Ilógico escrita por Gaby Uchiha


Capítulo 1
Tempestade de Neve


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!
Com um pouquinho de atraso mais chegando na prorrogação para entregar essa one feita de última hora para uma pessoa linda e especial que sempre alegra os meus dias com seus comentários e conversas *---*
Tayse saaaaannn!!! Feliz aniversário minha linda! Obrigada pela sua amizade desde Re/Desconfigurado e agora transferida para outras fics e até bate-papo no Facebook!
Obrigada por tudo e bom... como eu disse, não tinha algo pronto, foi uma data surpresa, por isso resolvi te presentear com algo que eu escrevo e deixo armazenado no meu notebook ^^ tentei acrescentar um hentai para você, mas não estava casando com o tema hahaha por isso decidi concluí essa história que eu escrevia só para mim com o intuito de te presentear!
Espero que você goste *---*

Divirtam-se...



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A consciência voltou gradativamente.

As pálpebras se apertaram antes de revelarem os negros sonolentos e fora de foco.

O suspiro foi suave e baixo, enquanto os músculos, tensionados pelo frio, espreguiçavam-se.

Um gemido baixo saiu pelos lábios finos e masculinos, antes que sua mão tateasse cegamente em busca da falta de peso sobre o seu peito nu.

Assim que ele não encontrou a pessoa, a qual ele estava tão acostumado a dividir seu espaço tão pessoal, os negros se desviaram da imagem do teto escuro.

Seus olhos vagaram pela cama de lençóis bagunçados e pelo travesseiro sobre o chão frio, mesmo assim, admirando toda aquela visão tão comum a si – de móveis rasos e simples – Sasuke não encontrou a cabeleira tingida de rosa que ele tanto conhecia.

Seu corpo ainda sentia as marcas superficiais dos arranhões em sua costa larga, ao mesmo tempo que sua mente, ainda nublada pelo sono, vagava pelas lembranças recentes de momentos tão íntimos com aquela mulher.

Pele contra pele.

Boca conta boca.

Pernas entrelaçadas.

Respiração entrecortada de encontro a sua orelha...

O gemido preguiçoso do corpo se erguendo foi audível.

Outro em seu lugar se preocuparia com o sumiço da sua companhia, mas Sasuke conhecia Sakura para estar acostumado com essas situações tão ilógicas, tão acostumado que o máximo que fez foi bocejar e coçar o olho, enquanto direcionava suas pernas, uma de cada vez, para fora da cama.

O frio do contato contra as lajotas o fez praguejar impropérios em direção ao aquecedor defeituoso.

Com um leve puxão, ele manteve o lençol fino – umas das três camadas de lençóis que Sakura teimava tanto em manter para aquecê-los – ao redor de sua cintura.

A pega de sua mão direita era frouxa, mas ele não se importou em se vestir de maneira adequada enquanto transitava pelo seu próprio apartamento em busca da figura que deveria estar em sua cama.

Como esperado, ele não a encontrou.

Olhou para o relógio de parede monocromático – um presente da sua mãe – na entrada da cozinha, notando que já passava das duas da manhã.

Seus pelos eriçaram com o frio, fazendo-o se lembrar da previsão do tempo que anunciara que aquela noite seria uma das mais geladas daquele ano, mas, apesar da improbabilidade de uma pessoa em sã consciência estar fora de casa àquela hora, ele caminhou para a janela de cortinas cerradas da sala.

Abriu uma pequena fresta, admirando o pequeno parque em frente ao seu prédio de lajotas vermelhas de apenas três andares.

A visão era embaçada.

Os flocos de neve caiam com fervor, transformando a paisagem tão colorida da primavera, a qual ele gostava tanto de admirar, em uma grande imensidão de tapete branco.

As árvores pareciam sem vida.

Não haviam folhas. Apenas galhos retorcidos e congelados.

Ele não via muita beleza em uma visão tão avassaladora, mas ele conhecia uma pessoa em especial que parecia ver beleza em qualquer evento que a natureza lhe proporcionasse, e foi com esse pensamento que Sasuke continuou a vasculhar aquela imensidão branca em busca de Sakura.

Só após semicerrar seus olhos como um míope, ele pode distinguir a silhueta de alguém agachado sobre o tapete branco.

Ele sabia que alguém normal criticaria, diria que era uma loucura – sua mãe com certeza diria o quanto essa atitude era irresponsável em meio à uma tempestade de neve; porém, Sasuke, diferente de todos, apenas deu de ombros, voltando ao seu quarto em busca de roupas para se agasalhar adequadamente.

