[...] Era tudo tão recente, 1º ano do ensino Médio, a Riley ficou muito distante desde que começou a namorar com o Lucas, de toda forma ele também se distanciou. Não sei o que me deixa mais triste, a ausência dela, a dele, ou a dos dois.

                Estou sentada na carteira da sala encarando discretamente a troca de carinhos dos dois, estão rindo sem parar, se olhando e conversando. Nunca pensei que sentiria falta do Lucas sentar atrás de mim, por um pequeno momento me imaginei ali, rindo e conversando com ele como fazíamos. Afastei logo esse pensamento. Eu só estava triste. Só isso.

                -Olá raio de sol..- Farkle senta atrás de mim.

                -Não enche Farkle.- Ele me olha um pouco decepcionado, em seguida vira e começa a assistir ao casal feliz que eu encarava.

                -Só eu que acho isso meio estranho?

                Eu olho para Farkle e nós nos encaramos por alguns segundos.

                -Não.

                Mal percebo quando o professor entra na sala mas noto seu olhar confuso para Riley e Lucas que continuam rindo.

                -Fala sério! O que é tão engraçado? – Falo para mim mesma.

                -Ta tudo bem Maya? – Lucas me pergunta.

                -Vai ficar.. – Olho para ele que me encara um pouco chateado com a resposta.

                O Sr. Matthews percebe o que esta acontecendo, eu não sei por que mas ele sempre percebe, sempre sabe o que dizer. Ele escreve na lousa o tema da aula de hoje.

                Segunda Guerra Mundial.

                -Durante a Segunda Guerra Mundial, os países lutaram como parceiros de uma das duas principais alianças: a do Eixo ou a dos Aliados. Os três principais parceiros da aliança do Eixo eram a Alemanha, a Itália e o Japão.  E os aliados eram Inglaterra, URSS e França e EUA. Alguém poderia me dizer o que é uma aliança? – O professor encara a sala, muitos estão com as mãos erguidas. – Maya?

                Novidade.

                -É a união?

                -Certo. A união entre países para ficarem mais fortes, pactos entre partidos, povo ou governo. E o que aconteceria com os aliados sem um de seus membros? Lucas?

                Eu o encaro.

                -eles perderiam a força, talvez nem ganhassem a guerra. – Ele me encara com um olhar triste.

                O Sr. Matthews já entendeu. Eu olho pra ele e dou um sorriso triste que retribui quase que imediatamente. Riley nos olha um pouco confusa, mas triste.

                 A aula acaba depois de mais informações sobre a Segunda Guerra, eu saio rapidamente da classe e vou para o meu armário.

                -Oi.. – Eu conhecia aquela voz meiga. Riley.

                Me viro.

                -Oi.

                -Quer ir pra minha casa depois da aula? Eu quero conversar, preciso conversar. – AAAH não sei dizer não pra ela. Ainda é minha melhor amiga.

                -Pode ser. – Sorrimos um pouco sem jeito. Fecho o armário e vou pra aula de Química.

XXX

                Ótimo. Meu parceiro da aula de química é o Zay, mas ele fez o favor de não aparecer, ou seja, Lucas. O meu dia já estava maravilhoso mesmo.

                Ele senta do meu lado. Nós dois não falamos nada a aula toda, só escutamos as orientações da professora e trocamos poucas palavras como “eu escrevo” ou “eu faço”. Patético.

                O sinal toca.

                - Maya eu queria fa... – Antes que terminasse eu já estava fora da sala, não queria conversar, não com ele, e não antes de ouvir o que a Riley queria.

XXX

                Pela primeira vez eu não entrei sem pedir, como se morasse La. Toquei a campainha. Auggie abriu.

                - Olá Maya.

                -Iae Auggie.

                -A Riley ta no quarto dela. Entra.

                -Valeu.

                Fui até o quarto de Riley e como eu imaginava ela estava sentada na janela, era a primeira vez em muito tempo que eu via aquela cena.

                -Você veio.. – Riley.

                -Mas é claro. – Me sentei ao seu lado, mas um pouco mais distante do que o habitual.

                -Ainda somos melhores amigas certo?

                Respirei um pouco aliviada de sua pergunta.

                -Certo. – Falei.

                -E precisamos ser sinceras uma com a outra?- Não entendi o rumo da conversa.

                -Sim Riley, precisamos. – Eu sorria de leve.

                Ficamos em silencio  por alguns segundos. Riley se levanta e me encara.

                -Você gosta dele? – Eu não estava esperando por aquilo.