Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 42
"Tem muito tempo que eu não gosto de ninguém assim."


Notas iniciais do capítulo

Recapitulando:
Thalia já foi assediada pelo chefe, Bryce Lawrence numa festa, mas não falou pra ninguém; Ela foi salva por Luke na ocasião;
Thalia chamou Jason e Nico para irem na festa de Halloween de Luke Castellan;
Nessa festa, Bryce deu em cima dela novamente, mas Nico interviu, a chamando de "amor". Uma outra garota também ia intervir, mas tudo o que sabemos sobre ela é que ela estava vestida de bruxa.

Boa leitura!



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— Preciso de uma bebida. —  Thalia arfou, tirando a máscara do rosto e despindo a capa, ficando apenas com o vestido curto de alcinhas na cor vermelha. — Está muito calor.

Nico assentiu, puxando as mangas da camisa até os cotovelos, suor brilhando em sua testa. Eles haviam dançado o suficiente para ficarem sem fôlego e com calor, até Thalia os puxar de volta pra sala.

— Hey, Jay, segura isso pra mim. — Ela ordenou, jogando as coisas em cima do irmão sem esperar resposta, quase marchando até a cozinha.

— Eu não sou seu empregado! — Jason gritou, mas foi ignorado como de costume.

— Thalia continua a mesma! — O rapaz ao lado de Jason, Connor Stoll, comentou, balançando a cabeça em reprovação, porém, sem deixar um sorriso travesso lhe escapar. — Algumas pessoas não mudam.

— Não tem como deixar essas coisas no seu quarto, não? — Jason pediu para o irmão mais novo de Luke. — É capaz que minha irmã me faça carregar isso durante a noite toda.

— Claro, cara. Ainda bem que eu não tenho irmãs, mesmo que Luke também me faça de empregado.

— Jason, você se lembrou dos bons modos e apresentou os dois? — Thalia apareceu gesticulando para Connor e Nico, um copo de vodca em uma mão e na outra um de suco, estendendo para o italiano.

— Não preciso, irmãzinha. — Jason rebateu, mas se voltou novamente para os rapazes. — Connor, lembra do Nico?

Connor arregalou os olhos e engasgou com a cerveja que tomava, tossindo algumas vezes antes de assentir.

— Uhum. — Connor limpou a garganta, vermelho. — Claro. Como vai, Nico?

— Bem. — o italiano franziu a testa. — E você?

— Uhum. — Connor repetiu, parecendo suar frio e trêmulo ao estender a chave para Jason. — Meu quarto é o segundo do corredor, podem deixar as coisas lá e entregar a chave para algum dos meus irmãos. Ou Katie. Preciso… Ir ali… Resolver…

Connor se enfiou no meio das pessoas ainda murmurando, sem sequer se despedir.

— Eu perdi alguma coisa? — Thalia questionou, confusa, mas até Jason estava estranhando.

— Se você perdeu, eu também. — O Grace deu de ombros, virando-se para o amigo: — Nico?

O italiano apenas também deu de ombros, levando o copo de suco aos lábios.

— Vamos guardar as coisas ou não? — Nico perguntou, sendo analisado pelos dois irmãos.

— Podem deixar comigo. — Jason  ofereceu..

— Pode deixar que eu guardo, Jay. — Thalia segurou o braço do irmão. — Você precisa se divertir um pouco.

— Eu não sou fã de festas, Thalia. — explicou. — Música alta, bebida, gente… — Ele fez uma careta, tirando a máscara do rosto. — Além do mais, eu também estou com calor.

— Por que veio? — Thalia perguntou curiosa e o irmão apenas desviou os olhos, murmurando algo quase ilegível que ela entendeu apenas “encontrar e “Pocahontas”. Talvez seu irmão estivesse sofrendo a síndrome de Ted Mosby e a Sutty Pumpkin. — Esse menino é estranho. Mas você está mais estranho ainda.

Thalia apertou os olhos, mas Nico apenas deu de ombros, tomando mais um gole do copo que, para ela, parecia bem vazio.

— Ei, Thalia! — Uma voz surgiu atrás da Grace, fazendo-a franzir a testa ao se virar.

Era uma pirata. Ou melhor, uma mulher vestida de pirata: Cabelos longos e preto sob o chapéu e um dos olhos castanhos escondidos pelo tapa-olho preto. Thalia a reconheceu instantaneamente, afinal, Hylla poderia estar vestida de pijamas, e ainda teria uma presença marcante.

