Out Of The Woods... escrita por Day Alves
Notas iniciais do capítulo
Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim! Quero agradecer a todos que estão comentando, favoritando e acompanhando. Obrigada! ❤️
Boa leitura! *-*
Após o almoço, dou um banho em Rye, vou com ele para a sala e começamos a brincar, percebo que ele está quase começando a andar, ele chega a segurar nas coisas e ficar de pé, mas não solta e nem anda. Vou até ele pegando em suas mãozinhas e guiando ele no chão, ouço batidas na porta.
— Pode entrar. – Digo. Quando levanto a cabeça Effie Trinket me encara com uma menina loirinha nos braços.
— Oi, minha querida. – Ela diz vindo em minha direção.
— Oi. – Digo. Ela coloca a menina sentada no chão e ela logo se junta a Rye. Os dois começam a brincar, Effie e eu sentamos no sofá e ficamos observando os dois.
— Como se sente Katniss? – Ela pergunta com um sorriso no rosto.
— Bem, muito bem na verdade. – Digo sinceramente. — Estou começando a me acostumar com essa vida.
— Fico muito feliz com isso. Você e Peeta merecem ser felizes. – Ela diz e vejo lágrimas em seus olhos.
— Eu sei, obrigada. – Sorrio e ela sorri de volta.
Ficamos mais alguns minutos conversando, Effie me parece ser uma pessoa bem legal, principalmente quando ela começa a me contar como está sendo esses meses com Lily. Percebo que não sou a única a ter problemas com fraudas.
— Então Katniss, na verdade, eu vim aqui fazer um convite para vocês, é que amanhã é aniversario de Haymitch, e vamos fazer uma festinha para ele. Queria que vocês fossem. – Ela diz.
— Falarei com Peeta. Mas por mim, pode contar com a nossa presença. – Digo sorrindo para ela.
— Fico feliz com isso. Bom, eu já vou. Haymitch ficará feliz em saber que você irá. – Ela diz.
Acompanho ela até a porta, quando volto, vejo que Rye engatinha rumo a lareira.
— Rye, não pode. – Digo pegando ele em meus braços. — Isso faz dodói em você.
Ele me encara e sorri.
— Mamá. – Ele diz beijando meu rosto. Meu coração falha uma batida, ou três isso não importa, ele falou! Ele me chamou de mamãe! Não exatamente “mamãe”, mas o que vale é a intensão. Antes que eu perceba lágrimas rolam de meus olhos, abraço ele contra meu peito e quando percebo soluços horríveis saem de minha garganta. Mas esse não é um choro triste como o dia em que eu descobri que Prim tinha morrido, ou como eu tenho chorado esses dias por ter perdido a memória. É um choro de felicidade, por que eu sou a pessoa mais sortuda desse mundo mesmo sendo tão azarada, eu sei, um paradoxo, mas mesmo tendo perdido a memória, eu ainda estou tendo a oportunidade de estar aqui, e de ver o meu filho me chamar de mamãe. Eu não perdi tudo, eu tenho isso. E essa é a coisa pela qual eu vou lutar para voltar a lembrar de tudo. A porta se abre e mesmo com a vista embaçada posso ver a cabeleira loira de Peeta se aproximar apressado de nós.
— Katniss? O que houve? – Ele diz, pelo seu tom de voz posso ver que ele está preocupado.
— Na-nada. – Digo. — Está tudo bem... bem demais. – Digo, ouço seu suspiro de alivio.
— Por que você está chorando? Se lembrou de algo ruim? Rye caiu? O que aconteceu Katniss? – Ele pergunta. Fungo acalmando meu choro.
— Rye falou. – Digo, vejo seus olhos azuis se arregalarem e ele logo esboça um grande sorriso orgulhoso.
— Você falou campeão? – Ele beija o rosto do nosso filho. E continua sorrindo. Espera. Nosso filho? Sim, Rye é nosso filho. E por Deus, como isso soa bem para mim agora. — Espero que você tenha dito papai, se não, nada de passear na casa dos seus tios por uma semana.
— Sinto muito informa-lo Sr. Mellark. – Sorrio. — Mas a primeira palavra dele... foi mamãe. – Digo, vejo os olhos de Peeta encherem de lágrimas e mesmo assim ele sorri.
— Sendo assim, acredito que terei que pagar a parte do nosso acordo. – Ele diz.
