Apenas por hoje escrita por Bee


Capítulo 1
Apenas uma noite nessa cidade tão morta


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores e descons. Eu deveria estar postando em uma das minhas duas longs, mas é preciso seguir o coração, não é? Eu comecei a escrever essa fic faz uns dois meses, mas nunca vinha a inspiração para terminar, mas ela veio tão forte, que eu quase não consegui terminar.
Bom, como eu disso nos avisos, eu me baseie levemente em uma música para escrever, podem encontrar ela aqui: https://www.vagalume.com.br/niall-horan/this-town.html#play caso alguém queira ouvir.

Me digam o que acharam, se alguém ler é claro.



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Sam ajeitou a etiqueta sobre a camisa que usava, seu nome estava escrito errado, e isso a irritou, mas ela não poderia fazer nada sobre isso naquele momento. Afinal, ela só estava ali para contar o que aconteceu para Carly quando chegasse em casa. A morena não havia sido convidada para a confraternização por ter se formado na escola naval dos Estados Unidos sitiada na Itália.

Samantha, entretanto, havia conseguido tirar o diploma após ter feito as matérias via internet, um alivio para os professores que faziam vídeo aulas e não precisavam aguentar as brincadeiras da loira. Mas agora, dez anos depois, Sam não entendia porque comemorar a turma de 2012, que havia sido uma turma completamente babaca, com alguns coleguinhas bem idiotas, que Sam não suportava.

Ela encarou a decoração que cobria o ginásio da escola, era incrível como os anos haviam passado, e as decorações continuavam bregas. Sam não havia ido ao baile da escola, mas tinha visto as fotos, principalmente a foto de Freddie com aquela garota, ela não sabia nem o nome dela, não interessava, mas simplesmente ele tinha ido ao baile com outra, quebrou a promessa que havia feito a ela.

A decoração era praticamente a mesma, aquele ar de “Noite das noites”, ou de “Uma noite para ser lembrada”, toda com papel azul e prata, Sam achava aquilo ridículo. E ainda mais ridículo era ver aquelas pessoas agindo como se ainda estivessem no auge de sua juventude. Tudo que a loira queria era apenas uma noite, uma noite para saber o que poderia ter sido.

— Merda. – a loira praguejou se sentando em uma mesa isolada, não conhecia ninguém ali verdadeiramente, e sabia que sem Carly por perto ela era apenas a valentona do colégio. Ela não era a Sam do iCarly, ou a amiga de Carly Shay, ela era apenas a Sam, a valentona e insuportável Sam.

E quem ela estava tentando enganar? A si mesma provavelmente, Carly tinha razão quando disse que Sam só havia aceitado ir nessa festa, que ela dizia ridícula, esperando encontrar um certo moreno de olhos cor de chocolate, um moreno que há anos Sam não via. A loira nunca havia superado Fredward Karl Benson, e bem no fundo esperava que ele também não tivesse superado.

Ela estava ali, seu olhar vagando pelo ginásio, esperando encontrar um vestígio daquele topete ridículo, ou daqueles olhos. Ou ouvir o tom rouco da voz dele que sempre perturbava suas noites de sono. Não pense que Sam não viveu ou teve relacionamentos nos últimos dez anos, mas havia uma diferença entre se envolver em um relacionamento e amar alguém, ela nunca amou ninguém como amou aquele idiota, mas ela também namorou alguns carinhas bonitinhos em Los Angeles, e também quando voltou para Seattle.

— Achei que você não apareceria. – Sam ouviu uma voz rouca, ou era sua impressão, parecia com a voz dele, a voz que ela havia ouvido ao telefone quando ele ligou para chama-la para a festa de seu noivado. – Samantha Puckett. – Sam se virou lentamente para encarar aquele topete, mas não foi isso que ela encontrou.

— Pete, oi. – sua voz falhou com a decepção, não era o moreno que ela esperava, não era Freddie.

— Sam, não sabia que você viria a essa festa. – o loiro disse animadamente, o cabelo cortado à escovinha, e o corpo mais musculoso do que ela lembrava da época que ela mudou a sua forma de ser para agradá-lo.

— Pois é, acho que isso temos em comum. – ela notou a expressão confusa dele – Eu também não sabia que viria. – ela sorriu pegando seu copo e girando lentamente, observando as espirais que o vinho formava.

— E então, está trabalhando com o que? – ele perguntou se inclinando para a frente, o som não estava tão alto de forma que essa proximidade fosse necessária.

— Bom, eu estou trabalhando com a Carly na empresa do marido dela, eu lido com o marketing. – Sam disse tentando não demonstrar sua frustração. Ela não imaginava que se sentiria assim aos 28 anos, mas também não imaginou que estaria esperando por um homem que estava noivo. – Mas nas horas vagas eu vendo algumas fotos artísticas que faço. – a loira mostrou a câmera em seu colo, esse era um hobby que Sam havia descoberto e amado. – E você?

— Eu fui para o Exército depois da escola. – ele respondeu entusiasmado, se aproximando mais um pouco de Sam. – Veio com alguém? – perguntou descarado.

