Filha de Apolo escrita por Ivy Hale


Capítulo 13
POV Anthony Black: A caçada ao Drakon de Lidia


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico esse capítulo à TãDãDã (suspense...) STAR! Minha querida leitora que escreveu minha primeira recomendação! Muito obrigada Star, de verdade. Agora vamos ao cap? Vcs já viram no Título que este capítulo é narrado pelo Anthony e devo dizer que ele ficou um pouquinho grande, o que acham disso? Deixem coments, quero saber de tudo!



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Adentrei na floresta, a lua iluminava minimamente as arvores deixando-as com uma aparência fantasmagórica. Parecia estar ouvindo meu pai murmurar na minha cabeça palavras de incentivo, era o que eu queria ouvir, mas não poderia ser real, só minha mente me pregando uma peça.

Caminhava me esquivando dos galhos mais baixos das milhares de árvores e as vezes a neve que ainda jazia nos galhos caia em mim me encharcando e aumentando o frio. Enquanto isso pensava nas palavras de Ares, na nossa conversa...

No sonho, eu estava no topo de um precipício, caminhei relutante até a ponta e era tão alto que eu não conseguia ver onde acabava, se alguém caísse ali poderia passar horas até que chegasse no chão, se é que havia um chão.

— Cuidado. - disse uma voz atrás de mim, virei-me e encarei um homem, ele usava uma camiseta vermelha, jeans preto e um casaco de couro preto no maior estilo motoqueiro, e de fato, ele estava encostado numa motocicleta Harley com labaredas pintadas sobre o tanque de gasolina e um coldre de cada lado com espingardas de caça. Ele segurava uma lança na mão direita e uma espada na mão esquerda, também tinha um cinto com uma outra espada embainhada de um lado, um grande revólver do outro e ainda uma faca presa na bota.

Ele tinha uma barba escura desalinhada, cicatrizes que denunciavam que ele se metia em muitas, muitas brigas e um olhar conflituoso que me deixou com raiva mesmo sem motivo.

— Ares - falei, não tinha como se enganar, esse era o deus da guerra... Meu pai.

— Sim - disse ele - precisava falar com você, meu filho.

— Não me chame de filho! - Falei bravo. - Você nunca se importou comigo, nem com mamãe.

— Eu gostava da sua mãe, ela era corajosa, destemida, mas tudo chega ao fim um dia.

— Se gostasse não teria deixado ela sozinha!

— Não seja petulante garoto. Vim ajudar, não me faça mudar de ideia.

— Porque estamos no topo de um precipício? - perguntei, tentando mudar de assunto.

— Quando não estou comprando briga eu pratico esportes radicais - disse ele como se fosse óbvio.

"E qual seria o esporte que se pratica de moto num precipício?" pensei em perguntar, mas fiquei com medo da resposta.

Eu ouvia um barulho vindo de algum lugar, parecia um crepitar de óleo na frigideira.

Ares continuou.

— Vim avisar que vocês precisam se apressar, um ciclope foi sequestrado.

— Um ciclope? Então eles já estão destruindo o carro?

— Não, Tyson irá resistir enquanto puder, mas eles vão se cansar de esperá-lo colaborar, logo irão obriga-lo a fazer de qualquer jeito.

— Tyson é o nome do ciclope?

— Sim. Você entende porque não pode falhar nessa missão? - discursou Ares. - O sucesso ou fracasso dela pode significar muito mais que o fim dos deuses. A fúria da Noite pode destruir o mundo como você conhece.

— Que quer dizer?

— Vocês ainda enfrentarão muita coisa no caminho até acharem o carro, e quem o estiver guardando, e mesmo depois... - continuou. - E você vai precisar da minha bênção, mas precisa provar que merece.

— Preciso provar que mereço? Você é meu pai devia me ajudar de qualquer forma! - disse num tom alterado.

— Não é assim que funciona, Anthony - respondeu ele. - Durante séculos meus filhos lutaram em várias batalhas e guerras e só os mais fortes receberam a benção de Ares, você também tem que provar ser digno de recebê-la.

