Capitulo 4- Que a verdade seja dita...

“É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la.”                                                                                                                                                                                                                         

Séneca.

PDVE

Bella e eu não nos falávamos desde o dia da pizzaria, naquele dia Tânia desceu as escadas desesperada e praticamente pulou em meus braços chorando descontroladamente, ela alegou que ouviu barulhos pela casa, Bella que estava próximo a Alice rolava os olhos.

Mandei que fizessem uma busca pela fazenda, mas nada havia sido encontrado.

Então desde aquele dia Bella não falava comigo.

 Estava tomando meu café, finalmente sábado havia chegado, tentaria conversar com Alice já que hoje ela não tinha aula.

- Oi Amor- Tânia disse ao sentar-se na mesa junto a mim.

- Bom dia – disse lhe dando um enorme sorriso.

Tânia sorriu.

- Onde está Alice?- ela perguntou casualmente após dar um gole em seu suco.

- Aprendendo a cavalgar, Bella esta ensinando – disse.

­- Humm – Tânia murmurou.

Não conversamos mais, Tânia terminou seu café rapidamente e disse que iria caminhar, segundo ela queria aproveitar o sol.

Demorei um pouco para terminar meu café, e seguindo o exemplo de Tânia resolvi andar pela fazenda.

Dei um longo passeio infelizmente não encontrei Tânia para que pudéssemos desfrutar dessa linda manhã juntos, segui para o estábulo.

Ao me aproximar avistei Donna sair correndo descontroladamente estábulo a fora, montada sobre ela estava a ultima pessoa que eu queria ver, meus olhos se arregalaram.

-Alice!- foi tudo que consegui dizer antes de sair correndo atrás do cavalo.

Segundos depois avistei o pequeno corpo de Alice caindo ao chão e o cavalo continuar correndo.

- Alice! –gritei me aproximando de seu pequeno corpo.

Ela estava desmaiada e sua perna parecia estar quebrada.

- Alice! Alice! OMG! – Bella se aproximou.

A fitei com raiva enquanto pegava meu celular e ligava para James.

- James, traga o carro próximo ao estábulo imediatamente! – disse nervoso.

- Allie... – Bella murmurou seus olhos cheios de lagrimas.

James logo chegou e com cuidado me ajudou a por Alice no carro.

- Vamos... – murmurei.

Bella fez menção de entrar no carro.

- Acho que você já fez estrago suficiente por hoje- disse seco.

Ela arregalou os olhos e me fitou com seus olhos ainda cheios de lagrimas.

Adentrei o carro e James deu partida.

PDVB

Passaram-se dois dias e Edward não havia chegado do hospital, ele nem ao menos ligou para me dar noticias. Sentia-me tão culpada, eu deveria ter sido mais responsável com ela, mas eu tinha quase certeza de que quando sai do estábulo para pegar a escova de Donna e deixei Alice sentada sobre a mesma eu havia prendido suas rédeas assim ela não teria como sair correndo, mas de alguma forma ela saiu e a culpa era minha.

Ao anoitecer notei uma movimentação lá fora e rapidamente sai de meus aposentos.

Edward ajudava Alice que com muito sacrifício tentava ficar em pé com a ajuda das muletas.

- Alice? Você esta bem?! – perguntei me aproximando.

Ela apenas sorriu assentindo.

- Me desculpe, eu pensei ter deixado Donna presa foi minha culp...

Não consegui terminar de falar, pois a mão de Alice alcançou meu braço e ao fita-la percebi que ela negava com a cabeça e sinalizava sutilmente para a direção de onde Tânia vinha se aproximando.

Edward ao nosso lado parecia inerte a nossa conversa, na verdade me ignorava por completo.

- Oh Ed, como a pequena Allie esta? – Tânia se aproximou passando por mim com um sorriso.

Alice ainda a encarava.

Foi então que eu saquei.

-Você! – gritei apontando para Tânia- Eu pensei que eu fosse à culpada...

-Bella... – Edward disse meu nome como se me repreendesse.

-Edward, não! Você tem que acreditar em mim, eu não sei o que ela fez, mas ela soltou Donna! Ela fez...