Três blusas e um casaco escuro pesado, calça, luvas de lã, botas de neve, gorro e um cachecol grosso e cinzento.

Vestiu tudo com propriedade e agarrou um guarda-chuva enquanto transitava pela sala em busca da saída do seu apartamento mediano.

Trancou rapidamente antes de descer despreocupadamente os lances de escadas, distraindo-se com o som do encontro das tantas chaves em sua mão, só então voltando para a realidade quando chegou no hall simples, recebendo um "boa noite" com leve tom de questionamento advindo do idoso porteiro.

Sasuke assentiu levemente, impassível, antes de atravessar as portas transparentes do prédio, sendo açoitado pelo vento frio que o fez tremer e desejar o frio ameno do seu apartamento de aquecedor problemático.

Mesmo assim, ele apenas abriu o guarda-chuva e caminhou pelo tapete branco, que já se encontrava espesso o suficiente para dificultar seu andar.

O som das passadas eram incômodas. Seus passos não tinham a firmeza e segurança que ele tanto demonstrava em outros momentos – não por uma questão de soberba, mas por uma mania antiga, mania essa que já fora motivo de tantos comentários risonhos advindos da sua companheira de tantas horas.

Por um momento, ele pensou que outro em seu lugar não estaria ali, continuaria sob a coberta dos seus lençóis, mas, diferentes dos outros, e de maneira ilógica, ele estava ali, lutando para manter o equilíbrio e um pouco da sua postura, enquanto se aproximava da mulher agachada há poucos.

Sakura se encontrava entretida com a pequena bola de neve em suas mãos, não notando a aproximação de Sasuke.

Ele, por outro lado, apenas permaneceu em pé, ao seu lado, olhando o grande casaco vermelho salpicado de neve, enquanto posicionava o guarda-chuva sobre os dois como uma tentativa parca de protegê-los da chuva incessante de flocos de neve.

Sakura ergueu seu olhar com surpresa momentânea, ao notar que o gelo cessara contra a sua costa, mas, da mesma velocidade que seus olhos se arregalaram, sua feição foi trocada por um sorriso gentil em direção ao amado de feição tão séria, porém, não julgadora da sua excentricidade.

Os verdes desviaram dos olhos dele em busca de outra escuridão – em busca do negro do céu salpicado de pontos brancos que caíam gradativamente.

— É lindo, não acha? – Sua voz saiu suave e sonhadora como Sasuke tão bem conhecia.

Não disse nada, apenas tirou o guarda-chuva do seu campo de visão e deixou-se admirar pelo negro interminável que parecia ser aquele céu.

O vento frio e os flocos de neve entraram em contato com a pele quente masculina, dando-lhe uma sensação ao mesmo tempo incômoda e reconfortante, mesmo assim, ele ainda preferia o calor suave do sol primaveril.

— É único e ninguém vem aqui admirar da maneira que deveria ser admirada – ela explicou, conhecendo-o bem o bastante para saber que o homem tentava enxergar como seus olhos claros viam o mundo, tentando encontrar lógica em seu jeito tão ilógico.

Sasuke poderia referir à tantos fatores que faziam a ideia de permanecer no aconchego das cobertas quente ser melhor do que ficar em meio ao frio daquela tempestade de 25 de dezembro, em meio à um parque deserto da madrugada nova-iorquina. No entanto, como sempre, ele apenas permaneceu em silêncio, observando os trejeitos tão simples e excêntricos da sua amante de tantas noites e companhia de tantos almoços e jantares que preparava com tanto afinco para ambos.

Por isso, da sua forma observadora, apenas guardou a informação de como ela definia a tempestade de neve, erguendo mais uma vez o guarda-chuva ao se aproximar mais um passo da mulher que esfregava as mãos enluvadas na tentativa de se aquecer.

A ponta vermelha do nariz e as maçãs coradas eram a denúncia do tempo em que ela esteve ali.

Seria lógico eles voltarem para casa, mas Sasuke apenas se limitou a apontar o queixo para um lugar qualquer que Sakura prontamente assentiu em acordo.

Eles caminharam por um tempo em silêncio, apreciando apenas a paisagem tão fria que fazia o ar quente das suas respirações, ficarem espessas.

A mulher apreciou esse evento, algo que ela gostava desde quando era uma criança pequena. Fez pequenas bolinhas intencionais, mostrando entre risos à Sasuke, mas ele apenas assentia e sorria de canto para a mulher, estimulando-a a continuar com sua diversão enquanto encurtavam o caminho entre eles e a loja de conveniência do posto de gasolina da esquina.