— E como eu faço isso?

— Você precisa enfrentar sozinho um dos piores monstros antigos.

— Você quer que eu mate um monstro sozinho?

— Pare de repetir tudo que eu digo! Você irá até a White Montain, não fica muito longe. Lá você terá que deixar suas amigas e entrar sozinho na floresta, você encontrará um drakon de Lidia, terá que enfrentá-lo e matá-lo.

— O que é um drakon de Lidia? - perguntei, pela expressão no rosto dele não devia ser nenhum cachorrinho de estimação.

— Você saberá quando encontra-lo. Tome - ele me entregou a lança que segurava na mão direita, o barulho ficou um pouco mais alto, percebi que vinha da lança, a lâmina dourada crepitava envolta de eletricidade. - Considere-a como um presente atrasado, ela será útil na sua luta.

— Mas, isso não é um sonho?

— Sim, mas ela estará lá quando acordar. Boa sorte, eu estarei com você.

Então Ares subiu na sua Harley ligou o motor barulhento e acelerou em direção ao precipício.

Acordei e não encontrei a lança então pensei que fosse apenas um sonho comum, mas depois fui procurar alguma comida na minha bolça e ela estava lá, não tenho ideia de como coube lá dentro, mas eu a via completamente dentro da mochila como se alguma mágica a fizesse caber.

Depois do sonho pensei muito sobre isso, e percebi que devo tentar, não só pra provar pro meu pai que posso, mas eu preciso provar pra mim mesmo. Desde que saímos do acampamento penso que Claire e Poppy estão me carregando nessa missão. Eu descobri sobre meu pai ser um deus a apenas algumas semanas e, à princípio, achei muita loucura, mas agora estou aqui, metido numa floresta procurando um monstro que pode me matar.

Eu não queria decepcionar ninguém, eu não estava mais fazendo isso só por mim, pros meus irmãos me verem como veem uns aos outros. Eu estava ali pela Claire. Eu sabia o quanto ela queria ajudar seu pai e se ela precisava de mim pra isso, eu iria fazer de tudo pra ajudá-la.

O tempo se passava e eu continuava caminhando, Ares disse que o drakon me acharia, mas até agora nada. Eu segurava a lança em posição defensiva, e mantinha a espada embainhada.

Quase uma hora se passou até que eu ouvi um rugido na floresta, aparentemente vindo esquerda, meu instinto de sobrevivência me mandava fugir pro lado contrário ao barulho mas eu estava ciente que devia ir em direção a ele, pronto pra atacar.

Tentei caminhar silenciosamente em direção ao rugido, que, quanto mais perto mais assustador. O chão tremia ao meu redor, então vi duas órbitas amareladas vindo em minha direção, pareciam os faróis de um ônibus, enquanto se aproximava percebi que eram olhos.

O monstro serpenteava derrubando as árvores em seu caminho, quando estava a pelo menos uns dez metros de mim pude distingui-lo completamente. Era um réptil enorme, da largura de um ônibus. Ele estava se preparando pra atacar.

Claire me avisou que drakon são venenosos, e que se eu tivesse sorte ele não teria asas nem cuspiria fogo, poucos drakon faziam isso. Corri pro lado pra evitar ser atingido por um jato fedorento de veneno que ele estava prestes a cuspir, felizmente ele não era tão ágil e continuou na mesma direção que já estava, assim pude vê-lo passar completamente.

"Ah meus deuses! Eu sou o infeliz mais azarado do mundo!", pensei, pois aquele drakon tinha duas enormes asas, parecidas com asas de morcego, escuras, com cicatrizes e buracos não grandes o suficiente pra impedi-lo de voar. Também percebi que ele tinha pelo menos cinquenta metros de cumprimento.

O drakon deu meia volta derrubando várias árvores no trajeto e veio novamente em minha direção, eu precisava de uma estratégia. Fui novamente pro lado saindo do caminho do drakon, mas dessa vez quando ele passou eu corri em sua direção pela lateral, me agarrei na asa esquerda dele e subi em cima do drakon.