— Não, nem preciso, certo? Vim apenas para ver o quão decadente esses anos foram para as pessoas aqui. – Sam riu, mas não era por aquele motivo que ela havia ido, Pete riu junto com ela, mas sem humor, um riso vazio. E nesse momento ele começou a falar mais, mas Sam não o ouvia.

Como em uma cena clichê de um filme romântico água com açúcar, a sala entrou em um breu e tudo que Sam via era um moreno que entrou pela porta, as mãos nos bolsos, o blazer cuidadosamente abotoado até uma parte, e o topete cuidadosamente alto, e um sorriso idiota de lado brincando no rosto enquanto ele cumprimentava as pessoas ao seu redor. Sam não ouvia nada que estava ao seu redor, não ouvia Pete, os burburinhos das conversas ao redor não passavam de um zumbido baixo, a música fora substituída pelas batidas fortes daquele coração que teimava em denunciá-la.

E naquele momento ela parecia a garota apaixonada que procurou reprimir nos últimos anos. Especialmente depois que Freddie a visitou em Los Angeles, uma promessa havia ficado no ar, a promessa de um encontro, informal, mas ainda sim um encontro, porém quando ele melhorou, precisou voltar para a sua vida, e para a garota que se tornaria sua namorada e noiva.

Samantha deixou o loiro falando sozinho, algo que ela deveria ter feito algum tempo antes, e despretensiosamente ela seguiu para a mesa de bebidas ao lado da arquibancada, onde Freddie estava sentado. Ela se serviu com outra taça de vinho, não se importava com o fato de que teria uma bela dor de cabeça pela manhã, e como se não tivesse notado o moreno ali ela olhou pra trás.

— Nerd? – Sam fingiu uma surpresa na voz, droga, ela era muito boa em mentir.

— Sam? – o moreno falou se levantando, e com alguma dificuldade ele a abraçou. Um abraço forte e apertado, e para a alegria da loira, demorado. Ela não reclamou, apenas aproveitou aquele contato tão esperado, sentiu o cheiro do perfume dele, aquele cheiro tão forte e amadeirado que ela sempre amou, era bom saber que algumas coisas nunca mudavam. – Não te vejo há tanto tempo, Sam. – ele sussurrou tão próximo do ouvido dela que ela quase sentiu algo dentro dela, um calor e um frio que ela não sentia há anos.

— Mas é bom poder te ver novamente, Fredonho. – ela sussurrou novamente, e para sua tristeza ele quebrou o abraço, e a encarou, ela observou detalhes no rosto dele, detalhe antigos e detalhes novos. – Você tá diferente, nerd.

— Você continua a mesma. – ele brincou – Mas espero que eu não esteja tão mais feio

— Pior que tá. – Sam brincou, e riu junto com ele. – E não veio com a sua namorada?- ela perguntou em um tom sarcástico, ela torcia para que ele dissesse que não, que não estava mais com ela, mas tudo que ele fez foi dar de ombros.

— Vamos nos sentar em algum lugar? – ele perguntou com aquele sorriso de lado, Sam se sentia levitando, seu corpo não respondia completamente aos seus pensamentos. Nem seus pensamentos respondiam aos seus pensamentos. Ela só pensava em Freddie naquele momento, e em como ele havia ficado bonito de barba.

Eles se sentaram na mesa onde a Sam antes estava sentada, e na qual ela havia largado Pete falando sozinho. A loira ficava apenas encarando o moreno, e sabia que naquele momento um rubor tomava seu rosto por completo, algo que ela facilmente poderia por a culpa no vinho. Ela percebeu a maneira como o topete dele continuava bem alinhado, mas para a sua surpresa notou um ou dois fios brancos na lateral, um charme adicional, talvez.

— Como está sua vida, Sam? – ele perguntou com um sorriso, inclinando o corpo levemente para a frente, ficando muito mais próximo da loira, e ela não reclamou desse movimento. – Ainda está trabalhando com a Carls e o Brad?

— Estou, mas não pretendo ficar lá por muito tempo. – Sam admitiu cansada. – Sabe, eles foram ótimos me oferecendo esse emprego, mas não é o que eu desejo para fazer no resto da minha vida. E você, Freddie? Trabalhando com nerdices?

— Acho que sim. – ele gargalhou, dando um suspiro rouco ao final – Sou um nerd incurável, Sam. Tô trabalhando no desenvolvimento de aplicativos e outros softwares da Pera, e diferente de você quero fazer isso pelo resto da minha vida. – ele brincou e a loira sorriu ajeitando uma mecha de cabelo que insistia em cair em frente aos seus olhos.

— Freddie, me desculpa não ter aparecido na sua festa de noivado. – ela suspirou chegando ao cerne da questão. – Eu só acho que...

— Tudo bem, Princesa Puckett. Eu também não teria aparecido se tivesse essa oportunidade, mas a Jess adora essas futilidades. – ele sorriu para ela de uma maneira tão doce, e tão profunda. Jessica era esse o nome dela então. – Mas se você não quer fazer marketing para o resto de sua vida, o que você quer?

