Seguindo em Frente escrita por liamara234
Notas iniciais do capítulo
Demorei um século, eu sei, mas estou quase de férias, então, tenham paciência.
Música: Wish You Were Here - Avril Lavigne
Foi tudo muito rápido. Em um minuto estavam aproveitando os últimos momentos de felicidade no casamento de Gui e Fleur, e no minuto seguinte - após um aviso pelo patrono de Kingsley -, se encontravam correndo pela Londres trouxa depois de uma invasão de comensais a Toca. Rony e Harry seguiam Hermione como se ela fosse o último bote salva-vidas no meio de um oceano.
Ao se estabelecerem no Largo Grimmauld, 12, finalmente a fixa caiu e eles sabiam, intimamente, que a partir daquele momento não teriam mais ninguém a quem recorrer. Tudo era uma incógnita. Assim como os seis anos de amizade que tinham, anos de uma amizade forte, eles sabiam que apenas poderiam contar com a ajuda um do outro. A cicatriz de Harry latejava a ponto de quase fazê-lo vomitar. Tentando parecer o mais normal possível, caminhou até o banheiro e deixou os amigos sozinhos na sala, de algum modo mais aliviado por saber - de acordo com a mensagem do Sr. Weasley -, que os restantes que ficaram na Toca estavam a salvo.
Sentados no sofá, Hermione continuava a abraçar Rony, murmurando em seu ouvido que tudo ficaria bem. Ela desejava que tudo ficasse bem. Só se tocou o que estava fazendo quando sentiu a respiração de Rony em seu pescoço. Se afastou devagar, as bochechas levemente coradas.
— Eu... - pensou rápido. - Eu vou ver o que o Harry está fazendo.
— Tudo bem - Rony também estava envergonhado.
A garota saiu e rumou a direção em que viu o amigo tomar. Parou quando não sabia o que diria a ele. Como uma luz, pegou sua bolsinha de contas e retirou dali uma escova de dentes.
Bateu na porta do banheiro.
— Harry, você quer a sua escova de dentes? Eu a trouxe.
— Quero, beleza, obrigado. - sua voz saiu entrecortada.
Retornaram a sala e Hermione tirou de suas bolsa alguns cobertores. Rony insistiu que ela dormisse no sofá, sobre as almofadas. Achou estranho, mas não discutiu quando o local destinado a ela parecia muito convidativo. Ela ocupou o sofá, Harry o da sua frente e Rony deitou-se no chão.
O sono não vinha e ficou a encarar o teto. O silêncio era a única coisa que se houvia. Olhou para o lado e Harry já dormia profundamente. Mordeu o lábio e não se conteve. O ruivo estava de costas para ela, mas não roncava.
"Acho que ele não está dormindo..."
— Rony... - ele não respondeu. Tentou de novo, agora um pouco mais alto. - Rony!
— Humm.
— Você está dormindo?
— Hurumm.
— Se está dormindo, como pode está me respondendo? - o cutucou no ombro. Rony riu e se virou para olhá-la.
— Não consegui dormir? - sua testa estava franzida.
— Não - ela olhou para baixo.
O ruivo não disse nada, apenas observou seu rosto. Ficaram um tempo em silêncio.
"Tão linda..."
— Qual é o problema? - Rony perguntou por fim. Hermione ergueu a cabeça e fitou aqueles olhos azuis que a deixavam, estranhamente, tonta.
— Está tão na cara assim? - riu, mas o som saiu tremido.
— Digamos que um pouco - ele esperou. - Então...
— Estou com medo... - Hermione soltou de uma vez e se escondeu debaixo dos lençóis. - Eu sei que é bobeira senti isso, mas é que estou sentindo medo por tudo. Pelos meus pais, por sua família, por todo mundo bruxo... - sua voz estava abafada. Rony riu e tirou, relutante, o cobertor do rosto da amiga.
— É normal senti isso. Eu, por exemplo, estou apavorado.
— Mesmo? - os olhos da garota se estreitaram.
— Mesmo.
Apenas se encararam. Hermione não dormiria tão cedo. Precisava de um estímulo. O que veio a sua cabeça foi loucura, mas, ela queria que acontecesse.
— Rony... - sussurrou.
— Hummm.
— Segura minha mão? - as bordas da boca dele denunciaram um sorriso.
— É claro.
— Hermione... - uma voz diferente soou bem longe... parecia alarmada...
Rony estendeu a mão e Hermione a segurou, entrelaçando os dedos com o do garoto. E foi naquele momento que escutou o que mais desejava ouvir e de quem mais gostava:
— Vai ficar tudo bem - sussurrou ele de volta...
— Hermione, cuidado! - Gina gritou e segurou bruscamente o pulso da amiga que arfou de susto, olhando para a ruiva em total pânico, os olhos arregalados. - O que há com você? Estou te chamando a tempos, tirando que você está picando uma cebola manualmente e quase corta a mão...
Eu posso ser dura
Eu posso ser forte
Mas com você, não é assim
Gina parou ao ver o rosto da amiga. Hermione respirava pesadamente como se tivesse acabado de correr uma maratona.