— Acordo?
— Apostamos
a primeira palavra que Rye iria falar. Se fosse papai, iriamos deixar Rye com Johanna e você iria jantar fora comigo. – Ele dá uma pausa. — Se fosse mamãe, nós iriamos fazer um piquenique no lago que você ia com seu pai e levaríamos Rye.
— Ainda não levamos ele a floresta? – Pergunto.
— Não. Ainda não. – Ele diz. — Mas já que você ganhou. Pode escolher o dia. Se você ainda quiser ir, é claro. – Ele sorri.
— Claro, podemos ir no domingo. Você não tem que ir na padaria. Podemos ficar a tarde toda lá. – Digo já imaginando compartilhar todo aquele lugar maravilhoso com meu filho, tenho certeza que ele vai adorar, assim como eu adorava quando ia lá com meu pai.
— Tudo bem então, vou tomar um banho e venho preparar o jantar. – Ele diz subindo as escadas. Coloco Rye no cercadinho e encho lá de brinquedos para ele. Junto os outros brinquedos e coloco no seu cantinho de brincar. Alguns minutos depois Peeta desce as escadas, vestindo um moletom branco e uma camiseta da mesma cor fazendo seus braços musculosos ficarem a mostra, seus cabelos ainda estão úmidos do banho e seus lábios e bochechas rosadas por causa do frio. Tradução: Ele está lindo. E por que diabos eu estou pensando nisso? Deus! Eu nunca fui assim, nunca reparei nos meninos da minha escola. Mas, se bem que, agora é diferente né? Ele mora comigo, é impossível não reparar nele.
— Vou preparar o jantar. – Ele diz indo em direção a cozinha. Vou atrás dele.
— Rye está brincando no cercadinho, eu te ajudo a preparar o jantar. – Digo pegando a faca e cortando alguns legumes.
— Tudo bem. – Ele sorri. Eu já disse como o sorriso dele é bonito? E ainda por cima é tão alegre, não é fingido como os vários sorrisos que eu já dei em minha vida. É espontâneo.
— O que pretende fazer? – Pergunto
— Um cozido de legumes. – Ele diz. Começamos então a fazer o jantar. Assim que terminamos Peeta foi até o cercadinho pegar Rye enquanto eu colocava a mesa e preparava uma papinha de batatas para ele. Assim que ele voltou, eu peguei Rye de seus braços e o sentei na cadeira alta. Comecei a jantar e dar comida ao Rye ao mesmo tempo, até que ele virou o rosto, rejeitando a colher com comida.
— Não quer mais? – Perguntei, e ele balançou a cabeça em negação, soltei um risinho. Como um bebê pode ser tão lindo e encantador desse jeito? Ou talvez eu só tenha me transformado em uma mãe bajuladora e coruja. Limpei sua boquinha e terminei o meu jantar. Peeta juntou a louça e nós a lavamos juntos. — Eu me distraí e acabei esquecendo de te avisar. Effie veio aqui hoje, disse que amanhã é aniversário do Haymitch, ela disse que vai fazer uma festa para ele, falou para a gente ir. – Digo enquanto tiro Rye da cadeira alta.
— E o que você acha? Quer ir? – Ele pergunta apegando a luz da sala.
— Quero sim. Na verdade, eu acho bom sair um pouco, ver as pessoas que eu conhecia. Pode ajudar no tratamento. – Digo subindo as escadas com ele do meu lado e Rye em meus braços.
— Tudo bem, então nós vamos. – Ele diz sorrindo.
— Eu coloco Rye para dormir. – Digo e ele assente.
— Tudo bem então, qualquer coisa eu estou no ateliê. – Ele diz.
Entro no quarto com Rye em meus braços, fico sentada com ele na cadeira de balanço por alguns minutos até que ele começa a cochilar, arrumo ele em meus braços para colocá-lo no berço mais ele ergue sua mãozinha para a minha blusa. Percebo que ele quer mamar novamente. Levanto minha blusa e tiro meu sutiã levando meu seio até sua boca, ele logo começa a sugar o leite, fico observando seus olhinhos se fecharem à medida que ele vai parando de sugar. Tiro meu seio de sua boca e arrumo minha blusa e meu sutiã no lugar, levanto colocando ele no berço e lhe cobrindo com a manta. Saio do quarto e vou até o ateliê de Peeta, abro a porta e vejo que ele observa alguns quadros.
