Palavras escrita por DarkParadise


Capítulo 2
Capítulo 1 - Palavras não ditas Part.2 final.


Notas iniciais do capítulo

Olá, obrigada pelos comentários gente... Obrigada mesmo.

Aqui está a segunda parte. Espero que gostem.

Música: Miracle Above & Beyond
Link: https://www.youtube.com/watch?v=y47LrIP-v5A

Boa leitura!

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Capítulo 2/2

Quando acordei, percebi que realmente não estava sonhando.

Meu telefone vibrava ao meu lado, nem sei como ele veio parar aqui.

Levantei de minha cama e olhei ao meu redor, vendo cada detalhe. A foto de Edward pregada a parede. Havia outras da gente na época do colegial… Deus, como eu sentia a falta dele. Toquei meus lábios me lembrando de seus beijos… Toquei meu pescoço lembrando de seus toques… Cada parte em mim gritava por ele. A saudade e a solidão de amor e cumplicidade, se manifestava em mim. Era dilacerador saber que eu sou eu mesma. Um pedaço de merda. Uma merda grande e cheias de escolhas erradas.

Sou egoísta, sim, eu sou. Todos somos, isso faz parte de nós, de nossos cromossomos. Somos animais por natureza, burros por ignorância, sem tolerância. Eu deveria ter vista desde o começo que tudo o que eu fiz era errado. Estava tudo a minha frente, cada resposta para as minhas perguntas. A dor no peito cresce a cada segundo, sufocando cada parte de mim, esmagando-me por dentro. Sinto-me como uma abelha ao lado de um urso, em outros momentos me sinto como o urso, mas fraco, indefeso, burro, desleal, apenas… Eu.

O gosto amargo em minha boca, o nó na garganta, a dor no peito, a sensação de ser incapaz e a ansiedade, tomavam conta de mim. Eu já não sabe se teria coragem para levantar desta cama.

Confesso que, estou com medo de ele me rejeitar.

Meu telefone ainda vibrava loucamente.

Deveria ser Ângela, uma amiga de Oregon.

Peguei o telefone e o atendi.

— Aló?

— Isabella? Porque não atendeu as minhas últimas ligações… Estou preocupada. Me diz que não ficou bebendo a noite toda, você está se acabando… Estou preocupada, fui a sua casa, mas você não me atendeu.

— Eu… Não estou em casa, Ângela.

— Onde está, Bella? Quer que eu vá buscá-la?

— Estou em Forks, Ângela. Não aguentei, sinto muito… Eu só queria voltar pra casa. Estava cansada de só… Viver sozinha, sem ninguém… Mesmo estando rodeada de gente, saindo quase todos os dias, é como ser alguém sem ninguém, sozinha e solitária. Cheguei ao ponto de não aguentar mais… Sinto muito sair deste jeito sem nem ao menos avisar… — Minha voz foi morrendo aos poucos.

— Bella, Phill está uma fera. Ele está gritando com todos por que a queridinha dele não está aqui para gravar, o que eu faço?

— Não sei, okay? Não estou com cabeça para voltar, só quero curtir com papai um pouco, matar a saudade e rever pessoas que não vejo há tempos. Diga ao Phill que cancelarei meu contrato, é uma novela local, se acostumarão a ver outra pessoa como a minha personagem.

— Bella, não faça isso com a sua equipe, sabe como é duro achar outra pessoa, não temos ninguém.

— Ângela, eu simplesmente… Não posso. Tenho que resolver algumas coisas.

— Enquanto tem gente querendo o seu papel, você se faz de coitadinha, de que está em depressão, quando na verdade não passa de uma vadia filhinha de papai que não aguenta o ciclo da vida. Aprenda a crescer, Bella. O mundo não gira somente ao seu redor… Dê valor enquanto ainda pode. Phill lhe deu 72h para voltar, caso contrário, ele acabará com sua carreira de atriz em Oregon.

— Fique com o papel, Ângela. Não ligo… Eu só quero estar em casa. O mundo não gira só ao meu redor, assim como ele não gira no seu. Mas… Eu posso não conseguir aceitar o ciclo da vida, assim como você não aceitaria se fosse a sua mãe. Obrigada por ligar, Ângela. Adeus. — Ela disse algumas verdades… Não sei bem como interpretar esta ligação. Apenas desliguei.


* * *

Já arrumada, encarava papai do outro lado da pequena mesa lendo seu jornal. Ele fumava seu charuto, com sua arma do lado de sua cerveja e me encarava enquanto passava as folhas. Ele mantinha seu semblante sério, como se quisesse me perguntar alguma coisa. Mas acho que ele temia que eu me afastasse de novo, então, eu apenas olhava para o meu prato de ovos com bacon intacto.

— Como foi… — Ele tentou inciar uma conversa meio sem jeito.

— Trabalhei como garçonete à noite numa lanchonete na estrada, aluguei um quarto de hotel, onde morei até hoje. Em Oregon, eles tem um canal local, onde fazem novelas pagando 500 dólares a cada gravação do dia. Conseguia me manter…

— Porque foi embora, Bells?