"Foi só uma lembrança..."
Olhou para as mãos e estava tremendo, a lâmina da faca em riste. Engoliu em seco e largou a faca que caiu com um estrépido sobre a bancada.
— Desculpe.
— Não tem problema... - Gina falou mais meiga, amaldiçoando-se por ter sido tão dura.
— Acho que preciso respirar um pouco... - a morena piscou repetidas vezes, buscando se acalmar.
Hermione não esperou ela dizer mais nada. Saiu da cozinha e caminhou meio a esmo até uma árvore que existia no extremo do jardim. Sentou logo a baixo da árvore e fechou os olhos, deixando com que a brisa da manhã adentrasse em seus cabelos. Sugou o máximo de ar que pode mas a ação não foi capaz de ocupar o espaço oco que seu peito tinha se tornado, em vez de uma melhora, seu peito latejou e segurou as lágrimas que queriam cair. Não iria chorar.
Droga, já tinha chorado muito.
Permaneceu a olhar o sol, respirando o ar fresco. Ficou a pensar em Rony até o barulho do cascalho se quebrando a tirar de sua bolha de pensamentos.
Há uma menina que se importa
Atrás dessa parede
Que você acabou de atravessa
— Hermione, Kingsley está aqui - Gina abaixou-se e lhe tocou o ombro. - Ele disse que o assunto é importante e que quer falar com você.
— Certo.
Levantou-se e Gina a abraçou pelos ombros. Caminharam de volta e a medida que se aproximavam da casa, Hermione notou que Kingsley não estava sozinho. Um homem alto, cabelos claros, porte médio, sorriso fácil e uma mulher igualmente de cabelos claros, só que um pouco escuros e corpo escultural, a esperavam, um de cada lado de Kingsley.
— Bom dia, ministro.
— Olá, Hermione - Kingsley sorriu. - Será que podemos conversar?
— Claro, claro. Vamos entrar? - gesticulou para a casa e os três visitantes a seguiram. Sentaram a mesa da cozinha e Hermione puxou Gina, que tentava escapar discretamente para deixá-los a sós.
— Qual seria o assunto?
— Bom, - Kingsley começou - Primeiramente, quero lhe apresentar os aurores que falei - gesticulou para a mulher ao seu lado. - Viola Davis, Hermione Granger... Hermione, Viola.
Viola sorriu, deixando a mostra dentes branco e perfeito. Apertou a mão que Hermione ofereceu sobre a mesa.
— É um prazer conhecê-la - Viola disse verdadeiramente.
— O prazer é meu.
O ministro continuou as apresentações.
— Jake McCoy - o homem ao seu lado sorriu para ela. - Hermione Granger.
— Oi, garota - seu tom era descontraído o que fez a morena rir. Ele não seria mais que três anos mais velho que ela.
Droga, droga, droga
O que eu faria para ter você
Aqui, aqui, aqui
Queria que você estivesse aqui (2x)
— Bom, Granger, eles a ajudarão na busca de seus pais. Você tinha saído tão rápido e tão afobada da minha sala na quarta que não tive a chance de lhe explicar melhor como tudo ocorreria.
Hermione abaixou os olhos. É claro que se lembrava daquele dia. Foi quando ele tinha ido embora sem nem mesmo olhar em sua cara. Era uma manhã de sábado e tinha batido seu record de não cair em lágrimas durante toda a manhã. Gina segurou sua mão e apertou cariosamente.
— Sim, eu me lembro.
— O que não deixei claro Granger, é que vou sim, disponibilizar a ajuda de aurores - ele olhou diretamente para ela. - Mas deve está ciente do que poderá ocorrer.
— Como assim, o que poderá ocorrer? - a morena deu uma rápida troca de olhares com a ruiva ao seu lado igualmente confusa.
— O que fez a quase um ano foi arriscado, porém sei que foi preciso. Algumas possibilidades podem acontecer, como por exemplo, o feitiço para a reversão pode falhar, ou seus pais continuarem a não se lembrar de você...
— Ou... - o coração dela já batia mais rápido, o medo a consumido por completo. Não queria mais ouvir, mas tinha que ter esperanças.
— Ou talvez, nunca os encontraremos.
— Não... - a garota sussurrou. - Não... eu disse que eles estão na Austrália, isso já ajuda o bastante, pelo menos temos um ponto inicial para começar.
— Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para encontrar seu pais, Hermione - pela primeira vez, Jake McCoy se pronunciou, olhando para Viola que assentiu em prontidão.
Eu amo o jeito que você é
É quem eu sou, não tenho que me esforçar
Nós sempre dizemos "diga como isso é"
E a verdade é que realmente sinto sua falta
Hermione assentiu. Tudo que queria era que Rony estivesse ao seu lado, para ajudá-la. Ele saberia o que dizer para confortá-la. Só o queria ao seu lado. Achou-se idiota por sentir a sua falta.
Mas o que podia fazer?
Seu coração o queria perto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, como viram, coloquei as partes mais importantes (eu acho) da música.
Comentem, por favor!