— Ele dormiu. – Digo quando ele se vira para mim.
— Tudo bem. Já vou me deitar. – Ele diz.
— Você que pintou? – Pergunto e ele assente. — São muito lindos. – Digo.
— Obrigado. – Ele diz e sorri. Um silencio toma conta.
— Bom, eu vou me deitar. – Digo. Aproximo-me dele e dou um beijo em seu rosto. — Boa noite.
— Boa noite, Katniss. – Ele diz virando-se e dando um beijo no canto da minha boca, encaro seus lábios e inevitavelmente lembro-me do quão macio eles são.
— Err, bom. Até amanhã. – Digo saindo sem ouvir uma resposta. Entro no quarto e me jogo na cama, dormindo quase que instantaneamente, ainda pensando nos lábios do meu garoto com o pão.
Acordo-me ouvindo o choro de Rye, olho para a janela e vejo que ainda é de madrugada. Saio do quarto e vou ao quarto dele. Vejo Peeta com ele nos braços, Rye está agarrado em sua blusa e já parece mais calmo.
— O que houve com ele? – Pergunto passando a mão por seus cabelos escuros.
— Acho que foi um pesadelo. – Peeta responde, vejo seus olhos sonolentos, com certeza ele deve estar cansado pelo dia de trabalho.
— Deixa ele comigo. – Digo pegando Rye de seus braços. — Vá dormir, qualquer coisa eu te chamo. – Digo, ele sorri para mim visivelmente agradecido.
— Tem certeza? – Ele pergunta e eu assinto. – Tudo bem então, qualquer coisa é só me chamar. – Ele diz bocejando.
— Tudo bem. – Digo e ele sai.
Sento-me com Rye na cadeira de balanço e lhe dou de mamar novamente, fico passando a mão por sua bochechinha rosada pelo frio até que ele dorme. Coloco ele no berço e o cubro. Volto para meu quarto e durmo novamente.
*-*
Olho no relógio de parede 19:30, balanço meus cabelos vendo suas ondas descerem por minhas costas. O vestido cinza com mangas longas e o sapato de salto preto realçavam meu corpo, o delineador preto e o gloss cor de rosa. Eu não gosto muito de me maquiar, mas achei bom diferenciar um pouco. Saio do quarto e entro no quarto de Rye. Encontro Peeta e uma miniatura dele, Rye está no chão segurando as mãos de Peeta, sorrio, eles são tão parecidos.
— Prontos? – Pergunto.
— Sim. – Peeta diz e Rye repete. Pego Rye em meus braços. Sentindo cheiro de perfume.
— Humm, pode dar um cheiro nesse menino? – Pergunto fungando em seu pescoço e ele dá uma risada gostosa de bebê.
— Quer dar um cheiro no papai também? – Peeta se aproxima e eu sorrio sem graça. — Brincadeira Katniss.
Sorrio mais aliviada e saímos em direção à casa de Haymitch.
Pov Peeta.
Chegamos na casa de Haymitch e ele e Effie nos recebem na porta.
— Pensei que não viriam. – Ele diz olhando para Katniss.
— Não iríamos faltar. – Digo sorrindo e indo em sua direção. — Feliz aniversário meu velho. – Abraço ele que retribui.
— Feliz aniversário Haymitch. – Diz Katniss meio acanhada.
— Já passamos dessa fase docinho. – Diz ele abraçando Katniss meio sem jeito por ela ter Rye nos braços.
— Desculpa é que eu... sei lá. – Ela diz visivelmente constrangida.
— Relaxa e toma um drink. – Diz Haymitch e na mesma hora passa um garçom, ele pega dois copos de Uísque e dá um para Katniss.
— Não vou beber isso. Eu nunca...
— Bebeu? Fala sério Katniss, você já bebeu e se quer saber, até gostou. – Haymitch diz e dá uma piscadela.
— Não quero, obrigada. – Ela diz devolvendo o copo.
— Tanto faz. – Ele diz pegando o copo.
— Ui, então agora você até carrega ele nos braços? Progredimos muito hein? Quanto tempo vai demorar até você voltar a rejeitar ele de novo? – Johanna diz aproximando-se de nós. Olho para Katniss que está muito sem graça e com a cabeça baixa.