— Eu não aguentei toda aquela dor, pai… Perder Renee foi um baque muito forte em minha vida. Podem dizer que fui egoísta, precipitada, tudo bem, eu sei que errei… Mas eu simplesmente não soube lidar com a dor e a única coisa que eu soube fazer pra lidar com toda aquela fúria e dor, foi fugir. Simplesmente assim.

— Edward vem sempre uma vez na semana até aqui… Ele sobe, arruma seu quarto, senta numa cadeira frente a janela e te espera chegar. Toda semana, desde que você se foi. Nos primeiros meses que você foi embora, ele quis sair da faculdade para te procurar, mas Carlisle não deixou que ele fosse. Então se passaram seis meses. Ele deu duro para conseguir terminar a faculdade e tentar seguir em frente. Você o deixou sem estruturas. No mesmo lugar em que está sentada, ele se sentou semana passada e me perguntou no que ele tinha errado, se ele havia lhe magoado… Ou não deu a você o apoio que deveria dar.

Enquanto papai falava, senti o nó formado em minha garganta. Chegava a doer o quanto eu segurava as lágrimas. Senti meu rosto quente e segurei com força no braço da cadeira.

— Papai… — Não consegui segurar. Chorei.

Charlie levantou e me abraçou.

— Eu sinto muito, pai. Sinto muito… Eu não pensei… Oh meu deus…

— Não se culpe pelos seus erros. Eles te fizeram ver no que está errando para que no futuro não erre mais.

— Pai… Ele… Edward me perdoará.

— Não sei, Bells. Ele te espera todas as semanas sentado a frente de sua janela… Ainda procura nas redes sociais qualquer vestígio sobre seu paradeiro, mas você nunca se deixou aparecer.

— Vou atrás dele, papai. — Disse cheia de convicção.

— Ele mora na mesma casa. Seja paciente, a dor que proporcionou a ele, é demais, minha Bella.

— Eu sei, pai. Me contentarei só ver que ele está bem.

— Eu sei.

Sai de casa pegando a chave de minha picape.

A estrada estava super molhada, bem escorregadia e chovia bastante. Não corri muito, pois sabia que poderia acontecer o pior…

Chegando na mansão Cullen, vi que nada havia mudado. Eram as mesmas janelas de vidro e uma casa muto sofisticada no meio do nada. Desci da picape e dei alguns passos até a porta da frente e apertei a campainha. Demorou, mas quem abriu foi Esme, mãe de Edward.

— Oh, meu deus… Você voltou… Bella… — Ela me abraçou com pressa e muito atenciosa. — Querida… — Ela chorava em meu ombro. — Eu pensei que havia morrido ou coisa pior, não faça mais isso comigo… — Ela me apertou mais em seus braços. — Carlisle, Edward… Oh, meu deus… Gente a Bella voltou.

Só vi um Carlisle com um prato na mão esquerda e um pano de prato na outra parando na parta que dá para a cozinha e um Edward desesperado, todo desarrumado nos degraus de sua escada. Nenhum deles disse nada. Carlisle deu o prato e o pano para Esme e me abraçou, como se fosse um pai abraçando sua filha que não via há anos. Edward não disse nada, ele apenas subiu de volta como se fugisse de mim.

Esme me encarou como se sentisse pena.

— Dê um tempo a ele, querida. Edward vem sofrendo… Ele sentiu muito a sua falta. Ele… não é mais aquele garoto que conheceu, ele está um pouco diferente, mas sei que aquele menino ainda está lá. Só estava esperando você voltar para salvá-lo dessa escuridão da qual entrou.

— Eu posso subir, Esme? Eu só preciso falar com ele… sinto muito a falta do homem que eu amo.

— Claro, claro que pode, querida.

Sorri para ela e para Carlisle, subi as escadas temendo pelo barulho. Cheguei a porta do quarto de Edward. Estava fechada. Próxima a ela, dei três batidas. Ele não abriu, muito menos me respondeu.

Sentei-me no chão, encostando-me na porta e abraçando minhas penas. Chorei em silêncio. Escutava a respiração pesada de Edward atrás da porta. Sabia que ele estava ali, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe.

— Eu senti e sinto muito a sua falta. — Limpei o que pude das lágrimas.

Ele permanecia em silêncio.

