Out Of The Woods... escrita por Day Alves


Capítulo 4
Confio em vocês.


Notas iniciais do capítulo

Oii Tributos! Tudo bem? Espero que sim! Quero agradecer por vocês estarem comentando, acompanhando e favoritando, isso é incrível para mim. Obrigada! ♥

Boa Leitura! *-*



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E então lá estou eu, assistindo a reprise dos Jogos Vorazes, os Jogos que eu interpretei, junto de Peeta. Não sei se choro ou começo a rir. O garoto quase morre por mim, eu salvo a vida dele, acontece um monte de beijo, e alguns deles... parecia que eu o amava, nem que fosse um pouco. Agora já estamos no Massacre Quaternário, Peeta novamente está fazendo de tudo para salvar minha vida e eu... estou fazendo de tudo para salvar a vida dele? Mas, não era tudo fingimento? Não pareceu fingimento quando ele bateu naquele campo de força, não me lembro de chorar daquele jeito desde que meu pai morreu e eu soube da morte de Prim, Deus! Como eu sou confusa!

— Não sei como esse garoto quis se casar comigo, nem eu me entendo as vezes! Como se vive com uma pessoa assim? – Digo batendo a mão na testa.

— Você é mesmo um carma na vida dele. – Vênia sorriu do meu lado.

— Obrigada. – Digo irônica.

O vídeo acaba no exato momento que eu atiro minha flecha em direção ao céu da arena. Não quero nem saber o que aconteceu depois disso.

— Temos alguns vídeos do tempo em que você estava no 13. Quer vê-los? – Minha mãe pergunta.

— Quero.

Novamente ela coloca nos vídeos, o primeiro é uma entrevista do Peeta. Ela é bem subjetiva e acaba nos dando alguma impressão de que ele está do lado de Snow, mas sei que isso é impossível.

— Esses vídeos são de quando ele estava sendo torturado? – Pergunto, tentando falar a palavra “torturado” sem que minha voz saia diferente, do tipo desesperada e agoniada. Mas falho seriamente. Assim, ela sai rouca e entrecortada. Ainda não caiu a minha ficha de que o garoto que salvou a minha vida tantas e tantas vezes sofreu tanto assim. O que ele fez afinal?

— Sim.

— Mãe... uma coisa não está clara para mim. – Digo. — Por que ele foi torturado? Ele fez algo? Ele parece ser tão bom... eu não entendo.

— Se ele fez algo errado? – Minha mãe sorri tristemente. — Além de dar a vida dele pela sua, te salvar tantas e tantas vezes quando Snow queria que você morresse e no final... conseguir o maior triunfo da vida dele?

— Não sei como essa última parte pode influenciar em algo. – Digo um pouco confusa.

— Mas é claro que pode... pode quando o maior triunfo da vida dele foi conseguir o seu amor...

E assim ela deixa a frase morrer, mas também não tem muito a ser dito. Eu o amei – não sei por que falar a palavra “amor” no pretérito imperfeito me causa esse mal-estar –, isso está obvio, eu não arriscaria a minha vida por ele se não o amasse, mas creio que isso vá além do que só arriscar a minha vida, sinto como se ao menos dentro daquelas arenas, minha vida dependesse de ele estar vivo, vivo e bem.

— Creio que ele esteja na estaca zero novamente. – Murmura Vênia, fazendo com que meu estômago revirasse.

Sei o que ela quis dizer, ela não só insinuou como concretizou a ideia de eu não o amar mais. E o pior de tudo é que eu não posso me opor. Não o amo, não posso amá-lo, não me lembro dele. Sei o que as pessoas me contam e o que esses vídeos me mostram, mas não sinto a emoção, não sinto minhas memorias. Pigarreio um pouco passando para o outro vídeo, e a coisa só fica pior. Peeta está em uma situação deplorável. Sua pele está pálida, branca como um papel, passo ver o osso de suas mãos, ele está magro e aparentemente machucado. O que eles estão fazendo com ele afinal? Matando ele de fome e depois o espancando? Sem que eu perceba minha mão foi parar em minha boca, estou espantada com certeza, mal ouço as palavras que ele diz no vídeo. Como isso foi acontecer com o garoto do pão?

— Isso é terrível. – As palavras saem da minha boca sem que eu consiga raciocinar.

— É, muito terrível. – Diz Vênia. Só então percebo que ela está chorando.

