- Rima, tenho um convite pra você! – anunciei ao desligar o celular.

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Rima fitava-me com certa curiosidade. Utau havia convidado-nos para passar o feriado em uma ilha muito conhecida no Japão, com grandes festivais e lindas praias.

Ela faria um show lá e ficar somente com seus empresários seria realmente entediante, obviamente. Por isso resolveu nos convidar.

Expliquei tudo á Rima, que parecia bastante contente com as noticias. Daqui a três dias viajaríamos. Tínhamos ainda algum tempo para arrumar nossas malas e falarmos com nossos pais sobre o assunto.

Convidei Rima então para voltar pra casa comigo naquele dia. As aulas passaram rapidamente, logo, era hora de voltar pra casa.

O caminho foi divertido, conversamos muito sobre como seria a maravilhosa viagem, nossas charas brincavam e conversavam enquanto caminhava-mos.

- Tadaima! – Falei ao adentrar minha casa.

- Okaerinasai, Amu-chan! – disse minha mãe animada. – Rima, há quanto tempo você não aparece aqui em casa! Vai passar a noite aqui? – perguntou entusiasmada.

- Não perguntei aos meus pais, mas não vai ser incômodo? – perguntou Rima.

- Ora essa, mas é claro que não! Vou ligar para seus pais, qual o número? – Perguntou, pegando o telefone.

Os pais de Rima hesitaram no começo, mas depois acabaram cedendo. Subimos para meu quarto, colocamos roupas mais confortáveis e ficamos conversando.

Eu vestia meu pijama de sempre. Rima vestia um pijama listrado que eu lhe emprestei.

- Então Amu, como estão as coisas entre você e o Tadase? – Perguntou como uma cara de safada.

- Ei, Rima! – Fiz beiçinho. – Não mudaram nada, sempre a mesma coisa. – confessei com uma expressão séria.  Aquilo, por algum motivo, não mais me deixava triste.

- Entendo. – Falou séria.

- Mas eu soube que você está saindo com um garoto da sétima série. – Sondei com um sorriso malicioso. – Por que eu sou a última a saber? – Fiz beiço.

- Que besteira! Quem disse isso? – Disfarçou com o rosto corado. – Ele é só meu amigo.

- Sei. – Disse desconfiada. – Se é assim por que esse rosto corado? – falei aos risos.

- Co-corado? – Perguntou nervosa. – Não estou assim. – Falou convencida, enfiando a cabeça no travesseiro.

- Se encontrando escondida com um garoto mais velho heim? Quem diria, Rima! – falei sorrindo maliciosamente.

Ouvi a porta de vidro que ia para a sacada de meu quarto abrir-se. Assustada, olhei para tal porta e para minha surpresa lá estava ele.

- Yo Amu... – O garoto parou de falar ao ver que eu não estava sozinha no quarto.

- Yo! – Exclamou Yoru.

- Quem está se encontrando escondida com um garoto mais velho, Amu? – Perguntou incrédula.

- Dá pra parar de entrar no meu quarto pela Janela? E ainda por cima sem avisar? IDIOTA! – xinguei, arremessando um travesseiro em sua direção.

- Itai. – Disse quando um travesseiro acertou-lhe o rosto. – O que pensa que está fazendo? – perguntou irritado.

- O que pensa que você está fazendo? – perguntei dando ênfase ao ‘você’.

- Pare de jogar coisas no Ikuto Nyah! – Gritou Yoru.

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- Então é isso... – disse Rima, após ouvir toda a explicação de que Ikuto não era meu namorado ou coisa parecida.

- Sim, é só isso. – falei, estreitando os olhos para Rima.

Ikuto se encontrava deitado no chão muito à vontade.

- Você não vai embora não? – perguntei com cara de tédio.

- Que cruel me expulsar desse jeito. – disse ele virando-se pra mim.

- Amu-chan, o jantar está pronto! – gritou minha mãe da sala de jantar.

- Já estou indo! – respondi.

- Acho que já vou indo. – disse Ikuto, indo em direção à porta da sacada. – até daqui a três dias. – despediu-se, com um sorrido de canto, pulando da sacada e indo embora.

“até daqui a três dias”... Isso quer dizer que... Ikuto vai viajar com a gente?  – gritava em meus pensamentos.

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Os dias foram se passando rápido. Hoje pegaríamos o avião para tal ilha que tanto desejamos conhecer.

Quando cheguei ao aeroporto, Ikuto já estava lá, escorado em suas bagagens, bebendo um chocolate quente.

- Yo! – acenou ao avistar-me de longe.

Acenei igualmente. Ikuto estava realmente bonito, vestia uma camisa social preta e calça jeans. Andei até ele. Ikuto já comprara nossas passagens, agora apenas aguardaríamos Rima e o avião chegar.

- Quer chocolate quente? – perguntou, balançando o copo.

- Sim, obrigada. – Peguei o copo e bebi, estava realmente quente. – Acho que queimei minha língua, como consegue beber isso? – Perguntei incrédula.

Ikuto fitava-me sério, me ignorando completamente. Aproximou-se lentamente de mim, seus olhos vidrados em meu rosto. Seus braços entrelaçaram-se à minha cintura, seu rosto estava cada vez mais perto, senti sua respiração mesclando-se à minha. Senti sua língua roçar-se no canto de meu lábio. Aquilo fora muito repentino, estava completamente sem ação.

Ikuto afastou-se, colocando suas mãos nos bolsos.

- O-OQE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – gritei nervosa.

- Estava sujo. – Falou em um tom despreocupado, escorando-se em suas bagagens novamente.

Estreitei os olhos, emburrada. Não sei como ele conseguia agir daquela maneira, era como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Ouvi as pessoas em volta sussurrarem coisas como “...aqueles dois...”   “...casal...”   “...beijo...” 

- Olha o que você fez, idiota, agora todos estão olhando. – resmunguei.

- Não importa os outros. – Falou, voltando a beber seu chocolate quente. – quer mais? – estendeu o copo novamente.

Apenas estreitei meus olhos para ele, que começou a rir. Não me segurei e comecei a rir também.

- Parece que estão se divertindo. – Falou Rima ao aproximar-se.

- Rima, estava preocupada! Cheguei a pensar que não viria mais. – Falei.

- Desculpe o atraso. – acenou para Ikuto.

- Yo Rima. – Cumprimentou, colocando a boca no copo em seguida.

Logo foi avisado que o avião chegara. Nossas bagagens foram colocadas no avião e depois de alguns minutos embarcamos.