O sino tocou sobre eles, despertando o jovem atendente sonolento sobre o balcão do caixa.

O rapaz olhou com dúvida para o casal atípico que adentrava o recinto, principalmente para a mulher que esbanjava uma suave risada, não parecendo que há poucos segundos estava em uma tempestade de neve que os termômetros da cidade já apontavam a marca dos -10°C.

Sasuke não se importou com os olhos estreitos do garoto cheio de espinhas para a sua companheira, já estava acostumado o suficiente com aquele olhar enviado por outros em direção à mulher que ele havia se acostumado a ter ao seu lado, apesar dos "conselhos" dos outros que diziam que eles não combinavam.

— Gostaríamos de um chocolate quente e um chá, por favor – pediu educadamente, seguindo para a mesa que a mulher já se encontrava, depois de receber um aceno positivo do atendente.

Ele se acomodou no banco alto antes de permanecer com os olhos fixos na mulher que parecia interessada naquele ambiente tão comum e que ela já havia ido tantas vezes para comprar algum condimento que havia faltado em casa, porém, o brilho interessado por tudo, fazia aparentar que era a primeira vez dela ali. Na verdade, todos os lugares, todas as horas, todos os afazeres, pareciam únicos e novidades aos olhos de Sakura. Era assim que Sasuke a via.

Por mais repetido e cansativo algo pudesse ser, ela sempre era capaz de ver o melhor de tudo e esbanjar um sorriso terno sem pensar no depois, somente no agora.

Ela era diferente dos outros. Era diferente de tudo o que ele conhecia e até ele mesmo estranhou seu jeito no início; mas com o tempo, ele se acostumou com a ilogicidade e apenas passou a viver cada momento ao lado dela; muitas vezes tentando ver como a dona dos olhos verdes, porém, em cada nova tentativa, apenas reiterava seu fracasso e incapacidade de compreendê-la.

Ele era um homem comum, como todas as pessoas. Não tinha a alma livre que ela tinha. Vinha de uma família tranquila. Nasceu, cresceu, estudou, se formou e começou a trabalhar, da mesma forma que todos os outros.

Não era do tipo que admirava paisagens rotineiras da cidade ou que adentrava em tempestades de neve, mas ela era diferente e ele sabia que ela era assim desde que a viu encantada com o brilho dos fogos de artifícios em um festival tradicional que ocorria em Chinatown.

Ele não tinha a intenção de ficar encarando por um longo tempo a mulher há poucos passos de si e que, apesar das roupas de tons pastéis, mostrava toda a sua excentricidade pelo seu olhar, sorriso e cabelos. Os enfeites e tantas bijuterias que ela usava, eram sua marca registrada.

Só notou a sua atitude inadequada quando ela sentiu seu olhar e olhou em seus olhos. O homem sabia que ela não sentia medo dele, para falar a verdade, ela apenas deu um largo sorriso para si.

Sasuke não desviou o olhar, apenas continuou encarando com a cerveja pela metade, a pequena covinha entre suas sobrancelhas e o olhar fixo nela.

Permaneceu assim até ser puxado pelo grupo de amigos que desejavam mais algumas garrafas daquela bebida amarga.

A noite passou e ele pensou que não a encontraria mais, porém, como se o destino vingasse pelos dois, ele a viu indo para o mesmo caminho que o dele no final do festival.

Como da outra vez, foi ela quem correspondeu o olhar e soltou um audível comentário risonho:

— Vejam só se não é o belo observador da hora dos fogos!

Ele correspondeu com um sorriso de canto, continuando seus passos em direção à mulher que havia parado de andar para esperá-lo.

Só com esse comentário Sasuke compreendia que Sakura era diferente, porém, não pode negar o interesse de se afundar mais naquele mar ilógico que ela parecia ser.

E ele se afundou por dois anos...

Dois longos anos em que ele escutou os comentários dos seus amigos e familiares sobre a estranha mulher que ele havia começado a se envolver.

Ignorou de início, pois julgava ser um relacionamento descompromissado e momentâneo. No entanto, com o passar dos dias e das noites em que revessavam entre suas casas, ele percebeu que aquilo que antes ele havia denominado como momentâneo, era algo mais profundo.

Ele viu seu guarda-roupa ser invadido por roupas femininas, viu sua escova de dente dividir espaço com uma simples cor-de-rosa e na porta de entrada, sapatos femininos adornar o recinto.

