Alguns meses se passaram e pela primeira vez em muitos anos eu não falei com Pietro durante todo esse tempo. O garoto fora proibido de me encontrar e tive que concordar, afinal, era isso ou o sofrimento de ambos. Dele, pelas dores tanto internas como externas e meu por vê-lo sofrer com isso. Fomos separados por mera falta de sorte.

O amor tem seus sacrifícios.

Uma semana depois da separação inevitável, ele já havia arranjado uma namorada e sempre que eu o via, enxergava além de seu olhar triste. Eu percebia toda a infelicidade que a alma de Pietro estava submetida, via como ele estranhava a presença da garota ao seu lado e como até sua respiração estava um tanto mudada. Sempre que eu o via, eu morria por dentro.

O amor tem seu sofrimento.

Uma vez nos encontramos sozinhos debaixo de uma macieira à luz do mesmo por do sol que nos cobria anos atrás. Seus olhos estavam inchados, como se estivesse chorando por noites seguidas. Se esse era o caso, eu não deveria estar muito diferente disso. O garoto me disse que estaria se mudando amanhã pela manhã, que não conseguia me encarar e levar a mentira que seu pai forjara adiante. Disse entre uma lágrima e outra que isso seria o melhor para nós e, por fim, me beijou. Um beijo de adeus.

Afinal, o amor às vezes tem seus desencontros.