Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 46
Eu preciso ficar sozinha...


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim! Então, quero agradecer a vocês pelo apoio nos comentários do capítulo passado. É muito emocionante saber que existem pessoas que se importam realmente em me ver bem, mesmo sem sequer me conhecer. Vocês aqui são como uma família para mim e eu adoro todos vocês sem exceção!

FELIZ DIA DO AMIGO! ♥

E obrigada por estarem sempre aqui, e eu não estou falando apenas sobre vocês não abandonarem a Fanfic, estou falando sobre vocês não me abandonarem. As melhores partes da minha vida estão aqui, escrevendo para vocês e recebendo o carinho de vocês através dos seus comentários. Obrigada por tudo! ♥

Boa leitura! ♥



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Remexi desconfortável na cadeira, eu já estou começando a ficar cansada de tanto esperar e não ter nenhuma informação. Além de desesperada, agora eu me sinto nervosa.

— Que droga! – Eu disse me levantando da cadeira, atraindo a atenção de Johanna, Gale e Haymitch. — Pra mim já chega.

— Ela está de volta. – Ouvi Haymitch comentar antes de sair em direção à recepção.

— Escuta aqui, eu estou sentada a horas naquela cadeira super desconfortável esperando notícias do meu marido e ninguém veio me dar sequer uma informação. – Eu disse para a recepcionista, mas ela nem ao menos me olhou, continuou mexendo em alguns papeis sobre o balcão.

— Sinto muito mas ainda não temos nenhuma informação. – Ela me respondeu com má vontade.

— Pode olhar de novo? – Perguntei tentando me manter a calma.

— Sinto muito senhora, mas eu já lhe dei todas as minhas informações. – Ela respondeu.

— Mas você não me deu informação nenhuma. – Eu bati minha mão em cima do balcão o que fez ela se assustar e me encarar.

— Katniss Everdeen? – Ela murmurou assustada.

— Filha? – Minha mãe veio em minha direção.

— Mãe, como ele está? – Perguntei indo de encontro a ela.

— Infelizmente não tenho boas notícias. – Ela murmurou e eu encarei o chão.

“Será que estamos fora de perigo?”.

*-*

Encarei o rostinho angelical de Rye, ele estava dormindo calmamente dentro do berço no quarto da Mansão Presidencial. Paylor fez questão de nos oferecer moradia aqui até que Peeta fique bem, ou... Enfim, todas as opções andam sendo coercíveis nos últimos dias. Sim, dias. Estamos a quase três dias na Capital, Peeta permanece internado, ontem à tarde eles fizeram uma cirurgia nele para remover a bala, ela era de risco e Peeta tinha grandes chances de nem sair vivo da mesa de cirurgia. Mas, graças a Deus ele sobreviveu a cirurgia, nosso maior medo agora é uma infecção hospitalar ou algo do gênero que é muito comum acontecer. Cobri o corpinho de Rye e sai do quarto encontrando Annie do lado de fora, ela tem cuidado dele esses dias para mim, já que eu passo a maior parte do tempo no hospital.

— Obrigada por estar cuidando dele. – Eu falei e ela me abraçou.

— Sabe que gosto muito de vocês. – Ela disse começando a chorar. — Vocês me deram muito apoio durante a gravidez de Finn, eu nunca vou me esquecer disso. – Ela se afastou e enxugou os olhos. — O que eu estou fazendo aqui, é o mínimo. Mas saiba que eu estou rezando muito para que o Peeta fique bem logo.

— Eu sei, obrigada. – Eu disse.

— Não precisa agradecer. – Ela sorriu amigável.

— Eu vou voltar para o hospital agora, qualquer coisa é só me ligar. – Digo olhando para ela uma última vez antes de sair.

 

— Katniss eu já disse que você devia ficar na Mansão um pouco, descansar. – Minha mãe disse me abraçando de lado enquanto caminhávamos pelos corredores do hospital.

— Eu não consigo dormir. – Digo.

— Ao menos comeu alguma coisa? – Ela perguntou e eu neguei com a cabeça. — Desse jeito Peeta vai acabar se recuperando e quem vai vir para dentro de um desses quartos é você.