— Hylla. — Thalia sorriu para a chefe.

— Luke me contou que estava aqui, mas achei que era mentira: você se esconde bem.

— Só estava dançando.

Hylla ergue a sobrancelha perfeitamente desenhada com um sorriso malicioso:

— Veio acompanhada?

Thalia assentiu e deu um passo para trás, ficando pareada com Nico.

— Hylla, esse é Nico di Angelo. — Thalia gesticulou para o italiano que estendeu a mão. — Nico, essa é Hylla Arellano, a melhor publicitária dos Estados Unidos.

— Apenas dos Estados Unidos? — Hylla questionou, estendendo a mão para o rapaz que a apertou. — Você me parece familiar.

— Arellano? — Nico perguntou, sua expressão confusa.

— Hylla, viu minha vassoura por aí? — Uma garota apareceu atrás de Hylla, e Thalia reconheceu sendo a mesma que havia tentado a ajudar.

— Reyna, deixa eu te apresentar Thalia Grace. — Hylla cortou a garota, a puxando para frente. — Ela está me ajudando na HTK.

— Eu sinto muito por você. — A tal Reyna brincou. — Minha irmã deve te fazer de escrava.

— Ah, não, por isso temos estagiários.— Thalia brincou, apertando a mão de Reyna. É claro que elas eram irmãs: A presença, os cabelos, o formato do rosto eram idênticos! Sem a máscara que Reyna havia se livrado, era fácil ver como parecia com a irmã.

— E esse é o … — Hylla ergueu a sobrancelha, pedindo uma denominação para Thalia sobre a natureza do relacionamento dela com Nico, que, aliás, ela não tinha. No entanto, não foi preciso responder: Reyna deu um passo para frente e franziu a testa.

— Nico? — Reyna perguntou, arregalando os olhos.

— Ei, Reyna. — Nico acenou, sorrindo tímido. Antes que ele pudesse completar, Reyna se aproximou, estendendo os braços para um abraço que Nico respondeu sem cerimônia. Antes que Thalia pudesse refletir ou reagir, eles se separavam por centímetros e começavam a falar ao mesmo tempo, algo incompreensível para terceiro ao juntar com a música alta.

— Acho que eles se conhecem. — Hylla comentou, puxando Thalia pela mão até o balcão. — Que tal uma tequila? Enquanto seu acompanhante  conversa com minha irmã?

Thalia engoliu em seco e aceitou, não entendo mais do que o nome de Hazel na conversa rápida dos dois. Hylla serviu dez copos de tequila e partiu o limão, estendendo para Thalia.

— Pronta? — Hylla perguntou, assim que Thalia pôs o sal na mão. — No três.

Hylla contou e logo elas viravam os copos o mais rápido que conseguiam. Thalia sentia o álcool queimando sua garganta e a mente um pouco fora do ar depois do décimo copo, que Hylla comemorou por ter tomado primeiro.

— Nada mal. — A Arellano riu, servindo mais cinco copos. — Quer uma revanche?

— Estou bem. — Thalia sorriu, sentindo uma mão nas suas costas e virou-se, vendo Nico. — Quer tentar?

Ela o desafiou, mas foi recusado pelo aceno de Nico.

— Não dê bebida para esse menino. — Reyna respondendo, tomando da irmã a garrafa e enchendo os copos que Thalia havia tomado. — Principalmente se tiver paredes por perto.

Reyna lançou um olhar de deboche para Nico, enchendo o último copo e levantando na altura dos olhos.

— Esqueci completamente que você também sabe disso. — Nico comentou rindo, abraçando Thalia por trás.

— Essa é a história que Jason não deixa você me contar? — Thalia perguntou, virando o rosto para ver Nico balançar a cabeça que sim.

— É o segredo do clube do bolinha. — Reyna completou, antes de levar um dos copos aos lábios e beber de uma vez o shot. — Mesmo como namorada, foi difícil me contarem.

Thalia tentou não parecer surpresa, nem com a declaração de Reyna e nem com quão rápido ela bebia as doses de tequila, sem sequer fazer careta. Enquanto assistia Reyna virar os copos, ela sentiu Nico a puxar mais para si e deixar um beijo na nuca, sussurrando se tava tudo bem. Thalia assentiu com a cabeça, tentando relaxar nos braços dele.

