Até onde os Ventos Me Levarem escrita por Hiori_09


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo
Sobre o capítulo anterior... algumas pessoas falaram sobre o bilhete e talz...
Bom... o que dizia no bilhete está nesse capítulo. Eu deixei alguma coisas do capítulo anterior para explicar nesse.
Beijinhos.



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Ikuto levantou a cabeça rapidamente, com os olhos arregalados. Ele não esperava me ver naquela hora, nem naquele lugar.

 

- O que está fazendo aqui? – Falou quase gritando, franzinho o cenho.

 

Você realmente não sabe o que eu estou fazendo aqui, Ikuto?

 

- POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO? – gritei, ignorando sua pergunta. – NÃO ENTENDE COMO ISSO É TERRÍVEL PRA MIM? NÃO ENTENDE COMO EU ME SINTO? – continuei a gritar, curvando-me enquanto lágrimas escorriam em meu rosto.

 

Ikuto estava visivelmente indignado.

Ikuto, o papel de indignação... é meu.

 

Qualquer papel de vítima nessa história... é meu, Ikuto.

Eu fui a pessoa que mais fora ferida em todos esses acontecimentos.

 

 

Pôs sua mão direita na parede velha atrás de si, que tinha sua tinta descascando-se, como apoio para se levantar.

 

- EU FIZ ISSO TUDO PRA TE PROTEGER! DROGA! VÁ EMBORA! – gritou, com a voz vacilante, levantando-se com dificuldade.

 

- Ikuto, você conhece a dor de quando alguém se sacrifica por você? – Perguntei, abaixando o tom de voz.

 

Vi os olhos de Ikuto se arregalarem mais ainda. Sim, ele fez isso para me proteger, ele não queria meu sofrimento, mas... acabou me fazendo sofrer do mesmo jeito, talvez até mais.

 

Abaixou a cabeça, como em desaprovação á si mesmo.

 

Sim Ikuto, perceba...

 

- Enquanto você estiver comigo, Ikuto... Eu vou fazer de tudo, pra ficarmos juntos. Não precisa se preocupar em me proteger... Eu posso fazer isso sozinha. Desde que você esteja comigo, eu vou estar bem. Por isso... não me abandone, não tente fazer tudo sozinho... Porque... EU ESTOU AQUI, NÃO ESTOU? – gritei, enquanto o vento forte batia em meu rosto, levantando meus cabelos e levando minhas lágrimas embora.

 

Você deve apenas... voltar pra mim.

 

- Parece que sou o pior... – Disse vencido, ainda com a cabeça baixa.

 

Sim, Ikuto. Você é o pior... Mas mesmo sendo o pior, é você que eu quero pra mim, é você que eu amo.

 

- Parou com a discussãozinha de casal? – Intrometeu-se a mulher. – Olha, Ikuto escolheu se entregar a nós do que fazer você sofrer, então... apenas agradeça e vá embora se não quer se... – Foi interrompida.

 

- Não fale mais nada. – Disse baixinho, enquanto ainda mantinha a pouca paciência que me restava. – Não piore as coisas.

 

Depois de tudo que ela havia feito... por que apenas não se calava e ia embora?

 

- Piorar as coisas? – Perguntou debochada. – Pra quem? Pra você ou pro seu namoradinho escravo da Easter?

 

- CALA ESSA BOCA! – Grite indignada. – Não fale dos outros quando você mesma é tão escrava da Easter quanto qualquer um que trabalhe lá! Lave essa sua boca suja antes de Falar do Ikuto.

 

- Não tente descontar a raiva que sente de si mesma nas pessoas. – Continuei. – Apenas... Mude.

 

- O QUE VOCÊ ACHA QUE SABE SOBRE MIM? – Irritou-se.

 

- Da pra ver isso nos seus olhos. – Respondi cabisbaixa. – Sinto pena de você. – Isso soou como uma pontada.

 

Vi os olhos daquela mulher arregalarem-se. Ela sabia que eu estava certa, suas reações mostravam-me isso.

Seus passos firmes e apressados ao chão dirigiam-se à mim.

Sim, confesso que estava com um pouco de medo... Mas, nem um pouco hesitante.

 

- Pare de falar como se soubesse de tudo! – Continuou a falar, sacudindo-me pelo colarinho de minha blusa.

 

- Pare com Isso! – Comecei. – Não minta para si mesma.

 

Tirei suas mãos de minha blusa e afastei-me em alguns passos hesitantes.

 

- Nunca mais... mexa com comigo e muito menos... com o meu namorado! – Disse por ultimo, dando-a as costas e indo ao encontro de Ikuto.

 

- Por que não foram embora ainda? – Perguntei aos outros dois que fitavam toda a cena parados, sem ao menos olhá-los na cara.

 

- Antes de tomar essas decisões idiotas, fale comigo... Resolveremos tudo da melhor maneira. – Falei ao chegar até Ikuto, deixando-o apoiar-se em mim para levantar.

 

Ikuto apenas passou o braço por cima de meus ombros enquanto saíamos daquele lugar e andávamos a caminho de casa.

 

- Me desculpe. – Foi o que disse.

 

Sorri, virando meu rosto para Ikuto.

 

- Não se preocupe com isso. – Tentei dar uma de durona.

 

-

 

Ikuto deitou-me na cama, ficando ao meu lado.

Fechei os olhos e aconcheguei-me em seu peito enquanto Ikuto acariciava meus cabelos.

 

Ah, o que dizia no bilhete? Dizia o seguinte:

 

“ Amu, eu tive que ir embora... Espero que não me odeie por isso.

E não ouse me seguir, nem me procurar.

Só vai perder seu tempo.

Foi bom...

Enquanto durou.

 

Eu queria que... durasse pra sempre.”

 

-

 

Ao acordar de manhã, vi que Ikuto não estava ao meu lado. Corri desesperada até a sala e vasculhei a mesa, procurando qualquer espécie de bilhete.

 

E encontrei.

 

Nele dizia:

 

“Eu te amo”

 

Dessa vez, apertei o bilhete contra o meu peito, sorrindo. As vezes até que Ikuto era bem romântico.

 

- Amu-chan, o que está fazendo? – Perguntou minha mãe, estranhando meu movimento dentro de casa tão cedo.

 

- Nada, só pensei que... Tinha perdido algo. – Falei, subindo as escadas enquanto minha mãe me olhava com um ar de preocupação.

 

Sim, apenas pensei.

 

Que seja eterno enquanto dure e que dure para sempre. – Foi o que desejei naquele começo de manhã.


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Notas finais do capítulo

Pra deixar bem explicado... o Ikuto tinha ciência, sim, que iria se entregar para a Easter em tal dia. Por isso fez o bilhete e planejou tudo.
Ele já havia recebido tal ameaça de que caso ele não se entregasse e voltasse a obedecer a Easter, Amu sofreria as consequencias.

Não pude deixar isso bem explicado nos capítulos pqe a fic é na Amu's POV.

Caso contrário, teria explicado melhor. Beijos