— Nem brinca com isso, daria tudo para ser eu no lugar dele. – Eu disse me sentando na cadeira de frente para a UTI.

— Não diga isso, filha. – Ela falou pegando em minhas mãos.

— Eu não aguento mais isso mãe. – Digo sentindo as lagrimas escorrendo em meu rosto. — Eu sinto que ele está indo, e eu não consigo pedir para ele ficar.

— Você conversou com ele sobre aquele assunto antes de tudo acontecer? – Ela perguntou e eu fiz que não com a cabeça mais uma vez. — Por que não?

— Eu não tive coragem. – Eu disse. — Não estava pronta para dizer para ele, não sabia como ele ia reagir.

No mesmo momento que essas palavras saíram de minha boca um alarme soou dentro do hospital e eu o reconhecia bem, era o alarme de quando algum paciente na UTI sofre uma parada cardíaca. Eu não sabia o que fazer, mas algo dentro de mim dizia que esse paciente era Peeta. Levantei correndo da cadeira mas minha mãe me segurou antes que eu entrasse na sala. No mesmo momento vários médicos e enfermeiras entraram, um deles me segurou enquanto minha mãe entrava para dentro da sala.

— Paciente 1.3.5. – Peeta Mellark, parada cardíaca. – Ouvi um médico gritar de dentro da UTI e todo meu corpo parecia ter entrado em combustão, eu comecei a chorar e me agitar nos braços das enfermeiras, eu tinha que vê-lo, eu tinha. — Carregar 150... afasta.

— PEETA! – Eu gritei com todas as minhas forças sentindo meus pés falharem, eu estava muito nervosa, meu coração batia rápido. — TIREM AS MÃOS DE MIM. EU PRECISO VER ELE. PEETA!

— Tragam um calmante para ela. – Ouvi um dos enfermeiros falar e logo uma picada no meu braço, meu corpo pareceu pesar muito mais, e minha visão ficou embaçada.

— Peeta...! – Foi a única coisa que eu disse antes de tudo ficar escuro.

*-*

Abri os olhos devagar para me acostumar com a claridade do quarto. Sinto algo frio em minha veia e uma dor incômoda em meu braço. Olhei ao redor e ao que parece eu estava sozinha. Eu forcei minha mente a lembrar o que aconteceu para que eu viesse para um quarto, e foi então que tudo clareou. Eu no corredor, o alarme, o coração de Peeta parando de bater... Ele se foi... Ele se foi para sempre, e eu nem sequer me despedi dele. E agora? O que será de mim? O que será que Rye? Lagrimas silenciosas saiam de meus olhos, eu estou tão cansada de tudo, principalmente de chorar, eu queria ser forte, encarar tudo isso e ajudar meu filho, ainda mais agora, quando ele mais precisa de mim. Mas eu simplesmente não aguento, sinto como se meu próprio coração fosse arrancado do meu peito, mas acho que nem se isso acontecesse de fato, iria estar doendo como está agora.

Ouço a porta se abrir, já posso imaginar os médicos falando comigo, a famosa frase “Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas ele infelizmente não resistiu.”, isso tudo só me deixa mais nervosa e com vontade de chorar.

— Katniss? – Ouço a voz de minha mãe e olho para ela, ela sorri para mim com pena. — Como se sente?

— Péssima. – Digo. — Quanto tempo eu fiquei apagada?

— Algumas horas. – Ela suspira olhando para o soro.

— O corpo já foi liberado? – Pergunto, sentindo as lagrimas inundarem meus olhos novamente, mas minha mãe me olhou surpresa.

— Qual corpo? – Ela perguntou.

— O de Peeta. – Respondi. — Ele não morreu?

— Claro que não, filha. – Ela respondeu e imediatamente um sorriso de alivio e agradecimento apareceu em meus lábios. — Nós conseguimos ressuscitá-lo.

— E como ele está agora? – Perguntei.

— Bom, o estado dele é estável, mas, ele parece estar melhorando aos poucos. – Ela respondeu. — Mas você precisa ficar mais calma Katniss, e se alimentar direito.

— Eu sei. – Digo. — Quando posso vê-lo?

— Assim que terminar de tomar esse soro e ir para casa descansar um pouco. – Ela respondeu.