- Cale-se! Você não vai mais ofender minha futura esposa! Quero que vá embora o mais rápido possível, e enquanto ao cavalo, bom... Donna vem se mostrando um animal muito difícil de lidar e não posso mais permitir que aconteça outros acidentes... Ela será sacrificada...

- O que?- explodi – Você vai sacrificar um animal sadio? Edward você... Você... – não era assim. Completei mentalmente.

Tânia ao seu lado mantinha uma cara de coitada. Alice fitava a cena quieta, mas em seus olhos eu via tristeza.

Fitei o chão por um instante e lagrimas vieram ao meus olhos. Limpei as lagrimas e o fitei enfurecida, eu não iria chorar não mais!

- Você jamais acreditara em mim não é? – grunhi e levantei a cabeça fitando Edward– Sejam felizes... Ah e Edward...  EU ODEIO VOCÊ- disse me virando e saindo tentando controlar as lagrimas.

PDVE

Edward eu odeio você...

Acordei de madrugada pensando no que Bella havia dito, não havia sido como na outra noite, desta vez pude ver sinceridade em seus olhos e a raiva em sua voz.

Mas já estava feito, o melhor seria que ela se fosse.

O Dr. Willow iria vir sacrificar o animal pela manhã, estava certo sobre isso, era um animal perigoso.

Tânia se remexia na cama, fitei o rosto de minha noiva, ela não poderia... Poderia? A duvida pairou...

Repreendi-me mentalmente por ousar duvidar de Tânia, ela tinha seus defeitos, mas não era má pessoa.

Cansado de me preocupar e já com um pouco de dor de cabeça me virei na cama a fim de achar uma posição confortável e adormecer, o dia seguinte seria longo.

No dia seguinte, apressei-me em fazer minhas tarefas matinais, felizmente ainda não havia encontrado Bella, ela iria embora hoje, logo o veterinário iria chegar e sacrificaria Donna.

- Amor?- Tânia adentrou meu escritório sorridente.

- Sim?

- O veterinário já chegou – ela disse.

- Chame James, diga a ele para preparar Donna.

Ela assentiu e saiu.

Não a demorei a ir, cheguei ao estábulo, enquanto o outro estava sendo reconstruído, após o incêndio os cavalos haviam sido mandados para cá.

Donna estava devidamente presa.

- Dr. Willow... – cumprimentei.

Tânia estava ao seu lado, e Alice estava próxima a Donna ela acariciava o pelo do animal.

Aproximei-me de Alice pegando sua mão.

- Vamos Allie- disse puxando levemente.

Ela negou com a cabeça e se segurou no animal.

- Alice não estou com brincadeira, vamos! – disse sério.

Ela negou.

A puxei novamente, lagrimas começaram a escorrer por seu rosto e eu com certa força consegui afastá-la de Donna.

- Vamos logo Doutor – disse.

Tentava segurar Alice em meus braços que tentava se desvencilhar de mim para chegar a Donna.

O Doutor já arrumava suas coisas e preparava a seringa, se aproximou de Donna e pegou em sua pele.

- Nãooooo! – um grito de puro desespero fez com que o doutor parasse- Não Ed! Não! A culpa é dela! – Alice falava entre soluços e berros.

Demorei a perceber que Alice acusava Tânia, meus olhos estavam cheios de lagrimas.

- Allie, Você... Você Falou – disse parecendo um idiota.

- Ed! Foi ela! Foi ela que... Que... – Alice novamente começou a chorar descontroladamente.

- Senhor? Senhor? – o doutor se dirigiu a mim.

Fitei Tânia, seus olhos estavam arregalados, sua expressão era de medo.

- Doutor, aguarde um pouco sim... Preciso conversar com Alice e Tânia - disse.

Ele assentiu e saiu do estábulo. Levei Alice e Tânia também para fora, Alice chorava menos agora.

O tempo estava fechando, uma chuva forte estava a caminho.

- Allie você pode me dizer o que quis dizer lá dentro? –perguntei calmo.