— Bom, é estranho admitir isso para você, mas eu adoro tirar fotos, e às vezes também pinto, queria trabalhar com isso, mas é difícil. – Sam corou ainda mais, evitando olhar para ele, mas claramente ouvindo o risinho dele.

— Isso é muito legal, mas nunca ia imaginar você fazendo uma dessas duas coisas. – ele admitiu, por acaso tem algum dedo de suas melhores amigas nisso? – Sam admitiu com um aceno leve de cabeça.

— As fotos é por conta da Cat que decidiu que seria ser modelo, mas como não tínhamos dinheiro...

— Você virou a fotografa.

— E sou boa nisso. – Sam assumiu apertando sua câmera.

— Posso ver? – ele pediu com um brilho mágico naqueles olhos com tom de almondegas deliciosas, aqueles olhos eram capazes de fazer a Sam desistir de tua, e aceitar tudo. Ela entregou a câmera lentamente para ele.

Samantha observou como os olhos atentos do Freddie passavam pelas imagens e observou o sorriso que se formou lentamente nos deliciosos lábios dele. Sam se perguntou se seria algum crime desejar tão fortemente aqueles lábios contra os dela.

— São incríveis. – Freddie admitiu entregando a câmera para ela - Eu queria muito a foto do parque de diversões onde a gente brincava quando criança, e onde a gente foi no nosso segundo encontro.

— Não, eu tinha esquecido que havia sido nesse parque. – Sam escondeu os olhos com as mãos, ela lembrava claramente da criança no carinho em frente a eles na montanha russa vomitando uma mistura muito gosmenta num pobre Freddie.

— Tudo bem, vi que acabou lembrando de tudo. – ele brincou a encarando – Mas ainda quero essa foto, ela me traz boas lembranças.

— Quando eu imprimir eu te entrego ela, pode ser? – Sam brincou, encarando aqueles olhos.

Algumas taças de vinho depois, e um Freddie muito mais solto contou para Sam sobre os problemas que estava enfrentando com a noiva, como o fato de que achava precipitado casar com ela, já que ele estava apenas começando sua carreira, e não se sentia preparado para casar com Jessica. Além do fato deles terem tido uma discussão enorme antes dele sair, razão pela qual ele veio sozinho.

Mais algumas taças e Sam já estava se soltando completamente, cantando as músicas em voz alta e gargalhando sem motivo. Enquanto cantava uma música do One Direction, lembrando de quando eles foram ao programa, Sam desviou o olhar para um Freddie que a contemplava com um sorriso doce nos lábios. Desviando os olhos rapidamente, e parando de cantar.

— O que foi? – ela perguntou corada, não que se importasse que as pessoas a olhassem, mas era Freddie.

— Nada, eu só adorei ver você. – ele disse corando levemente também, eles pareciam dois jovens flertando no baile da escola, só que ele já era noivo, e Sam já era apaixonada por ele há muitos anos. – É bom estar com alguém que se divirta ao seu lado.

— Ahn... – Sam abriu a boca para falar, mas nada vinha a sua mente, nenhuma tirada maligna.

— Quer dançar? – Freddie perguntou rapidamente e espontaneamente.

Sam não disse nada, apenas levantou e desamassou a camisa. Freddie também se levantou e os dois andaram até a pista improvisada. Apesar da música rápida que tocava, os dois dançavam lentamente, as mãos dele na cintura fina dela, e os braços dela sobre os ombros dele.

Lentamente como se ninguém ao redor importasse, como se o fato dele ter uma noiva esperando em casa não fosse nada, Sam encostou a cabeça no ombro dele, e apenas sentiu o cheiro do perfume dele. Queria guardar tudo aquilo em sua memória, todos os detalhes.

— Porque se o mundo todo estivesse assistindo, eu ainda estaria dançando com você. – Freddie cantou uma música que não era a que estava tocando, e Sam só conseguia permanecer com a forma como a voz rouca dele deixava qualquer música melhor. – Por que você não veio para o baile, Sam? Tudo iria ser tão diferente se você tivesse vindo ao baile.

— Eu não poderia vir ao baile e te ver com outra, Freddie. Isso me mataria. – ela sussurrou, esperava que ele não ouvisse com todos os murmurinho ao redor.

— Se você viesse eu não teria vindo com a Jessica. – ele suspirou a encarando. – É estranho como sinto tudo isso voltando quando estou com você, Sam.

Sam o encarou, e sentiu seus olhos queimarem, sabia que as lágrimas não demorariam a rolar de seus olhos. E por isso ela se desvencilhou dos braços dele, e correu porta afora, ela ouviu ele a chamando, mas isso só lhe rendeu mais força para correr para longe. Aqueles pensamentos a enlouquecendo, ela queria ter vindo ao baile, e ele deixou claro que se ela viesse eles poderiam estar juntos hoje. Sam não conseguiu conter as lágrimas e a tristeza em sua mente.


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Notas finais do capítulo

E ai, alguém conseguiu ler isso até o final?
Bom, a melhor parte vem no segundo capítulo que postarei provavelmente amanhã. Então fiquem atentos. Beeeeeijos cheios de amor.



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