— Não, eu já descansei muito. Preciso ver ele mãe. – Digo sentindo-me angustiada novamente.

— Tudo bem. – Ela respondeu. — Você pode ver ele por alguns minutos, mas tem que me prometer que depois vai para a Mansão se alimentar e descansar um pouco.

— Está bem, eu vou. – Falei.

— Ótimo. – Ela me olhou e sorriu levemente para mim.

Algumas horas depois eu fui liberada, vesti a roupa própria para entrar na UTI e encontrei minha mãe do lado de fora.

— Lembre-se do nosso acordo. – Ela disse.

— Tá bom, mãe. – Digo, ela abriu a porta e entrou comigo.

A primeira coisa que eu senti foi o frio do local, minha pele se arrepiou e eu senti um calafrio subir por minha espinha, esse lugar cheira a morte. Me aproximei do leito de Peeta, minha mãe foi na frente para olhar a ficha que está em frente a cama dele. Quando eu finalmente me coloquei em frente a ele, tive vontade de chorar. Sua pele estava pálida, e ele estava visivelmente mais magro, quem o visse, diria que já estava morto, seus lábios estavam ressecados e seu cabelo não estava mais tão brilhosos, e provavelmente não devem estar tão macios e sedosos como antes. Eu me aproximei e coloquei a mão sobre a sua, ela estava gelada e tinha uma coisa apertando seu dedo indicador, a aliança não estava em seu dedo anelar na mão esquerda, era ele, mas ao mesmo tempo não era. Eu me sentei na cadeira ao lado da cama dele.

— Mãe, seja sincera e honesta. – Eu comecei a falar limpando as lagrimas que caiam do meu rosto. — Ele tem alguma chance?

Eu esperei por uma resposta enquanto encarava o rosto sereno de Peeta, mas minha mãe demorou muito para falar, então eu a encarei, ela estava chorando. Então eu entendi bem o recado: Não, Peeta não tem muita chance, mas quando minha mãe me abraçou e eu comecei a chorar novamente junto dela, eu percebi que ela faria o possível para trazer ele de volta.

— Vou deixar você falar com ele sozinha. – Ela disse enxugando os olhos. — Vou estar lá fora.

Ela saiu da UTI me deixando sozinha pela primeira vez com Peeta. Eu encarei novamente seu corpo deitado na cama, ele parecia tão fraco, tão frágil.