— Minha vida, a cada segundo que passei sem você, se tornava mais e mais amarga. Era como perder uma parte de mim, do meu corpo, de minha essência. Quando eu parti, ficou tudo bem. Quando o tempo foi passando, percebi que nada estava ficando realmente bem. Era somente a minha cabeça dando-me a entender que estava. Então começou. O primeiro estagio, foi quando comecei a ver coisas em casa que me lembrava a você. Primeiro era o guarda-chuva que me emprestou e eu nunca mais devolvi. Depois foi os programas e seriados que gostava, em seguida suas manias que eu havia adquirido. Eu precisava da minha metade para me ver completa. Mesmo meus atos sendo tão pequenos, tudo me lembrava você. — Sorri sem humor. — Então veio o estagio dois. Foi quando eu descobri o amor. Quando a gente ainda é uma lagarta, quase pronta para virar uma borboleta, não sabemos muito da vida ou dos sentimentos. Eu sou essa borboleta. Precisei me transformar para saber que eu te amava. Na hora de dormir, ficava infernal. Era nos seus olhos que eu tentava me lembrar, mesmo que fossem sumindo aos poucos de minha mente. Então eu olhava uma fotografia amassada e eu me lembrava de que na verdade, não era bem uma realidade. As fotos nunca vão mostrar sua verdadeira beleza, Edward. — Eu solucei. — O estagio três me fez decair. Comecei a beber, fazia-me esquecer um pouco. Assistia jogos, mas eles me lembravam você e de quando resmungava de tudo o que se passava na TV. Precisei cair de cima, chegar em baixo, para ver que sua mão sempre estava me guiando para que eu não chegasse tão baixo. Então aqui estou eu, no baixo, no mais fundo que consegui cavar com meus erros tentando segurar sua mão… Mas sinto que ela está distante, Edward, tão distante, que esse buraco virou um poço e a cada segundo, estou me afogando mais e mais. E isso nunca, nunca vai parar até eu ver você e saber que ainda está aqui para me salvar.

Então escutei ele abrindo o trinco da porta. Meu coração saltou dentro do peito. Chorei entre risos, tentando limpar minhas lágimas que desciam sem meu consentimento.

Levantei e fiquei olhando com expectativa. A porta abriu e eu vi um Emmet risonho abrindo a porta, ao seu lado Rosálie.

— Bells, isso foi muito bonito… Mas você está dizendo isso na porta errada.

Eu não sabia como agir… Então me dei conta que os soluços na verdade eram as risadas dos dois que não me avisaram que estava na porta errada.

— Vocês nunca vão mudar… — Falei limpando as lágrimas tentando me recompor, eu queria sumir. Edward subiu até aqui, mas pra onde ele foi?

—Edward trocou de lugar, Bells, agora ele está vivendo no porão, lá é maior e ele pode ficar com suas tralhas a vontade. Eu e o ursão estamos com o quarto dele, que tem o closet magnífico. Mas aquele canalha sempre tem ótimas ideias e aquele quarto de porão ficou ótimo…

— Querida, vamos deixar ela ir. — Ele abraçou Rose pela cintura e fecharam a porta na minha cara. Mas logo ele voltou e dando gargalhada. — Espero que não dê muito trabalho em refazer o discurso, e boa sorte Bella bobona, depois entro em contato, agora seria estanho eu te abraçar, eu e a Rosalie estávamos… — Deus, que nojo, nem os deixei terminar, puxei a porta e fechei o deixando falar sozinho.

Andei até o final do corredor, chegando as escadas e lá estava Edward, sentado, encarando a parede.

— Oi… — Foi tudo o que consegui dizer.

— Porque não voltou então… Era só voltar que eu lhe estenderia tudo o que pudesse para a sua dor acabar.

— Eu tive medo… Eu só… Não sei, está legal. Eu te amo.

— Eu escutei seu discurso, Bella. Mas como posso confiar, como vou saber se não vai sumir me deixando na pior outra vez. Você chegou no fundo do poço e eu já havia me afogado nele muito antes de você pensar em afundar. Não precisei ir embora pra saber que te amava, eu simplesmente sabia.

Eu não tinha palavras para dizer a ele.

Eu apenas me sentei de frente para ele, encostada na parede. Encarei seus olhos verdes. Finalmente pude me lembrar do quão brilhantes e cheios de vida eles eram. Apesar de ele aparecer abatido, seus olhos gritavam vida.

Seus cabelos estavam maiores e sua barba também, deixando ele com mais charme. Ele estava mais velho e isso lhe caiu bem. Apesar de ser apenas um ano, para mim foi uma eternidade.

— Eu fui uma garota boba, descontente com tudo. Eu tive que ir pra saber como lidar e como amar. Não vou dizer que isso foi o certo, porque não foi. Mas eu o amo demais para deixá-lo ir, mas também o amo demais para abir mão da minha felicidade pela sua. Nunca o deixarei novamente… Nunca, desta vez quem estará lá por você sou eu… E agora estou aqui para lhe tirar deste mar agitado do qual se encontra e juro que vou te ensinar a nadar contra essa maré agitada para que nunca mais se afogue. Porque eu estou aqui… Eu estou aqui.

Segurei na mão dele e ele também a minha. Sua pegada era forte. Ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás e soluçou. Era como se ele esperasse por aquele toque, por mais simples que fosse. Então eu o abracei e chorei junto.

Eu sabia. Agora tudo ficaria bem.

Eu havia voltado para a minha casa.

O meu lar.

Precisei cair, afundar e quase ficar sufocada numa areia movediça, para ver que tudo o que eu precisava estava bem ali.

— Eu também te amo… Sempre amei. — Então ele me apertou em seus braços e sorriu.

Eu o amava.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o último capítulo.
Me desculpem pelos erros cometidos. Não betei o capítulo.

Fantasmas, por favor, comentem.

Leitores, recomende. OBRIGADA POR LER!!!

29.10.16



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