Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 2
Respirando


Notas iniciais do capítulo

Oi! Olha eu aqui de novo.
Boa Leitura!



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Era tudo muito estranho. Mesmo depois da morte de Voldemort a tão esperada sensação de bem estar, a sensação de segurança, ainda não tinha sido sentida pelas pessoas presentes ali no salão.

Talvez fosse por causa do local que estavam, já que para onde olhassem, paredes, escadarias, as pequenas torres ainda estivessem destruídas. A antiga visão de um dos lugares mais seguros do mundo bruxo estava decadente do antigo título. Cada parte da escola necessitava de cuidados, tudo seria reconstruído; mas naquele momento o que apenas importava era esquecer - ou tentar -, se livrar dos temores.

Agasalhos foram entregues para os alunos que ficaram para lutar, estavam agrupados em quatro ou cinco, uns sentados no chão mesmo, outros nas mesas que foram recolocadas no Salão Principal - ou o que restou dele -, mas ninguém estava muito de acordo com sua respectiva casa.

Aquilo era mais uma de suas vitórias: cada ser ali não era mais importante que o outro. Os momentos que lutaram serviu também para enxergarem que a classificação de puros-sangues, mestiços e "sangues-ruins" não importava quando se tratava em viver em um mundo de paz, sem ódio. Viver em guerra era como viver preso sem poder expressar o que queria. Simplesmente viver em paz e sem medo.

Dois dias tinham se passado mas continuavam na escola, tratando dos feridos e dos mortos. A dor da perda de amigos e parentes ainda latejava no peito, como se quisesse mostrar que estaria ali, avisando que continuaria a doer. Os risos abafados dos que contavam histórias e piadas para descontração do ambiente era mais doloroso para uma certa família encolhida mais ao fundo do salão.

Várias cabeleiras ruivas se destacavam da multidão. Molly passava os dias a acariciar os cabelos sem cor do filho sem vida, deitado em uma maca no chão. A senhora tinha os olhos inchados do choro, murmurando alguma coisa para o filho, bem baixinho no ouvido dele como se estivesse lhe contando um segredo. Imagens de Percy carregando Fred nos braços ainda passavam na mente da senhora que, no estante que viu Percy - o filho que achava  que menos demonstrava os sentimentos -, aos prantos, seu mundo ruiu.

O que mais pediu a Merlim que não acontecesse tinha acontecido. Tocou mais uma vez no rosto pálido do filho e pode ver um pequeno sorriso no canto de sua boca, como se estivesse segurando o riso.

Molly continha a esperança que ele fosse rir da mãe e dizer que era uma brincadeira. Mas ela sabia que não era. Sentia seu peito doer cada vez mais ao lembrar que nunca mais iria brigar com ele por causa das piadas, ou dos brinquedos que inventasse. Olhou para o lado e viu Jorge com o olhar vidrado no rosto do irmão gêmeo. Ele estava sofrendo, visivelmente, mas não queria demonstrar. 

Arthur se aproximou de Jorge e ofereceu um pouco de suco de abóbora, mas ele apenas negou com a cabeça. O homem se afastou dele e se abaixou perto da mulher, limpando as lágrimas que insistiam em cair.

— Molly, querida. Eu sei que é doloroso. Acredite, estou sofrendo também. Mas, por favor, você tem que comer - disse com a voz embargada.

— Arthur, não quero nada. Só o meu filho de volta - e chorou mais. Arthur a puxou para um abraço e distanciou a esposa do corpo do filho, a sentando em uma cadeira. Beijou sua testa e mesmo ela relutante, a entregou um pedaço de bolo de caldeirão.

Sentados distantes dali, Harry convencia Gina a comer um pouco. A garota não estava muito diferente da mãe. Olheiras debaixo dos olhos, os cabelos desgrenhados denunciavam a fadiga que sentia mas mesmo assim não descansava. Ao lado deles, dois alunos da Lufa-Lufa conversavam animadamente sobre seus duelos.

Harry viu a ruiva se aninhar mais em seus braços, descansando a cabeça em seu ombro. Sua respiração descompassada o avisou que ela finalmente dormira. Sorriu ao saber que pelo menos Gina ele poderia ajudar sem medo, servir de ombro amigo para o que ela precisasse. Seu coração perdeu uma batida ao lembrar que poderia perdê-la durante a guerra. Mas se tivesse perdido-a, não teria mais a razão de viver. Já perdera os pais, o padrinho. Não suportaria outra perda. Passou os braços no corpo pequeno de Gina e respirou aliviado.

— Não abusa, Potter - resmungou Rony sentado em uma escadaria perto deles. Ele estava com alguns cortes no rosto e tinha um xícara de  chá nas mãos. 

— Por que você não vai cuidar de outra pessoa e para de xeretar a vida da sua irmã? Ela está em boas mão - Harry acenou com a cabeça para um garota e cabelos castanhos do outro lado do salão. Rony logo ficou todo vermelho.

Hermione se voluntariou para ajudar Madame Pomfrey com os feridos, que eram muitos para a pobres senhora cuidar sozinha. Palavras da própria que se prontificou para ajudá-la. Hermione distribuía poções e essência de ditamno. Estava agora limpando o corte de um bruxo. Aplicou um pouco de ditamno e murmurou alguns feitiços para fechar o corte particularmente grande. O senhor agradeceu e ela abriu um grande e lindo sorriso.

"Como não se apaixonar por um sorriso tão lindo assim..."

Rony de repente pensou no que poderia acontecer se ela tivesse... não, afastou esse pensamento e continuou a observá-la.

Hermione estava ao lado de dois corpo em uma maca. Limpava o rosto cheio de fuligem de Tonks, deixando algumas lágrimas escaparem. Fez o mesmo em Lupin; Olhar para o ex-professor era torturante. Fez questão de deixar as mãos deles entrelaçadas, como se daquele jeito, um saberia da "presença" do outro. Sentiu as bochechas queimarem ao notar o olhar de um certo ruivo. Ergueu a cabeça e viu Rony sorrindo para ela.

Foi ao seu encontro e se sentou ao seu lado.

— Oi! - sua voz saiu entrecortada.

— Oi.

— Então... como você está? Digo, com tudo isso? - falou Hermione se referindo a família do ruivo.

— Sinceramente? - Hermione assentiu. - Estou achando uma droga. Depois de tudo ter acabado, pensei que sentiria...

— Alívio. - completou ela. Os dois riram. - É, também pensei que sentiria isso.

— Mas talvez haja esperança. - disse Rony a olhando.

— Sim. Isso tem, com certeza. 

Ambos sorriram. Esperavam que as coisas se encaixassem.

Mas as vezes o destino brinca com a vida... literalmente.

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso!
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