- Oh Edward como se você não soubesse que crianças são assim, dizem coisas sem sentido a todo o momento – Tânia interveio.

- Allie? – ignorei Tânia.

Alice abriu a boca, mas fechou.

Fitei Tânia que sorria amarelo, ela estava nervosa.

- Você sabe que pode me dizer o que quiser certo? – dirigi-me a Alice.

Ela assentiu.

- Então?

- Quando... – ela começou meio hesitante- Teve meu acidente... A culpa não foi da Bella... Bom é... Bella tinha deixado Donna presa... Então...

Mexi com a cabeça incentivando com que ela continuasse.

- Tânia apareceu soltou Donna e bateu nela!- Alice disse rapidamente fechando os olhos.

Senti raiva, não apenas de Tânia, senti raiva de mim mesmo, por ao ter acreditado em Bella, por ter tratado-a tão mal.

Grunhi e Fitei Tânia.

- Droga! –gritei.

O sorriso de Tânia tinha desaparecido deixando espaço apenas para o medo.

- Allie chame James- disse com minha voz fria.

Ela de imediato foi.

Já começava a garoar.

-Você! Como pude acreditar em você! – meu tom era cortante – Sobre Jacob? Era verdade não é?Vocês armaram contra Bella! – acusei-a me aproximando- Diga! Diga! – gritei chacoalhando-a pelos ombros.

- Edward você esta me machu...

- Diga!- a cortei.

Ela se afastou.

- Quer saber Edward? Eu o fiz e não me arrependo! Eu fiz por que o amo! Ninguém nunca ira amá-lo como eu! – ela disse me abraçando- Vamos esquecer isso e começar de novo... Sim?- ela chorava.

A afastei de mim.

- Que tipo de amor é esse? –perguntei – Quer saber! Eu não a amo!Nunca a amei!

Lagrimas escorriam por seu rosto.

Sem conseguir fita-la por mais nenhum instante adentrei o estábulo.

James vinha andando apressadamente com Alice ao seu lado.

- Senhor? – ele perguntou.

- Onde esta Donna? – perguntei.

- Desculpe?

- Donna! Ela estava bem aqui presa! – gritei.

James deu de ombros com seu olhar confuso.

Ao fitar o espaço em vazio só me veio apenas um nome a cabeça.

Bella

- James, sele Lorde! Tenho que ir atrás de Alguém- ordenei – Não deixe que Tânia saia da fazenda e muito menos Alice perto dela.

PDVB

O Doutor já havia chegado, todos estavam no estábulo, já tinha preparado minha mala, não tinha muito que levar. Observava de longe a cena, Alice parecia chorar, ela não estava muito visível, me esforcei para conseguir ouvir o que eles conversavam o que foi inútil, estava esperando por uma brecha, eu não deixaria que um animal inocente morresse.

Foi quando por algum motivo o Doutor saiu do estábulo e logo depois Alice, Edward e Tânia também.

Apressei-me, eu teria que ser rápida, pois era minha única chance.

- Calma menina – sussurrei para Donna quando me aproximei – Vim salva-la.

Em instantes eu já havia a soltado e estava montada em suas costas, sai trotando pela outra porta, logo Edward e os outros voltariam, eu teria que ser rápida.

Após alguns minutos de cavalgada a garoa ficava cada vez mais densa, atrapalhando meu campo de visão.

- Merda! – murmurei – Vamos garota temos que ser rápidas!

Seguimos para a velha trilha, pois não poderíamos sair normalmente da fazenda, na entrada havia guardas que obviamente só iriam autorizar minha saída após falarem com Edward.

Há anos não cavalgava por aquela trilha, mas a conhecia bem, quando eu e Edward namorávamos costumávamos “fugir” para uma pequena cabana próxima a cachoeira e esse era o único caminho, mas também através desta trilha podíamos sair da fazendo sem que nossos pais soubessem.

Aos poucos ficava cada vez mais difícil cavalgar, eu já me encontrava encharcada, as patas de Donna se afundavam na lama diminuindo a velocidade.

- Vamos garota, só mais um pouco - tentava incentivar Donna, que estava com dificuldade em cavalgar.