Seu apartamento monocromático, sua vida pacata preto no branco de simples trabalhador tomou forma e cor com a invasão cada vez maior e gradual que a dona dos cabelos tingidos fazia.

Não era intencional, foi apenas o resultado dos dias e das noites que passaram a dividir juntos e do entendimento da praticidade que seria se morassem juntos.

Sim, juntos.

Ela ainda tinha seu apartamento, porém, sua residência era a casa dele.

Sua cama, era a dele.

E seu companheiro, era ele.

Sasuke, no entanto, não se importava com as mudanças ou com as imagens representativas e exóticas de diversas culturas que ela tanto gostava e adornava as estantes dele, dividindo espaço com os discos de vinil.

Sim, ele não se importava e dependendo de si, nada mudaria e pouco importava a ilogicidade ou o que as pessoas achavam do relacionamento estranho que nutriam.

— Está pensando em quê? – Ela questionou, tirando-o dos devaneios.

— Em nada em específico.

— Nem sempre o nada é insignificante – comentou antes de ofertar um largo sorriso agradecido para o jovem que trazia seu pedido. – Obrigada – agradeceu antes de sorver de olhos fechados um pouco da bebida quente.

Sasuke apenas demonstrou um dos seus raros sorrisos de canto enquanto bebericava o seu chá e seus olhos, por cima da porcelana simples, admiravam os trejeitos infantis.

— Está delicioso – comentou feliz, abrindo momentaneamente seus olhos para Sasuke que apenas permaneceu com aquele pequeno sorriso.

— Está muito bom mesmo – compartilhou do pensamento bebericando mais do seu chá.

O silêncio perpetuou como sempre acontecia, mas nenhum dos dois se sentia oprimido pelo silêncio do outro, apenas se limitavam a apreciar suas bebidas. Ela, como sempre, com mais intensidade do que ele.

Ao terminarem, se levantaram. Não houve beijos, carinho, demonstrações de afeto como um casal comum faria, eles apenas foram até o caixa onde o moreno pagou pela conta e saíram para a tempestade.

O frio invernal assolou a mulher com um tremor que não passou despercebido pelo rapaz que logo se prontificou a entregar seu cachecol a ela enquanto os cobria da melhor forma possível com o guarda-chuva.

— Obrigada – ela agradeceu aconchegando-se para perto do amado que apenas a envolveu com um braço na cintura antes de desbravarem mais uma vez aquela tempestade de neve até o apartamento de ambos.

As roupas pesadas logo começaram a sair dos corpos que buscavam maior comodidade, assim que chegaram em casa.

— Precisamos pedir para ajeitar esse aquecedor com urgência – ela comentou quando os pés delicados saltitaram sobre as lajotas frias, ele apenas riu tirando a sua camisa e calça, em busca de um moletom no armário.

— Cuidarei disso depois das festas – prometeu vendo por cima do ombro o corpo feminino que se contorcia de frio por estar só de lingerie em busca do blusão cinza de tricô que ela usava para dormir.

— Onde foi que eu deixei? – Murmurava com pesar devido aos arrepios pelo seu corpo.

— Isso? – Ele perguntou encontrando o blusão velho jogado atrás de uma poltrona no canto.

— Isso! – Comemorou de forma infantil, já desabotoando o sutiã para vestir apenas seu blusão e a calcinha de renda azul.

Ele se limitou a sorrir mais uma vez, buscando o calor dos seus lençóis.

— Sakura, você poderia pegar mais um cobertor? – Disse retoricamente para a mulher que apenas sorriu com a ideia de mais um cobertor, porém, assim que abriu a porta do guarda-roupa correspondente, seu sorriso sumiu para uma expressão espantada.

Sasuke sabia muito bem o que ela via e aquela era sua intenção com o pedido.

Foi paciente em esperar até que o momento de surpresa da mulher passasse e ela se voltasse lentamente para si segurando o delicado anel em uma das mãos, em claro questionamento.

— O que isso significa, Sasuke? – Sua voz havia saído um pouco mais baixa que o normal.

O homem com o tronco esguio e nu apenas sorriu de canto dando a visão dos seus olhos extremamente negros e tranquilos para a mulher.

Ele não disse nada. Ela compreendeu tudo só com um olhar e como antes, mostrou um sorriso gentil enquanto fechava a mão ao redor da aliança delicada de pedra solitária.

Aquela era a sua forma de dizer sim ao pedido de casamento de Sasuke.