— Johanna... – Repreendo.
— Venha comigo Katniss, vamos dar algo para essas crianças comerem. – Diz Effie saindo e levando Katniss consigo.
— Qual é... – Diz Johanna, Gale aparece do lado dela com Hunter nos braços.
— O que houve com Katniss ela estava andando triste junto de Effie. – Ele diz.
— Johanna falou mais que a boca dela. – Digo.
— Alguém precisa dizer umas verdades para ela. – Ela dá de ombros.
— Ela perdeu a memória Johanna. Não foi de propósito. – Digo, Haymitch sai de perto da gente dizendo ir atrás delas.
— Ok, ok, peguei pesado com a nossa Garota em Chamas, peço desculpas depois ok? – Ela diz.
Alguns minutos se passam, a festa segue bastante animada, mas percebo que Katniss sumiu completamente, olho em um canto cheio de crianças e vejo que Rye não está no meio deles. Vou até a cozinha e assim que entro lá vejo Katniss e Haymitch sentados na mesa, ambos dividem uma garrafa de bebida e estão bastantes alegrinhos.
— Haymicth! – Exclamo. — Onde está Rye?
— Relaxa padeiro, ele está com a Effie, senta aqui e toma um drink com a gente. – Ele diz, olho para Katniss que tenta se levantar da cadeira e quase cai. Vou até ela segurando-a.
— Olha o que você fez! – Acuso.
— Eu não fiz nada. – Ele dá de ombros.
— Vou levar ela para casa. – Digo.
— Nãããoo, eu nãão vou. – Diz Katniss saindo dos meus braços e calabreando para perto de Haymitch.
— Ah, mas você vai sim. – Digo pegando ela pelas pernas e jogando-a nos ombros. — Diz para Effie que depois eu venho pegar o Rye. – Digo saindo com Katniss pela porta da cozinha, não quero que todos vejam ela desse jeito. Entro com ela em casa ainda reclamando por eu carrega-la assim. Coloco ela no chão. — Quanta maturidade em Katniss? Ficar bêbeda no mesmo lugar onde seu filho está.
— Isssso não tem nada a ver. – Ela diz apontando o dedo para mim.
— Nããããoo, né? Mas agora a senhorita vai ficar aqui até eu ir buscar o meu filho. – Digo.
— Noosso, nosso filho. – Ela diz.
Reviro os olhos suspirando e saio de casa.
— Obrigado Effie. – Digo quando ela traz Rye para mim.
— Tudo bem, querido, ele já dormiu. Eu dei um pouco de água para ele. – Ela sorri.
— Está bem. Obrigado por ficar com ele. – Digo.
— Não foi nada, melhor do que ele ficar sozinho com aqueles dois malucos. – Ela revira os olhos.
— Effie, Haymitch voltou a beber? – Pergunto.
— Não, eu apenas liberei ele hoje por ser seu aniversário, mas amanhã ele começa a se cuidar novamente. – Ela diz e dá um risinho.
— Tudo bem, tchau Effie. – Digo já virando as costas e indo para casa.
Entro e ouço um barulho no andar de cima. Com certeza uma hora dessas Katniss está colocando tudo o que comeu para fora. Subo as escadas e deixo Rye em seu quarto, vou para o meu quarto e o de Katniss e vejo ela estirada sobre a cama.
— Você está melhor? – Pergunto.
— Não. – Ela responde e faz uma careta. Sorrio.
— Vem, vamos descer e eu te faço um café forte. – Digo estendendo a mão para ela que segura minha mão e dá um sorriso travesso, não entendo nada até ela me puxar com toda a sua força de bêbeda para cima dela. E como fui pego desprevenido, acabo caindo. Nossos rostos estão a centímetros um do outro. Fecho os olhos ansiando pelo toque de seus lábios nos meus. Mas o beijo não vem, respiro fundo abrindo os olhos e vejo que ela dormiu, ou melhor, apagou. E eu quase beijei uma pessoa bêbeda, o quão aproveitador eu sou? Levanto-me da cama e a cubro, beijando sua testa e apagando a luz do quarto. Com certeza ela só vai acordar amanhã. Vou para o quarto de Rye e vejo-o dormir calmamente, deito na cama fechando os olhos com força e rezando para que Katniss não acorde aborrecida amanhã.
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