada dele é de lá.

- Tou-san, isso é incrível!

- Eu sei, minha filha. Eu sempre me preocupei com o clã e esqueci de seus sentimentos, preciso me redimir. Agora, vão e peguem suas coisas. Tsunade disse que hoje ainda os mandaria para Suna.

Muitos felizes, Neji e Hinata saíram da sala de mãos dadas. Hiashi permaneceu lá por mais alguns minutos, sorrindo. Quando saiu da sala, parou em frente à um retrato de sua falecida esposa que ficava ao lado da porta de seu quarto. Sorriu e disse:

- É, meu amor. Ela será feliz como você sempre desejou. E eu honrarei o que meu irmão fez por mim.

Hiashi entrou no quarto e se jogou em sua cama.

 

Hanabi acompanhou sua irmã e seu primo até o escritório da Hokage, onde eles receberam os pergaminhos que deveriam levar para Suna.

Quando chegaram no portão da vila, encontraram Shikamaru, Lee, Tenten, Kiba, Shino e Isuzu.

Lee correu para Neji e deu-lhe um tapa no ombro.

- Cara, aproveite essa viagem! Se eu pudesse, iria junto!

- Porque você iria junto, Lee?

- Ainda pergunta Shikamaru? Esses dois aí só arrumam confusão! Eu ia querer estar junto para mostrar meu novo taijutsu!

- Ai ai... Venha, Leezinho. Deixe os dois. Divirtam-se!

E com isso Tenten puxou Lee para longe, sorrindo.

Isuzu deu algumas informações à Neji e Shikamaru, e um beijo no rosto de Hinata, dizendo a ela que se cuidasse. Logo em seguida saiu com Shino.

- Hina-chan, cuide-se, por favor... Não deixe que nada te aconteça, okay? Tome, leve com você.

Kiba esticou um rolinho de panos para a garota. Hinata pegou e desembrulhou. Encontrou ali um cachorrinho, uma miniatura perfeita de Akamaru.

- É um dos filhotinhos dele... Ele andou tendo um caso com uma das fêmeas do clã e ela acabou tendo filhotinhos... Por isso não tenho andando com ele. Ele só quer saber dos bebês.

- Obrigada, Kiba-kun. Ele é lindo. Prometo cuidar bem dele. – Hinata sorria para seu amigo. Ela sabia o quanto lhe doía estar ali, vendo-a com Neji, e admirava sua coragem.

-E você Hyuuga, lembre-se: Se algo acontecer à Hina-chan, nem que eu tenha que te buscar no Inferno. Eu te encontro e te dou uma lição!

- Ninguém fará nada à Hinata-sama. Nem se a morte vir buscá-la pessoalmente tirarão Hinata-sama de meus braços.

Kiba sorriu e, mesmo não estando completamente à vontade, abraçou Neji. Um abraço rápido, mas mesmo assim um abraço.

- Cuide-se também, Neji-baka. Senão Hina-chan ficará sem proteção.

- Cuide de Konoha em minha ausência, cachorro. Quero voltar e achar a vila inteira.

Ambos riram e com isso Neji, Hinata e Shikamaru seguiram para fora da vila.

- Nii-san, de onde surgiu essa amizade toda?

- Com Kiba?

- É...

- Ele admitiu que não há ninguém melhor que eu para cuidar de você. Ambos temos um mesmo objetivo em vida: Manter você viva, bem e feliz. Não havia motivo para briga.

- Então, isso quer dizer que vocês estão evoluindo. – Hinata riu, o que fez com que Neji involuntariamente risse também.

Ele puxou-a para perto de si e eles seguiram Shikamaru assim, abraçados. Aquecidos pelo sol e unidos por seu amor.

 

 

 

 


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