— Seu sobrenome é Grace? — Reyna perguntou se afastando um pouco do balcão para que outras pessoas pudessem beber. — Por acaso é parente de Jason?

— Irmã, na verdade.

Reyna assentiu, franzindo a testa, antes de sorrir para Nico:

— Falando em Jason, que milagre é esse que você não está com ele e Will?

— Eles me trocaram pela faculdade, lembra? — Nico brincou. — Mas… Jason está aqui. Ele vai adorar te ver.

— Tenho certeza disso! — Reyna retrucou, apertando os olhos e deixando Thalia confusa. Eles jogaram conversa fora por cinco minutos, falando sobre o curso de Reyna em Stafford, até que o próprio Jason apareceu.

— Já estava preocupada. — Thalia repreendeu o irmão assim que o viu, agora despido do casaco e máscara de vampiro, além dos dentes falsos.

— Estava procurando Travis pra devolver a chave. — Ele deu de ombros. — Aconteceu algo na minha incrível presença?

— Na verdade… Sim. — Thalia apontou para o balcão onde Reyna e Nico estavam escorados e olhavam para Jason de maneira predatória. O Grace engoliu em seco e Thalia podia jurar que ele ficou mais pálido, contudo, ele apenas deu um passo à frente e quase gaguejou:

— Reyna? — Questionou e a mulher sorriu, se aproximando.

— Jason. — Ela cumprimentou, sorrindo. — Bom ver você.

— Tenho impressão de que não vai ser bom pra mim. — Jason resmungou, sem sequer estender a mão para comprimentá-la. — Qual a chance de você ter me perdoado?

Thalia franziu a testa, mas, antes que pudesse acompanhar o desenrolar da cena, sentiu Nico a puxando pelo pulso em direção a varanda.

Estava mais frio lá fora, o vento soprava forte causando arrepios em Thalia e ela sentiu falta da capa, mas Nico logo a puxava para seus braços, protegendo-a do frio.

— Acho que Jason vai se divertir agora. — Nico comentou, a abraçando. — Ou ser morto, nesse caso vamos ter que pedir um táxi.

— Morto por sua ex-namorada? — Thalia perguntou em chacota, olhando Jason conversar com Reyna pela janela. Ela era muito bonita e inteligente, mas isso não afetava Thalia.

— Ex-namorada? — Nico perguntou, franzindo a testa. Então, abriu um sorriso, entendendo: — Reyna não é minha ex-namorada. Ela é tipo uma irmã mais velha e super protetora. Mas disse que gostou de você.

Nico sussurrou a última parte, aproximando os lábios para beijar Thalia. Ela não pode deixar de sorrir durante o beijo, sentindo o misto que era o frio do vento soprando e o quente dos braços de Nico em volta de si. Quando se afastaram, Thalia continuava com a expressão confusa.

— Então… Vocês não namoraram? — Thalia perguntou e Nico riu, negando, antes de apontar para a sala.

Thalia viu Reyna se aproximar mais de Jason, sussurrando algo no ouvido dele antes de puxá-lo pela mão, em direção a pista de dança improvisada.

— Digamos que Reyna foi sua cunhada. — Nico comentou divertido, um carinho suave na bochecha de Thalia enquanto ela assistia o irmão ir dançar, mesmo depois de tanto protesto.

Ao se virar para o italiano, Thalia notou que ele tinha um sorriso encrenqueiro e o rosto muito perto do dela, tornando difícil prestar atenção no que ele dizia:

— Você está com ciúme.

Thalia entendeu as palavras em meio ao sotaque italiano mais forte quanto mais Nico bebia. Ela revirou os olhos divertida, em dúvida se respondia que sim ou não. Não era bem ciúme, não queria bater em Reyna ou se sentia ameaçada, era mais surpresa ou algo semelhante. Algo que fazia seu estômago embrulhar e trazia um aperto em seu coração. Nada demais.

Por fim, Thalia decidiu não respondê-lo.

— Você está bêbado. — Retorquiu, mas Nico somente sorriu malicioso:

—Mas não o suficiente para inventar isso.

Ele retrucou, mas não persistiu na pergunta. Seus lábios capturaram os de Thalia e, dessa vez, ele a beijou de verdade: com gosto de suco, vodka e tequila.



(...)