Era como estar em cima de um trem em alta velocidade, um trem com escamas grossas e nojentas que cuspia fogo, mas um trem. Corri pelo drakon até chegar na cabeça tentando manter o equilíbrio, enquanto ele serpenteava e se contorcia tentando me derrubar e cuspindo fogo na floresta ao nosso redor, felizmente os galhos estavam molhados então não ocorreu um incêndio.

Procurei aberturas entre as escamas, quando encontrei uma enfiei a espada no lugar. O drakon se contorceu e rugiu com a dor, mas aparentemente não foi minha melhor ideia pois ele ficou mais determinado a me derrubar. Ele começou a movimentar as asas gigantes se preparando pra decolar.

Se você nunca voou num drakon, o que é bem provável, devo dizer que não tente, foi a pior experiência da minha vida. Eu me segurei com a máximo de força que consegui nas escamas do drakon enquanto ele fazia acrobacias, à princípio esbarrando nas árvores depois no ar, alto o bastante pra ver onde a floresta acabava em todas as direções. Meu estômago se contorcia, o bacon que comi pela manhã queria revanche.

Eu não poderia continuar atacando enquanto estivéssemos no ar porque se ele morresse se transformaria em um monte de pó enquanto que eu cairia por um bom tempo até me espatifar no chão. Precisava fazê-lo descer, mas como? Se eu tivesse algumas cordas poderia amarra-las nele como as rédeas de um cavalo e tentar controla-lo, mas não tinha então o jeito era voltar pra perto das asas e tentar controlá-las com força bruta.

Me esgueirei de volta as asas segurando nas escamas como numa escalada, a espada novamente embainhada e a lança encaixada embaixo do braço. Golpeei contra a asa direita do drakon, fazendo um novo ferimento, depois na outra asa. Como eu esperava, o drakon começou a descer, o ferimento foi suficiente pra fazê-lo perceber que tinha algo errado com as asas e, por instinto, tentar pousar.

Logo estávamos de volta a floresta e voltei a atacá-lo o máximo que pude. Percebi que precisava usar a lança, Ares a havia me dado por algum motivo. Podia ouvir novamente o crepitar da eletricidade percorrendo-a. Era isso!

Corri em direção à cabeça do drakon tentando me esquivar das árvores e da cauda que tentava me atingir. Quando estava bem perto do seu pescoço, a asa esquerda do drakon veio em minha direção. Fui golpeado no estômago e jogado à alguns metros de distância. Caí batendo a cabeça no chão, que felizmente estava coberto por uma camada de neve e musgo.

Tentei me levantar, meu estômago se contorcia até eu não poder mais segurar o que havia comido mais cedo. O drakon vinha em minha direção correndo rapidamente. Enfim consegui me levantar e corri pro outro lado.

Quando o drakon passou por mim novamente me agarrei as grandes escamas do pescoço e subi nele novamente. Comecei a procurar novas aberturas entre as escamas e enfiei a lança nas que encontrei, podia senti-lo estremecer com cada choque.

Então golpeei novamente com a lança em uma abertura entre as escamas e empurrei-a fundo. Um cheiro de queimado invadiu meu nariz, o drakon parou de se contorcer e eu pulei de volta pro chão, querido chão do qual eu pretendo nunca mais me separar. A carne do drakon virou poeira, mas os ossos continuaram ali, um esqueleto de réptil gigante.

— Esse é meu garoto! - disse Ares, que estava escorado em uma árvore perto, olhando a carcaça do drakon. - Você conseguiu. Ahn... Eu vou querer isso - disse ele apontando pra boca da carcaça do drakon. - Talvez eu faça um colar de dentes.

Eu quis dizer algo mas não consegui, minhas pernas tremiam como bambu verde, Ares era agora um borrão na minha frente e eu desabei no chão, exausto.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram da narração do Anthony? Comentem, acompanhem digam o que estão achando da história! Recomendem, gente, que eu dedico o cap à vocês. Nos vemos de novo na próxima sexta (Não exatamente nos vemos, mas vcs entenderam kkk)! Beijos!



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