— Oi, meu amor. – Eu disse sorrindo. — Gostaria de ver sua cara ao me escutar te chamar assim pela primeira vez. Eu queria te dizer tantas coisas, mas incrivelmente não encontro palavras, isso é pior do que soa. – Eu o encarei por mais alguns segundos. Pensando em como eu teria coragem para dizer tudo o que eu tenho que dizer. — Peeta, eu te amo, e eu preciso de você. – Eu disse sentindo as lagrimas saindo novamente de meus olhos. — Eu sinto muito, muito mesmo, não ter percebido isso antes. Eu sou uma idiota. Eu só queria que você soubesse que eu te amo mesmo, com todos as letras e com toda a intensidade que essa palavra pode expressar. Eu devia ter percebido isso desde a primeira vez que eu me senti confusa com apenas um olhar seu, desde que meu coração disparou pela primeira vez só em ouvir sua voz, desde que minhas pernas bambearam com um abraço ou um beijo seu, desde que minha pele se arrepiou apenas em ouvir sua risada, tão viva e alegre e desde que minha respiração falhou com o seu sorriso, tão inocente e sincero. Eu devia ter percebido, quando eu senti naquela tarde depois de voltar da padaria, quão sortuda eu era por ter você e Rye comigo. Eu devia. Mas eu não fiz, talvez eu não quisesse admitir que te amava, por que como eu já te disse, tudo o que eu amo, morre. Mas agora você está aí, andando de mãos dadas com a morte, e eu gostaria de medir o quanto te ver assim me machuca, mas eu não consigo, talvez seja impossível. – Peguei em sua mão. — Eu sei que depois de tudo que eu fiz você passar, tudo o que eu nos fiz passar, eu não tenho o direito de exigir nem pedir nada, mas eu estou implorando, Peeta, por favor, fique comigo. – Eu apertei sua mão, como se esperasse uma resposta. — Eu prometo que vou me recompor, e que eu te darei todo o amor do mundo, que eu sei que você merece, por que afinal de contas, você faz com que eu não caia aos pedaços. Eu preciso de você Peeta. – Disse chorando, essa é a hora em que eu digo toda a verdade? Pensando bem agora, eu gostaria tanto de ter a oportunidade de falar isso olhando em seus olhos. Saber como ele reagiria. — Nós três precisamos de você, meu amor. – Peguei sua mão e a levei até meu ventre. — É, você entendeu bem, vamos ter outro bebê, um irmãozinho ou irmãzinha para Rye, e eu preciso de você ao meu lado, por que tudo está muito confuso e eu preciso da sua ajuda, do seu apoio, do seu carinho e do seu amor. Eu gostaria de ter você do meu lado quando eu fosse contar para Rye, apesar de saber que ele não vai entender muito bem. E eu gostaria de ter você ao meu lado durante a gravidez, durante o crescimento deles e durante a minha vida toda. – Eu sorri em meio as lagrimas. — E algo dentro da minha cabeça insiste em dizer que eu poderia viver mais mil vidas e nem assim ia merecer o seu amor, mas eu penso que se eu tirei a puta sorte de ser a mulher da sua vida, eu gostaria de ter a oportunidade de viver isso com você. Então, viva. Por mais difícil que seja, e por mais cansando que você esteja, viva, eu sei que o lugar que essa luz no fim do túnel pode te levar é lindo, perfeito. Sem dor nem desespero, nem nada de ruim, mas eu ainda estou aqui, nesse antro de maldade e angustia, e esse pode ser o pensamento mais egoísta que eu já possa ter tido, mas com você aqui, as coisas parecem mais suportáveis. – Eu encarei seu rosto, eu queria tanto que ele abrisse esses lindos olhos azuis que ele tem e sorrisse para mim. — Por favor, Peeta.

Eu deitei minha cabeça sobre seu braço, sem fazer peso por alguns instantes, antes de levantar minha cabeça e encarar de novo seu rosto. Ele estava tão sereno, suas feições estavam calmas, ele parecia relaxado. Inclinei-me sobre ele e deixei que meus lábios tocassem os seus de leve.

— Mas se você quiser ir... – Eu me abaixei até seu ouvido e sussurrei. — Se você sentir que precisa ir, que você está muito cansado. Eu entendo. – Eu senti algo pesar em meu peito enquanto essas palavras saiam de minha boca. — Eu vou explicar ao Rye, as razões pelas quais você foi embora, e farei o mesmo com o nosso outro bebê, eu contarei a eles o pai maravilhoso e perfeito que eles tinham, e nunca me deixarei esquecer você, não de novo. – Nesse momento eu já chorava pra valer, eu não queria, mas eu também precisava que ele soubesse que se ele quisesse ir. Ele podia. — Eu te amo. – Disse uma última vez, deixando um beijo em sua testa e saindo o mais rápido possível de dentro da UTI.

Ao chegar do lado de fora, vi minha mãe, Haymitch, Gale e Johanna do lado de fora. Haymitch foi o primeiro a me abraçar.

— Eu percebi, Haymitch. – Eu disse quase gritando e chorando fortemente.

— Percebeu o que? – Ele perguntou acariciando meus cabelos.

— Eu amo ele. – Eu disse quase em um desabafo. — Eu o amo tanto, e está doendo. Está doendo muito.

— Ele vai ficar bem, Katniss, acredite. – Ele falou, mas sua voz estava embargada pelo choro.

— Não, ele não vai. – Eu exasperei. — Ele não vai...

— Katniss... – Ele suspirou.

— Eu preciso ficar sozinha. – Me desvencilhei do seu abraço e sai quase correndo pelos corredores do Hospital. Eu preciso ir para a Mansão, eu preciso ficar com Rye.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Espero que tenham gostado, tirando a parte que o Peeta está morrendo. Mas, não é isso o capitulo toodo? Sei lá o que tô falando.

NÃO DEIXEM DE COMENTAR E OS CARALHOS QUE VOCÊS JÁ SABEM KKKKKKKKKKK

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