Não posso lhe consolar, pois eu mesma seguro as minhas lágrimas, de repente a imagem de um garoto de onze anos volta na minha cabeça. Um garoto bom, que salvou a minha vida, olho para a imagem do jovem adolescente na minha frente, eu não poderia reconhece-lo, sua aparência triste e torturada, nada nele me lembra o garoto que salvou minha vida, a não ser os olhos. Eles podem fazer qualquer coisa com Peeta Mellark, mas duvido que consigam tirar a inocência daquele olhar.

*-*

— Filha... precisamos conversar. – Diz minha mãe, sentando-se ao meu lado.

— Claro, o que houve? – Pergunto temendo que seja algo grave. Digamos que ainda não me recuperei dos vídeos que vi do Peeta.

— Bom, você sabe que daqui dois dias vai receber alta certo? – Ela diz meio receosa.

— Sei. O que tem?

— Você sabe que não vai voltar, para a “nossa” casa, não é? – Ela diz fazendo aspas com as mãos.

— Como é? – Digo.

— Deixa eu ajudar. – Diz Vênia. — O que sua mãe quer dizer é que, você não vai ir para casa dela. Você vai ir para a sua casa, sua casa com o Peeta. – Ela diz e eu engulo seco.

— Meu Deus!... – Murmuro.

— Ora, não é como se a coisa toda fosse horrível. Morar na mesma casa que aquele pão do Peeta? Isso é o paraíso. – Ela disse erguendo as mãos para o céu, não pude segurar o riso diante disso. Meu pai amado.

— Katniss... – Eu suspirei quando minha mãe chamou. — Não precisa ficar insegura.

— Não preciso? Mãe, eu vou... Morar com ele. – Digo fechando os olhos com força.

— Eu sei que parece ser horrível, mas você se acostuma. – Ela suspira segurando minha mão. — Pode ser até bom para o seu tratamento.

— Eu sei..., mas...

— Não é como se você não tivesse morado com ele antes. – Diz Vênia.

— Eu sei..., mas...

— Katniss está com medo do Peeta lhe cobrar sexo. – Disse Vênia calmamente olhando para mim.

— Katniss...

— Valeu mesmo, você é tão sensível com as palavras. – Digo com sarcasmo.

— Eu era, antes de ser traída pelo meu namorado com minha melhor amiga. Um caso fora do mundo dos Jogos. – Ela revirou os olhos castanhos.

— Filha, é isso o que te preocupa? – Minha mãe pergunta.

— Não é só isso...

— Mas isso predomina. – Diz Vênia novamente e desta vez eu a fuzilo com o olhar.

— Mãe, isso é muito estranho. Acompanha meu raciocínio. – Digo fazendo uma pausa. — Eu não me lembro de nada, não me lembro de ter beijado alguém, não me lembro de como é dormir com alguém, acordar cedo e ver um homem que não é meu pai dentro de casa, e depois... ainda tem essa de... enfim, você sabe.

— Sexo! – Exclama Vênia. — Deixa de ser puritana menina, solta a franga. – Ela sorri. — Peeta tem um corpo lindo... se eu tivesse na sua pele ia aproveitar. Para de ser assexuada. Aposto que você não era assim depois que experimentou...

— Vênia! – Minha mãe repreende.

— Se você está tentando fazer eu me sentia à vontade com Peeta na próxima vez que o ver, saiba que está fazendo tudo errado. Se continuar assim, eu vou sair correndo e provavelmente nunca mais irei olhar na cara dele. – Digo cruzando os braços.

— Ok, desculpa. – Ela disse, porém, ainda sorria.

Suspirei cansada, como minha vida pode ter dado essa reviravolta em tão pouco tempo? Se eu menos eu me lembrasse de algo, mas quanto mais eu forço minha mente mais vaga ela fica.

— Katniss... – Minha mãe chama calmamente. — Eu sei que você não conhece o Peeta a fundo e que está com medo. Mas eu o conheço filha... ele seria incapaz de te forçar ou cobrar uma coisa dessas no estado em que você está. Então por favor, pare de pensar bobagens. Ele te ama Katniss... você tem noção disso? – Minha mãe diz.

— Tudo bem mãe... – Digo por fim. — Confio em vocês.


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Notas finais do capítulo

Oii de novo! Então, espero que tenham gostado, esses capítulos estão meio chatinhos mas, eles são só para a Katniss entender um pouco como era a vida dela sabe? Ver o quanto o Peeta a amou e se sacrificou por ela sem pensar duas vezes. Não deixem de comentar. Sejam bonzinhos comigo! ♥ E o próximo capítulo a Katniss vai para casa. Como acham que ela vai reagir? Bjs e até a próxima! ♥

E que a sorte, esteja sempre ao seu favor! ♥