 

Thalia se surpreendeu em quão divertida Reyna poderia ser e entendeu o que Nico quis dizer com irmã mais velha e super protetora. Ela repreendia Nico quando ele bebia rápido demais os copos com vodca — mesmo ela e Thalia virando filas de tequila — e conversava sobre qualquer assuntos, os olhos castanhos deixando claro que analisava Thalia em favor a Nico.

Jason parecia um pouco desconfortável ao lado da ex-namorada, mas, a julgar pela forma como seus lábios estavam mais vermelhos que o normal, Thalia suspeitava que eles estavam longe de um pé de guerra.

No final, era como se fosse dois casais que dançavam, bebiam e conversavam, aproveitando o que restava da madrugada e, talvez, rindo um pouco das pessoas já em nível de bebedeira de dar vexame. Na verdade, mais da metade das pessoas haviam ido embora — mas muitas outras surgiram nesse meio tempo — e quase ninguém estava de fantasias, máscaras estavam espalhadas pelo apartamentos, penteados e maquiagens desfeitas e até alguns rapazes pareciam ter perdido a camisa.

Nico estava quase lá, Thalia pensou, observando os três botões desabotoados do moreno. Contudo, também pudera: parecia um calor de verão e não outono.

— Vai ficar por aqui até quando, Reyna? — Nico quem perguntou, o corpo encostado na parede no canto da sala, com Thalia recostada a ele. Jason e Reyna estavam da mesma forma, o braço do loiro na cintura da morena que sorria.

— Só por hoje e amanhã. — Ela suspirou. —  Stanford não é fácil.

Nico assentiu e, descaradamente, murmurou — bem alto, diga-se de passagem— um:

— Chama ela pra sair!

Thalia riu, vendo o irmão ficar vermelho e decidindo que era hora de deixar Jason e Reyna sozinhos. E também ficar sozinha com o italiano.

— Vamos sentar um pouco lá fora, está calor! — Thalia comandou, puxando a mão de Nico sem cerimônia, aproveitando que  um casal havia acabado de voltar da varanda.

Nico não protestou quando Thalia o empurrou levemente para a poltrona, esparramando-se no colo dele.

— Isso foi pra deixar eles sozinhos ou pra ficarmos sozinhos? — O italiano perguntou com um sorriso malicioso, o qual Thalia respondeu beijando-o.

— Um pouco de cada. — Thalia murmurou contra seus lábios, aproveitando para passar os dedos pelo pescoço do rapaz.

Talvez fosse o álcool, ou o calor, ou só os beijos que trocava com Nico, mas Thalia estava sentindo a cabeça zumbir quanto mais o beijava e ela gostava disso. Ela o abraçou pelo pescoço, recostando a cabeça em seu ombro e pressionando os lábios no pescoço de Nico por um segundo, apenas ouvindo o coração acelerado dele. Ela simplesmente adorava ouvir o coração dele.

— Nico. — Ela chamou em um tom doce, aproximando os lábios da orelha do italiano e notando-o se arrepiar.

— Hum? — O italiano resmungou apertando a cintura de Thalia e deslizando a mão pela coxa dela, nua entre o cano alto da bota e a barra do vestido.

— Devo te chamar de amor, como você? — Ela o implicou, os lábios ainda deslizando pelo pescoço dele, provocando-o.

— Você não gostou? — O italiano questionou, fazendo-a erguer o rosto para fitá-lo nos olhos.

— Eu nunca gostei de apelidos melosos, mas… — Ela mordeu o lábio inferior, fazendo uma pausa. — eu gostei. Tinha muito tempo que ninguém me chamava assim.

— Então devo te chamar de amor? — Nico perguntou, brincando com os fios negros de Thalia, enrolando-os no dedo.

Ela balançou a cabeça, incompreensível, e deitou novamente sobre Nico, sentindo-se tonta.

— Não sei. — Disse por fim, sua mente mais lenta que o normal. — Gosto quando você chama meu nome.

Ela riu, afundando a cabeça no pescoço de Nico e o apertando no abraço.

— Gosto do sotaque puxando o Lia.

— Então posso te chamar dos dois? — Nico riu, também a apertando no abraço.

— Como eu estou levemente bêbada, pode me chamar do que quiser.

— Quando você estiver sóbria eu apanho? — Nico questionou, brincalhão.

— Eu te mordo! — Thalia revidou, mordiscando o pescoço de Nico e o fazendo protestar.

— Ei! Eu nem te chamei de amor agora!