— Eu também tenho um presente de Natal para te dar – comentou divertida, buscando uma pequena caixinha branca com um laço vermelho no meio das suas roupas.

O sorriso gentil ainda esbanjava em seu rosto enquanto os passos pequenos quebravam a distância entre eles antes de Sakura passar uma perna sobre Sasuke, deixando o quadril masculino entre as suas coxas.

— Feliz Natal! – Entregou a pequena embalagem ao moreno desconfiado.

Ela riu da expressão do agora noivo e com delicadeza depositou um rápido selinho sobre os lábios frios e masculinos antes de desviar o olhar para o anel que ela depositava no dedo que deveria ficar.

Sasuke sabia que Sakura sempre surpreendia, mas tinha certeza que nada poderia ser mais surpreendente do que o pedido de casamento silencioso em meio a uma tempestade de neve, por isso, com certa segurança e expressão despreocupada dela para si, ele desfez o laço e abriu a pequena caixinha, encontrando ali um par de pequenos sapatinhos vermelhos feito por tricô. Tão pequenos que só poderiam ser usados por um...

Bebê. A palavra veio fácil e rápido na mente daquele homem que ergueu o olhar encontrando mais uma vez sua calma noiva e aquilo só o fez sorrir mais, mostrando o princípio dos seus dentes perfeitamente alinhados e brancos.

Não era por descobrir que seria pai que ele sorria daquela forma, mas pela excentricidade de Sakura até mesmo durante seu pedido de casamento ou modo de contar que estava grávida.

Ela não agiu como outras mulheres agiriam.

Ela agiu à sua maneira. De forma excêntrica. Tão Sakura de ser.

De forma tão... única.

Provavelmente para outros casais os eventos daquela noite deveriam ser permeados de festejos ou comemorações, mas para Sasuke e Sakura, aquilo não era necessário.

Era algo pleno e só deles dois.

Provavelmente quando contassem aos amigos no dia seguinte que estavam noivos e esperando uma criança, eles provavelmente surtariam e fariam milhares de questionamentos, mas para eles, nada daquilo importava. Apenas seus sentimentos e sua capacidade de se entender por um olhar apesar de toda a ilogicidade da vida.

Por isso, sem aviso prévio, Sasuke puxou delicadamente sua noiva pelo braço, buscando a boca dela com a sua.

Sakura riu um pouco permitindo que Sasuke explorasse sua boca entreaberta ao mesmo tempo que sentia as mãos grandes e masculinas a firmarem com uma em sua nuca e a outra adentrando por debaixo do seu blusão – em busca da sua lisa cintura.

De forma recíproca, a mulher colou ainda mais o seu corpo ao dele enquanto desenhava a curva do pescoço masculino com as suas unhas antes de entrelaçar os dedos nos fios lisos e rebeldes.

Aquele simples gesto vindo dela o fazia delirar e querer ainda mais os toques leves como uma pluma da sua amada.

Era ilógico pensar daquela forma. Era ilógico pensar como alguém tão oposto a si poderia ser sua mais perfeita companhia.

É ilógico pensar que o simples pode ser belo e que o que menos damos valor são as coisas mais valiosas da vida.

Sim, a vida é ilógica. Mas afinal, quando foi que a vida foi lógica?

O premeditado e lógico são uma grande chatice. Um roteiro feito e pronto para ser atuado. Como dois mais dois são quatro.

No entanto, a vida não é assim. Ela é inesperada. Uma caixinha de surpresas. Uma inconstante de escolhas e de caminhos a serem tomados.

Há coisas mais importantes que tentar procurar justificativas e lógicas. Coisas que simplesmente ignoramos por futilidades.

Por isso, a verdadeira graça é simplesmente ser... Ilógico.

FIM!


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Notas finais do capítulo

A ideia de tudo: "Pra quê ficar tentando encontrar a lógica se a graça é viver? Pra quê ficar taxando casais ou o que é melhor para cada pessoa se o importante é cada um ser feliz à sua maneira?"
Enfim galera... era mais ou menos isso que eu queria repassar hahahah
Espero que vocês tenham gostado! Aliás, tive a ideia da fic a partir de uma imagem que mostra a Sakura agachada na neve e Sasuke com o guarda-chuva. Antigamente ela seria a capa, mas resolvi mudar ^^ Postarei a imagem que deu a ideia assim que possível na Página do Face!
Obrigada por tudo e mais uma vez:
FELIZ ANIVERSÁRIO TAYSE-SAAAAANNN!!!



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