— Mas eu quis morder assim mesmo! — Ela replicou, afastando o rosto para olhá-lo. — Vou te morder todinho, amooor!

Nico apenas negou com a cabeça, rindo enquanto Thalia compria a promessa o enchendo de beijos pelas bochechas e lábios.

— Tá, entendi. — Nico protestou, atordoado com a quantidade de beijos. Mas foi ignorado, por uma Thalia que o fazia de amaciador de lábios. — não vai parar?

Como ela continuou, Nico não teve escolha a não ser segurar o rosto de Thalia, deixando-a quieta por alguns segundos e um sorriso sapeca.

— Recusando meus beijos, amooor? — Thalia implicou, mas Nico respondeu selando seus lábios, a puxando para um beijo de verdade, com direito a mordidas e suas mãos a puxando mais para si.

Ele só se afastou quando perdeu o ar, deixando Thalia vermelha.

— Pelo amor, estamos tão doces e grudentos que quero vomitar. — A Grace  resmungou, deitando a cabeça no ombro de Nico.

— Não. Você quer vomitar porque bebeu dez shots de tequila de uma vez. — o italiano corrigiu, acariciando os cabelos de Thalia. — Além do mais, você deveria ter se preocupado com isso antes de ficar caidinha por mim.

— Você é bem egocêntrico bêbado, sabia? — Thalia resmungou, sem mencionar que sim, ela estava caidinha por ele há algum tempo. — Ou só finge humildade quando ‘tá sóbrio?

— Sou um falso modesto. — Nico respondeu, batendo com o indicador na ponta do nariz dela. — É a única forma de viver com reles mortais como você.

— Idiota. — Thalia resmungou, revirando os olhos. Suspirou dramaticamente antes de deitar a cabeça no peito dele, de novo. — Você é idiota as vezes, mas eu gosto de você. Gosto muito. Como gosto de…

— De…?

— Eu ia dizer sorvete, mas você é quente. Tem muito tempo que eu não gosto de ninguém assim. Desde… eu não sei.

— Do pai de Dimi? — Nico sugeriu, acariciando os cabelos de Thalia.

— Não, não. — Ela suspirou. — Eu não gostei dele desse jeito. Foi mais… muitas margaritas, pouca roupa e pouco juiz. E também estava com raiva.  Eu queria aproveitar Cancún e descobri que camisinha não é tão seguro assim. Eu não gosto de ninguém assim antes mesmo do pai de Dimi. — Thalia ficou um pouco em silêncio, seus dedos brincando com os botões abertos da camisa de Nico, tocando a pele quente em um afago. Por fim, sua curiosidade e a bebida venceram, a fazendo perguntar: — E você? Desde a mão de Hazel?

— Tem muito tempo também. — Nico respondeu, ainda com os dedos entre os fios negros. — A mãe de Hazel… É algo muito complicado, até mais do que com você, acredite.

— Você gostava dela?

— Não. — Nico contou. — Nunca gostei. Eu gostava de…. De uma pessoa, uma paixonite. Na verdade, essa foi a época mais confusa da minha vida, Eu gostei de muitas pessoas no ensino médio, mas, desde então… Você é a primeira eu que me permito gostar assim. — “A primeira que eu me permito apaixonar”, Nico pensou. “Ainda que você tenha sido uma dessas pessoas que eu tenha gostado.”.

— Eu entendo… E acho que nem de Luke eu gostei assim. Ele sempre foi meu amigo. Eu fiz uma grande besteira, sabe? Quando eu tinha uns quinze anos… Mas ele foi um grande amigo. Ele e Percy. Que também é um idiota. Acho que eu gosto de idiotas. Você é um idiota?

— Você acabou de me chamar de idiota.

— Ah, é… Acho que esqueci. — Thalia riu, o apertando em seus braços. — Mas eu não me importo. Eu gosto disso. Gosto de você. E eu já disse isso, não é?

— Disse. — Nico confirmou, rindo da garota. Era… interessante… saber que Thalia ficava toda doce e manhosa quando estava bêbada. — Mas não me importo que você repita…


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Notas finais do capítulo

Não é que teve uma galerinha que descobriu que era a Reyna?! Surpresos em como ela se encaixou na história?!
Alguém aí diabético com Thalico?! Aproveitem enquanto podem!
Adoraria saber a opinião de vocês sobre a fic.
Obrigada por lerem!